Capítulo 13. Eu abro meus olhos quando tudo desmoronou

Como estão peixinhos?

Capítulo treze
Eu abro meus olhos quando tudo desmoronou

A boa notícia quando o sol se ergueu no Leste, era de que voltaríamos para nosso próprio palácio a tarde, antes disso, Huang iria substituir o imperador na corte matinal. Pelo menos poderia ter a companhia de Yáng'ge comigo até Huang voltar.

Ouvi iriam tratar sobre a investigação do ataque, além de outros assuntos políticos.

O assunto sobre o aniversário de Huang também estava começando a ser sussurrado pelos corredores e a imperatriz começava os preparativos para um grande banquete. Seu aniversário era no meio do verão, enquanto o meu no final.

Eu deveria preparar algo também, certo? Como um bom marido que deixou seu alfa se machucar por sua falta de atenção e passaria seu aniversário com o ombro imobilizado, era o mínimo que eu poderia fazer.

Se a imperatriz iria dar um banquete, eu deveria pensar em algo como uma apresentação talvez, ou fazer uma refeição especial para Huang. Cozinhar não era um grande problema para mim, mas meus fortes eram petiscos e café da manhã.

Puxei os cabelos. Pensar demais nisso me deixaria louco!

— Tão agitado a essa hora da manhã. — Huang bocejou.

Era bem tarde quando pegamos no sono, e com dor, Huang demorou para dormir, consequência disso, era quase meio da hora Si, isso indicava todos já estavam em direção à reunião.

— E você vai se atrasar. — Parei em sua frente.

Mal dormi naquela noite, com a mente em um turbilhão, fiquei guardando o sono de Huang.

— Não vou ir para lugar nenhum sem seu congee de ginseng. — Ele cruzou os braços e chiou pelo movimento.

Sorri em provocação.

O horário na seita era diferente, por isso congee sustentava por boas horas, conforme o dia o melhor seria de ginseng para ajudar na força, sem perder o costume continuei, só mudava os ingredientes. Gengibre, raiz de lótus, tradicional, cada dia verificava a dispensa.

Ele havia gostado mesmo, até Yan gostou naquela vez.

Apontei para a mesa e ele sorriu. Foi bem difícil achar a cozinha, os servos naquele pavilhão não gostavam de conversa e nem em serem cortês.

— E ajeite essas roupas.

Quem teria que ajeitá-lo hoje seria eu, não havia ninguém do outro lado da porta, mesmo que fosse para servir o príncipe herdeiro, nenhum servo apareceu. 

Huang foi em cima da hora, pelo menos Yan apareceu para trazer suas roupas cerimoniais e acompanhá-lo, ouvi um pouco sobre a investigação. Os homens que falaram não sabiam dizer quem era o mandante, só que foram contratos por um beta de meia-idade da corte, sem cultivo e usava a cor azul-escuro como túnica.

Era um nobre de alto escalão.

Por trás dele deveria estar o terceiro irmão do imperador. Aquela mulher poderia estar aliada a esse príncipe?

Não contei para Huang sobre a conversa que tive com a mulher dos registros imperiais.

Hǎiyáng não apareceu, mesmo com o queimar de incenso e o cessar dos pássaros, era estranho, ainda mais por Yan não ter dito sobre imprevistos. Deveria ir vê-lo?

A alfa do harém do príncipe Yan não tocou mais em Hǎiyáng desde o "incidente", e isso era bom, não precisava caçá-la e criar problemas para mim por dar uma lição, até as de Huang não se metiam comigo.

— Alteza... — Uma pequena serva parou diante da porta com o corpo curvado. — A imperatriz o espera em seu pavilhão com as outras do harém para tratar sobre o aniversário do príncipe herdeiro.

Estranho demais.

Agradeci e ela permaneceu do lado de fora.

Abri o caixa onde meu presente estava e peguei meu chicote. Huang havia comprado especialmente para mim, um chicote inestimado, além de ser uma lenda, não era qualquer um com dinheiro para comprar a verdadeira Léibian.

O chicote parecia ter sido feito de escamas de dragão branco, com sua ponta firme e maior, borboletas prateadas o decorava dando um ar poderoso, mas nem um pouco mortal. Todos subestimam uma borboleta, quando ela poderia ter muitos significados.

Transformação, mudança. Em um piscar de olhos ela poderia ser uma lagarta, na outra, uma borboleta.

Passei o dedo pelos entalhes, não sabia qual seria o significado para terem desenhado elas no cabo, quando ela carregava tanto, porém conhecia uma sobre reencarnação e morte. Assim como ela podia ser a paz, a transformação e mudança.

