Uma noticia que despedaça
Alexander entrou em seu novo quarto. Sua mente estava conturbada, sabia o que ia fazer e como faria. Porém, por alguma razão a qual desconhecia se sentia desconcertado.
Com seus poderes acendeu todas as velas para iluminar o recinto. Sua cama coberta por um fino brocado e tapeçarias caras, não lhe pareceu atrativa. Ele caminhou pelo quarto se dirigindo a sacada. A noite lá fora era fria como um morto. Escura e silenciosa. O céu estava nublado e vento açoitava o rosto dele.
Em noites assim ele costumava se enlaçar ao corpo de alguma mulher. Claro isso antes de conhecer Angeliny. Ele pensou, reprimindo um gemido de tristeza ao se recorda dela.
- Tolo. - Ele se ofendeu.
Queria que seu corpo esquecesse o dela. Que o sabor do beijo que tanto amou sumisse de sua memória. Angeliny estava gravada em cada célula de seu corpo. E ele queria arrancar a ferros se fosse necessário.
Ele apertou o parapeito da sacada. Sentindo o ódio dominá-lo. Saber que ainda desejava a traidora o matava. Ainda mais reconhecer que sentia mais sua falta do que sua traição.
Quando foi ver Cristian, sua raiva aflorou de tal maneira que parou de pensar em qualquer coisa que fosse. Ao imaginar como seria agradável fazer o outro sofrer sentiu sua própria dor se calar em seu peito. Apesar do pequeno e estranho desconforto que lhe sobreveio. Punir Cristian seria como punir a si mesmo porém, quando essa reflexão lhe veio. Alexander a tratou de espantar.
E sem ter muito o que olhar lá fora e querendo evitar que sua mente o traisse de novo, desejando alguém que nunca mais teria. Ele entrou e se lançou sobre os lençóis.
Ao mirar o topo do dorssel de sua cama. Lembrou do sonho que havia tido na noite passada. E do que seu pai lhe havia dito.
Uma parte sua queria é desejava sonhar com Angeliny. Porém uma outra parte sua repudiava a ideia dizendo lhe que nada de bom viria disso.
Ele precisava se concentrar em sua vingança, e não perder tempo com alucinações.
Tendo tomado sua decisão e lamentando de certa forma por isso. Ele juntou suas mãos cruzando os dedos. Para em seguida mentalmente recitar um feitiço.
O vento invadiu seu quarto misturando as chamas das velas em um pequeno redemoinho. Alexander não tinha certeza mas teve a impressão que Angeliny estava parada no meio dele. O olhando com tristeza. O vento se desfez e tudo voltou ao normal.
- Está feito. Para o bem de todos. - Ele sussurrou. Fechar os olhos e se entregar ao sonho.
[...]
A claridade do dia invadiu o quarto. Alexander abriu lentamente seus olhos, se acostumado com a luz.
Seu dia seria longo. Tinha que visitar os pais de Angeliny, para lhes dar a terrível notícia. Sabia que não seria fácil. Mas era necessário.
Se lavou é se arrumou. Seguindo para o salão do castelo. Ao passar pelas grandes portas de cedro. Ele viu todos os membros do conselho reunidos em um banquete. Entre eles estava Lilian a Bruxa que viu seu cruel destino.
- Bom dia Lorde Magnus. - Emedor o cumprimentou com um erguer de taça
Alexander acenou com a cabeça. E se retirou para fora do lugar. Ao descer os degraus entrou em uma das carruagens disponíveis para eles.
Depois de orientar o cocheiro. Seguiu viagem até a casa do conte McKellen.
No caminho ele ainda via os julgamentos e a tristeza espalhados pela cidade. Crianças e adultos choravam. O cheiro das ruas não era agradável.
Alexander se perdeu em seus pensamentos. Ao notar que com a morte de Angeliny a esperança de seu povo também se perdeu. A menos é claro que antes do fim do solstício de inverno. Emedor encontre um casal substituto. O que sem dúvidas era uma missão impossível.
Quando a carruagem parou Alexander voltou a si. Havia chegado em seu destino. Ele respirou fundo e tomando coragem desceu da carruagem e seguiu até a porta da casa. Onde foi recebido por um vassalo que o deixou entrar. Anunciando sua presença.
O Conde é sua esposa se colocaram de pé para recebê-lo.
- Lorde Magnus. Que prazer revê-lo. - O Conde o cumprimento.
- Para mim também é uma honra. - Ele respondeu.
- Por favor sente-se. - A condessa o convidou.
Alexander assentiu com a cabeça. Para em seguida se sentar no sofá.
- A que devemos sua visita e por que motivo nossa filha não veio com o senhor? - O Conde perguntou animado.
Alexander respirou fundo e encarando as próprias mãos. Respondeu:
- Eu receio que não venho para lhes dar uma boa notícia.
Os pais de Angeliny se mexeram em seus acentos inquietos.
- O que aconteceu. - O Conde perguntou com receio.
- A vossa filha... ela me deixou. - Ele tentava conter suas lágrimas e se preparar para o que viria.
A condessa olhou para o marido e em seguida voltou a encarar Alexander.
- Eu lamento. Eu pensei que ela estava feliz com o senhor.
- Mas como foi isso Milorde? - Conde tomou a palavra.
- Eu precisei fazer uma viagem. Nesse momento o McCartney se aproveitou para convencê-la a fugir com ele. Mas não é só isso.
Alexander ergueu os olhos para encarar-lhes. Sem coragem de concluir.
- O que aconteceu milorde. O que o senhor não está contando. - A condessa perguntou deixando as lágrimas escorrerem por sua face rosada.
- Eu os persegui. E infelizmente no meio da perseguição... - Ele não conseguia segurar suas lágrimas que escaparam de seus olhos. - Angeliny ela...
A condessa cobriu a boca com as mãos. Não queria ouvir o que ele diria em seguida.
- Ela o que? - O Conde o encorajou. Sentindo seu próprio peito ruir em dor.
- Ela sofreu um acidente e não resistiu. - Ele se entregou ao pranto. - Eu sinto muito.
- Sente muito! - a condessa alterada se pós de pé. - Eu lhe disse marido. - Ele se dirigia ao seu esposo. - Eu não lhe disse que ele seria a derrota de nossa filha! Ou minha Angeliny! Ou minha menina! - Ela gritava aos prantos.
Os criados correram para amparar-lhe pois, a pobre mulher não se aguentava em pé.
O Conde chorava em silêncio tentado ser firme.
- Como puderam fazer isso com ela. Como deixou que se ferisse. Eu pensei que a amava! - O Conde falou.
- Eu amo sua filha. Acredite não foi culpa minha o que aconteceu. Eu jamais tive a intenção de feri-la. - Alexander chorou mais. - Eu entendo vossa dor.
- Não entende. - A condessa gritou. - O senhor perdeu a esposa. Com o tempo irá se casar e esquecerá ela. Eu perdi minha filha! Minha única filha. O senhor não entende! - A condessa perdia o fôlego de tanto chorar.
- Eu ia ser pai. - Alexander sussurrou. Mas não baixo o suficiente pois os pais de Angeliny o ouviram.
- Ela estava esperando um filho? - O Conde perguntou.
Alexander assentiu com a cabeça. - Ainda estava no início. Mas eu já o amava. - Ele tentando secar suas lágrimas, olhou para a condessa. - Então acredite senhora, Eu sei como se sente.
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top