Um Sinal
Susana.
Abri meus olhos, desorientada. Me levantei um pouco do chão.
Coloquei a mão na minha cabeça, que doía absurdamente.
O que tinha acontecido, exatamente?
Me deitei novamente. Suspirei, olhando o céu. Em seguida olhei ao redor... Parecia até que tinha acontecido uma.... Explosão...
A EXPLOSÃO!
Me ergui subitamente.
Não foi uma boa ideia, minha cabeça girou e doeu, e eu acabei perdendo um pouco a força das pernas, caindo ajoelhada e com as mãos na cabeça.
Gemi. Que dor....
M-mas eu... Eu tinha que me levantar... Eu tinha que ver se Julia e Camila estavam bem...
Tentei me erguer, sem muito sucesso.
Ah... Julia... Camila... Como vocês estão?
O quanto de coisa ruim tinha acontecido... Aquela briga idiota.... Que, graças a Deus, o passarinho bioluminescênte tinha despertado a razão em mim novamente antes que ela ficasse ainda mais séria...
O passarinho bioluminescênte...
Ele também estava perto da explosão... Ele pode ter se machucado um monte!
Me levantei. Cambaleei, pelo lugar, sentindo minha perna doer. Pelo menos eu consegui forças o suficiente para me levantar
Fechei os olhos. Que ironia, o ser que no começo eu simplesmente odiava, agora me dava forças...
Abri os olhos, logo vendo o passarinho bioluminescênte desmaiado no chão
Corri até ele, ignorando totalmente a dor forte da minha perna. Me ajoelhei ao lado dele.
Ele estava muito machucado, como eu temia.
- Oh não... Passarinho. - Choraminguei. O peguei com cuidado - Você vai ficar bem, okay? - Disse mais para mim mesma.
Com uma mão, sequei as poucas lágrimas que tinha no meu rosto. Era melhor eu me preocupar com isso depois. Agora tinha que encontar minha irmã e minha prima.
[...]
Não precisei procurar muito. Logo as encontrei, uma do lado da outra.
Me ajoelhei ao lado delas, e deitei o passarinho com cuidado na grama.
Elas também pareciam muito machucadas.
- Ei, Camila, Julia acordem! - pedi.
Estava começando a ficar meio desesperada. E se tivesse acontecido algo mais sério com elas?
Os olhos de Camila se abriram lentamente.
Quase me joguei nos braços delas, mas me controlei. A coitadinha estava muito machucada. E se eu fizesse isso provavelmente a traria mais dor... Para mim e para ela.
- Hmm? - Camila murmurou, se levantando. - Ai! - Colocou a mão em sua cabeça.
Continuei a chacoalhar Julia, que ainda não tinha acordado.
- Vai, Ju... Acorda... - A chacoalhei mais forte. Ela ainda não acordava. Eu estava prestes a chorar. - Não faz isso comigo...
Me deitei ao lado dela, chorando. Não. Não... Minha irmã não pode ter... Não pode...
Senti seu tronco se contrair. Me sentei rapidamente, vendo aos poucos os olhos de Julia se abrirem.
- Ah? O-o que aconteceu?. - Julia perguntou confusa.
- Julia... - disse com lágrimas nos olhos. - Que bom que você está bem! - Fiz menção de a abraçar, mas parei ao me lembrar que ela estava machucada.
Mas não faz mal, quando ela melhorar eu vou abraça- la um montão!
Olhei para o lado, onde Camila encarava tudo com os olhos lagrimejando.
- Mas o que foi exatamente que aconteceu? Minha cabeça está doendo tanto... E minhas lembranças embaçadas. - Julia comentou, com a mão na cabeça.
Ajudei ela a se levantar.
- Isso não importa muito... O que importa é que vocês estão bem.
[...]
Fazia algumas horas depois do acontecimento.
O passarinho bioluminescênte tinha acordado alguns minutos depois.
Agora estávamos sentadas ao redor de uma fogueira que Camila fez. Já estava de noite.
- ... Eu me pergunto... - Eu disse, atraindo a atenção das duas para mim. - Por que será que nossos colares explodiram? - Eu perguntei, tocando no assunto pela primeira vez .
Não conversamos sobre o que aconteceu. Estávamos cansadas de mais. Então fomos dormir.... Apesar de que... A gente passou sei lá quanto tempo desmaiada... E desmaio é meio que dormir, né?
