Uma Base
Julia
Passaram-se dias.
Mineravámos o dia inteiro e mesmo assim não conseguíamos achar nada além de carvão e as estranhas pedras.
Tínhamos a pedra verde da natureza, pedra rosa da flor, pedra azul da água, pedra marrom da terra, pedra roxa do fim, pedra misteriosa do começo, pedra prateada da lua, pedra vermelha da lava, pedra amarela do sol.
Mas nenhum minério muito útil.
Descobrimos que não se tem como fazer armaduras e armas com essas pedras.
— Se não tem como fazer armaduras e armas... Como iremos lutar e nos proteger quando a hora chegar?! — Perguntara Camila depois de descobrimos
Ninguém respondeu. Ninguém sabia. Não tínhamos nem ideia de como iríamos fazer isso, do jeito que as coisas estavam
A cada dia que passava, íamos ficando mais desesperadas, e as dúvidas e os medos cresciam cada vez mais
Se a vida fosse um jogo de tabuleiro, a nossa devia estar em não jogar por algumas partidas.
Me perguntei vagamente quando íamos sair desse negócio, e o dado cair pelo menos 1. Eu não me importava em cair um número tão pequeno, se fossemos avançar, nem que seja tão pouco...
Até eu não tinha proposto novamente de nós construirmos a base. Na verdade eu tinha me esquecido completamente dessa minha ideia.
Quer dizer, não por muito tempo
Em um certo dia, sentada em minha cama e olhando para a floresta, sem vê-la, pensei sobre uma coisa.
Se não tínhamos como nos armar, então deveriamos ter pelo menos algum tipo de proteção.
Foi aí que me lembrei minha ideia de construir uma base.
Quando essa decisão foi decidida, andei até elas e propus para elas a minha idéia, a que elas apenas assentiram, sem dar muita importância
Nosso mundo parecia sem sentido. Nada mais parecia importante.
Os dias na verdade eram noite escuras e sem luz. E à noite ficava ainda mais escuro e pouco iluminada.
Quando será que um pouco de luz iluminará um pouco as nossas vidas?
Sei que isso pode parecer idiota — Até eu acharia isso ridículo se não estivesse acontecendo comigo — Mas... Se não tínhamos como nos armar adequadamente, não teríamos muitas condições de sobreviver. A morte era certa, então.
Será isso que o Hell está planejando?
Será que ele nos queria praticamente desarmadas?
Não. Ele não jogaria tão sujo assim...
Jogaria?
[...]
— Que tal colocarmos as janelas aqui e aqui? — Perguntou Camila indicando o local com os dedos enquanto falava, pelo projeto estendido diante de nós. Tínhamos achado um pedaço grande de papel jogado no chão da floresta e resolvemos fazer nele o projeto de nossa base. Nada que as habilidades de desenho de Camila não pudesse ajudar.
A casa será de pedra, um material que é mais resistente que madeira. Quanto mais resistente for a base, melhor.
— Mas as janelas não são... Frágeis de mais? — Perguntei com um pouco mais de vida na voz. Planejar essa casa estava sendo uma boa forma de nos distrair da realidade que nos cercava.
— Ah... — Murmurou Camila com a testa franzida. Não entendendo direto minha pergunta, pensei. — Sim... Mas com a janela poderemos ver o que está acontecendo fora da base.
— Camila está certa — Concordou Susana — Assim não ficaremos nos perguntando o que está acontecendo lá fora.
— Ok, ok — Disse um pouco convencida, mas nem tanto. Ainda achava janelas frágeis de mais.
Voltamos a conversar sobre a casa, fazendo modificações ali e aqui.
Um rugido alto nos desconcentrou, fazendo a gente esquecer do projeto momentaneamente e olharmos para a floresta.
Nos entreolhamos e em seguida assentimos, correndo na direção de onde devia vir o rugido.
Problemas com monstros eram mais comum, e fáceis de lidar, já estávamos acostumadas com eles.
Problemas com animais eram raros, mas ainda assim não eram tão difíceis.
Na maioria das vezes era um animal pequeno — Tipo um Gato-coelho-cachorro —, o que só uma de nós bastava para matar. Eram até que fracos
Ou, quando raramente era um animal grande — Como o que vimos no primeiro tipo nessa floresta —, a gente tinha um pouco mais de dificuldade para matar, apesar de nesse caso estarmos as três juntas. Mas não era nada de mais.
Nunca passamos tanto sufoco com animais quanto naquela primeira vez.
Nunca andávamos desarmadas. Seria estupidez.
[...]
Dei uma olhadinha numa lista do que iríamos fazer em cada dia de fazermos a casa.
Ontem foi planejar a casa. Hoje iremos pegar recursos e começar a construir a base.
Ontem tivemos um pequeno debate em relação às base. O assunto do debate era a casa ter 2 blocos de largura, em vez de um.
O debate se encerrou com a gente decidindo que a base teria 2 blocos de largura.
O que resultou que íamos precisar de mais materiais do que esperávamos
Era estranho minerar sem achar nenhum ferro, diamante, Esmeralda e tal. Só carvão... E essas pedras estranhas.