Qual significado usaria para as borboletas de Léibian¹?

Descobriria com o tempo.

A guardei no cinto e deixei o local. 

𐓏 ༄ 𐓏 ༄ 

Sendo o último a chegar na reunião, passei o olhar por todas as alfas em suas cadeiras, cada uma disputando beleza com suas roupas e acessórios, era quase sufocante o cheiro de perfume misturado aos incensos.

— Sima Yuan, saúda a imperatriz. — Parei ao dar um passo para dentro e me curvei.

Aquele era o pavilhão da imperatriz, sua sala particular onde se reunia com outras "mulheres" do harém, não sabia se havia tido uma imperatriz macho, era falado do governante sábio, mas quem caminhava ao seu lado era raro ser mencionado nas histórias contadas boca a boca.

Alguém cochichou um atrasado e outra riu.

O assento da imperatriz ficava em direção as portas, sobre uma plataforma de um degrau, enquanto de suas visitas ficava em fileiras viradas uma para outra. Existia o número de cadeiras para total de concubinas do harém de Huang, e com isso tomei o assento livre.

Enquanto todas ali carregavam atrás de si uma dama de companhia, em minhas costas não havia nada além de objetos inanimados.

Todas do harém, não importa de qual príncipe, poderia ter suas damas de companhia, o que determinava a quantidade era seu status de nobreza.

— Como sabem, o aniversário do príncipe herdeiro está chegando e um grande banquete será dado a noite. — A imperatriz mantinha uma voz serena e vagava sua atenção por todos. — A data coincidirá com a chegada dos representantes importantes vindo do Norte, então tudo precisa sair com perfeição.

Chegada de representantes do Norte, isso significava que deveria ser da tribo que controlava a região.

Yùhua era a maior nação e com as maiores extensões de terra, porém, dividida com outras três grandes nações, dentro disso, existiam as terras de população menor que precisava se aliar ou ser esmagadas pelas maiores.

— Se permite perguntar, quem serão nossos convidados — perguntei a imperatriz.

— Os três filhos herdeiros do reino de Cuìyún, dois irmãos, um alfa e um ômega e uma irmã alfa.

Bastante informação, estudaria sobre essa pequena nação que faria parte de Yùhua em breve.

— Minha filha Chunji está na idade de se casar e entre os alfas será escolhido seu pretendente.

Então por que um ômega viria junto?

— Como Xiao Rin e Zhang Meilin foram as primeiras, elas ficarão responsável pela organização da festa do príncipe herdeiro.

Zhang Meilin, irmã daquela Zhang Ying que dei uma lição? Que interessante...

Era a mulher que tentou chamar atenção de Huang na festa da princesa e riu de Rin.

— Todas aqui já participaram da festa de aniversário do príncipe Shen uma vez pelo menos. — As outras três alfas acenaram em confirmação.

Entendi, a ordem dos assentos não era por hierarquia no harém, era por ordem de chegada nele. Rin como a mais velha estava no primeiro assento em sua frente estava Zhang Meilin.

As outras fêmeas desconhecia o nome, e a ponta perto da porta era a minha, longe também da imperatriz.

— Cada uma apresenta algo, como forma de presente ao príncipe, há algo que um ômega saiba fazer? — Meilin debochou.

Um ômega, e não que sei fazer.

— Meu ponto forte é amassar a cara de alfas no chão em uma luta. — Sorri em provocação e ela torceu os lábios. — Sei tocar guqin, guzheng, pipa de instrumentos. Não sou tão bom na dança e só sei a de espadas. Sei cozinhar vários tipos de pratos, atirar flechas, lutar com lança e chicote. — Dei de ombros.

Graças ao meu Shifu sabia fazer muita coisa. Ele me ensinou a ler, escrever e a citar poemas, mas como não era bom em criá-los, não falaria sobre isso.

O cântico era mais fácil para mim, devido a minha voz delicada, a melodia saia bonita, mas só cantava quando não conseguia dormir, desde que cheguei no palácio nunca precisei. Sabia só uma música que falava sobre a lua.

— Todos esses instrumentos já estão ocupados, cozinhar não ajuda, a dança também está ocupada por Rin. — Ela estendeu a mão para a alfa que não havia falado desde que cheguei. — Arco, lança, não tem espaço ou entrar em banquetes desse nível.

Ela já havia pensado em tudo na sua resposta.

— Sabe fazer algo mais? — Seu sorriso era em deboche ao fazer todas também se virarem para mim. — Ou ômegas só sabem ser uteis na cama lubrificando lá atrás.

Rangi os dentes.

