🦊 Chapter Thirteen 🐺
Olá! Atenção ao pedido da
escritora aqui: leiam os bônus!
Tem gente que não está entendendo
algumas partes, e quando eu fui tentar
ver o que tinha acontecido, é porque
a informação sobre tal fato estava
escrito nos bônus dos Namjin e da
Agnes, e lá tem informações que
são bem necessárias para o entendimento
da obra, certo? Agradeço desde já, deixem o votinho por favor. 💜
🐺
Quantas vezes com um beijo
eu sonhei, um carinho que
eu nunca senti. Sei que um dia
você vai estar aqui, um sonho lindo,
sei que vou viver.
— Rouge.
N A R R A D O R A
2 meses depois..
O corpo encharcado de Seokjin deslizou sob o lençol, conforme as mãos trabalhavam em seu membro rijo e molhado pelo seu heat recém-descoberto.
Seus movimentos rítmicos e seus gemidos baixos lhe davam um ar ainda mais sensual e ele sabia disso, sabia o que precisava e o que queria, e por essa razão, liberou ainda mais feromônios por toda a tenda onde estava. O ômega precisava de Namjoon. Sua pele formigou só de imaginar aquele corpo musculoso e delgado em cima dele, esfregando lentamente quase como um castigo enquanto se beijavam apressadamente. O problema era que Namjoon ainda não havia chegado e ele estava começando a ficar impaciente.
Desde que os treinamentos começaram, Namjoon passava cada vez menos tempo dentro de sua própria vivenda. E por mais que ele preferisse ficar com seu ômega, não havia muita escolha, especialmente porque faltava pouco tempo para a invasão ao Oeste, e tudo precisaria estar em perfeito estado até lá. Seokjin entendia.
Entretanto, o seu lobo não entendia nada disso. Não queria saber se Namjoon estava atarefado, suado, melado de terra no meio de vários alfas conforme treinava pesado. Ele queria Namjoon ali, em sua cama completamente nu, e se ele precisava sair de sua cabana repleto de dor, com poucas vestes e exalando seu aroma por toda a aldeia, ele faria. Sem ponderar nenhuma vez sequer.
Decidindo que essa seria a melhor alternativa, o ômega se contorceu na cama e gozou pela quarta vez consecutiva. Seu corpo tremeu e seu cheiro ficou ainda mais forte, o suor escorria pela sua pele intocada e ele se amaldiçoou quando notou que aquilo não estava adiantando nada. Precisava de seu alfa, e tinha que ser naquele instante ou ele poderia enlouquecer tamanho a sua dor.
Em suma, seus pés descalços alcançaram o chão e ele ficou de pé dando passos lentos até o próprio sobretudo que estava pendurado em cima do cabide. Quando passou o tecido pelos ombros, o ômega nem ao menos calçou um sapato, foi logo em direção a entrada e a abriu notando que o dia estava apenas começando. O sol aparecia aos poucos naquele céu cândido e cheio de nuvens, e próximo a sua cabana não havia ninguém.
Indubitavelmente, seu lobo pensou. A maior parte dos ômegas estavam dormindo, e os alfas e betas que ali residiam porventura permaneciam ao lado de Namjoon naquele treinamento que não parecia ter um fim, e era por isso que ele estava indo até ele, mesmo sabendo internamente que isso não seria uma boa ideia.
Seus passos pela vila foram rápidos e ele seguiu o cheiro de Namjoon que o lembrava de madeira de carvalho branco. A cada instante conforme ele caminhava, seus pensamentos voltavam à espessura de Namjoon, seus braços fortes, seu membro rijo e úmido e o nó que ele tanto queria. Céus, ele sentiu que poderia falecer apenas com esse pensamento momentâneo.
Uma pontada atingiu seu baixo ventre e ele parou, levando a mão ao local e respirando fundo. Ele queria assassinar Namjoon por não pressentir a sua dor, mas estava claro que só depois que seu cio tivesse passado, porque naquele instante não era dor que ele queria causar a ele, mas sim prazer, algo inimaginável que seu alfa tanto gostava que ele fizesse.
Seokjin engoliu em seco ao recuperar a caminhada. O vento fazia as suas vestes voarem e consequentemente fez o seu cheiro se alastrar por toda a matilha, não que ele se incomodasse é claro, a essa altura seu lobo havia assumido totalmente suas ações e por isso, ele estava andando atrás de seu marido para acabar com sua dor.
E foi então que ele sentiu seu cheiro característico.
O ômega olhou ao redor e percebeu que o alfa não estava com os outros onde ele disse que estaria antes. Não estava no campo de formação que Jungkook havia criado, mas sim na floresta, possivelmente perto do rio que cortava de Norte a Sul, e isso fez os olhos de Seokjin apertarem. O que ele estava fazendo lá sozinho?
Iria descobrir.
Seus passos ficaram cada vez mais rápidos depois de desvendar precisamente a localização de seu alfa. Ele já não se incomodava mais com a casualidade de alguém pegá-lo daquela forma em meio ao lugarejo, pois a curiosidade de saber o que Namjoon fazia naquele instante era maior que o risco que corria, então, ele apenas foi em frente e entrou na mata seguindo seus instintos que estavam mais apurados que o corriqueiro. Precisava vê-lo com os seus próprios olhos.
Sua íris varreu o lugar assim que chegou próximo ao rio e ele foi rápido em notar a presença do alfa que se banhava tranquilamente em meio a água cristalina. O barulho das árvores e dos pássaros fazia aquela visão ficar ainda melhor, e Seokjin quase babou notando que ele estava inteiramente nu, só podia ser a ilustração dos Deuses.
Quando ele resolveu dar um passo à frente, Namjoon sentiu aquele cheiro que ele conhecia bem e foi de imediato a sua reação. O alfa se virou totalmente em direção a Seokjin, e quase se engasgou quando notou que o ômega removia o único tecido que o cobria naquela manhã fria, ele estava abismado demais para emitir uma frase corrente mas sabia que seu esposo não deveria estar ali.
— Seokjin? — ele chamou baixinho conforme observava o ômega entrar no rio completamente desnudo e com o membro ereto, parecia uma pintura de tão sublime e ele quis rosnar em deleite — O que estás fazendo? Algum alfa pode sentir o teu cheiro e nos pegar aqui!
— Shiu — o ômega se aproximou inteiramente do seu alfa e levou o indicador aos seus lábios para que ele ficasse em silêncio — Eu vim caçar o que é meu, me dê, alfa.
— Teu heat começou? Não senti, acho que começou a pouco tempo — ele resmungou pensativo — Estava apenas tomando um banho e iria para casa, até que tu chegastes.
— Sabes quantas vezes eu gozei pra ti essa noite? Imaginando tu dentro de mim, me fodendo com força enquanto me prendia daquela forma violenta que só tu sabes fazer? — alfa rosnou em resposta — Me faça teu.
— Vamos para a tenda.
— Não — o ômega foi rápido em refutar — Aqui. Agora.
Namjoon olhou para os lados pois sabia que nada que dissesse iria fazer o lobo manhoso de Seokjin mudar de concepção. Todos os alfas e betas da matilha estavam reunidos a poucos metros de onde estavam agora, e era evidente que o ômega não seria silencioso, ele nunca foi.
— Isso seria arriscado, anjo. Podemos fazer porém teria uma exigência — o alfa proferiu esperando que o ômega o escutasse — Não podes fazer barulho ou seremos pegos, entendes isso? — Namjoon gemeu quando sentiu Seokjin segurar seu membro rijo e juntar com o seu que estava semi ereto pela visão que tinha — Amor, tu entendestes?
