🦊 Chapter Six 🐺

Hoje eu preciso ouvir qualquer palavra tua,
qualquer frase exagerada que me faça
sentir alegria, em estar vivo. Hoje eu preciso tomar um café, ouvindo você suspirar, me dizendo que eu sou o causador de tua insônia, que eu faço tudo errado sempre.
— Jota Quest.



#AMarcaDaMaldição

T A E H Y U N G

Depois que deixei Taemin com a mãe de Jimin, meus passos foram rápidos no meio da vila sentindo basicamente tudo o que meus alfas sentiam.

A neve grudada ao chão tornou meus passos mais lentos do que o normal, e eu rapidamente abracei meu próprio corpo e apertei meu casaco na tentativa falha de me esquentar. O dia estava clareando e eu sabia que o sol nasceria em breve, estava constantemente tentando não me concentrar na dor que Hoseok sentia e na raiva que Yoongi exalava. Todavia o medo das palavras de Taemin tomaram conta da minha mente: "Hoseok está ferido", aquilo precisava ser mentira.

Lembrei de Junseo e de todo o mal que aquele alfa me causou ainda no Leste. Toda a perseguição doentia de um homem que jurava querer me reivindicar mesmo sem o meu consentimento. Sofri meses após o meu primeiro heat com aquele lobo me perseguindo, ele chegou a pedir permissão ao alfa lupus líder da matilha que inacreditavelmente concedeu a bênção do casamento, e depois disso, tudo só piorou.

— Eu te matarei e largarei teus pedaços pelo meio da floresta — ouvi a voz de Yoongi ao longe quando me aproximei de onde estavam. A presença dele era tão forte que fiquei tonto por alguns segundos, queria me ajoelhar perante ele. — Com que direito tu tocas no que é meu?

Meus olhos captaram Junseo em sua frente assim que me escondi atrás de uma moita. Hoseok estava de joelhos logo atrás de Yoongi, e ele segurava a própria perna como se estivesse gravemente machucado. Meu lobo entrou em desespero.

— Taehyung? — o alfa gargalhou enquanto segurava uma espada melada de sangue. — Estás falando daquele ômega sujo?

— Lava a tua boca para falar dele! — Hoseok grunhiu e eu soube que a dor de sua perna ia além do que eu imaginava. 

— Estou falando de Hoseok, quem tu pensas que é para machucar o meu alfa? — a voz de Yoongi saiu mais grave do que o comum, seus olhos estavam completamente vermelhos. — Desejas morrer?

Pude ver Hoseok surpreso com a fala de Yoongi, estava claro que ele iria defendê-lo, afinal tivemos um imprinting nós três, mas até eu esperava que demorasse um pouco mais para o alfa se acostumar com a ideia. Em síntese, foi Hoseok quem tomou nossas terras e ainda me marcou como seu, sem sequer hesitar, mas por enquanto isso não parecia incomodar o alfa do Sul.

— Espera aí — Junseo apertou os lábios em um fio e arqueou a sobrancelha, parecia deveras confuso. — Estás me dizendo que Hoseok é teu alfa? O alfa que me treinou esses meses todos se submeteu a outro de sua categoria? Que vergonha — a voz enjoativa daquele homem me fez querer vomitar, não tinha dúvidas que ele provocaria. — E Taehyung? Marcaram o meu ômega? Ora, sabemos que é a mim que ele deseja.

Yoongi foi rápido em se aproximar de Junseo sem que ele esperasse o ataque. Suas mãos fortes e firmes seguraram o alfa pelo pescoço, apertando tão forte que ele foi obrigado a soltar a espada banhada de sangue. O alfa segurava Yoongi pelos braços, tentando o fazer abrir as mãos a qualquer custo, mas ele parecia não ceder pela sede de vingança que sentia.

— Taehyung é meu — eu quase rosnou, e aquilo fez o meu corpo se arrepiar inteiro. — Tu entendestes? Tão meu quanto Hoseok, ambos são, então não ouse colocar o nome deles em sua boca imunda. Vou te fazer pagar por ter tocado nos dois, se arrependerá amargamente do que fez.

Olhei para Hoseok de longe e o vi tentando se levantar, sangue escorria pela neve sob seus pés e eu sabia que o sangramento em sua coxa não tinha parado. Seus olhos me alcançaram por um segundo e eu o vi farejar o ar, ele tentou descobrir se Junseo podia me sentir, mas a única coisa que se podia cheirar era o seu sangue que encobria o meu aroma.

Ele conseguiu ficar de pé, seus olhos percorreram o ferimento em sua perna direita e ele grunhiu ao tentar colocar o peso sob ele, algo que não passou despercebido por Yoongi que rosnou ainda olhando para Junseo.

— Seu alfa está ferido — disse ele com dificuldade visto que Yoongi não havia afrouxado o aperto — Não deveria prestar atenção nele? O sangue está correndo e o tempo está se esgotando — o alfa o apertou mais e ele sorriu cada vez mais — Se ele morrer — sua voz era apenas um sussurro — Taehyung vai sofrer..

— Não solte-o — Hoseok falou atrás dele sem se importar com seu ferimento — Mate-o, eu ficarei bem.

— Precisas sair daqui e ir até Janet, ela está com os ômegas que chegaram do Norte. Consegues ir sozinho?

— Não — seus olhos pousaram em mim por um instante — Taehyung pode me ajudar.

Junseo foi rápido em capturar a minha presença, o que fez Yoongi apertá-lo mais ainda, antes de virar para me olhar.

— Devias estar dormindo na cabana da mãe do Jimin, o que fazes aqui, meu céu? Te pedi para esperar lá — a voz de Yoongi me passava tranquilidade, mas ele não conseguiria me enganar visto que eu conseguia sentir sua aflição.

— Senti a sua raiva e a dor de Hoseok, não poderia ficar lá sozinho esperando. Vou levá-lo para a curandeira, ela está com os ômegas como ele informou.

— Taehyung  — Junseo soletrou meu nome com dificuldade já que respirar estava cada vez mais difícil, Yoongi o apertou mais e voltou a encará-lo com um semblante assustador. — Estás mais bonito do que nunca.

Os olhos de Hoseok semicerrados entregavam a sua ira, sua presença estava tão esmagadora quanto a de Yoongi.

— Olhe para ele novamente e tu ficará sem teus dois olhos — a voz do alfa machucado soou como o vento, tão leve que nem parecia uma ameaça.

Ele me observou novamente quando Yoongi quase quebrou o maxilar de Junseo só para que não me olhasse. Saí de trás do arbusto onde permanecia e fui até o Hoseok tendo a certeza de que precisaríamos ir o mais rápido possível. O alfa foi rápido em passar os braços pelo os meus ombros de forma que não me machucasse quando fiquei em sua frente, e então, o envolvi pela cintura a fim de não deixá-lo colocar mais peso sobre a perna ensanguentada.

— Escute-me Yoongi — ele falou quando já estávamos prontos para sair — Por mais que eu queira que tu acabe com a vida desse desgraçado, eu gostaria que esperasse Jungkook chegar. Como alguns ômegas já estão aqui, acredito que ele esteja a caminho de casa. Coloque-o preso em algum lugar, quando o líder chegar ele mesmo ordenará sua morte.

— Sabes o quanto isso é difícil? Sinto o gosto ferroso de sangue em minha boca — Yoongi respondeu sem tirar os olhos do alfa que estava com os lábios roxos.