— Meilin isso não é apropriado para uma nobre. — Rin falou pela primeira vez.

— Você vai defendê-lo, quando até você foi colocada de lado por um ômega das montanhas! — Ela apontou em minha direção sem cortesia alguma.

— Nem deveríamos deixar ele participar, pode estragar tudo e com as visitas tão importante...

Bufei alto.

Queria falar tantas coisas para aquelas fêmeas, tantas palavras que deixei na garganta para não acabar com minha saúde mental. Alfas conseguiam ser tão irritantes.

— Não vou continuar ouvindo essas baboseiras de alfas que não conseguem nem fazer uma simples obrigação, dar filhos. — As vozes travadas foi uma melodia para meus ouvidos. — Diferente de vocês, preciso descansar para ter energia para meu filho.

Bati na minha barriga que continuava lisa.

Os olhares de todas se arregalaram e a imperatriz quase virou chá em si.

O médico nem deu certeza, e com o tempo em que estava casado com Huang, precisava estar na primeira semana se fosse real. De todo modo, usar isso contra elas seria meu trunfo, além disso, meu cio tão próximo seria fácil engravidar.

Um ômega jovem, sem nunca ter usado inibidores ou abortivos, era saudável e bem fértil para gerar na primeira vez.

— Se me permitem, vou me retirar.  

— Se puder esperar um pouco mais, gostaria de tratar de um assunto particular. — Um sorriso cortês e olhos vazios, ela planejava algo e hesitava. — Xuening vai guiá-lo até a sala ao lado — Ela estendeu a mão apesentando a serva Xueting.

A mulher se curvou e continuou com o olhar para baixo até me erguer.

— Sirva o chá para ele, enquanto término com as outras. — Sua voz continuava sem o tom tranquilo e carinhoso de quanto a vi todas às vezes.

Não era um tom só para Huang, havia um sorriso a mais para o próprio filho, cheio de amor, claro, mas a imperatriz sempre passou uma imagem serena e justa.

Algo não estava certo.

— Para as outras, lembrem de seus afazeres. — Sua voz mudou para algo firme. — O banquete será na sétima lua, e tudo deve ocorrer bem.

Ouvi quando elas foram liberadas.

Parei diante de um painel de uma fênix, a imagem também da imperatriz, enquanto o dragão era o imperador. Aquela era parecida com a que vi nos sonhos, suas penas mais vibrantes que o sol, as nuvens não a tocavam, e o céu claro, era como se alguém tivesse pintado algo que viu.

Um dia a criatura presa em um contrato foi livre, e não duvidava ter sido vista pelo vasto azul de nuvens brancas.

Os passos quase silenciosos da imperatriz soaram assim como a retirada de todos os servos, até mesmo da Xueting, ela havia deixado o chá na mesa e ficado parada ali, encenei estar perdido em admiração pelo painel para não ser mal-educado negando o chá.

— É uma bela pintura, não acha? — A mãe de Huang perguntou sem interesse em seu timbre.

Pelo visto o imperador havia dado seus primeiros passos, um ômega passar em todos seus testes e mostrar a muitos na corte o quão poderoso era, se tornou um ultraje para aquele homem.

Alfa patético.

Ele só teve o trono por ser um covarde, caso contrário estaria curvado aos pés de seu irmão, um ômega. O mais poderoso da capital daquela época, graças a sua fama, Huang Liàn não conseguiu o apagar por completo.

No final era um alfa patético.

Usar a imperatriz como peão, era ainda mais covarde.

— A fênix é uma bela criatura. — Joguei os braços para trás e ouvi a imperatriz parar. — Capaz de sacrificar suas penas pelos seus filhos, seu corpo por seu povo, seus sonhos para encontrar alguém justo. É uma bela criatura, mais humana que muitos humanos...

Não podia ver a expressão dela, mas usei as palavras para atingi-la.

Que tipo de mãe faria mal a alguém que seu único filho amava?  

— Antes de chegarmos ao ponto crucial onde você tenta me matar com essa adaga escondida ou com o chá envenenado. — Me virei de leve e sua expressão mudou para espanto. — Quero preguntar algo do passado.

Ela ergueu seu olhar e desfez suas mãos unidas dentro das roupas.

— Qual o verdadeiro motivo de Huang Liàn ter matado Huang Junjie. Foi ele que mandou acabar logo comigo naquele ataque com os assassinos amadores?

Claro que não, o imperador não precisaria de assassinos mascarados, ainda mais um bando de amadores, só haviam coberto os rostos para não serem reconhecidos ou passar um ar de mercenários.

