🦊 Chapter Fifteen 🐺

Anjo me diz
Como chegar a você
Pra qual estrela posso te chamar
Em que sonho você está?
Anjo talvez
Meus olhos sequem ao sol
Mais uma noite cai, o que fazer?
Tudo faz lembrar você. — Calypso


N A R R A D O R A

Eros se considerava um romântico incurável.

O Deus do amor, da paixão, do erotismo, se divertia atirando suas flechas e fazendo sua criação gerar laços, conhecendo suas almas gêmeas e criando novas gerações, ele adorava o amor. Adorava igualmente saber quando o indivíduo estava mentindo, poder arrancar deles o quanto estavam apaixonadas, e adorava fazer qualquer um ficar de quatro por alguém.

Até mesmo, um Deus.

E isso havia acontecido duas vezes.

A primeira vez que Eros atingiu um Deus foi acidentalmente, ainda estava aprendendo a dominar as suas flechas. Lembrava-se bem do dia em que seu pai — Ares — estava passeando pela ilha dos puros calmamente conforme observava sua geração, e sem querer acabou disparando uma de suas flechas em direção ao divino, o alcançando em cheio sem que ele percebesse.

Suas flechas não serviam para infligir dor, por isso o ser celestial sequer notou a mudança em seu peito, isso até claro, ter uma vontade surreal de descer à terra para conhecer melhor uma ômega que havia lhe chamado atenção. Ora, seu coração que só servia para bombear sangue quase pulou do peito de tanta euforia. E assim, Ares sumiu por sete dias e seis noites, quando retornou, teve sua primeira briga com o filho pois havia entendido que aquela vontade avassaladora, era trabalho de Eros e suas travessuras.

Contudo, a segunda vez que havia atingido um Deus foi totalmente intencional e não se arrependeu nenhum pouco no primeiro momento.

Apollo estava preparado para descair na terra pela primeira vez a fim de findar a escravidão de seu povo, e certamente, Eros achou uma boa idéia criar uma nova emoção na vida do divino. Por isso, esperou ele crescer e entrar no cio para flechar o alfa que o encontrou nas terras do rei, fazendo-o com que se tornassem almas gêmeas. Assim que teve a oportunidade, flechou o Deus também, e desde então a história de amor entre Apollo e Jungkook estava escrita no livro do destino e ninguém jamais poderia mudá-lo.

No princípio, seria exclusivamente isso e Eros seguiria a sua vida como se nada tivesse acontecido. Até descobrir que Apollo havia sido sacrificado pela sua própria criação. Selvagens! E isso, o fez desenvolver um ódio letal pelo seu próprio povo.

Ele não entendia, definitivamente não compreendia como poderiam ser tão cruéis daquela forma. Viviam com lobos dentro do peito, e agiam como leões famintos prontos para estraçalhar qualquer um que estivessem em seu caminho. Por ele, estavam todos mortos. Não se podia confiar em seres que machucavam sua própria espécie, isso chegava a ser cruel.

E em virtude disso, ele quase fez o olimpo tremer quando descobriu que Apollo retornaria ao firmamento mais uma vez sem ao menos pensar nas consequências. Sua cabeça pesou e pela primeira vez ele se arrependeu de ter lhe dado um motivo para tal ato impensado, não sabia o que se passava na cabeça do Deus, mas com certeza eram coisas distorcidas da realidade.

Apollo não estava pensando direito, óbvio que não. Aquele povo havia provado para o Deus que os lobos não eram doces e puros, e sim seres que viviam na selvageria, com sede de sangue e de mortes, no entanto, ele parecia ignorar tal fato. Iria descer só para morrer novamente tentando lutar por algo que nem ao menos valia a pena, e isso notoriamente era algo que Eros não compreendia.

Isto é, ele entendia o que era o amor. Entendia a necessidade que Apollo tinha de se manter perto de Jungkook, com certeza ele conseguia assimilar, afinal, o amor era a sua mais bela criação. Agora, o desejo de manter o planeta habitável era definitivamente inútil. Os outros Deuses nem se importavam com a destruição das espécies, aparentemente só um deles se incomodava, e ele sozinho iria lutar? Com certeza um suicídio.

Por isso, ele andou de um lado por mais de dois meses tentando ter ideia do que poderia fazer. Tentou criar um plano, tentou pedir ajuda a Hefesto e Ares, tentou até mesmo falar com sua mãe a fim de obter ajuda, mas tudo, absolutamente tudo foi em vão.

Até descobrir que o seu pai havia engravidado uma ômega.

Seus olhos quase dobraram de tamanho quando conseguiu ver um ponto azul na terra, indicando a possibilidade de nascimento de um semi Deus. Como era possível? Conseguia sentir de longe o sangue de seu pai presente naquela pequena vida que se formava, e isso só o fez ter uma grande ideia. Uma, que mudaria inteiramente a sua vida.

Primeiro, resolveu esconder a presença da criança, assim, seu pai jamais o encontraria, mesmo se quisesse. Depois, achou que seria viável descer a terra como um deles, odiaria deixar seus poderes de lado, contudo, descobriria o que Apollo enxergava naquele seres tão peculiares.

