A Flor Do Humor
Camila
Acordei ainda meio sonolenta.
Sabe aquele estado em que você está acordado, mas não está? Então, esse era o meu estado quando acordei.
Porém, a sonolência foi rapidamente embora quando vi uma mesa estranha. Parecia a mesa que nós fazíamos os craftins, só que mais... Chique.
Parecia que era feita de cristais, com pratos de cristais, garrafa de flor de cristal, e com um tecido, que percebi que era mais chique e bonito.
"Essa mesa com certeza não estava aí ontem." Pensei "De onde ela veio?"
Então percebi que Susana não estava na sua cama e em nenhum lugar da minha linha de visão.
Assustada, resolvi acordar Julia.
— Julia! Acorda! — Disse chacoalhando minha prima. Minha mente estava divagando em certas três perguntas:" Onde está a Susana?" "De onde essa mesa veio?" e "O que está acontecendo?"
— Hum? — Resmungou se sentando e coçando os olhos
— Duas coisas estranhas aconteceram: Primeiro: Apareceu uma mesa parecida com as que fazíamos craftins, só que mais... Chiquetosa...
— E daí? Deve ter sido o Hell que deu — Disse Julia sem dar a mínima importância. Ela voltou a deitar, fechando os olhos
—... E segundo, mas não menos importante: Susana desapareceu
— O QUÊÊÊÊÊ?!! — Gritou Julia pulando da cama e arregalando os olhos. Finalmente ela acordou por completo.
— Pois é.
— Mas aquela sem noção! — Exclamou Julia andando em círculos, praticamente arrancando os cabelos — Tonta do jeito que é provavelmente deu uma de explorar sozinha!
— Mas o que tem isso? — Perguntei confusa — Ela não é boba, deve estar armada — Disse tentando acalmar Julia. Ela já estava me assustando
Ela me lançou um olhar muito sinistro. Engoli em seco.
— Mas ainda assim foi muita irresponsabilidade — Ela disse séria.
— Bom... Er.... hum... É, acho que sim — Admiti. Só um pouquinho — Mas agora já era, não tem como mudar o passado. Só o que nos resta é esperá-la — Disse olhando firme para ela. Quando vi que ela ficou pensativa, fui para perto da mesa, examinando-a. Encontrei algo que me interessou.
— Olha! Uma picareta de pedra! — Disse me agachando e pegando a picareta.
— Agora poderemos pegar nossos minérios — Julia disse sorrindo. Assenti, também sorrindo.
Bom, a maioria do dia se passou com eu minerando e coletando madeira. Já estava com 267 pedras e 349 madeiras quando alguém tocou meu ombro, me fazendo gritar com o susto
Quando me virei vi que era só Susana.
— Que susto menina! Pensei que era um fantasma maligno ou um bicho medonho — Disse colocando a mão sob meu coração, que batia aceleradamente.
— Desculpa — Disse ela com um sorriso divertido, achando graça da situação
Então me lembrei que ela tinha sumido por muito tempo
— O que foi que aconteceu? Sumiu a manhã toda e a maioria da parte da tarde...
— Ah, bem...
Susana
FLASHBACK
Acordei nessa manhã com a luz do sol me incomodando. Me espreguicei
"Fui a primeira a acordar" Pensei olhando os rostos adormecidos de Julia e Camila
"Maravilha" Pensei sarcástica
Ser a primeira a acordar não significa coisa muito boa. Significa que você não tem lá muita coisa de bom para fazer. Dei de ombro, pensando no que faria.
Olhando para a floresta, que parecia que as árvore tinham adquirido um brilho interessante que as deixava bem bonita, tive uma inspiração.
Irei explorar essa misteriosa — e perigosa — floresta.
Talvez eu esteja me sentindo corajosa, ou talvez fosse só a curiosidade para desvendar os mistérios dela, mas eu estava me sentindo muito animada por essa exploração
Ainda animada, resolvi que iria precisar de uma espada. Para me proteger se acabar por me encontrar com algum perigo. Tremi levemente com esse pensamento.