— Sinto tudo o que tu estás sentindo, tenho tua marca em meu pescoço — ele suspirou voltando a olhar em minha íris, seus olhos estavam na coloração normal e ele estava ficando ainda mais pálido — Mas acredito que o líder queira uma explicação, Junseo é um de seus homens e tenho certeza que ele não irá deixar isso passar.

— Jungkook não me matará — o alfa que continuava nas mãos de meu alfa, falou — Ele é fraco, e eu sou um ótimo mentiroso.

— Isso é o que vamos ver, seu bastardo — Yoongi sussurrou e apertou-lhe ainda mais forte até que o alfa caísse desfalecido no chão devido a falta de oxigenação.

Ele rosnou porque seu lobo estava inquieto, e se virou para observar nós dois repentinamente.

— Podem ir, irei prendê-lo em uma cabana segura e encontro os dois em alguns minutos, estás bem Hoseok?

— Sim, estou — ele mentiu.

— Não, tu não estás bem. Consigo sentir teu lobo enfraquecendo. Taehyung seja rápido, cuide dele por favor, chegarei em breve.

— Achei que tu sentias raiva de mim — o alfa machucado falou se apoiando mais em meus braços — Marquei Taehyung e tu ainda me defendestes, devo acreditar que teremos paz um dia?

— Tu estás machucado e ainda és irritante — Yoongi revirou os olhos e eu senti um pingo de humor em suas afeições — Se eu não te matar até lá, poderemos tentar. Agora vá.

— Eu te salvarei todas as vezes — cochichei quando demos as costas para sair.

— Eu ouvi isso! — Yoongi grunhiu e nós sorrimos enquanto andávamos.

J I M I N

O céu estava ficando cinza claro com o passar do tempo, e tínhamos certeza de que amanheceria em breve. Precisávamos chegar ao sul o mais rápido possível para ter certeza de que os ômegas ficariam bem em suas casas, assim como os novos alfas que haviam deixado o leste.
A neve esfriou a brisa e o tempo ficou mais escuro, porém estávamos felizes ao longo daquela estrada, Seokjin tinha se alimentado recentemente e disse que se sentia bem, então certamente ficaríamos melhor depois de dormir algumas horas.

Cochilei por alguns momentos, o balanço do cavalo e as mãos firmes de Jungkook me segurando me deram uma estranha sensação de segurança. No entanto, o sono era disperso sempre que o alfa resvalava o nariz em meu pescoço, de acordo com ele acidentalmente, mas ele fez isso de novo sob a marca da minha maldição, e meu corpo estremeceu inteiro com o breve contato.

Eu apertei seus braços com força em volta da minha cintura e o ouvi suspirar. Namjoon vinha um pouco atrás com a carruagem de Seokjin, então não havia perigo de ele sentir o cheiro da excitação de Jungkook, que estava me deixando completamente tonto. Seu corpo rígido atrás de mim mostrava o quão inseguro ele era, sua respiração rápida e seu calor me lembraram de algo muito importante naquele momento. Seu rut.

— Jungkook? — falei baixinho tentando não entregar a nossa conversa.

— Sim? — ele sussurrou em meu ouvido e eu acabei me arrependendo de ter aberto a boca.

— Queria te perguntar algo, mas não quero que use deboche para responder-me.

— Não te esconderei nada — ele garantiu.

— O teu rut, quando foi a última vez? — ouvi seu coração acelerar e aquilo me fez querer sorrir.

— Foi a três meses atrás, possivelmente acontecerá em breve.

Ponderei um pouco as suas palavras e acabei soltando o ar que eu nem sabia que prendia, entendia a seriedade de um imprinting, já tinha conhecido casais que tiveram uma união tão forte. Eu teria que pegar toda aquela promessa de nunca se deitar com um alfa e jogar no rio, o universo foi sagaz o suficiente quando me juntou a um lúpus, não teria como ficar ainda mais vergonhoso.

— Não irei pedir para que se deite comigo, não te preocupes — o alfa cortou os meus pensamentos. — Sei que tu não gostaria de se submeter, deixou isso claro na hora do seu heat a poucas horas.

— E o que tu irá fazer? — prendi os lábios quando notei o nível de minha curiosidade. — Digo, porque disseram que é algo bem forte quando se tem um imprinting, e que possivelmente tu irá enlouquecer sem o meu cheiro.

— Irei enlouquecer se te tocar sem a tua permissão — ele disse firme. — Ficarei bem como sempre fiquei, não te preocupes.

Seu discurso me deixou pensativo por um tempo, meus olhos varreram a floresta ao longo do caminho e meu lobo se sentiu um pouco desconfortável com sua maneira fácil de lidar com algo tão importante. Como ele poderia dizer que ficaria bem como sempre? Antes era diferente, porque ele podia dormir com quem quisesse, mas agora? Ele nem seria capaz de tentar. Seus instintos buscavam lírios e mel descontroladamente, não era algo que ele pudesse evitar.

— Com quem tu passavas antes? — ouvi Namjoon dar uma risadinha atrás de nós e tive a certeza que ele ouviu a minha pergunta.

— Eubin — ele disse sem muito interesse. — É a ômega que estava nos esperando em frente a cabana onde Seokjin estava. 

— Pensas em passar com ela? — meu interesse pareceu o divertir visto que a sua voz ficou um pouco menos rígida.

— Penso em passar sozinho — ele sanou a minha curiosidade. — Não acho que o meu lobo ficará satisfeito tocando nela agora que estou ligado a ti.

— Entendo — respirei fundo tentando controlar a alegria repentina que meu lobo sentiu, ele parecia feliz em saber daquilo.

— Com quem tu passavas antes de mim? — sua pergunta me surpreendeu. — Tu era um alfa, tinha algum ômega em vista?

— Taemin — decidi deixar claro e notei a sua presença ficar mais forte. — Mas como ômega não é algo que eu possa fazer novamente.

— Dissestes que precisava se apaixonar por um ômega para que a maldição acabe, e Agnes confirmou — ele lembrou-me e eu fechei os olhos sabendo exatamente o que ele iria perguntar. — Achas que será capaz disso depois do imprinting que tivemos? Achas que conseguirá resistir à ligação?

— Sou forte o suficiente — blefei. — Ouvistes o que ela disse, posso fazer o que bem entender.

— Teu corpo se arrepia em contato com o meu e teu cheiro está extremamente forte — ele entregou baixinho para que Namjoon não escutasse. — Sei que me desejas e sei que estás cada vez mais encostado ao meu corpo porque está buscando por mais, quando irá parar de negar? — seu nariz voltou a resvalar em minha pele, e eu acabei me afastando bruscamente.

— Não irei ceder, eu não posso — soltei seus braços e virei o meu rosto para que pudesse olhá-lo enquanto falava. — Não me sinto eu mesmo, tu não entendes? Eu não nasci ômega, fui alfa a vida inteira e agora só consigo me sentir vulnerável o tempo inteiro. Sabes o que é isso?

— Segundo Agnes, tu és mais forte que qualquer um ser já existente, só precisas ter calma. Irá descobrir como recuperar os teus poderes, e quando isso acontecer, não te sentirás mais assim.

— Quero acreditar nisso — suspirei voltando a olhar para o caminho. — Mas ainda assim, não posso conviver com uma maldição. Ela precisa ser quebrada.

— O que acontece se tu se apaixonar por um alfa? — ele perguntou despretensiosamente.