Portanto, quase no último dia daquele ano que Apollo havia caído, Eros caiu também no ventre da ômega com quem o seu pai havia se deitado.

Assim, recebeu o nome de Taehyung, e viveu por vinte e seis anos sem as suas memórias.

Entretanto, jamais havia perdido de fato os seus poderes.

J I M I N

Um dia antes da invasão

Ninguém conseguia chegar perto de Taehyung.

No instante em que chegamos na fronteira do Leste para procurar o ômega, encontramos uma cena que certamente ninguém poderia explicar, nem mesmo eu sendo parte dos seres divinos.

O chão tinha uma fenda desmesurado, como uma cratera com muitos quilômetros de diâmetro. O odor de sangue era forte e se misturava com o cheiro de terra molhada dando a entender que havia chovido minutos atrás. O sol estava se pondo e o céu tinha uma coloração alaranjada com algumas nuvens cândidas, nelas haviam alguns desenhos que eu não conseguia decifrar, e nem sequer dei atenção, estava mais preocupado com Taehyung.

O ômega estava encharcado pela chuva repentina que havia caído alguns minutos antes, e seu corpo estava jogado ao chão muitíssimo pálido. Seu cabelo estava bagunçado e ele parecia em paz de alguma maneira. Óbvio, o cheiro de sangue entregava que existia alguém morto dentro daquela cratera imensa, mas até então, não fazíamos ideia do que tinha ocorrido.

Ele estava uma bagunça, todo sujo.
E isso me fazia recordar como ele havia parado no Sul há alguns meses, tendo mais uma vez Junseo envolvido como um carrapato persistente que ansiava pela morte.

Neste momento, eu estava montado em cima de Jungkook que havia transmutado para me dar uma carona. Sabia bem que Taehyung poderia precisar de mim, então ele se ofereceu para me levar por todo o caminho sob sua pelagem.

Na nossa frente estava Hoseok e Yoongi tentando chegar perto de Taehyung sem sucesso, e isso me deixava intrigado, não fazia noção alguma do que estava acontecendo naquele lugar.

— O que é isso? — Hoseok perguntou assim que bateu as mãos em uma espécie de proteção. Taehyung estava desacordado a poucos metros de distância, mas era como se uma capa protetora o envolvesse não permitindo que ninguém ultrapassasse, e isso me deixou em transe, não conseguia nem me mexer de tão atônito — Alguém fez uma barreira? A Agnes talvez? — seu olhar se voltou para Yoongi.

— Não sei — o alfa tentava continuamente empurrar a barreira, contudo, sem êxito — Como iremos entrar? Ele está pálido, precisamos levá-lo para casa agora.

Jimin — Jungkook chamou o meu nome quando notou que eu não me mexia — Tu sabes o que está acontecendo?

Não, eu não sabia.

Tinha total noção de que uma cratera não se abria do nada, e também, que uma barreira forte daquela maneira não podia ser criada por uma bruxa presa dentro de uma floresta. A chuva com trovões e relâmpagos que sumiram rápido, o sol que havia aparecido para se pôr, tudo aquilo era definitivamente estranho.

Estranho pois não poderia ser coisa de sua criação, precisava ser de alguém celestial, alguém como eu. Um Deus.

— Não, não faço a mínima ideia — respondi conforme descia de suas costas — Posso tentar entrar, mas não sei se de fato irei conseguir pois não tenho os meus poderes ainda.

— É a nossa única alternativa — Yoongi suspirou frustrado, passando as mãos no rosto para tentar se acalmar — Por favor, Jimin, ele está com frio, eu sinto. — seus olhos falavam demais, dava para sentir todo o seu temor a quilômetros de distância.

Por isso me aproximei enquanto Jungkook farejava o cheiro de sangue. Meus olhos buscaram por alguma força que ainda pudesse estar o prendendo ali, mas ao dar um passo à frente notei que eu poderia atravessar sem dificuldades.

Hoseok sentiu um alívio tão grande que seu suspiro pode ser ouvido por mim já a uma certa distância de onde eles permaneciam. O ômega que carregava o cheiro forte de grama molhada continuava sem se mexer conforme eu chegava mais perto, até que eu ajoelhei em sua frente, tocando-o sua cabeça.

— Taehyung? — o chamei um pouco alto temendo que ele não me ouvisse — Taehyung, é o Jimin.

Ele se remexeu um pouco parecendo incomodado.

Ao longe, Jungkook olhava fixamente para o buraco que havia cortado o chão de canto a outro, até finalmente buscar o meu olhar para findar minha curiosidade.

É o Junseo — ele disse. — E aparentemente está morto.

Certo, havia surgido centenas de perguntas.

Obviamente com o Taehyung naquele estado não saberíamos nunca o que havia sucedido, precisávamos que ele acordasse ao menos para que pudéssemos ir embora daquele local. Entretanto, o ômega parecia confortável desacordado no chão, e eu não sabia o que fazer para despertá-lo.