Estava andando para sei-lá-onde, quando subitamente parei, me lembrando de algo crucial.
Eu não tinha aquela mesa de fazer objetos.
Eu não podia fazer uma espada.
Por um instante, desanimei, mas logo me reanimei.
"Bom, deve ter alguma dessas mesa por aí, né?" Pensei otimista "O Hell não nos deixaria sem uma coisa tão importante quanto essa mesa"
Comecei a dar uma procuradinha ao arredor, afinal, vai que acho ela?
E não é que achei mesmo?! Bom, era a mesa só que pequena, provavelmente para poder escolher onde vai colocá-la
Obviamente coloquei-a perto de nossas camas.
Ah, e eu também achei uma picareta ao lado da mesa
Sorrindo satisfeita comigo mesma, fui pegar os materiais necessários para se fazer uma espada de pedra
[...]
Coloquei as pedras e madeiras do mesmo modo que fazíamos espadas de pedra na ilha
As instruções ainda estavam vivas em minha mente.
O processo foi idêntico. Talvez um pouquinho mais rápido, mas nada de mais.
Acho que uma mesa de aparência um tanto diferente não muda muita coisa.
Dei de ombro, peguei a espada e fui me aventurar pela floresta misteriosa
Camila
Bufei depois de terminar de ouvir sua história.
— Pelo jeito eu e a Ju advinhamos boa parte das coisas — murmurei, meio seca.
— O que foi que disse? — Perguntou Susana confusa.
— Nada não
— Humm — Disse ela meio desconfiada
— O que foi que aconteceu na sua exploração? — Tentei a distrair. Funcionou
— Bom... Nada de muito interessante — Depois de uma pequena pausa, acrescentou: — Mas...
— Mas...? — A incentivei a continuar.
— Vou falar isso quando nos reunirmos com a Julia. Aí não precisarei repetir a história.
— Vai me deixar na curiosidade? — Perguntei incrédula.
— Sim — Respondeu ela com um meio sorriso. Bufei e fomos procurar Julia.
[...]
Não demoramos muito para encontrá-la, ela estava cortando algumas árvore com um machado de pedra.
— Ah? — Murmurou virando o rosto na nossa direção, sentindo nossa presença
Seu rosto se iluminou por 1 segundo ao ver Susana, então se fechou em uma visível raiva.
— Onde é que você estava? — Exigiu Julia num tom seco.
— Explorando essa floresta — Respondeu Susana, claramente com tédio por ter que repetir toda a história.
[...]
Depois de ela ter repetido toda a história que já conheço, Julia ficou em silêncio, encarando fixamente Susana.
— Por que não chamou a gente? — Perguntou Julia por fim, com a expressão vazia. Susana deu de ombros
— Sei lá. Talvez por vocês estarem dormindo. Ou talvez por eu querer explorar sozinha. Não sei. Talvez os dois — Respondeu Susana sem dar importância. A cara de Julia se fechou um pouco pela ignorância de Susana
— Ei Julia, até quando vai ficar com essa cara amarrada? — Perguntei com um sorriso zombeiro. Sua cara se fechou um pouco mais.
— Chega com esse clima tenso! Eu quero contar logo sobre aquilo — Disse Susana muito animada.
— Ah, sim. Pode falar — Disse sorrindo animada.
— Bom, eu estava de boa explorando essa floresta, esperando não encontrar nada de mais. E acabei trombando com isso — Então ela tirou um tipo de flor de dentro da bolsa
— O que isso tem de tão importante? — Perguntei, decepcionada, não entendendo o motivo de tanta animação por parte de Susana. Para mim aquilo era apenas uma simples florzinha, sem nada de muito interessante.
— Bom, se eu puxar isso... — Então ela puxou uma das folhas. Pelo visto era uma folha dura, tipo de plástico, por que não teve a mesma reação das folhas normais. Uma folha normal ia torcer. Essa folha meio que foi para baixo, parecido quando alguém puxa uma alavanca.
Para minha total surpresa, quando Susana puxou a folha-alavanca a flor branca e sem graça adquiriu uma cor verde brilhante magnífica.