— Deixe que ouçam — ele rosnou impaciente — Ninguém se atreveria a chegar perto de mim contigo aqui, eles te temem, tem medo da morte certa. Agora.. — soltando o membro duro do esposo, Seokjin enroscou rapidamente as pernas na cintura de seu consorte, esse que foi rápido em segurá-lo para manter o equilíbrio — Se enterra em mim, alfa. Rápido e selvagem, dei-me aquilo que eu quero.
Namjoon rosnou e Seokjin tomou a sua boca em um beijo vigoroso e feroz. Suas mãos que antes seguravam em seus ombros, foram até os seus fios apenas para puxá-los e descontar totalmente o prazer que sentia.
O alfa apertava forte as bandas de sua bunda durinha, e ele nem sequer disfarçava quando roçou seu falo necessitado entre as nádegas famintas do cônjuge que não precisaria de amanho, o ômega estava preparado a horas e sua necessidade se espalhava em meio a água do rio, deixando a lubrificação natural escorrer entre suas pernas torneadas.
A destra do alfa foi rápida em segurar o próprio membro e encaixá-lo lentamente na entrada do ômega, esse que deslizou mais para baixo até que fosse completamente preenchido pela espessura grossa que fazia todos os seus nervos acoplá-lo de uma vez.
Seokjin gemeu dentro da boca do marido. Suas pernas apertaram mais a cintura do alfa pela satisfação excruciante que sentia, e Namjoon levou os lábios até o pescoço de seu ômega deixando mordidas e chupadas no lugar onde a marca de seus dentes estavam sem cessar os movimentos rítmicos que fazia.
— Jinie.. — o alfa gemeu quando sentiu o ômega apertá-lo cada vez mais. Seu interior parecia latejar em pura urgência, e nem mesmo a água conseguiu minguar aquele ardor intenso que ambos sentiam. — É assim que tu gostas, hyung? — suas mãos fortes apertaram ainda mais a bunda do ômega o ajudando nos movimentos fortes que fazia. As unhas de Seokjin o arranhavam pelas costas quase infligindo dor, e ele adorava, não podia negar.
— Alfa, assim — sua voz era tão manhosa que o lobo de Namjoon ficava plenamente domado, queria apenas satisfazê-lo até a última gota de sêmen e ele faria ali, contemplando o raiar do dia.
O ômega rebolava ansioso, absolutamente sensível. Seu membro duro feito pedra roçava no abdômen definido do esposo conforme ele o fodia com vigor, e seus gemidos eram contidos por mordidas que deixava em seus ombros. Seokjin iria gozar a qualquer momento pois não precisava de muito quando estava nos braços do homem que amava, e tê-lo entrando e saindo naquela velocidade enquanto a água regurgitava em seus corpos era definitivamente uma bela forma de se desmanchar de prazer.
Os dentes de Namjoon afundaram vagarosamente em seu pescoço, em cima da marca de seus próprios dentes que estavam ali a bastante tempo. Ele adorava refazê-la incessantemente quando o cio de Seokjin chegava, pois era como se a ligação fosse refeita, e mesmo que não precisasse se sentia completo ao ver o lobo do ômega junto ao seu conforme se amavam.
— Alfa, preencha-me.
Namjoon sabia o que ele estava pedindo.
Desde que Agnes havia amaldiçoado os dois ele se perguntava como seria o heat de Seokjin quando ele chegasse. O ômega não se sentiria saciado sem o seu nó e ele não poderia negá-lo de qualquer maneira. No entanto, com ele ali nos seus braços pedindo daquela forma que só ele sabia pedir, ele se lembrou que agora ele poderia gerar filhotes, e por mais que ele quisesse, se perguntou se era um bom momento para tentar algo daquele aspecto.
— Hyung, amor por obséquio, ouça-me.
— Me dê — ele grunhiu quando Namjoon começou a fode-lo mais devagar — Não ouse, eu preciso de ti.
— Tu não consegues raciocinar agora, mas irá se arrepender disso, e eu sinto de tal maneira.. — ele voltou a mirar nos olhos do marido, esses que estavam dourados feito ouro e ele não entendia a razão — Não estamos em perigo, irei te dar.
— Meu modo de proteção não é para ti, alfa — seus lábios grossos encostaram na testa de Namjoon para deixar um beijo molhado em uma demonstração clara de respeito — É para o futuro filhote que poderá ser concebido, não temas. Somos um só, e tu sabes disso.
Foi inevitável não tomar os lábios do esposo mais uma vez.
Namjoon chupou e aproveitou cada partezinha da boca de seu ômega, aumentando a velocidade e lhe dando o que ele tanto queria de uma vez. Os gemidos de Seokjin eram engolidos por ele em um beijo delirante e cheio de ternura, se sentia completo com o marido que se jogava em seus braços como se fosse o único porto seguro existente e ele não poderia contestar pois se sentia da mesma maneira.
Quando sentiu a base de seu membro inchar dentro de Seokjin, o alfa rosnou e estocou ainda mais forte a fim de liberar até a última gota de gozo possível. Seus braços rodearam a cintura do ômega para que ele não me movesse, e foi em um grito manhoso que o mais velho se desfez, se sentindo satisfeito no mesmo premente depois de ter passado a noite se fodendo sozinho.
O alfa veio por conseguinte ademais gemendo grave e contido sentindo todo o seu corpo tremelicar pelos jatos desferidos dentro do íntimo do cônjuge. Seu falo os prendeu e ele respirou com dificuldade, buscando fôlego depois de ter lhe dado tudo o que tinha, e Seokjin continuou preso a si, aproveitando aquele sentimento bom de ser preenchido.
— Estás bem? — os dedos longos do alfa acariciaram a pele alva do ômega que estava enroscado em seu corpo, indo de suas costas até o cóccix, lhe causando um arrepio bom — Como te sentes?
— Pronto para outra — o ômega remexeu arrancando um gemido de Namjoon — Entretanto, agora na nossa cama. Preciso de ti novamente, meu alfa.
— Eu sei, durante cinco dias, meu amor. Irei te levar até lá, não te preocupes.
E assim, ambos esperaram o inchaço diminuir para que pudessem se amar novamente em seu ninho que estava pronto. E por mais que existisse o medo do desconhecido, Namjoon resolveu arriscar, e não existia arrependimentos nisso.
O E S T E
Junseo caminhava de uma lado para o outro vizinho ao rio, no primórdio da fronteira com as terras do Sul. Parecia inteiramente tomado pela ira, havia marcado vários encontros com Youngjae a vários dias, e o alfa nem ao menos apareceu para lhe dar uma explicação. Estava a ponto de ir buscá-lo em suas terras pois achava aquilo uma deslealdade sem tamanho, afinal, foi o alfa que o soltou, foi o alfa que lhe prometeu fidelidade e ajuda, e por alguma razão agora ele fugia de si.
O sol estava alto naquela manhã ensolarada e o alfa sentia-se cansado de procrastinar. Mantinha-se fiel ao dirigente do Oeste, mas sabia que o alfa lúpus não parecia nem sequer apreensivo com a ameaça constante de Jungkook sob suas terras, ousava dizer que tinha tudo sob controle e que iria recuperar Taehyung o mais rápido possível como um presente, mas ele odiava esperar. Lee Byeongho devia saber disso.
Suspirando um tanto amargo sentindo o gosto ferroso na boca, ele observou a fronteira notando sentir um cheiro peculiar que conhecia bem. O barulho das folhas sendo pisoteadas o alcançou, e ele teve a certeza que teria um encontro que não queria ter. Não naquele momento.