— Bom, segundo ela a minha marca irá escurecer caso eu me apaixone por um alfa. Ela deixará de ser vermelha, e se tornará preta, da mesma cor que a dela. Tu vistes?

— Vi desde a primeira vez — ele afirmou.

— Se acontecer será um aviso de que em breve não haverá mais volta. Se ela sumir, é porque não terá mais como quebrar a maldição, e então, me tornarei ômega para sempre.

No final da minha explicação, o alfa ficou em silêncio, parecendo entender minha situação desastrosa. Ninguém além de Yoongi perguntou como eu realmente me sentia sobre tudo isso, talvez as coisas estivessem melhorando aos poucos com o passar do tempo, mas as mudanças no meu humor e corpo ainda me deixavam um pouco desconfortável.

No entanto, o céu começava a ficar claro e o dia ia subindo, a neve já não caía sobre as nossas cabeças e estávamos muito perto da nossa aldeia prontos para iniciar as nossas tarefas receptivas. Eu me preocupei visto que Namjoon e Seokjin não tinham dormido ainda, Jungkook não parecia cansado e eu sabia que ele não iria parar por um segundo para descansar até que todos os ômegas estivessem alojados, mas eu entendia bem.

Minha mãe provavelmente já estava sofrendo com a dor da perda e isso fez meu coração afundar, mas eu não podia reclamar sabendo que tinha sido uma batalha vencida, Jungkook como líder do Sul traria enormes benefícios.

— Vamos decidir o que fazer agora, Jeon — Namjoon disse cavalgando ao nosso lado. — Chegaremos em alguns minutos e seguiremos para os aposentos dos ômegas. Lá irei procurar a curandeira e pedirei para examinar Seokjin, apesar do fato de achar que ele está bem. Em seguida, procuraremos Youngjae e Junseo para ver se os ômegas marcados que chegaram antes estão bem. Verificado isto, penso que é uma boa ideia iniciar a construção das novas casas de pedra. Várias famílias se mudaram do Leste para cá, e agora com todo o Norte aqui pode faltar cabanas de madeira.

— Também busco conforto para os ômegas — o alfa me surpreendeu com a declaração. — Quero tirá-los de dentro de um alojamento e colocá-los em casas separadas, cada um em seu devido lugar, não suporto saber que eles moram juntos porque o antigo líder os tratava com objetos.

Acabei suspirando aliviado com a sua decisão pois tinha certeza de que ele faria algo em relação aos ômegas e que os ajudaria, mas ouvi-lo falar com tanta certeza me deixava cada vez mais certo de que ele seria um ótimo líder. Tudo aquilo que falavam sobre ele parecia cair por terra a cada segundo que ele passava ao meu lado, o lúpus cruel e mesquinho desaparecia em meio a um alfa bondoso e gentil que buscava as mesmas coisas que eu, parecia muito bom para ser verdade.

Namjoon acabou acatando a sua ordem e ficamos em silêncio até cruzar a entrada da aldeia, por ser muito cedo, próximo as cabanas estavam o maior breu, possivelmente por todos estarem dormindo depois da batalha firme que aconteceu a algumas horas.

Cavalgamos com calma até chegarmos ao alojamento dos ômegas, e assim que avistamos a entrada, vimos várias pessoas ao nosso redor criando uma comoção que Youngjae parecia não controlar. O alfa estava na frente de todos e parecia estar dando ordens, ao lado dele estavam alguns alfas da matilha de Jungkook e eles estavam tentando abafar a algazarra que estavam fazendo, mas sem sucesso. Por isso, assim que paramos ao lado deles, o líder desceu do cavalo e me puxou para fazer o mesmo. Ele me segurou com carinho e assim que eu estava no chão, deu passos firmes em direção aos seus lobos que se curvaram em respeito no mesmo instante.

— Posso saber o que está acontecendo? — o líder os perguntou, o que fez um novo alvoroço começar, os ômegas falavam um por cima do outro e pareciam bastante irritados. — Por favor, falem um de cada vez, não consigo entender dessa forma.

— O que está acontecendo é que eles não querem os ômegas do Norte aqui com eles — Youngjae respondeu.

— Não te perguntei nada — Jungkook deu os ombros parecendo desinteressado. — Estou perguntando aos ômegas, fique fora disso.

— Jungkook — conheci a voz sendo de Eubin, a ômega olhou para o chão assim que o líder a olhou. — Posso explicar se quiser.

— Fale — ele cruzou os braços esperando, enquanto Namjoon se colocou ao seu lado.

— Nós do Norte entendemos o lado deles, aqui não tem espaço. O alojamento já acomoda ômegas demais, alguns precisam dormir no chão para conseguirem sobreviver aqui dentro. Entramos assim que chegamos e notamos que mesmo que tentássemos nos acomodar, não daria. Falta espaço, tem muita gente em um lugar só.

— Não tem mais alojamentos? — o líder me olhou parecendo confuso. — Todos ficam nesse?

— Tem mais espalhados pela floresta, porém acredito que estejam todos lotados — expliquei um tanto envergonhado.

— E onde tu ficas? — ele apertou os olhos desconfiado. — Estavas morando com teus pais?

— Não — revirei os olhos pela sua conclusão. — Estava ficando aqui nesse alojamento, eu dormia no chão visto que o meu pai havia me expulsado de casa — o vi arregalar os olhos momentaneamente.

— Então o que iremos fazer? — ele pareceu angustiado, conseguia sentir todos os seus sentimentos. — Precisamos de tempo para construir tudo e eu não os trouxe para cá para passar fome ou frio, eles estão cansados e precisam de descanso.

— Tem algumas cabanas de emergência por trás desse alojamento, que ficam ao redor do rio que corta a fronteira com o Norte. Eles podem ficar por lá, terão que dividir os espaços, mas acredito que seja mais confortável do que aqui. Tem algumas que estão abastecidas com duas ou três camas, fora alguns colchões extras, meu pai usava para abrigar líderes importantes em suas visitas. O que acha?

O líder ponderou um instante e olhou para os ômegas a sua frente que pareciam ansiosos. Não tinha como ter o total deles por hora, mas eu imaginava que se tratava de duzentos ômegas, contando com os do Leste que estavam espalhados pelos outros alojamentos.

— E comida? — Namjoon perguntou notando que Seokjin saia de dentro da carruagem, e andou até ele para o ajudar a descer. Seus braços rodearam a cintura do ômega e ele logo voltou a nos observar. — Alguém precisa ficar responsável pela alimentação deles, onde está Hoseok? Ele deveria estar aqui.

— Yoongi é o responsável pelos ômegas do Sul, sei que ele ficará feliz em cuidar de todos, junto a Jaebeom assim que o beta se recuperar — o vi concordar mediante a explicação.

— Mas e Hoseok? — Jungkook olhou para Youngjae que me encarava. — Perdeu algo? — ele se colocou em minha frente, e o alfa automaticamente rosnou. — Te fiz uma pergunta, onde está Hoseok?

— Ele foi ferido, Jeon — um dos alfas de sua matilha respondeu. — O Ômega Taemin está com a mãe do Jimin, pois Taehyung teve que tirá-lo rapidamente do meio de uma luta, possivelmente está na curandeira agora.

— Posso saber o que aconteceu? Hoseok não é de lutar sem razão, não é atoa que foi marcado e nem sequer tentou fugir — Namjoon respondeu com uma pitada de humor.