Tudo que eu pude fazer era olhar maravilhada para aquela estranha flor.
— Mas não é só isso — Continuou, satisfeita com nossas expressões maravilhadas
— O que pode ter de mais interessante? — Perguntou Julia sem conseguir tirar os olhos da flor brilhante. Ela era tão hipnotizante...
— Bom, demorei algum tempo para entender. Mas descobri que ela é uma flor do humor, tipo aquele colar do humor que a Camila adora. — Arfei.
Impossível
— Como assim? — Perguntou Julia chocada.
— Ela funciona que nem aquele colar do humor. Ela muda de cor de acordo com as emoções de seu portador.
— Sério? Deixa eu ver — Disse praticamente arrancando a flor das mãos de Susana, com um enorme sorriso no rosto. A flor ficou branca. Meu sorriso imediatamente desapareceu — O QUÊ?! O que aconteceu com ela?! Pifou?! Estragou?! — Exclamei desesperada.
— Verdade! — Disse Julia olhando desesperada para a flor branca em meus braços.
Fiquei puxando a folha-alavanca, balancei ela... Nada deu certo. Dei a folha para Susana e ela reacendeu na cor roxa, que é a cor do sentimento da confusão.
— Humm... — Murmurou Susana coçando a parte de trás da cabeça, pensativa — Acho que esse negócio de mudar de cor de acordo com as emoções, só funciona para quem a colheu.
— O QUÊÊÊ?!! — Gritei. Senti uma tristeza começar a me percorrer.
— Pois é.
— Nãooo! — Disse me ajoelhando no chão, arrasada. Não conseguia mais suportar ficar de pé.
Por quê? Por quê?! O colar do humor é carissimo, e justo quando eu posso ter um negócio com uma temática idêntica, puft, não funciona comigo! Por quê mundo? O que eu te fiz de mal?!
— Ah... Camila... Não é o fim do mundo — Disse Susana, otimista. Se não era o fim do mundo, então por que eu me sentia desmoronar? Como se uma grande motivação tivesse sido esmagada?
"Não foi uma grande motivação que foi esmagada" Pensei com um sorriso duro " E sim um grande sonho"
Eu sei que minha tristeza é irracional e ridícula, mas eu não conseguia evitar que me afogasse nela
— Ei, Camila. — Virei o rosto sem vontade — Deve ter outra dessa flor — Disse Julia com um pequeno sorriso, enquanto colocava a mão em meu ombro — Vamos achá-la e você terá a sua flor do humor — Senti-me sendo revivida um pouco.
— Desculpa aí por tirar a graça de vocês, mas eu só achei essa. Creio eu que ela seja única — Me senti sendo esmagada sem dó. Não era uma dor física, mas ainda doía — Ou na melhor das hipóteses super-mega rara
Vi Julia lançar um olhar zangado para Susana, e a mesma responder com um olhar "O que foi que eu fiz?"
Me levantei sem vontade.
— Acho melhor dormirmos — Disse, minha voz mergulhada em tristeza — Já está quase escurecendo
Andei, com vontade de morrer, até minha cama. E lutei fracamente contra a tristeza que insistia em me afogar completamente.
Claro que eu perdi.
Em algum momento, fiquei cansada de mais e adormeci profundamente
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Mais um capítulo dessa história
Enfim, vou explicar uns negócios:
Esse capítulo não teve nenhuma ilustração, porque eu simplesmente não consegui fazer.
Vou explicar sobre a "Flor do humor"
Foi a Nathielly, minha prima, que colocou essa flor na história. Não me pergunte o porquê.
Se quiserem, também podem dar alguma ideia. Que nem no primeiro livro. Estou aberta a sugestões.
A aparência dessa flor: Ela tem um caule com algumas folhas, desse caule sai meio varias "linhas", que ficam meio levantadas. Não muito.
Em cada centímetro dessas "linhas" tem meio que pequenas florzinhas.
Acho que conseguem imaginar
Até mais. Tchau tchau
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