— Junseo — a voz do alfa era grave e ele vestia panos escuros, uma camisa social preta com os botões abertos e uma calça de linho da mesma cor — Quanto tempo, não achei que te encontraria aqui.
— Kang Donghae — o comprimento veio junto de um revirar de olhos — O que trás o meu ex líder aqui? Entregaste a matilha nas mãos daquele alfa fraco e agora buscas outra? Não irás encontrar nada aqui.
— Não estou buscando nada além de aliados — o ex-líder do Leste deu alguns passos até parar de frente para o antigo braço direito — Queremos a morte de Park Jimin, porém em tempos diferentes.
— Tempos?
— Preciso que ele ajude os ômegas das quatro cidades. Preciso que ele cumpra definitivamente o que veio fazer, Junseo. Depois disso tudo, ele estará pronto para perecer, mas não antes disso.
— Tu és um tolo se achas que eu me importo com os ômegas — alheio ao pedido, o alfa deu as costas e começou a marchar lentamente para longe — Eu quero aquele ômega morto o mais rápido possível. Quero o meu Taehyung ao meu lado, e não irei abrir mão disso de forma alguma.
— Junseo, me escute! — o alfa deu alguns passos a fim de findar aquela distância e suspirou pesadamente como se estivesse carregando um peso enorme em suas costas — Eu não posso deixar que tu ou qualquer outro toque nele, acredite. Apollo não pode morrer, não agora, ele precisa cumprir o seu propósito. Existe uma razão forte para isso e eu irei te contar se confiar em mim, mas preciso que saibas que se tentar algo antes do tempo, Agnes não deixará barato, tu morrerá.
— Aquela bruxa horrenda? — uma gargalhada rasgou de seus lábios e Donghae rosnou inconformado — Ela me matará? Ora, ela nem sequer pode sair da mata, como achas que pode me matar?
— Eu posso te ajudar a escapar, Junseo. Sei que Jungkook tem planos de conquistar o Oeste e ele matará todos que ficarem contra ele, não irá tardar em fazer isso. Me ajude a matar Park Jimin quando chegar a hora, e eu te garanto uma brecha na cidade de Elnora, onde serás bem recebido e aclamado.
— Com Taehyung? — o ex-líder do Leste revirou os olhos pela pergunta mas sempre fôra um grande mentiroso.
— Sim, todos irão te amparar por lá e ao teu ômega também.
A mentira entre suas palavras era que todos os ômegas iriam ser libertos sem exclusão de nenhum. Isso queria dizer que o líder nortenho iria se apossar das quatro cidades, para entregar-lhes aos Deuses, e é claro que não existiria lugar seguro para Junseo habitar, logo que tudo seria posse de Jungkook.
Ele até poderia ajudar o alfa a zarpar para o exterior junto ao ômega, mas isso seria uma decisão de Agnes visto que ela tinha algo em mente para Taehyung. Todavia, ele sabia iludir e ludibriar muito bem, e isso seria vantagem para o fim de sua maldição.
— Tudo bem, então — Junseo respondeu-lhe em um tom sarcástico — Eu não irei tocar em teu protegido, todavia quero sair daqui o mais rápido possível. Sinto que Jungkook está aprontando algo e eu não quero ficar para ver. Apenas saiba que eu não tocarei no ômega e ficarei esperando Taehyung onde tu me colocastes, não prometo que o líder Lee vá fazer o mesmo poupando a vida de Apollo.
— Não te preocupes com ele, apenas faça a sua parte. Me de alguns dias e eu resolverei a tua ida até lá, e sobre Taehyung, irá sair do Oeste com ele em teus braços.
— Assim espero — foi tudo o que o alfa disse antes de presenciar o ex amigo desaparecer entre a floresta, pois aquele era o único dia que ele poderia estar por lá.
Um dia após a lua cheia.
J U N G K O O K
O povoado estava excepcionalmente abarrotado de lobos naquela manhã de primavera. Faltava pouco tempo para a estação mais charmosa do ano nos deixar, então, todos aproveitavam fora da cabana para passear com os filhotes e companheiros pelo bosque e pelo rio a fora. Essa era uma das vantagens de ter três terras disponíveis para todos os lobos. Os ômegas, betas e alfas podiam ir e vir acaso quisessem, e como ninguém pensava em escapar visto que tínhamos um tratamento ótimo para todos, Agnes deixava de ter uma ameaça para se tornar uma aliada nessa guerra.
No meio de nossa terra, a alcateia se reunia para tomar café da manhã juntos. Nas mesas de lenho havia peixe, carne, pães e várias frutas para que existisse fartura diante de todos, e aquilo me deixava saciado por hora, pois por duas luas ficamos treinando direto sem pausa para descansar com as nossas famílias e aquela definitivamente era a ocasião certa para respirar.
— Jungkook — Hoseok me chamou ao longe e veio caminhando apressadamente trajando roupas mais claras do que o habitual, o que me causou certa estranheza — Precisamos conversar, é urgente — ele parou de frente a mim com um semblante um pouco assombrado.
— O que aconteceu?
— Seokjin entrou no cio — ele revelou aquilo que eu já imaginava.
— É, eu senti o aroma dele inundar a floresta hoje de manhã. Pelo que senti lá, Namjoon estava junto, então, ficaremos sem eles por cinco longos dias — estalei a língua na boca imaginando que passaria fome durante esse tempo — Era isso que querias me dizer?
— Não — ele suspirou olhando em volta para ver se alguém o ouvia — Taehyung quis equivaler a cerimônia de consumação.
— O QUÊ? — gritei pela surpresa e todos nos olharam instantaneamente, o que fez Hoseok rosnar pedindo impacientemente para que eu falasse baixo — Oh, desculpe. Fiquei chocado.
— Estou vendo — ele revirou os olhos e saiu me puxando para próximo a uma árvore onde ninguém nos ouviria. Nossos passos eram rítmicos, e eu deixei com que ele me conduzisse — Então.. a gente fez o ritual durante a madrugada porque era lua cheia. — ele confirmou cruzando os braços frente ao corpo.
— Tu sabes que é um casório, não é? Tipo, perpetuamente! — enfatizei.
— Taehyung se tornou meu para sempre no momento em que eu o encontrei em meio a floresta, no cio, dentro de uma cabana, Jungkook. O que fizemos foi apenas reconhecer isso para a mãe natureza. Só que eu quis te contar porque tu é o nosso líder, e também, porque vi a sua cara de assustado ao constatar que eu estou com roupas claras.
— Normalmente alfas usam vestes pretas, mas tu ficastes bem com a cor azul do céu. Inclusive, agora entendi a razão. Conte-me tudo do início, nunca presenciei um ritual desses — o olhei com expectativa e ele sorriu parecendo contente.
— A algum tempo atrás o Taehyung nos confidenciou que havia se apaixonado por um alfa do Leste. E durante esse tempo, Yoongi ficou um tanto.. como posso dizer? De
— Com ciúmes? — falei esperando que ele concordasse, mas ele negou.
— Protetor — ele sorriu sem crer em suas próprias palavras. — Não é que ele desconfiasse de Taehyung, longe disso, nem eu me atreveria a tal coisa pois conhecemos nosso ômega. Mas essa proteção dele o tornou mais.. — ele pausou pensando em uma palavra — Sexualmente ativo? Ele começou a ansiar todos os dias, três ou quatros vezes, e por mais que eu não ousasse negar fogo, Taehyung ficou intrigado pois ele queria marcá-lo continuamente e tu sabes, a mordida leva um tempinho para cicatrizar.