— Traga-o aqui — Hoseok grunhiu possivelmente pela dor de vê-lo daquela maneira — Coloque-o no colo, pelo menos até o fim da barreira. Eu o pego, por favor, faça isso.

Conseguia sentir a súplica em sua voz quebrada.

Suspirei e fiquei de pé sabendo que o ômega não acordaria tão cedo. Estar na fronteira naquele momento era extremamente arriscado, sobretudo na véspera de uma invasão, por isso fiz o que ele pediu e o coloquei no colo com um pouco de dificuldade. Jungkook rondou a barreira e parou ao lado de Yoongi, esperando que eu levasse o corpo frágil do lobinho até lá.
Então, passando pela proteção, entreguei o ômega a Hoseok que o segurou com todo o cuidado do mundo. O outro alfa observava deixando sua afeição preocupada aparecer, e logo voltou a me fitar pronto para me pedir alguma coisa, tinha certeza.

— Podes dar um jeito no corpo do Junseo? — meu amigo suspirou parecendo exausto — Não me importo com o que faça, eu só quero levar Taehyung para nossa casa.

Deixe-o aí — foi Jungkook que disse ao me olhar — Explique-o que o corpo de Junseo merece ser dissipado pelos animais, e que não deixarei que tu toques nele. Tu irá montar em mim e iremos todos juntos para a aldeia, espero que os urubus façam o restante do serviço.

— Jungkook disse que é melhor deixar os animais se livrarem dele — dei os ombros achando uma boa ideia — Precisamos voltar para a matilha, pois a invasão está próxima e precisam do líder por lá.

— Vamos então — Hoseok rosnou inquieto conforme olhava para o marido adormecido — Taehyung está com o odor dele e eu estou me segurando para não entrar na cratera e arrebatar o membro dele fora — sua respiração estava ofegante.

— Certo, coloque-o no cavalo. Vou na frente com Jungkook para preparar o banho dele e comida para os três. Certifique-se de mantê-lo seguro.

— Sempre — Yoongi sorriu andando ao lado de Hoseok em direção ao cavalo.

Olhei para o lado uma última vez e franzi o cenho por não compreender ainda o que havia acontecido. Mas por hora eu daria prioridade ao meu povo, por isso, montei em Jungkook em sua forma lupina, e depois disso seguimos apressadamente rumo ao Sul.

T A E H Y U N G


Nosso aposento estava um casto breu quando acordei.

Meu pescoço doía, minhas pernas ardiam, e eu sabia que estava em casa pelo cheiro forte de terra molhada e menta que me abraçava para que eu me sentisse seguro.

Virei-me rapidamente sentindo o lençol deslizar pelo meu corpo nu, e relaxei ao sentir a mão forte de Yoongi segurar firme minha cintura, — por trás — mostrando a sua posse. Hoseok que estava agora de frente para mim, encostou a testa na minha e colocou a mão por cima da de Yoongi, apertando junto a minha pele, me fazendo arfar baixinho pelo contato.

A noite havia caído, e nós estávamos os três na cama depois de bastante tempo visto que ambos ficaram ocupados com o treinamento para a invasão.

— Oi — murmurei baixinho sentindo Yoongi deixar um beijo molhado na minha nuca.

— Oi, meu mar — Hoseok sussurrou, colando seu corpo ao meu conforme minhas mãos buscavam o seu peito desnudo.

— Como se sente, meu céu? — o alfa por trás de meu corpo colou também sua estrutura a minha. Eu conseguia sentir seu falo duro em minha bunda como uma lembrança constante de sua saudade, e por isso, prendi o riso por entender que ele ficava agitado com qualquer movimento meu.

— Eu estou bem — o respondi com pressa — Não consigo lembrar do que aconteceu, mas estar aqui com os dois me deixa de coração quentinho.

— Eu sei, me sinto da mesma forma — Hoseok confessou — Estás com fome?

— Não — me movimentei sentindo ambos com suas formas rígidas prendendo o meu corpo como se precisassem do meu cheiro — Não estou com esse tipo de fome..

— Taehyung — Yoongi rosnou da forma excitada que ele sempre fazia. — Precisamos conversar primeiro, queremos entender o que aconteceu, meu amor. 

— Eu quase perdi os dois — choraminguei, arranhando lentamente a pele de Hoseok conforme jogava a minha bunda para trás — Ele ameaçou a ti, meu sol, e também a ti, minha lua. Não mereço um pouquinho de atenção antes? — formei um bico imenso em meus lábios e por mais escuro que estivesse, sabia que Hoseok havia enxergado.

— Como poderíamos te negar algo, meu amor? — a língua de Yoongi deslizou pela minha nuca, até que ele sugasse a minha pele leitosa, me fazendo fechar os olhos em puro deleite — Mas tu irá nos falar o que tu lembras? Precisamos desvendar o que aconteceu — ele murmurou tão entorpecido quanto eu.

— Sim — sussurrei sentindo a boca de Hoseok recostar suavemente na minha — Eu.. eu..