— Parece que o alfa que abusou de Taehyung está aqui — agora Youngjae respondeu. —  E é um dos seus lobos, meu líder — sua última palavra saiu forçada e pude sentir a presença de Jungkook começar a me incomodar gradativamente.

— Deve ser aquele lobo do Leste — Seokjin nos lembrou e logo se pôs ao meu lado. — Tu te lembras se Taehyung falou o nome dele quando chegou em tuas terras?

— Não — lamentei. — Mas lembro-me bem do seu cheiro, o banhei no mesmo dia que chegou aqui. É algo como grama molhada, jamais esqueceria aquele odor imundo.

Seokjin olhou para Namjoon e esse se colocou ao lado de Jungkook, que permanecia em minha frente cortando totalmente a visão de Youngjae.

— O que irá fazer? Não podemos simplesmente deixá-lo impune disso. Ele poderá fazer o mesmo com outros ômegas, fora que Hoseok deve estar querendo arrancar seu pescoço e jogar no rio — o alfa loiro ditou. — Precisamos matá-lo e usá-lo como exemplo para que isso jamais aconteça.

Jungkook se virou de repente e me encarou, sua angústia havia passado, mas a sua raiva era tão forte quanto a luxúria em seus olhos vermelhos.

— Diga-me Apollo, o que devo fazer?

Sua pergunta fez o meu coração disparar e eu sabia que qualquer lobo poderia ouvir a quilômetros de distância de onde estávamos, meus olhos arderam e eu tive a certeza que estavam dourados, meus instintos gritavam para proteger Taehyung e isso não poderia ficar mal resolvido. Engoli a seco decidindo que a morte seria o preço justo, o ômega ainda ficaria com aquele maldito dia preso em suas lembranças, mas dormiria mais tranquilo sabendo que o alfa que lhe tocou já não faria aquilo nunca mais.

Quando dei um passo a frente para que pudesse respondê-lo, meus olhos rolaram de repente e a minha visão ficou completamente negra fazendo meus passos pararem.

Meu corpo amoleceu e minha respiração ficou difícil, tentei piscar e me mexer mas absolutamente nada acontecia, parecia que eu estava preso dentro de mim mesmo. Senti os braços de Jungkook me amparar antes que eu pudesse cair no chão coberto por neve, e os barulhos e chamados que escutava parecia cada vez mais distante. Eu tinha consciência de que estava acordado, mas não conseguia ouvir absolutamente nada.

Minha mente ficou em branco e repentinamente pude enxergar de olhos abertos um rapaz de cabelos negros até os ombros indo em direção a uma cabana que ficava no meio de uma vila. Ele parecia farejar algo e seus punhos estavam fechados como se tentasse controlar os seus instintos, parecia um sonho, eu conseguia ver nitidamente quando o lobo adentrou dentro do casebre que mais parecia um estábulo, e em poucos segundos tive a visão de dentro do lugar, havia um ômega deitado e ele se dizia chamar Apollo.

São lembranças, a minha mente gritou. Agnes havia dito que a partir de agora eu começaria a lembrar de minha vida passada, tudo relacionado ao Apollo apareceria em minha mente, e então fui rápido em identificar o frágil ômega deitado próximo ao feno, o alfa possivelmente seria alguém que iria ajudá-lo no futuro, e talvez, fosse assim que eles se conheceram.

Não podes dizer isso, ômega, estou no controle agora mas o meu lobo pode acreditar em tuas palavras. Não tens ideia do quanto estou me segurando para não te atacar.

— Qual é o teu nome, senhor?

— Jungkook.

Senti meu corpo inteiro tremer ao ouvir aquele nome, minha cabeça doía e a imagem dos dois foi ficando cada vez mais fraca na medida que o meu desespero cresceu.

Meu coração batia forte e eu apertei os olhos tentando acordar a todo custo, mas foi quando eu senti o cheiro de erva doce que todo o meu corpo tencionou e eu acabei saltando, acordando no pulo notando que já não estava mais em meio aos ômegas, e sim, dentro de uma cabana com Jungkook ao meu lado me olhando um tanto preocupado.

O alfa estava sentado no meu lado esquerdo, seu cheiro inundava o cubículo onde estávamos, e eu cheguei a conclusão que demorou mais do que o esperado para que eu acordasse.

— Tu estás bem? — ele perguntou levando a palma até a minha testa, sua face se contorcia em confusão e eu sentia seu medo por toda parte. — Tu desmaiaste a algumas horas, fiquei com medo que tivesse sido pelo seu heat que acabou no mesmo dia que começou.

Eu pisquei confuso e olhei para o teto por alguns segundos, lembrei-me da visão que tive enquanto estava apagado e de ter a confirmação de que Jungkook fazia parte da minha antiga vida. Era realmente algo difícil de engolir, éramos predestinados? O que havia acontecido com os dois?

— Acho que te amei no passado — minha voz saiu como um fio.

— O quê? — ele franziu o cenho.

— Eu te vi com o Apollo, acho que o desmaio foi devido a uma lembrança da minha vida passada. Nos conhecemos naquela época, acho que foi isso que a Agnes quis dizer com reencontro.

— O amor não é egoísta — ele falou baixinho ainda me encarando. — Lembra-te do que ela disse?

Talvez Apollo tenha se apaixonado na vida passada, e talvez ambos tenham se sacrificado para salvar uma nação — repeti o que lembrava. — Será que eles morreram? Quer dizer, será que eu e tu morremos juntos no passado?

— Não sei, não entendo nada do que aquela bruxa fala — ele suspirou audível. — Acho que tu será o único que irá entender, visto que tuas lembranças estão voltando.

— Ela falou algo sobre uma espada das almas — apertei os olhos tentando lembrar. — Ou será que Apollo empunhará a espada das almas para não correr o risco do mundo colapsar? — recitei o que ouvi.

— Isso — Jungkook afirmou. — Não entendi o que ela quis dizer, mas na hora do nosso imprinting, tive a visão sua segurando uma espada banhada de sangue, foi ali que tive a certeza de quem tu eras.

— Ela fala sobre uma batalha e eu não entendo o que acontecerá no futuro, acredito que essas visões irão me mostrar o que aconteceu, e se isso tem haver com a morte de Apollo.

— Achas que tivemos alguma ligação no passado? — o olhei ao final da pergunta. — Digo, ela falou que talvez tivéssemos nos apaixonado.

— Não tenho certeza, a visão só me mostrou a maneira que nos conhecemos. Que inclusive, me lembrou muito como nos conhecemos agora. No passado, eu estava em um estábulo, e tu entrou quando sentiu o cheiro do heat do Apollo. A visão acabou assim que tu dissestes o teu nome, não sei o que aconteceu depois.

— Possivelmente Apollo me deu um pé na bunda — ele sorriu sem humor.

— Talvez — concordei o fazendo revirar os olhos. — Teremos a resposta em breve quando eu vir a desmaiar novamente.

O alfa concordou em silêncio e eu voltei a observar o teto sentindo o meu corpo completamente cansado. Parecia que eu havia passado a noite correndo de tão dolorido que estava, mas imaginava que fosse o cansaço emocional, não era fácil voltar a mais de mil anos atrás.

— Tens notícia de Yoongi? — o perguntei assim que lembrei. — Hoseok e Jaebeom? — meus olhos se encontraram com os seus. — Quantas horas fiquei aqui? E inclusive, onde estou?