— O lobo dele querendo devorar o Taehyung, quase que literalmente — deixei uma risadinha escapar e Hoseok concordou silenciosamente.
— É, e quando Taehyung o questionou ele disse que não conseguia evitar, parecia que ele morreria se não tivesse o ômega completamente para si. Funcionava comigo também, eu conseguia sentir seu desejo colossal em relação a nós dois, era como se não fosse o suficiente sabe? Ele precisava estar dentro de nós dois, ou seu lobo ficava totalmente inquieto.
— Eww, poupe-me dos detalhes, por favor — fiz uma careta ao imaginar e ele revirou os olhos a fim de continuar — Certo, eu pedi para me contar tudo, prossiga.
— Dessa forma, Taehyung teve a brilhante ideia de fazer a cerimônia. Nunca ouvi sobre isso com todos os detalhes, então ele me contou quando Yoongi foi cobrir a fronteira, e aí, nós preparamos tudo sem que ele soubesse — ele respirou voltando a fitar para o povoado — Taehyung durante sete dias, colocou mel no meu leite e no de Yoongi todas as manhãs durante o desjejum, sem que ele soubesse, colheu flores brancas e vermelhas, e depois disso, começou a construir o ninho quase que instintivamente, pois ele sequer notava o que fazia. Quem percebeu primeiro foi Yoongi que ficou extremamente feliz, e aquilo me deixou mais aliviado. Por fim, ele se juntou a Jimin para pegar o tecido e costurar nossas vestes, até essa que estou trajando.
— Jimin ajudou? — questionei atônito pois não percebi em momento algum.
— Sim, ele ensinou tudo sobre o ritual. Ele é um Deus, não é? Não é como se não fossemos seguir as ordens dele. Mas então.. — ele continuou — Depois das vestes prontas, do ninho pronto, e de ter amansado os nossos lobos com o mel, Taehyung ontem esperou que Yoongi chegasse e o vestiu com um tecido rosa claro, que inclusive o deixou ainda mais belo…
— Hoseok, por favor, foco!
— Ah, desculpe — ele me olhou sustentando um sorriso — Taehyung vestiu um tecido leve branco, e assim ele nos levou até a floresta próximo ao bosque onde fica a corrente mais forte do rio. Chegando lá, tinha uma espécie de cama improvisada feita de feno abaixo da árvore mais antiga de nossas terras, tinha também mel e algumas coisas dentro de uma cesta, e foi aí que Yoongi entendeu o que ele estava fazendo.
— Imagino a reação dele.
— Ele sorriu e o seu lobo pareceu se acalmar depois de meses angustiado. Foi aí que Taehyung começou o ritual de iniciação, cortando as nossas palmas e juntando o nosso sangue em uma tigela de barro. Com isso, ele misturou o mel e ofereceu a floresta, um testemunho claro do nosso amor e da nossa ligação. Depois disso, nós bebemos o líquido que se transformou totalmente em mel puro, e após isso…
— A marca — respondi alvoroçado — Onde está? Eu nunca vi, Hoseok! Cadê? — quase saltei em cima dele e ele me parou gargalhando pela minha reação infantil.
— Calma — ele segurou em meus ombros — Se Seokjin descobrir isso, vai fuzilar Namjoon por ainda não o ter feito. O casamento deles precisa do ritual ainda, nós pulamos a etapa — pausando a conversa, o alfa subiu a parte de cima do tecido em seu tronco e revelou um Sol na coloração laranja, como uma tatuagem sob sua pele. Ficava bem no meio do esterno, na divisão de seu peito como uma marca eterna simbolizando o seu casamento — O meu por alguma razão é um sol. Talvez seja porque Yoongi e Taehyung me chamam assim, mas eu achei bonito de qualquer forma.
— Qual o símbolo da marca do Taehyung e Yoongi?
— O de Yoongi é uma lua nova, fica localizado na mesma parte. Agora o de Taehyung, é um arco e flecha, em meio a um coração vermelho, como se tivesse sido flechado pelo amor ou algo assim.
— Que estranho — franzi o cenho pelo seu relato — Não existe um Deus com esse símbolo? Achei que só ele poderia ser representado por algo do tipo.
— Existe? — Hoseok parecia tão confuso quanto eu — E qual é?
— Eros — Jimin apareceu do nada, o que fez com que eu desse um pulo pelo susto. Hoseok levou a mão ao peito e suspirou olhando para Apollo com os olhos arregalados, o ômega estava com a íris roxa novamente e aquilo me deixou em alerta — Estavam falando sobre Deuses e eu apareci.
— Os seus olhos… — comecei a falar e parei no instante em que se tornaram castanhos novamente — O que estava fazendo?
— Oh, eu estava reunido com os ômegas.
— E não me avisou? — minha pergunta fez Jimin arquear o sobrecenho, e eu sabia bem o que viria a seguir.
— Tu és um ômega? — sua questão era carregada de deboche.
— Eu sou o líder da matilha.
— E eu, o líder dos ômegas — seu sorriso iluminou a sua face e aquilo me deixou desnorteado por alguns segundos — Vim até aqui para comunicar a Hoseok que Taehyung decidiu treinar para a invasão das terras do Oeste. Eu tentei impedir, mas ele não me ouviu.
— O quê? — o alfa franziu o cenho transtornado.
— Ele está com um alfa na floresta que se entendi bem, ele conhece desde quando vivia no Leste. Seu nome é Veron? Verton? Vertin?
— Vernon — Hoseok grunhiu inconformado — Se me dão licença, irei atrás do meu ômega.
— Diminui essa presença se não quiser apanhar dos alfas acasalados da matilha! — gritei quando ele já se encontrava distanciado — Tu também, não pode chegar e comunicar isso de uma forma sutil?
— E por que eu faria isso? Taehyung é um ômega marcado e agora carrega três marcas. Duas marcas de seus alfas e uma da mãe natureza, não tenho culpa se os alfas são um tanto quanto emocionados — ele continuava a sorrir como se adorasse a provocação.
— Lembro-me bem de ouvir um certo Deus ameaçar uma ômega dentro de minha cabana a um tempo atrás…
— Não era eu, sou um poço de paciência e graciosidade.
— Oh sim, acredito — balancei a cabeça confirmando e ele se aproximou mais quebrando nossa distância — O que tu estavas planejando com os ômegas?
— Tu irá saber futuramente — ele enroscou os braços em meus ombros e eu respirei fundo sentindo seu aroma de lírios e mel me deixar levemente extasiado, coisa que eu adorava sentir, adianto — Enquanto esse dia não chega, preciso que vá até Agnes para saber qual o melhor dia para a invasão. Eu poderia te dizer, mas não tenho os meus poderes ainda — ele disse manhoso esfregando a bochecha na minha como um carinho singelo — Já falei que o seu cheiro me deixa doidinho?
— Tu mudas de assunto muito rápido — sorri o deixando esfregar seu nariz na glândula em meu pescoço — Irei na Agnes ainda hoje, estava esperando anoitecer. Ela me deu a dica do melhor dia para invadir o Sul, e bom, foi um ótimo dia. Estou torcendo para que ela acerte em relação ao Oeste, especialmente porque preciso matar o regente de lá.
— E o meu heat? — o ômega deixou beijos molhados em meu pescoço e o seu cheiro se espalhou ainda mais. — É mês que vem, o que irá fazer se eu entrar no cio no meio da invasão?
— Não pensei nisso precisamente, mas irei dar um jeito, não te preocupes. Sabes que jamais o deixaria sentindo dor, principalmente porque eu sentiria também, e a luta não seria ganha.
