Capítulo 22. O calor de nossos dedos entrelaçados se transformou [...]

Como estão peixinhos? Espero que estejam bem! 

Gostaram do banner novo? Roxinho para combinar com os olhos do Yuan ahahah

CAPITULO VINTE E DOIS:
O calor de nossos dedos entrelaçados se transformou em uma espada afiada, me esfaqueando

Ω . Ω . Ω . Ω

YUAN

Ao meu lado Raiju dormia com tranquilidade, pelas janelas podia notar a luz fraca do sol.

O quarto estava silencioso, e Huang não estava lá.

Meu peito se apertou e meus lábios tremeram. Não importa se eu havia vencido aquele ômega, Huang não voltava para mim.

Cerrei os punhos.

Queria voltar para casa. Não queria mais ficar ali para ver o sorriso dele direcionado para outro, saber ele trataria da mesma forma gentil outro ômega, ou qualquer outra pessoa entrasse no harém.

— Quero voltar para casa... — balbuciei com as lágrimas bagunçando minha visão.

Estava sendo egoísta? Não me importava se estivesse, não era crime querer seu amado só para si, querer ser o único em seu coração e na cama.

Mordi os lábios.

Para poder voltar para casa, não podia simplesmente pular os muros do palácio e atravessar a cidade com Raiju, ir até as montanhas que escondiam o sol e voltar para a Seita. Eles nunca deixariam fugir, assim como a marca em minha nuca.

Se eu quisesse voltar... Apertei os lábios.

Precisaria retirar a marca, renegar ela.

— Yuan! — Raiju me chamou e o ignorei.

Procurando alguma roupa para vestir sobre as íntimas, não me importava se era de Huang ou as minhas, peguei a que servia e sai a procura de qualquer adaga. Como aquele era o quarto de Huang, os presentes que ele ganhava como príncipe herdeiro era os enfeites nas paredes e estante.

Um punhal adornado de pedras foi a primeira coisa que achei de pequeno e a levei comigo deixando seu suporte para trás.

Raiju continuava a me chamar e tentava se enfiar diante das minhas pernas.

Parei no último degrau ao ouvir vários passos, eles se locomoviam depressa e em grupo, dez, não... eram vinte.

Esperei se revelarem e em um piscar de olhos o pátio se encheu de figuras pretas, os arqueiros ficavam atrás protegidos, na retaguarda estava os com armas maiores ou mais pesadas, em frente os com espadas mais curtas e até chicotes.

Passei o olhar em todos, diferente daqueles amadores há tempos atrás, esses mesmo que estivessem trajados de preto, não escondiam seus rostos e todos vestiam fitas amarradas em suas testas.

— Onde está o príncipe herdeiro? — Um alfa muito mais musculoso que o comum deu um passo a frente.

Ele era o único com o rosto tapado e sem fita na cabeça, sua espada estava quase oculta por seu corpo, mas notei o entalhe de uma montanha com uma espada cortando o meio delas. A arma em si parecia cara, não era qualquer um poderia entalhar algo nelas.

Além disso, emitia uma grande gama de poder espiritual. Era mágica.

Um dos homens cochichou algo no ouvido do líder e seu olhar voltar para mim. A cor de seus olhos era um castanho mais avermelhado.

Não o respondi e os arqueiros puxaram suas flechas.

— Não tenho tempo para isso... — balbuciei irritado

— Você... — A espada foi apontada para mim.

Chatice.

Estalei os dedos e todos se curvaram, olhos arregalados e gruídos, passei entre os alfas e betas que nem conseguiam erguer a cabeça para me encarar.

— O erro de vocês foi terem cruzado meu caminho — balbuciei. — Morram...

Sob o olhar apavorado deles, sangue escorreu pela boca, nariz e olhos. Os baques contra a pedra soaram com o tilintar das armas.

Olhei pela última vez o líder deles que tentava formular palavras audíveis, mas nada soou, o movimento de seus lábios sessou e seu olhar perdeu o brilho.

O que você é, foi sua pergunta.

Nem eu mesmo sei o que sou.

— Garoto... — Raiju gritou me alcançando. — Isso é mesmo prudente fazer?

Seu olhar estava nos mortos.

Um grito atraiu meu olhar para a entrada do pátio, uma das servas que sempre atendia Huang colocava a mão na boca ao se deparar com tantos mortos, ela saiu correndo depois de erguer sua atenção até mim.

Isso não era mais da minha conta.

Segui meus passos em busca de um local isolado e sem novas intromissões, sentindo a presença como se tivesse olhos em minha nuca, fui para o jardim do lago com copas altas de árvores.

O sol já não dava mais luz quando pisei sobre a grama verdinha e encarei as águas tranquilas.

— O que vai fazer? — Raiju perguntava ao meu lado com o olhar no punhal. — Se quiser sair desse palácio, eu o levo! Não seja imprudente, pirralho.

Fechei as pálpebras, o vento varreu algumas folhas em volta.

Com o roçar de meus cabelos em minha bochecha, tornei a abrir as pálpebras para ver as mechas brancas balançando.

O que eu sou? O que quero ser?

Nunca tive a resposta para essas perguntas, talvez por nunca ter outras emoções além de solidão, nem mesmo quando estava com o shifu sentia felicidade, hoje entendo isso, naquela época achava que sorrir ao seu lado era isso.

Ele sempre esteve ao meu lado para vigiar e me deter, não sabia se algum momento ele me considerou um filho, um discípulo querido, isso eu não sabia identificar mesmo depois de aprender as emoções.

Raiju foi o único a não me abandonar, mesmo que nosso trato era servir por dez anos, Raiju continuava ao meu lado.

