Guerra das Maçãs
Susana
— COMO VOCÊS PUDERAM DEIXAR ISSO ACONTECER? — Gritei.
Não, não, não. Eu não conseguia acreditar nisso. Não, não, não. Isso não podia acontecendo.
— Não fale nada!! Você também não colocou as tochas!! — Camila retrucou.
Meu rosto recuoou um pouco com as verdades em suas palavras. Isso era a mais pura verdade.
Ai, como eu pude ser TÃO burra?
Eu pensando que elas iriam colocar, e que não era para me preocupar...
Mas elas não colocaram. Eu devia ter previsto isso.
Eu ouvi em algum lugar algo como: não deixe os outros fazerem o que você pode fazer.
E essa frase estava totalmente certa.
E agora estávamos pagando por não segui-la.
— E você, Julia?!! Por que não colocou?!! — Me virei para a minha irmã.
— Eu só tinha UMA tocha!— Julia se defendeu.
Olhei pelo canto do olho o passarinho bioluminescênte nos olhando angustiado. Ele não parecia estar gostando nem um pouco da nossa discussão.
— Chegaaaaaa!! — Gritei interrompendo a discussão. Elas me olharam assustadas. — Essa briga é ridícula. Não vai mudar em nada a nossa atual situação. Vamos fazer as pazes.
— Você tem razão. — Camila suspirou, rapidamente voltando à razão. — Estamos nos comportando de modo ridículo.
— Que bom que percebe. — Disse sorrindo zombeira.
— Vamos procurar o caminho de volta para nossa base — Julia disse começando a caminhar.
— Nananinanão! Pode ir parando, Ju. — A impedi antes que ela andasse de mais.
— Por quê?
— Precisamos colocar tochas aqui, para marcar o caminho para a vila. Pois iremos voltar um dia desses. — Expliquei.
— Ah, é mesmo hê hê hê — Julia riu com a mão na nuca.
— Francamente, vocês iriam realmente cometer o mesmo erro duas vezes?
— Ah... Acho que sim.
— Se não fosse por eu... Às vezes parece que só eu tenho um cérebro e inteligência... — Comentei com um sorriso zombeiro.
Elas reviraram os olhos.
O passarinho bioluminescênte voou pelo ar, parecendo alegre por nós ter feito as pazes.
Às vezes às pessoas brigam por motivos ridículos. Motivos ridículos que podem acabar arruinando uma amizade.
[...]
Tédio.
Era só isso que eu sentia.
Tédio.
Tédio é uma coisa horrivel.
Mas que ainda assim persiste em ficar na gente.
Olhei para os lados, a procura de algo para me livrar do tédio.
Olhei para Camila e Júlia, que pareciam tão entediada quanto eu.
Olhei de volta para o arredor, vendo nada de interessante.
Aff. Por quê na floresta não tem algo de divertido? Só tem folhas... Terra... Árvores... Frutas... E...
De repente senti um estalo na minha cabeça.
Olhei para Camila e depois para as frutas — no caso maçãs — que tinham nas árvores e sorri malignamente.
Peguei rapidamente uma maçã, e então parei, me concentrei, e joguei a fruta na Camila. A maçã acertou a parte de trás de sua cabeça, provocando um baque engraçado.
— Ai. — Camila murmurou passando a mão na parte de trás da cabeça, bem onde a fruta tinha batido.
Comecei a rir.
— Mas o que foi... — Camila se virou para trás. Camila viu minha expressão de riso e logo compreendeu o que se passou. — Você...
— Sim. Eu joguei aquela fruta em você. — Eu disse tranquila.
— Ah, você vai ver. — Camila pregou a fruta que tinha caído no chão, e jogou em minha direção.
Nem me movi, a fruta foi parar muito longe de mim.
— Ah, fala sério! — Camila colocou as mãos na cintura, indignada com sua falta de pontaria.
Minha risada aumentou ainda mais.
— Dessa vez eu acerto. — Camila pegou uma outra maçã e jogou na minha direção
Novamente nem me mexi.
A maçã bateu em alguma coisa e foi rebatida.
A maçã rebatida acertou em cheio a cara de Julia.
Nesse momento eu estava morrendo de rir
— Camila! — Julia gritou, indignada.
— Desculpinha! Era para acertar a Su.