Apollo confirmou e levou sua íris até a minha, nos prendendo em um olhar arrebatador. Meu coração acelerou e eu tive a certeza que ele ouviu quando o seu sorriso cresceu gradativamente aos poucos, o vi engolir a seco antes de umedecer os lábios e ele foi rápido em regressar a falar.
— Conversei com Jaebeom e ele quer falar contigo sobre Youngjae. Segundo ele, tem algo errado, e ele não parecia muito feliz.
— Certo, vai visitar a sua mãe hoje?
— Irei agora — o ômega soltou os meus ombros e deu um passo para trás ainda vacilante — Encontre-o na cabana dele, aproveite que está todo mundo aqui em paz. Quando saí de lá, Youngjae estava chegando, porém tu podes expulsá-lo se quiseres, parece que a conversa é séria.
— Estarei lá em alguns minutos, não te preocupes. Desejo melhoras a tua mãe, diga-lhe que irei visitá-la em breve.
— Direi — e ômega sorriu e se virou em direção a cabana onde ela estava — E tu pares de observar a minha bunda — ele se virou sustentando um rubor em suas bochechas cheinhas — Não sejas pervertido, meu líder.
— Precisamos findar essa tensão, Apollo.. — rosnei quando ele começou a correr conforme gargalhava.
— Quando tu me der as terras do Oeste! — ele gritou de longe.
E assim, ele desapareceu em meio às tendas me deixando reflexivo sobre Youngjae, e sobre a marca de Taehyung.
[...]
Após caminhar por breves minutos, parei de frente a cabana do Jaebeom que ficava próximo a floresta. O lugar estava um tanto vazio visto que todos comiam juntos em meio a matilha, e como o sol ainda estava forte, parecia um belo momento para começar aquela conversa.
Andando sob o piso de madeira que dava para a entrada de sua tenda, comecei a ouvir vozes que conheci sendo do beta e de Youngjae. Lembrei-me que Jimin havia avisado de sua presença no casebre, e suspirei sabendo que possivelmente precisaria expulsá-lo, contudo, não antes de ouvir aquela conversa que parecia um tanto intensa.
— Eu não confio em ti — Jaebeom gritou parecendo ter perdido a paciência — Tentastes me matar, e fora que traistes a nossa matilha quando decidiu ajudar Jungkook a invadir nossas terras. O que me garante que tu não irá fazer de novo? Tu achas que eu sou ignorante? Tenho um pé atrás contigo desde o dia que Junseo fugiu do nada! Eu estava ferido, mas ouvi os boatos, alfa.
— Quem disse que preciso que confie em mim? Quero é que tu cale a boca e pare de ser irritante.
— Tu não sairá do meu lado, seboso. Vai caminhar comigo para todo o lugar que eu for, e se estiver achando ruim, eu posso cortar a tua cabeça e jogar no rio.
Ouvi um rosnado alto vindo de dentro da cabana, e imaginei que fosse Youngjae querendo domar Jaebeom. Mas junto ao som consegui também ouvir uma risadinha, o beta claramente estava debochando da situação.
— Ficou bravo, Jae? — Jaebeom esbravejou com a voz um pouco mais mansa — Perdes a paciência com tanta facilidade.. diga-me, terá coragem de me desafiar? Pois se fizer, irei ter uma conversa longa com Jungkook sobre te matar — ele soltou uma risadinha na última frase.
— Não gosto de ameaças — o alfa rebateu.
— E eu não gosto de ti — o beta sentenciou, ardiloso como era.
— Pois parece que gosta, afinal, está querendo a minha companhia — o alfa parecia mais calmo, entretanto, sua voz entregava um certo divertimento — Estás apaixonado, Beom? Oras, tu sabes que eu gosto exclusivamente de ômegas, não é? Assim como Yoongi, que nem sequer pensou em ti antes de marcar o garoto do leste.
— Prefiro me atirar de um penhasco, do que criar sentimentos por ti, seu traidor imundo. Lave a sua boca para falar de Yoongi, pois o alfa sabe ser alfa, não é como certos lobos que precisam trair e matar para obter o que quer.
Com o rosnado que Youngjae soltou, decidi adentrar a fim de findar com aquela briga que duraria o dia inteiro pelo visto. Caminhei tranquilamente até a porta e a abri, encontrando Youngjae imprensando Jaebeom na parede, e quando ele notou a minha presença, se afastou, parecendo desnorteado por ter sido interrompido.
— Jungkook me salva continuamente, estou me apaixonando aos poucos — o beta brincou sustentando um sorriso.
— Preciso conversar contigo, segundo Jimin.
— Sim, Youngjae já estava de saída, não é? — o beta o olhou — Vá comer no aldeamento, e fique por lá até que eu chegue. Se sair, sabes que te matarei. — Jaebeom cruzou os braços — Viu, Jungkook? É assim que tratamos os cachorros.
— Vá se foder — Youngjae revirou os olhos e caminhou até a porta, completamente tomado pela raiva.
— Espere — o pedi fazendo-o parar de repente — O teu cheiro está forte, porventura entrará no cio até amanhã. Resolva isso, e não crie problemas, fique longe do Apolo.
— Sim, majestade — o alfa resmungou, saindo em seguida.
Jaebeom deu os ombros e caminhou até a cadeira que estava próximo a sua mesa de jantar, sentou-se esperando que eu fizesse o mesmo, então, fui em sua direção para que pudéssemos iniciar a conversa. Na mesa existiam xícaras e um bule que deixava escapar o cheiro de chá de erva doce, que inclusive se assemelhava ao meu próprio cheiro, o beta nos serviu exalando tranquilidade, e aquilo me deixou deveras curioso.
— Quero te relatar uma coisa — Jaebeom começou — Descobri recentemente que foi Youngjae que soltou Junseo para que ele fugisse para o Oeste — sua voz era tranquila, e ele foi rápido em me servir parecendo um tanto inquieto — Estávamos treinando todos esses dias para a invasão daquelas terras, e os meus pensamentos voavam constantemente ao alfa que atacou Taehyung.
— Tens certeza que foi ele que soltou Junseo?
— Sim, certeza absoluta — ele suspirou pegando a própria xícara em mãos — Descobri que alguns ômegas estavam nas cabanas da floresta no dia, e eles avistaram o alfa por lá. Não falaram antes por medo, todavia eu acredito neles sem sombra de dúvidas. O problema é que Youngjae pode ter contato ainda com o alfa, e é por isso que eu quero ele do meu lado esses dias.
— Jaebeom, eu vou matá-lo — dei um gole no chá como se aquilo não fosse nada e o beta quase engasgou — Não acredito que tu em algum momento achou que eu o deixaria vivo depois disso. Ele soltou Junseo, soltou o alfa que machucou o Taehyung, tens noção do quão errado isso é? Se Hoseok e Yoongi descobrirem, eu não poderei fazer nada, é o ômega deles.
— Eu sei — ele me olhou parecendo desarranjado — Imagino que ele tenha ficado com raiva pois tu prometestes que ele se casaria com o filho do líder, e bom.. não foi o que aconteceu. E claro, não estou tentando protegê-lo, jamais faria algo assim, mas depois de tê-lo observado um pouco, vi que ele definitivamente tem jeito. Não é um alfa mal, entretanto fez péssimas escolhas.
— O que estás querendo dizer, Jaebeom? Tu não tem papas na língua, sempre falas o que vem na cabeça. Diga-me, por que estou aqui?