Todos haviam me abandonado por algo ou alguma coisa, eu nunca vali mais que isso para eles.

Nem minha mãe tentou se aproximar de mim, meus irmãos não vieram uma única vez ou me enviaram cartas, nem uma despedida. Estariam tão ocupados ou eu não passava de um estranho em suas vidas? Um objeto como era diante dos olhos de meu pai.

Talvez fosse melhor ser visto como um objeto do que atirado no canto como algo estragado, abandonado para empoeirar e o tempo destruir.

Mordi os lábios.

Não iria voltar para seita, não iria voltar para casa, para a família Sima.

Não quero mais ser abandonado.

Ajoelhei-me na grama e o punhal brilhou com a luz metálica da lua. Seu formato anunciava lua crescente, a época de florescer e crescer.

Ergui o punhal.

— Garoto, não! — Raiju parou ao ser preso pelas correntes do contrato.

Ele tentava se soltar de todos os jeitos, nem se lembrando que nosso contrato já havia acabado, caso quisesse ele poderia renegar ele e estaria livre. Aproveitei seu desespero que tirava sua razão e puxei meus cabelos para um lado.

O jeito de remover uma marca era renegando-a, no entanto, ia além de desistir da mordida, do sentimento de negação.

Precisava dele e fazer a mordida sangrar, porém, o processo era doloroso e poderia ser mortal, deve ser por isso que os ômegas a aceitavam fugindo dos alfas, se é que existiam ômegas com tal coragem para suportar a dor e saberem que poderiam ser achados.

Você seria um ponto no radar de um alfa, conforme suas emoções mais fortes eles te achariam mais rápido.

— Garoto! O que está fazendo!

Para recomeçar uma história, precisava deixar outra, no passado.

— Pirralho! Pare... — Raiju crescia de tamanho e as correntes continuavam.

Ele temia por ser algo arriscado, mas precisava para seguir para outra página e nada mais me adiantaria essa marca. 

A natureza era tão cruel, foi meu pensamento ao erguer a lâmina prateada.

A posicionei contra a mordida e respirei fundo junto com o balançar das árvores. O vento soprou com frieza, ou talvez fosse Raiju com sua tentativa de se soltar, mesmo que eu morresse no processo ele ficaria bem.

Ele rugiu alto e fechei os olhos.

Raiju estava chamando muito atenção e as correntes do contrato se enrolaram mais, até seu corpo cair no solo, seu choramingo como de um cãozinho ferido soou. Com o coração apertado por ouvir meu melhor amigo naquele estado, meus dedos vacilavam no punho da arma.

Precisava acabar com isso.

— Yuan! — Cortei no instante que meu nome soou como um trovão nos céus abalando a tranquilidade das águas.

Meu corpo tremeu e o punhal vacilou entre meus dedos, a arma caiu ao instante que o sangue me sujava.

Droga. Foi fundo demais.

Engasguei com meu próprio sangue e o punhal bateu em minhas coxas antes de cair na grama.

Fui puxado para trás e o cheiro que conhecia tão bem, me rodeou assim como seus braços. O pavor de sua voz era pior que o uivo de agonia de Raiju.

Ergui o olhar e não sabia descrever as emoções que sentia ao ver Huang me abraçando.

— Yu'er. Yu'er... — Ele repetia diversas vezes sem continuar sua frase.

Suas mãos tentavam estancar o ferimento e só atrapalhava.

Meu coração bateu forte com sua imagem, com a sensação de seus braços quentes me embalando.

Não! Não queria mais isso. Precisava ir embora.

Empurrei suas mãos para longe de meu corte, não iria morrer por causa disso, mas desmaiaria daqui a pouco, já sentia meu corpo perdendo as forças. Precisava antes curar-me.

— Yu'er...

— Não... — Fugi de seus braços e cai sentado para trás. — Não quero mais...

Huang franziu o cenho, com o olhar marejado ele não sabia compreender ou não tinha certeza se me entendeu.

Senti uma lágrima rolar em minha bochecha.

— Yu'er... eu nunca te aban...

— Quero embora, Raiju. — Gritei impedindo de ouvir o restante de suas palavras.

As correntes soltaram Raiju no instante que Huang se virou para as árvores, com pouca força em meu corpo para me levantar, caiu de novo com o corpo de Shen me empurrando e o chiar de uma flecha soou.

Mais sangue manchou minhas roupas, mas dessa vez não era o meu.

Ryujin apareceu rugindo e destruindo toda a vegetação e alguém gritou, havia mais de um pelo correr. Raiju me tirou dos braços de Huang e rosnou. Com o coração pesado, quis me atirar para ajudar ao ver aquela flecha cravada nele.

Huang estendeu sua mão, mas não me alcançou.

Raiju saltou na água comigo, em sua forma animal, ele flutuava sobre o lago em direção ao horizonte escuro.

Olhei sobre o ombro. Ryujin destruía tudo, Yan aparecia com alguns soldados e Huang caiu na grama.

A dor em meu corpo se apertou.

Meu corpo também desabou pela perda de sangue e os pelos fofos de Raiju foi minha cama.

Huang...

Precisava renegar aquela marca, mas só me fazia amá-lo mais.

Não conseguia odiá-lo, só o amar mais.

Ω . Ω . Ω . Ω

Um capitulo curtinho, mas agora que começa a tristeza do Yuan... coitado. Assim como reinado dele. 

Quem apoia o imperador Yuan? 

Ah, Meu novo livro está disónivel na Amazon, um BL de vampiros e kitsunes, tem uma parte aqui no wattpad. Se chama O amante do rei Quem tiver assinatura K.U pode ler ele de graça. 


Até o proximo domingo!!

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