— Sobre a segunda pergunta. Não foi ele. — Ela respondeu serena. — E o quanto sabe da história do príncipe ômega?

Imperador ômega, ele governos por meses, sentou-se naquele trono, só confiou demais em sua família e acabou morto. Seu parceiro o traiu, seu irmão, cunhada, ele não tinha ninguém pelo visto.

— O suficiente.

Ela assentiu.

— A corte é um jogo de poder, os mais fortes sempre vão vencer. — Nisso ela era sincera. — Ele sempre quis o trono, lutou por ele e perdeu por uma escolha pelo antigo soberano.

Isso já era suficiente, era o que havia imaginado, ele não acreditava que um ômega pudesse governar bem, e como sempre foram alfas a se sentar naquele lugar, perder fez seus pensamentos passarem dos limites.

Trair o próprio sangue por um trono.

— Os mais fortes sempre vão vencer... — balbuciei e a imperatriz afinou o olhar. — Isso é verdade, mas qual o motivo dele querer tanto acabar com minha vida?

Era só por superioridade?

— Você lembra o príncipe Junjie, um ômega tão poderoso que poderia pegar o trono mesmo não tendo sangue imperial, o ômega que ele tirou a vida, mas o assombra até hoje. — A imperatriz baixou o tom de voz.

Era claro, algo tão obvio.

Ele humilhou ômegas, Yáng'ge foi o candidato que mais tirou ele da paciência, mas acabou perdendo no teste.

Um teste ele fazia só para avaliar e ver o quanto esse ômega era parecido com Junjie.

Ri alto e a imperatriz tocou em sua manga.

— Você mesmo disse, a corte é para os fortes, a quão rápida é para me atacar? Acha que sua salamandra pode comigo e Raiju?

Ela arregalou os lábios.

— Diferente do imperador Junjie, eu tenho aliados dentro e fora da corte. — Sorri. — Imagino nesse momento Xueting esteja avisando Huang nesse momento, e o que ele vai pensar? — Toquei em meu queixo. — A mãe que ele tanto admira e protege tentando me matar e ao seu possível neto! O que seria da corte com um imperador com péssima saúde contra um filho que perdeu a confiança nele?  

 Nem todo servo é leal a quem serve, por isso não se deve colocar toda a confiança em alguém que não morreria por você.

Lealdade se conquistava, não se obtinha.

— E mesmo que o imperador substitua Huang, ele colocaria Yan? Aquele que o odeia por fazê-lo viver longe do ômega que ama? O irmão que é leal a Huang, ou talvez Wei a quem conquistei em uma luta. — Dei de ombros. — Talvez o terceiro irmão do imperador que deve desejar o trono também, a tentativa contra Huang não é estranha, ou quem sabe o imperador Junjie tenha conseguido dar à luz antes de ser morto e seu herdeiro...

Existia uma grande lacuna quando o príncipe viajou para as fronteiras sem ter uma guerra, quase um ano lá, a menos que ele estivesse grávido de uma criança bastarda, para que ela nascesse e ele pudesse subir ao trono ninguém poderia saber sobre.

Isso significa que ele tinha alguém antes do seu marido oficial, alguém que pode viver hoje na fronteira, ou na corte.

— Você é mais inteligente. — Ela comentou baixando a adaga. — Junjie confiava em Liàn profundamente, nunca concordei com isso, mas não fiz nada para ajudar nenhum dos lados, só fiquei em silêncio, naquela época, Lián já era casado com a mãe do antigo príncipe herdeiro, ela ousou ir contra e foi morta.

Sua história saia em sussurros, suas mãos tremiam e seu olhar percorria em direção aos painéis, como se pudesse ter alguém para escutar.

Caso o imperador soubesse, isso seria um problema para sua vida, porém, duvidava ele tirasse a vida dela. Huang não o obedeceria mais e com sua saúde debilitada, ele poderia ser morto facilmente por um filho com rancor.

Ele matou uma esposa, um filho e um irmão.

— Não sou uma adversária a sua altura, e não quero meu filho contra mim, mas o imperador não vai parar, não baixe a guarda como o príncipe Junjie.

Não baixarei e um dia honrarei o ômega que poderia ter sido um adversário à altura.

Se existisse uma sementinha em mim, esperava que fosse um menino.

— Me retirarei por hora. — Me curvei em respeito. — Até a próxima.

Não havia planos para falhar e nem deixar Huang cair.


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 ¹ Léi biān significa chicote do trovão

Notas da autora:

Yuan mete medo em geral e faz todos calarem a boca kkkkk chuta mais bundas Yuan, vai vai.

Até proximo capítulo!

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