Mas minhas irmã nem ligou para o que a de olhos roxos falou. Ela pegou uma maçã e jogou na Camila.
A maçã acabou, de alguma forma, ficando meio que presa no cabelo dela.
— Eii! Como ela ficou assim?! — Camila disse tentando tirar a maçã. Não saiu.
Era rodou. Não funcionou.
Na verdade, a maçã acabou meio que batendo na cara dela quando ela rodou.
Eu já estava ficando com falta de ar.
Aquela cena estava muito hilária.
Depois de algumas tentativas falhas de tirar a maçã, Camila suspirou e se virou para Julia. Sua expressão se transformou de frustração para raiva.
Camila pegou a maçã e jogou-a em Julia.
Novamente não acertou.
Na verdade ela quase acertou o passarinho bioluminescênte que estava a tipo mil metros dali.
O passarinho desviou da maçã atirada no último segundo.
Olhei para ele, preocupada... E se tivesse tivesse acontecido algo com ele?
Uma maçã acertou minha cara. Olhei para Julia, quem tinha acertado a maçã, e comecei a jogar maçãs na cara dela.
Quando dei por mim, eu estava no meio de uma gruerra das maçãs.
Era maçã jogada para tudo quanto é lado!
Vi pelo canto dos olhos o passarinho bioluminescênte se esconder atrás de uma árvore quando a guerra das maçãs começou a aumentar.
Uma guerra como essa devia ser perigosa para um ser tão fofinho e pequenininho como ele.
[...]
Eu estava atrás de uma árvore, usando-a como escudo, enquanto jogava maçã. Julia e Camila usavam a mesma tática que eu.
Camila tacou uma maçã em mim, que acertou em cheio a minha cara.
— ISSO!! Acertei!! — Camila comemorou, saindo do seu esconderijo, fazendo uma dancinha engraçada.
— Depois de um milhão de tentivas, era de se esperar que acertasse pelo menos uma — Murmurei também saindo de trás da árvore.
— Pois é, né. — Julia também saiu do seu esconderijo.
Parecia que a guerrinha tinha acabado.
Mas eu não iria deixar Camila em pune. Ela acertou uma maçã na minha cara.
Peguei rapidamente uma maçã que estava no chão, — O chão estava todo cheio de maçã. Nunca vi tanta maçã no chão na minha vida. — e joguei em Camila.
A minha maçã bateu na maçã que ainda estava presa no cabelo de Camila.
A maçã que eu joguei acabou libertando o cabelo de Camila daquela maçã.
As duas maçãs, então, estavam voando pelo ar. Ergui minha cabeça para ver aquilo
Eu não sei dizer qual das maçãs foi, mas uma acabou caindo bem no alto de minha cabeça.
Esfreguei o local onde a maçã tinha caído, enquanto ouvia as gargalhadas altas de Camila e Júlia.
— Não riam da minha desgraça — resmunguei às encarando irritada.
O pior não era o mico que eu paguei.
O pior era saber que aquele mico fora por causa por minha causa.
Se eu não tivesse tacado aquela maçã na Camila, isso não teria acontecido.
Estou com raiva da Camila.
Mas estou com mais raiva de mim mesma.
E de meu azar.
Camila me contaminou com seu azar.
Apesar do meu pedido, elas não pararam de rir
— TÁ, TÁ! JÁ CHEGA! — gritei irritada e sem paciência. — Vamos logo continuar a procurar a droga do nosso caminho de volta para a base.
O passarinho bioluminescênte colocou a cabeça para fora da árvore para ver se a barra estava limpa, em seguida voou para o meu lado.
Mesmo estando extremamente irritada, não pude deixar de sorrir para ele.
Aquele passarinho tinha alguma coisa que fazia a gente se apaixonar por ele.
Meu sorriso logo morreu quando eu ouvi os risos e cochichos baixos de Julia e Camila atrás de mim
Nem queria saber sobre o que estavam falando. Provavelmente zoando eu.
Para me distrair, me concentrei no passarinho bioluminescênte. E fiquei brincando com ele.
É, esse definitivamente não foi o meu melhor momento.
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Daqui para frente, praticamente só Susana vai narrar. As outras já narraram um monte, e Susana(tadinha) narrou quase nada.
Bom, acho que é só isso... Bye bye.
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