— Uma pergunta de cada vez, lindo — ele sorriu ao fim do apelido, pareceu estar mais tranquilo do que mais cedo. — Yoongi está com Hoseok e Taehyung em sua cabana, ainda não tive a oportunidade de encontrar Junseo, mas soube que teu amigo o prendeu em uma cabana não muito longe. Hoseok feriu a perna, mas a senhora de tua matilha cuidou bem dele, estará de pé em breve — suspirei aliviado. — Jaebeom o beta que se feriu na fronteira está sob os cuidados de Eubin e Changkyun, elas são boas com ervas, então ele ficará bem, nos curamos rápido, sabes disso. E tu estás desacordado a doze horas, eram cinco da manhã quando caístes, e o dia já está indo embora.

— Tudo isso? — pisquei confuso quando olhei para fora da cabana.

— Sim, aproveitei para ficar contigo aqui, então dormi ao teu lado até uns minutos atrás, acordei com Namjoon chamando para trazer a tua comida.

— Dormiste comigo? — arregalei os olhos e olhei para o lençol que me cobria, fui rápido em levantar e constatei que estava apenas com uma peça de roupa que cobria a minha virilha. — Por que estou nu? E onde estou? Jungkook, tu não-

— Dormi — ele deu os ombros. — Tu estás na minha cama, aqui é o lugar onde irei ficar, e não, tu não está nu. Tua roupa ficou molhada devido à neve e eu tive que tirá-la ou então tu iria ficar doente. Agradeça a Seokjin por não permitir que eu te deixasse sem nada, eu teria tirado se não fosse ele, afinal, não seria mais surpresa para mim.

Grunhi em resposta e ele me olhou confuso, parecendo que realmente aquilo seria uma coisa comum. Não iria contestá-lo de qualquer forma, ele estava preocupado e aquilo era nítido pelo cheiro do medo que exalava no cômodo.

— Na próxima vez que tentar tirar as minhas roupas, peça permissão — resmunguei e ele sorriu ficando de pé.

— Existirá uma próxima vez, então? — seu tom deixava a mostra o seu humor e aquilo fez meu lobo ficar agitado.

— Não — mordi o lábio inferior ao vê-lo trazer um prato enorme de carne e batatas — Estas tentando me engordar para poder me comer? — cruzei os braços e ele colocou o prato sob minhas pernas cobertas.

— Não irei te comer no sentido literal — ele piscou e se virou para ir até a entrada da cabana. — Se alimente e tome banho, precisamos ir até a cabana onde Junseo está antes que anoiteça totalmente.

— Como está Seokjin? — olhei para o prato e peguei um pedaço de carne com a mão, não me importava se ele estava observando.

— Está bem, ajudou os ômegas a se estabelecerem, e conheceu o povoado inteiro antes de ir descansar. Ele também foi até a sua mãe, estava preocupado com ela.

— Ela está bem? — meus olhos encontraram os seus.

— Sim, está dormindo desde a hora que saímos de madrugada. Segundo Seokjin isso é normal, ela só irá acordar quando o lobo dela estiver pronto para viver sem a sua outra metade.

— E aí as dores começarão — completei o que ele iria dizer. — Espero que ela fique bem, é a única pessoa que tenho nesse mundo.

— Não é a única — ele respondeu rápido. — Mas tu já sabes disso, então deixarei que coma em paz. Quando terminar, estarei aqui fora, por favor se apresse.

E assim, Jungkook saiu deixando meu lobo agitado de uma forma que eu não conseguia explicar.

J U N G K O O K

Deixei Jimin comendo dentro da cabana onde agora eu iria residir, e respirei fundo assim que saí, encostando o meu corpo na madeira da porta quando a fechei logo atrás de mim.

Engoli a seco e tentei acalmar o meu lobo que estava completamente alvoroçado, o pensamento de ter Jimin em minha cama, dormindo ao meu lado, se alimentando e deixando-o ser alimentado, espalhando seu cheiro pelos meus lençóis, e me abraçando para se aquecer, fazia o meu lado irracional ficar completamente possessivo sobre ele.

Meu.

Meu lobo agitado parecia gostar dessa ideia, e demorou um pouco para que eu conseguisse finalmente tirar isso da minha cabeça, eu não poderia ser tão fraco perante ele, não poderia ser egoísta.

Ouvi os passos dele pelo chão de madeira e entendi que ele estava indo se banhar para que pudéssemos sair. A imagem dele nu, molhado e deitado na cama abaixo de mim, fez o meu corpo novamente ascender tomado pela luxúria. Seu cheiro, sua voz, sua pele delicada e seu corpo inteiro era uma tentação tão forte que eu me perguntava como ele aguentava essa atração genuína, tinha certeza que era de ambas as partes, não podia sofrer com isso sozinho.

— Jungkook — ouvi meu nome ser chamado por Youngjae que estava agora parado a alguns metros de distância. O alfa mantinha a expressão firme e parecia estar com raiva de algo, acabei indo em sua direção, descendo alguns batentes de minha cabana até o solo. — Precisamos conversar.

— Precisamos? — parei em sua frente e cruzei os braços, sabia exatamente o que ele gostaria de falar, então esperei pacientemente que ele começasse.

— Fiz o que tu pedistes. Traí a minha matilha e te ajudei a conquistar as terras sulistas, em troca apenas pedi uma coisa que foi Park Jimin, e agora soube que ele está sob o seu teto.

— Ele não é uma coisa — rosnei em resposta.

— Tire-o daí, irei levá-lo para a minha casa.

— E quem tu pensas que é para chegar aqui e querer levar alguém contigo, sem ao menos saber se é de seu gosto? Ele não quer ir, e ele não irá — bati o pé no chão e ele arqueou a sobrancelha, pareceu desafiado a tentar.

— Dissestes que eu podia cortejá-lo, e foi isso que fiz.

— Cortejou e ele ainda não quis, uma pena.

Vi suas mãos fecharem em punho e tive a certeza de que ele iria batalhar pelo meu ômega. Meu. Droga, pelo Jimin. Não podia continuar com esses pensamentos.

— Quero falar com ele — o alfa exigiu.

— Mas não vai — dei os ombros notando que o dia já estava escurecendo.

— Tu não podes decidir isso por ele, não és um alfa que dá opções aos teus ômegas? — sua pergunta era carregada de segundas intenções, e eu soube no momento em que ele deu dois passos à frente para chegar ainda mais perto. — Tu não irás me querer como inimigo.

— Isso é uma ameaça a teu líder, Youngjae? — dei um passo à frente até que estivéssemos perto demais. — Quer conhecer o meu lobo? Ele irá te esquartejar aqui mesmo.

— É só um ômega, Jungkook, por que estás fazendo tanta questão? Eu avisei que o queria.

— Não é só um ômega, alfa. Ele é meu ômega, e é bom que saibas disso.

— O quê? — parecendo atordoado ele deu alguns passos para trás.

— Nós tivemos um imprinting, então não adianta tentar algo porque nada pode nos separar. Agora saia de minha vista, não quero que ele te veja aqui, suma.

O alfa confuso e com a expressão de puro choque, saiu da minha frente em passos rápidos como foi ordenado, sem dizer mais nada. Acabei soltando o ar quando ele já estava longe o suficiente, não tinha certeza do que ele era capaz, havia traído o próprio povo, não seria ingênuo em confiar em alguém assim com o caráter duvidoso.

Olhei para o céu e deixei com que a raiva e o desejo fossem embora, se deixasse Jimin ficar na casa de sua mãe, com certeza o alfa iria atrás dele. Passei a mão pelo rosto tentando conter o ciúmes que me inundava, ele não precisava voltar para casa, não é? A casa dele agora sou eu.

