CAMILA

   Nos levantamos da cama, assustadas, e sentindo minha cabeça girar.

   — O que está acontecendo? Onde estamos? — perguntei assustada, enquanto olhava ao redor. — Bom, a segunda pergunta é fácil de se responder. É só olharmos ao nosso arredor.

   Elas assentiram, distraídas.

   — Mas acho que a pergunta mais importante é... Como isso foi acontecer?!  — perguntou Susana assustada.

   — Eu... Não sei... — sussurrei enquanto me levantava da cama. As outras também se levantaram.

   Os últimos acontecimentos me pareciam meio confusos.

   Como isso é possível? E...

   —Ah... Ju... Você está bem? — perguntei, notando a cara estranha que ela estava.

   — Não... Não pode ser... Impossível... — murmurou Julia, ainda estranha.

   — Não pode ser o quê? — perguntei, confusa. Do que ela está falando?

   Julia, por sua vez, nada respondeu. Ela apenas continuou com aquela expressão sombria. Eu duvidava que ela era capaz nos ouvir.

   O silêncio começou a me assustar. Tudo estava em um completo silêncio. Nem um mínimo barulho era ouvido.

   Para mim parecia horas, mas tenho certeza que foi apenas alguns minutos, e, se duvidar, segundos. Mas, enfim, Susana tomou a iniciativa.

   — Ei, volta para a terra, garota! — exclamou Susana chacoalhando Julia.

   E não é que funcionou?! Julia piscou, parecendo confusa, acordando daquele transe.

   — Ah? — disse Julia chacoalhando a cabeça, parecendo desnorteada.

   — Não pode ser o quê? — repeti minha pergunta, o que me fez ficar inesperadamente cansada.

   Julia pareceu ficar séria, e rapidamente eu e Susana adquirirmos a mesma seriedade dela.

   — Vocês se lembram daquela ampulheta que o Hell virou, né? — assentimos, ainda não entendendo coisa alguma. — Bom, normalmente, em desenhos e filmes, ampulhetas estão ligadas ao tempo... E ele a virou... — Com um choque eu entendi.

   Meu coração errou uma batida e senti um suor frio escorrer lentamente pela testa, o que me deu arrepios.

   Não... NÃO!

   Impossível!

   — Desculpa... Mas eu ainda não entendi — admitiu Susana meio constrangida.

   — A GENTE VOLTOU NO TEMPO! ACORDA, MENINA! — exclamei, sem paciência.

   — Foi mal — disse ela, meio que triste, meio que assustada.

   Um pequeno silêncio constrangedor tomou conta do local.

   — Desculpa — suspirei. — Eu estou nervosa. Não é sua culpa... Na verdade... Tudo que estamos passando não é culpa da gente.

   — Tudo bem. Acho que consigo de entender — sorriu fraco.

   — ACHEI! — gritou Julia de repente, me fazendo dar um pequeno pulo com o susto.

   Encontrei-a agachada no chão.

   Nem tinha percebido que ela tinha saído do nosso lado.

   — Achou o que, criatura? — perguntei sentindo o coração bater rapidamente.

   — Minha presilha!— Nossa, nunca tinha visto alguém ficar tão feliz por uma presilhinha de nada.

   — Sério, eu acho que essa presilha é mágica.

   — Por quê? — perguntou Julia, confusa.

   — É que... Sei lá — dei de ombro. — Nenhuma presilha normal conseguiria deixar seu cabelo dividido em duas partes como o seu fica.

   — Você acha? — Perguntou enquanto colocava a presilha no cabelo e deixava com seu penteado habitual.

   — Ela soltou do seu cabelo com a viagem no tempo, mas agora está aqui... Sei lá. Talvez seja só bobagem minha, mas que ela não é normal, ela não é.

   — Humm... Acho que você tem um pouco de razão — Disse ela, pensativa.

   — Até parece aqueles penteados impossíveis de personagens de desenho — Disse eu, brincando.— Você é uma personagem de desenho.

   Então, de maneira súbita, ouvimos um som assustador. Era um rosnado.

   — Ai — disse com um pouco de medo. — Isso não pode ser bom — Elas assentiram, assustadas.

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   Olá! Tanto tempo que não escrevo!
Espero não estar desacostumada

   Um capítulo pequenininho, porque não se tem muita coisa para falar aqui

   Se gostarem dêem um voto, e até mais. Fui!