— Não quero mais lobos do nosso povo morrendo, Jeon. Sempre que treinamos, penso que o Oeste é forte e vai contra-atacar. Eles possuem vários alfas lúpus que podem transmutar durante a invasão, e quantos nós temos? Quatro ou cinco? — sua feição mudou para uma bastante preocupada — Eu quero que Junseo morra, quero que o líder do Oeste morra, e quero Jimin no poder, assim como aceitei a ti como meu líder, mas não quero perder mais ninguém. Mesmo sabendo que Youngjae merece morrer, eu quero ajudar.
— Ajudar? — franziu o cenho — Achas que podes controlá-lo? Ele é um alfa, Jaebeom.
— Tu és um alfa que é controlado por um ômega, Jungkook, me poupe — o beta revirou os olhos e eu rosnei pela sua petulância — Não fique bravo, Jimin definitivamente sabe como comandar uma matilha. Está no sangue dele, ele é um Park.
— Estás pedindo para que eu esconda isso de Hoseok? Eu não posso fazer isso, ele merece e precisa saber.
— Não quero que se esconda — ele revelou voltando a bebericar o chá. — Quero que tu me protejas quando eu for defendê-lo, não quero que Hoseok me mate.
— Ele não vale a pena — retruquei incomodado com a situação — É melhor deixá-lo morrer.
— Talvez — Jaebeom deu os ombros — Mas eu estou certo que posso fazer com que ele mude e se torne alguém bom. E eu sei que pedir desculpas nesse caso não vai adiantar, mas talvez Yoongi o ouça se ele for franco e estiver arrependido..
— Achas que ele se arrepende? — prensei os lábios sabendo que aquilo era quase impossível — Ele jamais iria se desculpar com outro alfa, tenho certeza que ele prefere morrer.
— Bom, isso é o que vamos ver — ele sorriu deixando sumir o seu semblante preocupado — E Jimin já sabe disso, o contei hoje cedo.
— Sabe? — arregalei os olhos com a sua confissão e ele confirmou parecendo animado com a minha reação — E o que ele disse?
— Disse que acreditava no meu potencial e que confiaria em mim para cuidar desse assunto. Me deu até o fim da batalha para fazer com que ele se desculpasse, ou então, ele mesmo o mataria.
Suspirei derrotado e voltei a tomar o chá estava entre os meus dígitos. Aquele assunto era bastante delicado, e não podia ser ignorado de forma alguma, logo que envolvia uma alfa que havia traído sua própria matilha meses atrás. Não apenas os traiu, como me traiu no momento em que soltou um abusador que merecia morrer.
Foi frio e sem empatia, defeitos esses que eu não tolerava de forma alguma em meu clã.
— Fique tranquilo — Jaebeom falou notando a minha confusão — Não irei deixá-lo sozinho nem por um minuto sequer. Colocarei ele aqui dentro de minha cabana, e ele só sairá quando voltar a ter a minha confiança. Não irei te prejudicar, Jungkook.
— Eu sei, Jimin confia em ti.
— Colocarei aquele alfa ridículo sob as minhas rédeas, ou eu não me chamo Jaebeom.
E assim, fui forçado a concordar com os seus métodos.
T A E H Y U N G
Vernon me encontrou a alguns dias depois de regressar da caça nas terras do Leste. O alfa passou todo esse período caçando não somente em nossas terras antigas, como também no Norte, ele estava preparando tudo para o próximo inverno, presumi, e assim que voltou me encontrou na floresta trazendo maçãs de presente.
O rapaz permaneceu exatamente como eu me lembrava. Braços fortes, pele bronzeada, ombros largos e uma presença avassaladora, eu diria. Seus olhos naturalmente verdes foram o que sempre me encantou, e agora, ele estava sorrindo para mim conforme me ensinava a empunhar uma espada.
E isso sim, me causou uma certa nostalgia.
Morar no leste nunca foi bom, éramos tratados como lixo, uma realidade merda das quatro cidades e da terra onde nasci, contudo poderia ter sido bem pior, isso, se eu não tivesse o Vernon comigo o tempo todo para me fazer companhia.
O alfa era diferente dos outros. Ele brincava, sorria fácil, me mimava quando podia e nunca deixava ninguém encostar um dedo em mim. Foi assim durante um bom tempo, até Junseo ameaçá-lo de morte, e desde então, nossa vida parou de se cruzar. Oh, claro, por decisão minha. Jamais deixaria alguém machucá-lo, no entanto, agora depois de tudo, fico feliz por poder ser amigo dele novamente.
— Tu és lindo, mas é fraco! — ele gritou em meio a uma gargalhada — Ora, cadê a força desse belo ômega? — sua sobrancelha ergueu denunciando seu humor.
Nós estávamos a um tempo tentando lutar, mesmo que parecesse tão constrangedor. Seu corpo pingava devido ao calor, e o meu estava da mesma forma, mesmo coberto com trajes claros e finos naquela manhã.
— Não me teste, seu alfa maligno. Eu estou derrotado tens concepção do quanto eu dormi? Eu não dormi nada! — resmunguei deixando a ponta da espada arranhar a terra no chão — Estou fatigado, mas quero lutar. Isso não serve de nada?
— Pois eu lhe pergunto, os seus alfas sabem disso? — mordendo o lábio, ele sorriu pequeno — Ou está querendo me matar? Pois é isso que vai ocorrer quando eles descobrirem.
Soltei um resmungo inaudível e levantei a espada para atacá-lo. O alfa nem ousou se mexer, apenas esperou a investida, e quando eu tentei acertá-lo, levei uma rasteira tão rápida que quase bati a cabeça no chão. Isso, se Hoseok não tivesse chegado a tempo.
— O que caralhos está acontecendo? — sua voz saiu tão grave que todos os pelos do meu corpo se arrepiaram — Taehyung, quer explicar?
— Oh — prendi os lábios entre dentes tentando arrumar uma desculpa, essa que inclusive não veio.
— Não seja chato, alfa — Vernon deixou seu tom brincalhão à solta — Estávamos apenas brincando, ele não ia se machucar. inclusive, teria o segurado se tu não tivesses chegado a tempo, não te preocupes.
— Taehyung.. — olhei para cima e vi Hoseok me olhar tão ameaçador que eu tive a certeza de que ele estava a ponto de matar o meu amigo.
— Não fique com tanta raiva assim — murmurei baixinho — Se o Yoongi sentir, não é só o Vernon que morre. Eu e tu iremos juntos, meu sol. Está tudo bem, eu juro.
— Vamos para casa — ele se colocou de pé e me puxou rente ao seu corpo. Suas mãos fortes apertaram firmemente a minha cintura e ele voltou o olhar para o outro alfa — É sempre um desprazer de ver, por obséquio não apareça mais em minha frente. Tenha um ótimo dia.
Vernon soltou uma gargalhada frouxa e negou com a cabeça. Seus olhos brilhavam em puro divertimento e ele deu uma piscadela para mim, mantendo seu ar um tanto misterioso.
— Isso será impossível, pois eu jamais largarei essa gracinha. Não é Taehy?
— Taehy? — a voz grave de Yoongi nos alcançou e tanto eu, quanto Hoseok, nos viramos para encontrá-lo vindo em nossa direção.
O alfa trajava tecidos na cor vinho que lhe caíam extremamente bem, e carregava sua espada consigo. A íris na cor escarlate entregava o seu desejo, porém de sangue, conseguia sentir a sua raiva de longe.
— Boa sorte — Hoseok sussurrou em meu ouvido — Vai precisar.
— Oh, finalmente irei conhecer o ilustre Yoongi? — Vernon tombou a cabeça para o lado — Eu achei que tu eras maior, mas me enganei.