[...]

Jimin andava um pouco à frente, enquanto seguíamos para a cabana de Yoongi a fim de resolver as coisas com Junseo. O ômega não havia dito uma palavra sequer desde que saiu de minha casa, e aquilo estava me deixando um pouco preocupado. Ele estava bem? Desde de que desmaiou, parecia um pouco mais calmo do que nas últimas vinte e quatro horas, e eu não tinha certeza se aquilo era algo bom.

Caminhamos rápido, ele parecia ansioso para entender o que aconteceu, então decidi não provocá-lo, ele ainda não havia me dito o que fazer, e eu iria deixá-lo decidir visto que Taehyung é um ômega do Sul.

Passamos por alguns alfas do Sul que encaravam fixamente o antigo alfa, eles nem ao menos disfarçavam seus feromônios, enquanto Jimin não parecia ligar. Meu lobo ficava feliz por vê-lo ignorar todos, mas ao mesmo tempo tinha vontade de matá-los e arrancar-lhes a cabeça em meio ao povoado para que nenhum voltasse a fazer o mesmo.

— Jimin — ouvi a voz de Seokjin logo atrás de nós, ao seu lado Namjoon vinha carregando uma cesta de maçãs, ele me ofereceu uma quando parou ao meu lado. — Estão indo até Yoongi?

— Sim, ele deve estar angustiado — o ruivo respondeu.

— Eu imagino que sim — o ômega segurou o braço de Jimin para que pudessem andar juntos, e assim, continuei caminhando observando os dois conversarem, enquanto Namjoon também me seguia. — Enquanto não chegamos, quero te perguntar algo.

— Tudo bem.. — Jimin respondeu desconfiado.

— O que irá fazer no rut de Jungkook? — sua pergunta surpreendeu tanto ao Jimin, quanto a mim.

— Seokjin! — chamei deixando transparecer a minha raiva, e ele apenas me olhou sorrindo como se não ligasse a mínima.

— Não ligue para ele — Jin disse. — Ele rosna, mas não morde. É a minha criança grande, o mimei, a culpa é minha.

Jimin pareceu achar graça e sorriu enquanto ainda caminhavam juntos, ele não pareceu ligar para o meu chamado, então respondeu mesmo sabendo que eu ouviria.

— Ele disse que iria passar sozinho.

— Besteira! — Seokjin quase gritou. — Ele sairá de onde estiver e irá procurar por ti onde quer que estejas. Na última vez, Namjoon entrou no cio e eu estava preparando as comemorações de lua cheia. Ele me pegou no meio da matilha inteira e gritou que queria me dar o nó em cima da mesa.

— Céus! — Jimin gargalhou e eu tive a certeza que era o melhor som do mundo.

— Namjoon sempre foi calmo, mas quando ele entra no rut eu passo dias sem conseguir andar, ele me pega com tanta força que eu só tenho a agradecer mesmo. Não vou mentir.

— Seokjin! — voltei a chamar e Namjoon só sorria ao meu lado. Ele jamais contrariava Jin, então só restava a mim para impor limites.

— Estou passando experiências, Jungkook, não me atrapalhe — ele reclamou e voltou a andar de braços dados com Jimin. — Tu nunca se deitou com um alfa, não é? Então irei te contar tudo.

— Bom, eu era um alfa, então acho que sei de tudo — ele brincou e Seokjin gargalhou.

— Esqueci desse detalhe, mas acredito que não seja a mesma coisa — animado ele deu os ombros. — Mas o ponto é, precisam conversar sobre isso agora, porque o cheiro de Jungkook está deixando os ômegas agitados, e eu tenho certeza que tu não quer que ele te pegue dentro da casa de tua mãe.

— Credo, não! — ele parou de andar e me olhou. — Vamos conversar agora, Jungkook, venha rapidinho e nós já voltamos para o plano inicial. Podemos ir até aquela árvore, não iremos demorar.

Seokjin pulou e bateu palmas animado por ter conseguido o que queria, já Namjoon, bateu no meu ombro desejando sorte. Eles ficariam ali próximos esperando, e eu tinha certeza que tudo aquilo era um plano.

Acabei seguindo Jimin até a árvore que ele queria e esperei que ele falasse, seus olhos passearam pelo local e logo se voltaram para mim, me perdi ali por uns segundos. 

— Vou passar o seu rut contigo.

— Tu sabes que não precisa fazer isso, não é? — perguntei um tanto aflito — Eu posso ficar trancado durante a semana, tenho certeza que Namjoon pode assumir o controle por mim.

— Sabes que eu também irei sentir tudo o que teu lobo sentir, não sabes? Estou fazendo isso por mim, não deixe seu ego crescer.

— Posso passar com outra pessoa — cruzei os braços frente ao corpo e o vi não acreditar em minhas palavras. — Não necessariamente precisa ser contigo.

— Se tu quiser morrer — Apollo também cruzou os braços frente ao corpo — Tente alfa, e te mostrarei com quantos paus se faz uma canoa.

Seokjin, que observava a conversa de longe, gargalhou mordendo o ombro de seu alfa para conter os gritos de euforia. Namjoon também sorria contido enquanto descascava uma maçã para Jin, ele sabia bem que eu podia ouvir na distância em que estávamos.

— Prevejo casamento e uma família feliz — Jin comentou pegando a maçã e arrancando um pedaço grande — Será tão feliz quanto o nosso, tenho certeza.

— Apollo tem um gênio difícil, ele não me parece um ômega que irá ceder fácil aos sentimentos, amor.

— E quem disse que precisa ser fácil? Ninguém gosta de coisas fáceis. Não vê tu? Quase morrestes tentando me conquistar — o ômega soltou uma risadinha frouxa.

— Pelo menos consegui — o alfa deu os ombros — Faria tudo de novo se fosse para ficar contigo outra vez.

Seokjin apertou o nariz de Namjoon e deixou um beijo molhado em sua bochecha. Ele mastigava pacientemente a fruta, enquanto estavam sentados em um tronco próximo a floresta, animados escutando a nossa conversa.

— Estás me ameaçando? — sorri sem humor deixando meus braços solto rente ao corpo — Tens muita coragem.

— O que queres que eu diga? Estou dizendo que quando o momento chegar, eu estarei pronto.

— Achei que pediria para que eu ficasse com Eubin.

— Tu não conseguirá fazer isso, Jungkook, estás ligado a mim. Qualquer ômega que chegar perto de ti, irá te fazer sentir mais raiva, porque será a mim que tu buscará — ele falou tranquilamente enquanto observava a neve cair em cima das árvores — Mas se quiseres tentar, fique à vontade. Lembre-se que eu também poderei tentar com Youngjae que com certeza estará interessado em passar comigo.

— Não ouse! — rosnei ficando cara a cara com o ômega — Tu dissestes que jamais iria se deitar com um alfa.

— Tu não és um alfa qualquer, Jungkook — Jimin me olhou e me segurou pelos ombros deixando seu nariz resvalar calmamente no meu — Tu és o meu alfa, és meu e sabes disso.

Engoli a seco quando olhei fixamente em seus olhos, suas respiração quente se misturando com a minhas deixava o meu lobo tão feliz que eu poderia explodir se não o reclamasse como meu.