Me perguntei novamente para quê essas pedras estranhas servem.
Dei de ombros e me concentrei na mineração
[...]
— Susana está demorando — Comentei com Camila, sentada na grama, e esperando Susana, que nunca chegava. Camila deu de ombros.
— Você sabe como a peça é. Sempre minerando mais do que o combinado.
— Nunca vi ninguém gostar mais de minerar do que ela. — Concordei balançando a cabeça afirmativamente.
— EI! GENTEEE!! — Ouvi uma voz familiar gritar. Virei minha cabeça para a esquerda, e , aliviada, vi Susana correndo que nem doida na nossa direção.
— Ei! Calma! Não é o fim do mundo — Disse Camila vendo minha irmã ofegante.
— Eu... Achei... — Tentou dizer Susana, sem fôlego.
— Quando você voltar a respirar normalmente, você fala o que achou — Disse eu.
Os segundos se passavam, e aos poucos sua respiração foi desacerelando, até que se tornou normal.
— Melhor? — perguntou Camila.
— Sim.
— Okay, agora é permitido você falar o que queria falar — Ah? Que frase meio confusa
— Bom, eu estava minerando e achei dois novos tipo daquelas pedras estranhas — Disse Susana sem enrolação.
— Sério? Quais? — Perguntei meio desinteressada. Tudo isso só por dois novos tipos de pedras inúteis?
— Pedra branca da luz e pedra preta da escuridão.
Camila engoliu em seco
— Não gostei nem um pouco do nome da segunda pedra — Comentou Camila, meio nervosa.
— Todas essas pedras tem nomes meio estranhos — Murmurei para mim mesma, baixo de mais para elas escutarem. Depois aumentei a voz para que elas ouvissem: — De qualquer forma, temos que construir nossa base.
Elas assentiram, e caminhamos em silêncio até o local onde seria construído nossa base
Susana
Notei que enquanto falava das novas pedras que achei, Julia pareceu meio desinteressada
Acho que sei o porquê.
Ela acha que essas pedras não tem nenhuma utilidade. Que são inúteis.
Mas... Eu sinto que essas pedras ainda vão ser muito importantes. Só não sei como e nem quando.
Sorri fracamente com esse pensamento e tentei me concentrar em fazer a casa. Sem sucesso.
Até agora não sei onde Julia estava com a cabeça ao propor da gente fazer uma base de 2 blocos de largura.
Sei que não temos espadas, armaduras e tal. Mas uma casa de 2 blocos de largura é meio exagerada.
Minha irmã estava ficando paranóica com esse negócio de proteção, só pode.
Fui interrompida de meus pensamentos quando notei um fraco brilho preto. Foi muito rápido e fraco para eu indentificar o local em que saiu.
— O qu...? — Antes que eu pudesse terminar, apareceu cinco zumbis e dois creepers do nada. — Aaaahhh!!!! Mas de onde veio?!! — Gritei, e depois de um segundo fui para cima deles. Rapidamente Camila e Júlia se juntaram a mim.
Não demorou muito tempo para acabarmos com eles.
— De onde foi que eles vieram? — Perguntou Camila, olhando chocada para os lados.
— Não sei! Apareceram do nada! — Disse minha irmã surpresa
— Muito estranho — Comentei confusa. Acho que isso é mais uma coisa estranha para a lista de coisas estranhas que aconteceram nessa aventura
Como foi que aqueles monstros apareceram do nada?
Depois de pensar um pouco no assunto,dei de ombros — Não conseguia achar resposta alguma para essa pergunta — E voltei a tentar me concentrar na tarefa simples, que era construir a base
[...]
Não demorou tanto quanto pensei que ia demorar para a gente terminar — Ah?
Nem íamos precisar do terceiro dia.
Era uma base simples, mas resistente.
Sorri e me deitei na cama, que já estava dentro da base, pois já estava escuro e estava exausta.
Em algum momento perto da inconsciência, me lembrei daquele brilho estranho, e me perguntei vagamente o que era e de onde veio.
Foi então que a sonolência tomou conta de mim e adormeci
*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*
Minha nossa, nunca foi tão demorado escrever um capítulo, quanto está sendo com os capítulos dessa história.
Olha o que acontece: Eu escrevo um capítulo, demorando um pouco mais do que demorava.
Aí eu acho que está horrivel. E eu reescrevo, só mudando pequenas coisinhas.
Ai, ai. Nunca tive que fazer isso. Então por que agora?
É por isso que estou demorando um pouco para postar. Isso mais adicionado a uma pequena falta de vontade, que conheço faz tempo.
De qualquer forma, me digam o que acharam do capítulo. Ainda não aconteceu nada de importante, eu sei. Mas calma
O que vocês acham que foi aquele brilho preto? Ui ui
( Hmm, acho que vou colocar a ideia importante já no próximo capítulo... Se não ficaria muito enrolado e sem acontecer nada de importante)
(Sinceramente estou chocada por ter conseguido fazer um capítulo de quase 1500 palavras usando tão pouco conteúdo)
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top