— Tu? — Hoseok segurou a minha perna e puxou para cima de sua coxa.

— Eu preciso dos dois.. — gemi quando a mão de Yoongi deslizou pela minha bunda descoberta — Preciso.. — parei embora os lábios molhados de Hoseok selaram o meu queixo — Preciso..

— Precisas? — Yoongi roçou o próprio membro duro coberto por algum tecido, na minha bunda, me fazendo lamuriar baixinho.

— Sentir — Hoseok jogou o lençol que ainda cobria as minhas pernas no chão — Sentir os dois, dentro de mim, me fodendo, com força enquanto me beijam. Preciso que me mordam, me tomem com fome, maridos. Estou com fome dos dois, do corpo dos dois. Me devorem, forte e bruto como ambos sabem fazer.

— Quer sentir, Taehyung? — Yoongi sussurrou rente ao meu ouvido — Então vem pegar. É todo teu.

Após sua fala foi impossível não tremer dos pés a cabeça. Hoseok grunhiu quando me beijou imenso ao prazer que nos rondava, e Yoongi que presenciava aproveitou para remover sua última peça de roupa antes de voltar a maltratar a minha nuca.

— Eu estava com tanta saudade — resmunguei entre os gemidos conforme ambos alisavam todo o meu corpo — Foram horas, mas para mim pareciam dias, foi assustador.

— Senti tanto medo que agora só consigo agradecer por te ter em nossos braços, meu céu — os beijos molhados de Yoongi foram descendo por minha coluna, o que me fez arquear em direção ao Hobi — Tens noção do quanto eu te amo?

— Ama? — gemi entre os lábios de Hoseok, esse que sorriu e deixou um aperto em minha cintura.

— Amamos — Hoseok respondeu descendo os lábios pelo meu queixo, pescoço, até o início da clavícula — Meu ômega — ele rosnou baixinho — Nosso ômega — suas mãos buscaram a de Yoongi e eles entrelaçaram os dedos em cima de meu corpo — Diga-nos, meu amor, o que sentes?

— Eu te amo, meu sol — minha testa encostou na dele, e a minha respiração ficou descompensada conforme meu coração batia mais forte — Eu te amo tanto, de tal maneira, que meu peito dói, parece que vai explodir. Sou tão feliz por te ter, tão afortunado por nosso destino ter se cruzado. Eu não poderia ser mais agraciado, alfa, tu és tudo o que eu já sonhei um dia.

Ganhei um beijo em resposta, e com isso, me virei, dando as costas a Hoseok e ficando de frente para Yoongi, esse que colou o corpo ao meu esperando minha resposta.

— Eu te amo, minha lua. Tu és todo o meu céu, minha esperança. Te amo antes mesmo que tu pudesses imaginar, desde o dia que eu me salvastes. Eu amo os dois, um amor tão forte e tão intenso de se sentir, Yoongi, tu não imaginas o quanto eu sou grato por tu ter me feito teu, marcando Hoseok e nos dando uma chance — suspirei deixando um beijo casto em seus lábios — Diga-me, meu alfa, o que sentes em relação ao Hoseok?

As mãos de Hoseok tremeram sob a minha pele, e eu quis sorrir por notá-lo ansioso pela resposta.

— Eu o amo — Yoongi respondeu sem ao menos pensar — Ele é o meu alfa, meu porto seguro, minha fortaleza. Meu lobo se curva diante dele, se submete, pois o ama tanto que faria qualquer coisa por ele, para vê-lo feliz. Me sinto completo todos os dias, sinto o amor que ele tem por mim, e só assim, consigo respirar diante de tantos acontecimentos. Tu e ele são tudo o que eu tenho. São tudo para mim, e não há nada maior do que o nosso amor, nunca existirá algo tão forte, Taehyung. Eu amo os dois, tal qual a imensidão do céu.

Satisfeito com sua resposta, o beijei com fome, deixando a minha língua deslizar pela sua boca. Engoli os seus gemidos, e Hoseok roçou seu falo duro em mim, o que me fez suspirar pela sensação gostosa que me atingiu.

Me virei quando quebrei o beijo, e Hoseok pareceu entender quando selou a minha testa com carinho. Eu nunca havia me sentido daquela forma, o amor parecia transbordar pela as bordas, e eu nem sequer pensaria em mudar algo naquele momento.

— Eu também o amo — ele falou baixinho sem que eu precisasse perguntar nada — Desde o dia em que ele ousou me ajoelhar diante de uma invasão, desde o dia em que o meu lobo resolveu acatar a sua ordem conforme sentia suas presas se afundarem no meu pescoço. Ele me tem, Taehyung. Me tem assim como tu me tens. Não existem dúvidas em relação ao meu amor por ele, assim como não existe sobre o meu amor por ti.

E por cima de meu ombro, ambos se beijaram com carinho.

Meu coração disparou, e eu me envolvi em uma bolha de sentimentos que jamais imaginei vivenciar um dia.

A luz da lua invadiu a brecha da janela, e com isso, consegui enxergar bem a pele amendoada de Hoseok que permanecia em minha frente. E também, as mãos pálidas de Yoongi que segurava com posse seu pescoço enquanto o beijava. 