Seus olhos desceram até os meus lábios e as minhas mãos automaticamente seguraram-o pela cintura, seu cheiro se intensificou e eu me perguntei se estava sonhando com aquele momento. Ele estava mesmo tão próximo assim? Talvez estivesse se sentindo da mesma forma que eu, não tinha como ficar distante.

— Não podes dizer tão abertamente que sou teu — sussurrei próximo aos seus lábios. — Eu posso acreditar, não tens medo?

— Tenho — ele confessou. — Não queria estar tão próximo assim, mas o meu lobo está ficando louco com o teu cheiro.

— Podes me rejeitar — lhe dei a opção. — Sabes que eu não te tocarei se tu não me quiseres.

— Tu seria capaz de me rejeitar? — ele me perguntou parecendo curioso focando agora em meus olhos. — Teus olhos estão carmim, o cheiro do teu desejo dá para ser sentido a quilômetros. Não seja teimoso, passarei contigo porque é o que meu lobo quer.

— Não achas perigoso? — meus dedos apertaram mais a sua carne até que ele estivesse totalmente colado em mim. — Tua maldição pode não ser quebrada se tu se apaixonar.

— Não chegaria a tanto, Jungkook — ele revirou os olhos ainda segurando os meus ombros. — Eu estou ligado a ti, vou sofrer o mesmo se te deixar sozinho. E eu não quero sentir dor.

— Será apenas por isso? — quis saber a verdade em seus olhos. — A algumas horas antes de teu heat chegar ao fim, tu não querias que eu te tocasse.

— Parece que isso mudou agora que não consigo aguentar o teu cheiro, está ficando mais forte, precisamos resolver o que fazer com Junseo antes que piore.

— Certo — o soltei a contragosto para que ele se afastasse, porém ele permaneceu no mesmo lugar. — Vamos?

— Eu estou lutando contra o meu lobo, tu não tens noção do quanto ele é forte e determinado. Talvez seja por ser um lúpus, ou por ser apollo, mas ele não quer obedecer os meus comandos.

— Diga-me o que ele quer, talvez eu possa ajudar.

— Provar seus lábios, Jungkook — o ômega falou abertamente, sem vergonha alguma. — Seu gosto é o que quero.

Olhei para os lados e notei que não havia ninguém por perto, ouvi alguns passos minutos antes e com certeza era Seokjin e Namjoon nos deixando a sós. Meu corpo inteiro respondeu ao pedido de Jimin, e eu quis uivar por me sentir tão necessitado. Tinha consciência de que a ligação era forte, mas não fazia ideia que era tão grande a ponto de querer tirar toda a sua roupa ali mesmo em meio a floresta e tomá-lo.

— Tem certeza que é isso que tu quer? Horas antes estávamos brigando por qualquer vento que batesse — quis ter certeza de sua escolha.

— Jungkook, me beija logo antes que eu me arrependa.

Suspirei antes de tomar seu rosto em minhas mãos, e me abaixei um pouco para alcançar seus lábios que tocaram sutilmente nos meus em um selinho casto e inocente.

Senti seu corpo tensionar para que ficasse na ponta dos pés, e ele logo enroscou os braços em meu pescoço para obter apoio. Sua boca pediu abertura e eu dei, deixando que colocasse a sua língua para que viesse de encontro com a minha. E quando isso aconteceu, soltei seu rosto e o puxei pela cintura, apreciando o sabor de sua boca e o contato do seu corpo no meu.

Suas mãos puxaram levemente o meu cabelo e eu notei a sede do seu beijo, aprofundei dando o que ele queria e então nossas bocas trabalharam rápidas e necessitadas, tão delicioso que nunca poderia imaginar algo igual. Ele fundiu os nossos corpos ficando ainda mais colado em mim, sua língua brincava tomando toda a minha boca, e os suspiros que ele soltava me deixava em estado de frenesi, o nível de excitação só cresceu e seu cheiro de lírios e mel estava me deixando completamente zonzo.

Ele gemeu, seus dedos se enroscaram no meu cabelo e ele sugou a minha língua, voltando a buscar mais, absolutamente entregue. Minhas mãos adentraram em sua camisa folgada e eu senti a sua pele quente em contato com as minhas mãos gélidas, deixei um aperto forte quando ele mordiscou o meu lábio inferior e voltou a me beijar, foi o suficiente para ele me empurrar sem quebrar o beijo até que eu estivesse encostado no tronco da árvore logo atrás de mim.

Ele me prensou contra a plataforma firme, suas mãos abandonaram o meu pescoço e ele dedilhou o meu peitoral até que estivesse no início da minha calça de algodão. Outro suspiro. Sua destra desceu e ele se afastou um pouco ainda me beijando, para ter espaço de tocar onde queria.

Sua palma roçou em meu membro duro e ele gemeu ao sentir a circunferência. Sua língua passeava pela minha boca, enquanto eu deixava que ele tomasse o quanto quisesse de mim. Ele tirou a mão e a levou até o meu rosto, sua virilha se esfregou na minha e foi a minha vez de gemer pelo contato que mostrava que ele estava tão excitado quanto eu.

Minhas mãos deixaram a sua cintura e eu deslizei para suas costas, até que encontrasse a carne macia de sua bunda e deixasse um aperto firme. Suas mãos desceram e apertaram os meus ombros, seus suspiros ficaram mais frequentes e eu desejei que aquele beijo não acabasse tão cedo.

— Jungkook — ele chamou dentro do beijo e eu quis rasgar as suas roupas, seu cheiro estava atiçando os meus sentidos e me deixava completamente fora de mim.

— Hum? — o virei rapidamente fazendo com que ele se encostasse no tronco para que eu pudesse conduzir melhor. Abandonei seus lábios para respirar um pouco, e desci deixando beijos molhados pelo seu pescoço, até chegar na sua clavícula.

— Eu acho que.. — ele gemeu quando sentiu meu dedo apertar seu mamilo ainda por cima da camisa fina que vestia. — Meu cio.. Jungkook, eu acho que.. — ele puxou meu rosto até que estivesse novamente na frente do seu, sua boca buscou a minha novamente e engoliu a sua fala, deixando o que queria dizer para depois, totalmente tomado pelo desejo.

Apertei-o fortemente contra meu corpo e ele colocou ambas as mãos dentro de minha camisa, suas mãos alisaram o meu abdômen fazendo meu membro fisgar pelo toque inesperado, e eu deixei seus lábios novamente, passando a língua pelo seu queixo, até que voltasse para dentro da sua boca mais uma vez.

— Precisamos parar — sua voz manhosa me incentivou ainda mais a continuar. — Alguém.. alguém pode ver — ele suspirou ao sentir agora a minha boca beijar seu mamilo por cima da camisa, ele abriu os olhos e olhou para baixo notando que eu subia a sua camisa para tomá-lo onde queria. — Jungkook.. — era um aviso. Ele olhou para os lados e não viu ninguém, seus lábios vermelhos e marcados pelas as minhas mordidas deixava meu lobo completamente satisfeito. — Se chupar aí, eu não irei conseguir parar, e nós precisamos ir.

— Diga-me que vamos continuar depois — subi novamente até que nossos lábios se tocassem e ele me beijou devagar, segurando meu rosto para me afastar aos poucos.

— Não prometo nada, mas tu pode me chamar quando a hora chegar.

Sorri em concordância e o soltei para que fossemos até a cabana de Yoongi, demos um tempo até que as coisas se acalmassem, e logo após, andamos juntos como se não tivesse acontecido no completo silêncio.