— Tenho um tamanho ótimo para te despedaçar inteiro, se chamar ele de Taehy novamente.
— Que delícia — Hoseok sussurrou em meu ouvido e eu quis desfalecer em seus braços quando acabei notando que achei aquilo extremamente sexy. Eu estava com sérios problemas, não era possível.
— Não precisas ficar na defensiva, alfa. Eu sou apenas amigo do Taehyung, e mais nada — o maior deixou claro — Ele é um ômega marcado e eu entendo isso, portanto, fique tranquilo.
Yoongi que estava em minha frente, me olhou com os olhos apertados, deixando-me sentir aquilo que estava sentindo. Não era ciúmes, ou raiva, era apenas insegurança e eu sabia bem como aquilo era horrível.
Não havia algo que eu pudesse fazer pois esse sentimento era algo que não dava para censurar ou encobrir. Mesmo que eu dissesse o quanto o amava, e o quanto ele era absolutamente tudo para mim, ainda existia um resquício de dúvida. E não era que eu não lhe desse certeza, mas a natureza selvagem do lobo não deixava muita opção, era sempre assim, uma proteção inteiramente animalesca.
— Jimin me disse que tu estava treinando para invadir as terras do Oeste conosco durante a invasão — Yoongi soltou o ar deixando transparecer o seu incômodo — Preciso mesmo dizer o que penso sobre isso? Taehyung, eu não vou conseguir lutar se tu estiver presente. Não irei conseguir fazer completamente nada além de te proteger, e no fim, nós três morremos.
— Achei que.. — comecei envergonhado e ele franziu o cenho esperando que eu continuasse — Eu pensei que tu não me querias lá por me achar fraco.
— Nenhum ômega é fraco — Hoseok respondeu, mesmo absorto ao assunto — Sabemos que tu é forte, em nenhum momento pensamos que não alcançaria tal façanha de lutar e vencer, meu mar, essa definitivamente não é a questão. Então, pense o contrário. Se realmente fostes conosco, e eu e Yoongi nos feríssemos, o que você faria, hmm?
Ponderei um pouco imaginando a circunstância em si e não demorou nada para que eu tivesse uma resposta.
— Não iria aguentar vê-los feridos..
E com um longo suspiro, Yoongi me abraçou sem se importar com a presença do Vernon. Hoseok que estava por trás de mim, também me abraçou, e só então pude me sentir no lugar mais seguro do mundo, sem precisar tirar os pés do chão.
— Se quiser praticar, não iremos protestar, és um ômega livre — Yoongi sorriu quando voltou a me olhar nos olhos — Só lembre-se que o nosso alfa aí atrás é precisamente o responsável pela batalha. Não seria mais inteligente lutar com ele?
— Não — Vernon respondeu bocejando calmamente — Hoseok por mais valente que seja, não seria capaz de usar força contra o Taehy — Yoongi rosnou e o alfa rolou os olhos — Contra o Kim Taehyung! É melhor treinar comigo, eu irei ensinar muita coisa para que ele aprenda a se defender sozinho. Não irei poupá-lo como eu sei que ambos fariam.
— E se tu machucar ele? — Hoseok resmungou parecendo odiar a ideia — Se ele chegar em casa com um arranhão que seja-
— Tu irá arrancar a minha cabeça e arremessar no rio — Vernon balançou a cabeça tentando imitar a voz do alfa e por fim deixou escapar uma risadinha — Faz essa ameaça desde que notou a minha presença no povoado. Não seja impertinente, jamais machucaria o ômega e ambos sabem disso.
A conversa se encerrou com Hoseok muito enraivecido e Yoongi assaz desconfiado, como de costume. O alfa do Leste se despediu e entrou em meio à floresta, prometendo me encontrar no outro dia para que pudéssemos dar continuidade ao treinamento, e ninguém se opôs a isso, ao menos por hora.
Yoongi avisou que Jungkook havia o convidado para ir até Agnes quando a noite caísse, e pediu a Hoseok que não me deixasse sozinho na tenda. Iria atrás de data de invasão, e também, de respostas sobre algo que ele não quis comentar sobre, mas deixou no ar ser bastante importante.
Então, seguimos novamente até a matilha para que pudéssemos voltar aos nossos afazeres.
Se ao menos eles soubessem dos planos de Jimin para os ômegas.. bom, estava mais perto do que longe de acontecer.
J U N G K O O K
Assim que escureceu e o anoitecer chegou, fui rápido em ir até a floresta onde havia combinado com Yoongi que já me aguardava há um tempo. Meus passos eram firmes sob o solo e eu tinha em mente várias perguntas para fazê-la depois de duas luas completas sem encontrá-la.
Por que eu conseguia enxergar a terra dos puros?
Por que Jimin precisava estar em perigo para obter poder?
Por que os deuses me odiavam tanto?
E também, por que o símbolo de Taehyung era um arco e flecha? Talvez, fosse por isso que Yoongi me acompanhava em busca de respostas.
Apolo, por mais que fosse um Deus, parecia encobrir coisas demais. O ômega não conversava comigo sobre nada do que aconteceu e fugia de todas as minhas perguntas, como o diabo foge da cruz. Reclamava continuamente que precisava do poder, mas também dizia que não poderia simplesmente colocar a própria vida em risco, afinal, os ômegas dependiam dele e isso me assustava um pouco. Essa coisa toda de ômega forte, todo poderoso era algo que eu tentava diariamente engolir.
Não que eu achasse os ômegas fracos, mas o ponto de vista que ele tinha em relação à salvação, me lembrava que ele não era imortal, e era definitivamente assustador.
Assustador ao ponto de me deixar acordado a noite. Apesar de nossa relação ser confusa, não deixava de envolver sentimento, mesmo que eu ainda não soubesse qual era, afinal.
— Sabe onde ela está? — Yoongi me perguntou assim que começamos a caminhar juntos, floresta adentro. Meus olhos varreram o lugar na esperança de senti-la, mas eu sabia que de vez em quando ela escondia a presença.
— Não, ela que vai nos encontrar.
— E como tens tanta certeza? Essa bruxa me deixa confuso — o alfa confessou conforme andávamos — Até hoje não entendo a maldição do Seokjin, e olhe que passei noites tentando entender o que aconteceu.
— Ela o salvou — dei os ombros — De resto, só iremos descobrir quando ela decidir nos contar.
— Se contar, não é? Não consigo confiar nela.
Não respondi pois também não sabia como me sentir diante dela, Agnes era indecifrável, às vezes parecia confiável, outras nem tanto. Com tudo, se Jimin não se sentia ameaçado diante dela, achei que também não fazia sentido me sentir, ao menos não agora, diante de tantas ameaças, ela me parecia a menor delas.
Caminhamos durante algum tempo sem nenhum destino em mente, não fazíamos ideia de onde ela estava e nem como encontrá-la. Entretanto, demorou pouco tempo até escutarmos alguém caminhando em nossa direção. O cheiro familiar de alfazema não me assustava, pois eu sabia bem de onde vinha.
— Alfas — a voz feminina que nós conhecíamos bem nos alcançou, e acabamos virando rapidamente em direção a ela, encontrando a bruxa sorridente vestindo peças escuras como sempre — Sabia que ia te encontrar em breve, estava te esperando, Jeon. Como estás?
— Atarefado — suspirei cruzando os braços em modo de defesa — Tenho algumas perguntas, se importa em respondê-las?