— Preciso dos dois.. — grunhi baixinho ouvido ambos suspirarem rente ao beijo — Dentro de mim, por favor.. Hobi.. — manhei quando o beijo foi quebrado e ele logo me olhou me mostrando sua íris verde incandescente — Acho que o Yoongi precisa de ti dentro dele, meu alfa.

— Precisa? — Hoseok mordeu meu ombro enquanto o olhava, transbordando desejo.

— Sim — Yoongi confirmou se esfregando entre a minha bunda, deixando seu membro molhado escorregar entre a minha lubrificação que já gotejava.

E com isso, nós fizemos amor depois de tudo o que aconteceu naquele dia.

Hoseok mordeu o pescoço de Yoongi, os ligando assim como Yoongi havia feito no dia da invasão. O gemido grave do alfa veio junto ao orgasmo que se derramou em meu interior, e Hoseok também o atou, nos mantendo juntos, os três, ligados pela força de nossas almas.

Quando enfim o inchaço passou, os dois sentaram na cama esperando que a nossa conversa começasse. Respirando pesado ainda, eles me olharam com ternura e logo ficaram de pé para iluminar nosso casebre com a luz das velas, me deixando confortável mesmo com a nossa nudez que se tornou algo excepcionalmente normal visto que acontecia com frequência.

Hoseok me entregou um copo de água, e Yoongi sentou ao seu lado na cama. Eles me observaram por um tempo, e logo suspirei para dar início a conversa.

— Não me recordo de muita coisa sobre o ocorrido. Lembro-me apenas de estar aqui em nossa casa, e ouvir batidas fortes na porta. Não senti cheiro algum e estranhei, quando abri, Junseo apertou o meu pescoço até que eu apagasse, e com isso me levou desacordado para a floresta. — ouvi Hoseok rosnar, e Yoongi foi rápido em apertar a sua mão — Acordei próximo a saída do Leste e ele falou muita bobagem. Falou que iríamos morar em Elnora, e que iria juntar um exército para matar ambos, meus maridos. Daí em diante eu não me lembro de mais nada, foi como se eu tivesse apagado e acordado agora pouco.

— Te encontramos desfalecido no chão, próximo a cratera que se abriu no chão — Hoseok explicou.

— Cratera? — franzi o cenho — Mas não tinha nenhuma cratera quando ele me levou até lá.

— Exato — Yoongi suspirou parecendo hesitante — É isso que está nos deixando intrigados. Quando estávamos na floresta indo em direção a ti, começou a chover e trovejar muito. Depois disso, a chuva parou e o pôr do sol apareceu, como em um passo de mágica. Quando chegamos próximos de onde tu estavas caído, não conseguimos dar nenhum passo a frente, era como se tivesse uma barreira te protegendo, algo que não conseguimos ver.

— Uma barreira? — questionei descrente — Tipo aquelas que as bruxas usam para se defender?

— Sim — Hoseok voltou a falar — Só quem conseguiu ultrapassar foi Jimin, não sabemos se foi por ser ômega ou por ser um Deus. Depois disso, ele te pegou no colo e te trouxemos para casa.

— Te banhamos com panos molhados, e tiramos a sua roupa suja para que não ficasse doente. Estavas completamente molhado pela chuva, lembra disso ao menos? — foi Yoongi que perguntou.

— Não, devo ter desvanecido antes da chuva.

Minha constatação fez ambos se olharem em silêncio, pareciam conversar entre eles e logo voltaram a atenção até mim.

— Ouvimos alguns boatos por a aldeia sobre a tua marca de casamento.. — a voz de Yoongi era branda, parecia contar-me um segredo — Agnes também me disse algo que me deixou confuso, Taehyung, e depois disso, desse acontecimento eu não sei o que pensar.

— Conte-o — meu outro alfa pediu.

— A marca em teu peito simboliza um Deus muito poderoso. Sabes qual? 

— Um coração flechado? Sim, Eros. Ele é o Deus do amor, todos sabem disso — o respondi sem entender onde queria chegar.

— Isso — Yoongi continuou. — Normalmente quando nós lobos concluímos o ritual de união, recebemos uma marca como a que carregamos. Entretanto, sempre algo narrado ao poder da natureza. Como o símbolo do sol, lua, algo relacionado a terra, ao mar, ao fogo, ao vento.. só que tu, recebestes algo diferente. E Taehyung, criastes uma proteção diante de ti, algo que Jimin nunca havia visto antes..

— Está me dizendo que.. — parei quando meu peito apertou.

— Não sabemos — Hoseok foi rápido em pontificar — Não temos ideia do que aconteceu, mas iremos descobrir depois da invasão ao Oeste. Iremos dar prioridade a esses acontecimentos, pois Junseo está morto, Taehyung, e não fomos nós que o matamos.

Minha boca se abriu em puro choque e ambos me abraçaram quando notaram o meu desespero.