N A R R A D O R A

Youngjae estava completamente tomado pela raiva. Andava de um lado para o outro próximo a cachoeira, tentando constantemente criar um plano que pudesse matar Jungkook de uma vez, pois ele precisava ter Jimin, e se ele não iria ter, ninguém iria possuí-lo.

Passou anos negando para si mesmo que não gostava do Jimin, era repugnante para a sua classe gostar de outro da mesma espécie. Ora, como iria dizer a todos que era atraído por um lúpus? Não, era inaceitável demais. Por isso, quando descobriu sobre a maldição, não perdeu tempo algum. Buscou seu pai e pediu a sua mão, queria ele como companheiro, precisava ao menos uma vez na sua vida conseguir o que tanto queria, mas Jungkook apareceu e atrapalhou tudo. Matou o regente e ainda prometeu algo que não iria cumprir, um tolo se querem saber.

O alfa não era alguém que quisessem como inimigo, ele sabia ser cruel, odiava ser deixado para trás e se Jungkook achava que conseguiria, ele estava completamente enganado.

— Eu irei fazê-lo se arrepender disso — ele prometeu ao vento. — Ele irá sofrer e Jimin não ficará com ele, pagará por prometer algo e não cumprir. Líder sem palavra, todos saberão o quão sem caráter ele é, e ele pagará por isso, custe o que custar.

Sua promessa foi entregue à floresta como algo sublime, seus olhos varreram a escuridão e ele continuou amaldiçoando o líder em silêncio. Até ouvir um estrondo ao longe, e logo após um gemido.

Ele franziu o cenho e andou em direção ao barulho, passou pelo riacho sem se importar em molhar as calças surradas que usava, e caminhou pela as árvores a fim de descobrir o que estava acontecendo. Tentou farejar o ar, mas não captou nada além do cheiro de sangue, a neve dificultava as suas passadas em meio aos troncos, mas ele continuou caminhando até que avistou uma cabana no meio do nada.

Outro barulho alto foi captado pela sua audição apurada, e dessa vez se assemelhava a correntes batendo ao chão, o que o fez correr curioso até a tenda, suspeitando de quem se tratava e ansioso para encontrá-lo.

Quando chegou na grande porta de madeira que estava trancada com um grande cadeado de ferro, a chutou com toda força que tinha, uma, duas, três vezes até que a mesma abrisse o mostrando o completo breu. Não havia iluminação nenhuma no lugar, mas o cheiro do alfa que estava ali dentro era bastante familiar, não precisava vê-lo para reconhecê-lo.

— Tire-me daqui, Youngjae — a voz dele tomou conta do cômodo onde estava. — E eu fugirei para o Oeste e começarei uma guerra.

O alfa que permanecia na porta sorriu grande mesmo que o lobo não pudesse ver. Ele era sua única esperança contra Jungkook, pois sabia que se o líder morresse, o caminho estaria livre para tomar Jimin por inteiro.

— Te soltarei, e tu voltará com um exército — ele ordenou antes de entrar. — Estarei confiando em ti, Junseo. — o alfa se aproximou para soltá-lo e mal sabia o que ele planejava.

Junseo cumpriria a promessa e voltaria para buscar Taehyung, pois o ômega sempre o pertenceu.

J I M I N

Yoongi e Jungkook estavam na floresta à horas, tentando encontrar Junseo que havia fugido sem deixar rastros.

Namjoon ficou comigo e Seokjin ao lado da fogueira que ele mesmo acendeu, o frio castigava os ômegas e não foi diferente com seu marido que se recusou a sair, queria encontrar Jungkook para saber se ele estava bem. Nesse caso só nos restou esperar sentados em troncos caídos, mas não demorou muito tempo até que os alfas aparecessem.

— Ele sumiu — Yoongi falou assim que parou em frente a fogueira completamente cansado e respirando com dificuldade. — Não senti o cheiro dele em lugar nenhum, nem dele e nem de quem o soltou.

— Ele não pode ter ido longe — o líder sentou ao meu lado parecendo decepcionado. — Poderia ter transmutando e ido atrás dele, mas meu rut está próximo, tive medo que começasse e eu estivesse na forma lupina.

— Não é bom arriscar — Seokjin afirmou. — Tu não saberia como voltar para nós em forma humana se teu lobo assumisse o controle, podem ir caçar pela manhã.

— Pela manhã ele já estará longe o suficiente — Namjoon reforçou olhando para Jungkook. — Achas que ele foi para o oeste?

— Não faço ideia — ele deu os ombros olhando fixamente para o fogo. — Hoseok ficará tomado de raiva, ele não o matou porque preferiu me esperar. Agora o alfa fugiu, e ninguém sabe o que planeja fazer.

— Eu deveria ter matado aquele desgraçado — Yoongi rosnou ainda de pé. — Como irei dormir sabendo que Taehyung continuará em perigo?

— Em nossas terras o seu ômega está seguro — Jungkook o olhou passando total segurança. — Ele não será machucado aqui, terá homens nas fronteiras dias e noites sem parar, prometo-lhe segurança.

— Tenho que ir para casa, sinto o medo de Taehyung e a dor de Hoseok, não posso deixá-los sozinhos por tanto tempo — meu amigo me olhou brevemente. — Estás bem?

— Estou — sorri triste tentando convencê-lo. — Minha mãe ainda não acordou, estarei ao lado dela quando acontecer.

— Certo, preciso ir. Qualquer notícia por favor me avisem.

— Avisamos — Namjoon confirmou.

Ficamos em silêncio após sua partida, Jungkook se sentia falho e eu conseguia absorver toda a raiva e tristeza que o alfa carregava consigo. Seus olhos encontraram o meu por breves segundos, e foi o suficiente para que eu soubesse o que ele pedia.

— Estou cansado — falei de repente atraindo a atenção do casal ao lado. — Acho que irei dormir um pouco.

— Faça isso — Seokjin pediu. — Tem alfas nas fronteiras e Namjoon também irá para lá daqui a pouco, estamos seguros aqui.

— Eu sei que sim.

Sorri e fiquei de pé vendo quando Jungkook também ficou de imediato, ele avisou aos amigos que me deixaria em casa e de lá, também iria descansar. Assim saímos em direção as cabanas que ficavam próximas a entrada da aldeia, o que deixava claro que o líder não planejava me levar até a minha mãe visto que ela morava na direção oposta.

Queria reclamar e dizer que não iria para lugar algum com ele, mas o meu lobo estava eufórico, meu coração batia rápido e não havia nada que eu pudesse fazer além de segui-lo.

Quando passamos pela primeira cabana, o alfa me puxou com tudo até que eu estivesse colado completamente ao seu corpo. Seus olhos verdes sintilantes mostrava nitidamente a nossa ligação, porém, também mostrava que não era ele no controle, notei assim que senti seu falo duro se esfregar na minha virilha.

Ômega — sua voz grave rente ao meu ouvido fez o meu corpo inteiro arrepiar. — Vou me enterrar dentro de ti, até que a minha semente te preencha e te faça completamente meu.

Sua língua deslizou pela minha orelha até próximo ao meu pescoço, e ali eu soube que não tinha mais saída.

— Teu rut chegou rápido, Jungkook.

[...]

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meu deus vem aí pqp ou não vem? serase

enfim a TAG é #AMarcaDaMaldicão #AMDM no twitter, quero saber o que acharam rs

volto em breve tá?

STREM EM BUTTER

bye

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