— Na próxima lua cheia — ela me surpreendeu respondendo de cara — Assim como foi no Sul, será no Oeste. Se prepare bem, e não perca essa luta, Jungkook. Apolo precisa daquelas terras e daquele povo se quiser salvar os ômegas das quatro cidades vizinhas.
— E como tu.. — Yoongi murmurou e ela sorriu grande parecendo entender seu questionamento.
— Eu sei de absolutamente tudo, consigo escutar os teus pensamentos e os de Jungkook. Querem saber várias coisas, todavia não tenho respostas para todas elas. Contudo, estou curiosa para saber sobre o Taehyung, o que houve?
— Bom — Yoongi resolveu explicar e deu um passo a frente para ficar mais próximo — Fizemos o ritual de consumação, e recebemos a marca da mãe natureza. A marca de Taehyung é um coração com uma flecha.
— Interessante.. — ela falou um tanto chocada — O que Apolo disse sobre isso?
— Nada — o alfa rebateu rapidamente — Disse apenas que aquele símbolo era usado por Eros, um dos Deuses.
— De fato — ela concordou levando a mão ao queixo, pensativa — Sabes quem é o pai de Eros? — ela me olhou esperando que eu soubesse, porém eu neguei superficialmente — Ares.
— O Deus dos alfas? — Yoongi proferiu vacilante — Aquele que conhecemos na ilha dos puros? — ele se virou a fim de olhar, porém estava tão atônito quanto.
— Vi que Jungkook conseguiu avistar as terras dos puros e eu não faço a mínima ideia do motivo. Talvez seja, porque tu tivestes um papel importante sob os ômegas no passado, visto que ajudastes Apollo na vida anterior. Agora sobre Ares, eu não faço ideia se ele mantém contato com Eros ou não, porém de fato é estranho que Taehyung carregue essa marca. Não é comum visto que normalmente os lobos recebem algo direcionado a natureza. Como o sol, a lua, folhas, vulcões, fogo.
— Quando estávamos lá, ele perguntou a Taehyung quem era o pai dele — Yoongi relembrou.
— E o que o ômega respondeu? — ela parecia curiosa.
— Não conhecia o pai — essa foi a resposta que eu dei, engolindo a seco por pensar em uma hipótese estranha.
— Curioso.. — a voz melodiosa da bruxa parecia abrandar diante da revelação, de fato estava intrigada — Vou me aprofundar nesse assunto com cautela, e volto após a invasão com respostas. Agora, sobre o resto, diga-me, o que queres saber?
— Gostaria de saber o motivo de tanto ódio, afinal, os deuses me odeiam — revirei os olhos com aquele raciocínio e a bruxa soltou uma risadinha como se adorasse aquele fato. Odiava ficar no escuro, e aquilo deveras me incomodava.
— Em tua vida passada, como tu sabes, cometeste suicido assim que Jimin veio a falecer. E como qualquer outro pecado, fostes penalizado por ter cometido o maior deles, que foi atentar contra a própria vida, e com isso, a tua alma ficou vagando sobre a terra. Em dado momento, Apolo foi te procurar no paraíso das almas, ele imaginou que tu estaria lá e demorou bastante para te rastrear, pois ele acreditava que tu estavas vivo, e só foi atrás de ti quando imaginou que o fim da sua vida havia chegado pela velhice. Ele acabou não encontrando e foi questionar a Ares, que é o Deus dos alfas, e com isso, descobriu a verdade. O pesar de Apolo foi tamanha, que a Terra passou por diversos desastres durante esse tempo, ele não conseguia controlar o seu poder, e acabou criando tsunamis, terremotos, coisas que só os divinos são capazes de explicar. Entretanto, Ares lhe disse para deixar a sua alma em paz, era o teu castigo e tu iria pagar por ele como todos os outros que fizeram o mesmo. Mas a questão é que Apolo não deixou para lá, ele começou a te procurar em todos os lugares da terra, e não descansou. Quando por fim te encontrou, pegou a tua alma que estava inteiramente quebrada e lançou na terra para que tu nascestes mais uma vez. Fazendo isso, lhe daria uma nova chance concreta para que tu fizesse o certo nessa vida e quando chegasse o fim de teus dias, tu seria levado para onde todas as almas boas iriam, e enfim, teria paz.
— Então foi isso que ele quis dizer quando afirmou que eu era o seu presente..
— Tu és a alma gêmea dele, Jungkook. Sabes o quão difícil é um Deus ter uma alma gêmea? É algo que definitivamente não acontece. Isso deve ter sido um equívoco do próprio Eros, que é o Deus do amor, pois não faz sentido um Deus se apaixonar por um alfa, fruto de sua própria criação.
Um silêncio incômodo se instalou em meio à floresta, pois meus pensamentos estavam um completo caos. Extremamente bagunçados, não sabia nem sequer ponderar que tudo aquilo que sentimos um pelo outro, foi erro de um Deus que não soube avaliar bem o seu poder. Era de fato algo inimaginável.
— A raiva dos Deuses, é apenas essa. Ele não devia ter feito isso, não é natural. Tu deverias estar cumprindo a sua punição, mas estás aqui entre os vivos agora, não é nada pessoal, Jeon. — ela explicou melhor, finalizando com um sorriso singelo.
Respirei fundo e soltei o ar tentando engolir as informações. Taehyung tinha a marca de um Deus, um Deus que era filho de Ares. Eros podia estar metido com o sentimento que Jimin tinha por mim, e não tinha como saber se aquilo era verídico. A invasão aconteceria na lua cheia e faltavam poucos dias para que isso fosse acontecer, e tudo o que eu pensava era que Apolo precisava do seu poder e isso só poderia ocorrer, se ele estivesse em perigo.
— Queria muito poder ficar mais tempo, contudo, preciso resolver algumas coisas. Estarei te observando de longe, Jeon, não subestime o poder do Oeste.
— Antes que eu esqueça — comecei lembrando do que o Jimin havia me questionado — O heat do Apolo está próximo e tudo indica que seja propínquo a invasão, tem algo que eu possa fazer para que ele não entre durante a batalha? Podes me ajudar com isso?
— Sim, eu tenho algo que ele pode ingerir um dia antes da luta — suas mãos balançaram delicadamente frente ao corpo, e como um passe de mágica, surgiu uma pequena luz branca que se tornou um vidrinho translúcido entre seus dígitos — Aqui está, faça-o beber antes da invasão e o deixe em segurança na tenda. Nada pode dar errado na lua cheia, precisas matar o líder Lee.
Dando uma advertência, ela se aproximou de mim e depositou o vidrinho em minhas mãos. Olhou novamente para Yoongi e lhe ofereceu um sorriso, antes de sumir diante de nossos olhos como sempre fazia, demonstrando o seu poder.
Ficamos parados por algum tempo antes de decidirmos voltar para a aldeia, o atalho foi silencioso e sossegado pois parecíamos tentar engolir as novas descobertas daquela noite.
Talvez soubéssemos apenas 1% de toda história porque tinha partes que não se encaixavam. Então, decidi desvendar todas elas após a invasão, pois se Jimin precisava de mim ao seu lado, ele precisaria confiar em seu próprio alfa para que pudéssemos vencer essa guerra.
E para que também pudéssemos permanecer vivos.
[...]
UM DIA ANTES DA INVASÃO
continua...
☪️
Awn own
Chegueeiiii, gente as teorias sobre o Taehyung...
Já tem data para o próximo capítulo, ein? Dia 28/11, se liga ein, se liga!
Obg por cada votinho e pelo apoio, e por quem comenta no tt também.
A tag é #AMDM #AMarcaDaMaldição
Obg de vdd
Love U
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