Junseo enfim estava morto, agora só restava descobrir quem havia feito tal ato homérico em nossa vida. E porquê, eu carregava a marca de alguém tão poderoso.

J U N G K O O K

Dia da invasão

A noite caiu depressa demais e logo estávamos prontos para ir até o Oeste.

Hoseok a algumas horas atrás havia trazido um novo tema a ser discutido deixando claro que quando voltássemos precisaríamos conversar com Youngjae sobre Junseo, que com certeza havia obtido ajuda de alguém para conseguir uma casa na Elnora.

Todos os alfas e betas do Norte, Sul, e Leste estavam agrupados em meio a brenha esperando a ordem para partir. Contávamos quinhentos lobos prontos para guerrear, e aquilo deveria ser bem mais que o suficiente, logo que o oeste estava em menor número.

Yeosang, Yujin, Mingyu e Vernon se ofereceram para ficar em meio da aldeia tomando conta dos ômegas que estavam resguardados em suas cabanas. Minju, Yuri e Jaehyun foram designados à fronteira, sendo protetores da entrada das terras do Sul para que nada pudesse vir a dar errado.

Olhei ao redor da matilha e notei que Namjoon se aproximava com o típico semblante preocupado. Havia deixado Jimin minutos atrás dentro da nossa cabana com Taehyung e Seokjin, e ele contava que havia tomado a poção que Agnes me entregou. Aquilo me aliviava um pouco.

— Tudo pronto? — ele perguntou parando de frente a mim.

— Sim, estou esperando Hoseok e Yoongi que foram se despedir de Taehyung — dei os ombros voltando a olhar em volta — E tu? Estás pronto?

— Eu sim — ele sorriu meio nervoso e eu notei sua preocupação evidente — Agora tu ainda não se despediu de Seokjin, vá até lá e volte logo.

— Não acho uma boa ideia — mordi o lábio inferior e Namjoon revirou os olhos, ele sabia bem que eu odiava despedidas, sobretudo quando eu não sabia se iria voltar — Voltaremos em breve, ele nem sentirá a minha falta.

— Ele pegou quatro camisas tuas, dentro de tua cabana — Namjoon cruzou os braços — Está preocupado, não ouse deixar ele angustiado dessa forma, consigo sentir o seu temor a quilômetros.

Bufei irritado e sai caminhando sem olhar para trás, notando o sorrisinho de Namjoon antes que eu pudesse de fato ir em direção a sua cabana. Sabia bem que Seokjin ficava à beira de um colapso quando entrávamos em uma batalha, e eu nunca tinha algo para dizer além de prometer que iria ficar bem.

O problema é que essa promessa podia ser quebrada a qualquer instante, então, eu evitava mentir para ele porque ele era a pessoa mais importante em minha vida.

Odiaria vê-lo desapontado comigo, principalmente quando não havia nada que ele pudesse fazer.

— Jin? — chamei assim que entrei em sua cabana, e a primeira coisa que notei foi que ele estava deitado na cama choramingando enquanto segurava a minha camisa — Eu vou acabar pelado desse jeito, sabia? Se toda batalha que eu entrar tu pegar minhas camisas, o que eu irei vestir? — sorri o vendo bufar de imediato.

— Então pare de ingressar em batalhas — ele rosnou impaciente.

— Sabes que isso não é opção — cruzei os braços quando o vi formar um bico enorme — Vamos, pare com isso, appa. Eu voltarei em breve.

— Tu me chamastes de quê? — ele arregalou os olhos parecendo escandalizado. 

— Ora, tu não dizes por aí que é o meu pai? Tu e Namjoon? Aceite esse desígnio cruel, e venha me dar um abraço. Teu filhote irá conquistar as terras do Oeste para entregar a um belo ômega teimoso, deverias estar orgulhoso.

Depois disso as lágrimas de Seokjin desceram com mais facilidade. Ele não ousou se mexer, por isso, tirei as botas pesadas que calçava e dei passos à frente esperando que ele entendesse.

— Entre no meu ninho, meu filhote.

E eu entrei, carregando um sorriso enorme por saber que sempre seria bem vindo em seus braços.

Coloquei a cabeça sob seu peito e ele acariciou a minha cabeça devagar, bagunçando os meus cabelos longos. Seu cheiro doce se espalhou pela tenda, e eu respirei fundo carregando comigo aquele aroma de quem havia me cuidado um dia.

— Preciso dizer que quero tu de volta o mais rápido possível? — ele perguntou baixinho com a sua voz embargada.

— Não. Irei me resguardar e resguardar Namjoon.

— Volte para mim, entendeu? — suas mãos seguravam o meu rosto, e ele me fez encara-lo rapidamente — Sabes que precisa voltar, Jungkook. Não arranque um pedaço meu.

— Estarei de volta antes do amanhecer — o prometi deixando um beijo casto na palma de suas mãos — Por favor olhe Jimin, de vez em quando, ele é meio maluquinho, tenho medo que se coloque em perigo.

— Não te preocupes, cuidarei dele.