- Eu não sei... - Julia suspirou - Mas eu tenho uma teoria...
- Que teoria é essa, Ju? - A encarei, interessada.
- Eu tive um sonho com o Hell, naquela primeira noite na caverna... Eu tinha esquecido completamente, por isso não as contei - Julia disse rapidamente, quando abri a boca, prestes a perguntar por que não tinha nos contado.
- E sobre o que era o sonho? - Camila perguntou, apoiando a cabeça com o braço.
- No sonho um monstro diz que conseguiu algo. Hell diz para o homem misterioso que sabe fazer planos. O homem misterioso questiona porque ele ter feito isso. Hell diz que juntas somos até fortes, mas separadas somos fracas. - Julia narrou o sonho. Em seguida suspirou. - Não é uma narração muito boa... Estou cansada de mais para fazer uma melhor.
- Não se preocupe. Eu consegui entender - Camila sorriu.
- Então... Está querendo dizer que aquele colar foi um plano do Hell? - Perguntei, séria.
- Sim. O colar... A briga... A explosão... Foi tudo parte de um plano... Apesar de eu não ter entendido um pouco a parte da explosão.
- Eu acho que é por causa que nós estávamos conseguindo vencer a magia do colar... Então ele explodiu... Sei lá. - Dei de ombros. Era uma teoria bem idiota, mas não estava com cabeça para fazer uma melhor.
- Pode ser...
- Como nós conseguimos ser tão burras?- Camila perguntou retoricamente. - Era ÓBVIO que o colar era um plano do Hell... E mesmo assim não desconfiamos de nada. Somos muito burras.
- Você é a mais burra de nós. - A encarei com um sorriso divertido, que foi retribuído por um olhar de tédio de Camila.
Julia deu uma risadinha, balançando a cabeça negativamente.
- Ai, ai, vocês duas...
- Ou talvez Julia que seja a mais burra... - Bati os dedos no meu queixo. Júlia também me encarou com tédio.
- Por que eu?
- Sei lá - dei de ombros. - Porque eu quero, talvez. Isso é motivo suficiente.
Julia deu um tapa na própria testa.
- Já chega desse papo sobre quem é mais burra. Temos que ir dormir... Teremos um longo dia pela frente.
Assenti com um leve sorriso.
Tentei me deitar na grama, de um jeito que eu ficasse confortável... Era difícil... A grama pinicava meus braços e minha cabeça... E o chão é... Duro. Isso é meio óbvio.
Fechei os olhos. Esse dia fora bastante cansativo. Eu tinha que recuperar as forças para os próximos.
[...]
Fazia três dias depois daquele acontecimento dos colares explodindo.
Estávamos andando um monte na floresta, como sempre. Uma parte de mim já estava ficando sem esperança... Ela dizia que nós nunca achariamos o caminho de casa... Que nós estávamos nos afastando cada vez mais... Que iríamos ficar perdidas nessa floresta - Bom... Isso a gente já está.
Mas nós tínhamos que continuar tentando achar o caminho. Nós tínhamos que ter fé.
Como dizem, a esperança é a última que morre.
Eu só queria... Eu só queria que o mundo nos desse algum sinal, um mínimo sinal que seja que estivéssemos perto.
Fui tirada por meus pensamentos, com a voz de Camila dizendo:
- Ei... Ju, por que você parou?
Olhei para o lado, em que Julia estava olhando alguma coisa, alguns metros de nós.
Eu nem tinha percebido que ela tinha parado de andar... Estava tão emersa em meus pensamentos...
- T-tocha. - Julia gaguejou, apontando para uma tocha que estava numa árvore. Ah?
- E o que tem essa tocha?- Perguntei, confusa.
Julia engoliu em seco, e nos fitou.
Parecia ter algo diferente nela... Um olhar diferente... Um olhar de... Esperança.
- Essa foi a tocha que eu tinha colocado um tempão atrás... Alguns minutos depois de termos começado a andar. - Julia nos deu um momento para digerir isso, então disse: - Estamos chegando.
Meus lábios involuntariamente se ergueram em um sorriso.
Valeu, mundo! Até que enfim um sinal.
Pelo jeito era só reclamar com ele... Para ele resolver nos dar o sinal.
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