Confirmei com um balançar de cabeça e deixei o meu cheiro circular pela cabana. Por alguma razão, o aroma de Namjoon e Seokjin sempre me acolheu de uma forma assustadora, e vice e versa, pois eles pareciam apreciar ter o cheiro do filhote em qualquer lugar que eles fossem.

— Jungkook — Namjoon chamou assim que entrou na cabana e nos viu dentro de seu ninho — Filhote, precisamos ir.

— Eu vou chorar — Seokjin resmungou levando a mão à boca para conter o soluço.

— Estaremos em casa logo, meu amor, voltarei para ti como todas as vezes — o alfa loiro respondeu com um sorriso, deixando sua presença mais forte para que Seokjin se acalmasse.

— Eu acho bom, Namjoon, ou então eu te trago dos mortos apenas para te matar outra vez.

Gargalhei com a sua fala e fiquei de pé para que pudéssemos sair. Me calcei e segui Namjoon até fora da tenda, para que ele me abraçasse com força, me fazendo garantir também que ficaria bem e vivo.

Como uma família que éramos.

J I M I N

Algo estava errado.

Minhas mãos tremiam, meus olhos oscilavam sem explicação indo do vermelho ao purpúreo, minha derme ardia de dentro para fora, e o meu coração estava apressurado me deixando inteiramente sem ar.

Eu havia tomado o antídoto que a Agnes me deu.

Ela havia explicado que tardaria o meu het para que Jungkook conseguisse enfim tomar as terras do Oeste, contudo, não parecia estar funcionando visto que todas aquelas dores eram bastante conhecidas.

Me apoiei na espada quando uma fisgada no baixo ventre me atingiu, e uma gota de suor pingou no chão me mostrando que tudo estava acontecendo rápido demais.

Olhei para a janela da minha tenda e escutei vozes conhecidas se aproximando. Não conseguia enxergar direito pois a minha visão me mostrava tudo turvo, os cheiros denunciavam que Taehyung e Seokjin haviam adentrado no casebre, e o desespero foi súbito, eles sabiam o que estava acontecendo pelo aroma forte de lírios e mel.

— Jimin — Seokjin chamou assim que tocou em meu ombro — Jungkook saiu há algum tempo, ele está a caminho do Oeste, não tem como vir tão cedo.. — sua voz desesperada entregava seu temor — O que faremos? Podemos chamar Eubin, ela é boa com ervas. Taemin que está com a tua mãe também se mostrou útil, o que achas?

— Se a Agnes que é uma bruxa não conseguiu tardar o cio, achas que um lobo consegue? — Taehyung perguntou um tanto desesperado — Eu acho que Jungkook vai voltar, ele vai sentir o que o Jimin está sentindo.

— E se o que a Agnes fez foi tirar a ligação dos dois por uma noite? — Seokjin me perguntou, fazendo-me olhá-lo imediatamente — Porque tu estás claramente no cio, e se ele sentisse, voltaria na mesma hora, certo? Isso se ele estivesse sentindo, se não estiver, não virá porque achará que estás seguro. Faz sentido?

— Total — Taehyung caminhou de um lado para o outro perplexo — Ela não parece gostar do Jimin, e uma vez, naquele dia no barco, ele disse que a Agnes um dia tentará matá-lo para que a maldição dela acabe. Por que ela ajudaria, então? 

— Ela queria que ele ficasse sozinho no heat — o outro ômega falou baixinho como se constatasse o óbvio — Mas, por que? Ela poderia de fato ter dado a ele algo que segurasse até Jungkook chegar, por que ela faria algo assim? Não faz sentido algum, ela também parece gostar da ideia de Jimin salvar todos os ômegas.

— Muitos ômegas passam dias no heat sem ajuda, Seokjin, eu era um desses. A dor não é o real problema, o problema é que o lobo dele vai assumir, e quando isso acontecer…

— Ele buscará Jungkook — Seokjin arregalou os olhos. — Precisamos prendê-lo, Taehyung. Aqui dentro, agora, antes que ele invente de ir atrás de Jungkook.

— Agnes deveria saber disso! — o ômega grunhiu. — Ela sabem que eles tiveram um imprinting e-

— Espera! — Seokjin gritou, obtendo também a minha atenção. — E se ela sabia? E se era realmente isso que ela queria?

— Que ele fosse atrás de Jungkook?

— Sim, porque como bruxa ela sabe que os lobos não se controlam — Jin me olhou preocupado. — O que achas? É impossível ela não saber, não é?

— Ela sabe, eu disse que a Agnes é ligada a um alfa. Ela conhece bem os lobos e como agem — expliquei com dificuldade ainda me apoiando na espada. — Agora o que ela ganharia com isso? Se eu fosse até lá, morreria facilmente. Não tenho os meus poderes, logo faria Jungkook perder a batalha porque ele iria preferir me proteger, é puro instinto.

— Não faço ideia, mas podemos te prender aqui — Taehyung suspirou baixinho. — Vou chamar a Eubin ou ao Taemin para criar algo com as ervas que te derrube por algumas horas. Tu podes dormir até que ele chegue, é uma boa ideia.

— Sim, mas ainda fica a questão dela me querer lá — rosnei alto quando a dor se intensificou. — Eu preciso ir até ele, e se for algo ruim? E se…

— Tu estás no cio! — Taehyung alisou os cabelos de forma agoniada. — Não podes simplesmente sair no meio da floresta até o Oeste dessa forma, teu cheiro iria inundar aquele lugar, e se os lobos do Oeste estiverem vigiando o caminho? É perigoso demais!

— Então venha comigo! — exclamei perdendo a paciência. — Eu sei que é perigoso, sei que não faz sentido, mas a Agnes não dá pontos sem nó! Se ela fez algo assim, é porque sabia que eu precisava ir até ele, e vamos combinar, Taehyung.. — suspirei engolindo a seco. — Depois do que aconteceu na floresta, acho que tu podes criar uma barreira para nos proteger caso seja necessário.

— Eu? — ele perguntou espantado — Jimin eu não sei nem do que tu falas. Hoseok e Yoongi me contaram, mas eu não faço ideia do que aconteceu lá. Como posso ajudar nisso?! Se os meus maridos me pegarem lá, eles nunca mais irão confiar em mim, eu já fiz isso várias vezes, o perigo me atrai.

— Então, irei sozinho — bati o pé no chão como se aquilo fosse o suficiente para demonstrar minha determinação.

— Ele me pediu para ficar de olho em ti — Seokjin negou rapidamente. — Não irei te deixar sair daqui, Park Jimin. Isso é loucura, tu sabes bem como é uma invasão, invadimos as tuas terras! Tens noção de quantas mortes foram no total? Tu será morto!

— Eu sinto que devo ir, tu não entende! Não é apenas pelo meu cio, meu lobo está agoniado querendo Jungkook mais do que o normal, tem algo errado Seokjin.

— Algo errado? — ele se assustou. — Me diga o que sentes, por favor, me diga.

— Eu não sei explicar — resmunguei quando outra dor mais intensa me atingiu, e dessa vez Taehyung me amparou rapidamente colocando o braço em volta da minha cintura. — Estamos perdendo tempo, meu lobo irá assumir e quando isso acontecer, eu posso matar ambos por tentarem me impedir.

— Jimin.. — Seokjin chamou em forma de aviso.

— Apollo, Seokjin. Eu sou um Deus.

— Eu não esqueci — o ômega respondeu revirando o lumes. — Me diga ao menos que tem um plano.

— Não posso ter um plano quando não sei o que encontrarei por lá, mas prometo que irei transmutar. Chegarei bem mais rápido e também, ficarei seguro visto que poderei matar quem se aproximar. Por favor, peço que me apoie.

Taehyung parecia tremer conforme me segurava e eu o olhei apressadamente.

— O que foi?

— Eu não sei — ele parecia assustado. — Só tenha cuidado, eu gostaria de ir, entretanto..

— Tens medo, é normal. Mas Taehyung, eu acredito em ti, sei que és forte o suficiente para entrar em uma aventura comigo — me virei completamente para ele sem soltar a minha espada. — Não podes ter receio do desconhecido, Taehy. E os ômegas tem mais poder do que imaginam, são fortes, acredite.

O ômega pareceu ponderar um pouco.

— Posso ir montado em ti?

Sorri com a sua pergunta descabida.

— É claro, preciso que leve a minha espada.

— Eu ficarei seguro, não é? Não quero machucar Hoseok e Yoongi…

— Jamais faria algo que te machucasse — o prometi segurando suas mãos trêmulas. — Não deixarei nenhum mal te atingir, Taehyung. Nunca.

O ômega suspirou e eu voltei a olhar para Seokjin que parecia pensativo com algo. Ele não falou nada e apenas deu os ombros, caminhou até a porta, e a abrindo de supetão, o que me arrancou um sorriso sôfrego.

— Vão logo, então. Vou fingir que não vi nada para Jungkook, Hoseok e Yoongi não me mataram. E eu vou logo avisando, se morrerem, eu vou atrás dos dois onde quer que estejam!

— Bom, tecnicamente estarei no olimpo.. — brinquei e ele revirou os olhos novamente.

— Pare de brincar, meu coração parece que vai sair pela boca — ele grunhiu de forma contida. — Passe correndo pelos lobos da fronteira ou eles irão te parar. Jungkook deu ordens extremas para nenhum ômega deixar as terras, principalmente tu. Taehyung, segure firme a espada e não solte por nada, eu sei que ela ainda possui os poderes, mas perdê-la não é opção.

— Sim senhor — o ômega respondeu balançando a cabeça nervosamente.

— Então vamos, e seja o que Zeus quiser.

Taehyung suspirou derrotado, e pela primeira vez, eu senti um cheiro diferente exalando dele.

Era damasco.

E ninguém parecia ter percebido.

🌙

Último capítulo do ano, voltamos em janeiro! Postarei datas no Instagram e twitter em breve.

Obrigada pela assistência.

Tenham um ótimo ano novo! Feliz 2022 desde já ❣️

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top