Se Descobrindo

A sala de aula era grande com tochas nos cantos das paredes. As bancas ficavam uma ao lado da outra. A mesa do mentor estava à frente.
Angeliny senta em sua banca na fila da frente e para sua surpresa Cristian se aproxima e senta ao seu lado.

— Está me perseguindo, senhor McCartney? — ela zomba.

— De forma alguma, a senhorita por um acaso pensa que o mundo gira em torno de ti — ele devolveu a brincadeira.

Todos os alunos se acomodarão. O mentor entra na sala e segue para sua mesa onde havia vários objetos, desde livros, pergaminhos, um pequeno saco aveludado de cor vinho a uma caixa de formato retangular.

— Bom dia — o mentor fala.

— Bom dia — todos os alunos respondem em uníssono.

— Hoje vou ensiná-los a canalizar energia de amuletos e como consagrar-lhes para si, mas antes — ele pega de cima de sua mesa o saco de veludo — quero que façam algo para mim.

Ele abre o saco e passando de banca em banca distribui para cada aluno uma pluma branca.

— O que eu quero que vós façais é bem simples, eu quero que essas pequenas plumas levitem.

Todos olham para ele com confusão.
Um jovem ruivo e baixo, levanta a mão.

— Pode falar. — o mentor lhe dá permissão.

— Perdão senhor, não podemos praticar magia sem canalizar ela primeiro.

— Só façam o que eu mandei.

Todos tentam e fracassam, exceto Angeliny, ela fita a pluma a sua frente e apenas deseja que a pequena pena flutue e assim aconteceu.
Todos estavam perplexos, seu mentor se aproxima de sua banca e sorrindo, fala:

— Então temos uma conjuradora no meio de nós.

Angeliny desvia sua atenção e sua pluma volta a repousar em sua banca.

— Nome, senhorita.

— Lady Angeliny Mckeller.

— A filha do Conde Mckeller? — ele sorri ao pergunta.

— Sim senhor.

Seu mentor se afasta e segue para sua mesa onde escreve o nome dela em um pergaminho. Em seguida ele pega a caixa retangular, e passando novamente de mesa em mesa ele a abre para que cada aluno retire de dentro um amuleto.
Só que ao passar pela banca de Cristian, ele não nota que o mesmo pega um medalhão e uma corrente prateada ao mesmo tempo.
O mentor volta para sua mesa depositando a caixa mais uma vez sobre ela, e se virando para a turma, falou:

— Agora eu quero que vós sentem de maneira ereta, coloquem o amuleto no meio de suas mãos, respirem e inspirem de forma gradual.

Angeliny levanta a mão, seu mentor a olha e aponta o dedo lhe dando permissão para falar.

— O senhor me perdoe, mas não me deu um amuleto.

— É porque a senhorita não necessita de um, sua magia é pura e corre em seu sangue.

Angeliny fica envergonhada com isso, pois, ela não queria ser tratada diferente dos demais.
Ela olha para Cristian que se mantém concentrado no objeto em sua mão enquanto massageava sua têmpora.

— Alguns de vós sentiram dores de cabeça, enjoos e tonturas. Mas não se preocupem, é extremamente normal. — o mentor fala enquanto observava seus alunos — agora quero que coloquem seus amuletos sobre a banca.

O mentor segue para a estante no lado direto da sala. Apanha alguns potes separados que continham, terra, água, velas e incenso.
Ele distribuiu para cada um dos alunos.

— Para consagrar seus instrumentos mágicos vão precisar de um incenso, uma vela, um copo com água e sal e um pouco de terra fresca. Que foi o que dei a vós. — ele segue para sua mesa — agora, disponha estes elementos sobre suas bancas colocando à terra ao norte, o incenso ao leste, a vela ao sul e o copo com água ao oeste. Eles representam os 4 elementos da natureza e nos ligam diretamente a eles.

Todos obedecem a ele. Que continua.

— Agora antes de começar. Relaxem suas mentes, colocando-se em um estado alterado de consciência gradativa para a prática da magia.

Angeliny apenas os observava se sentido tão sem utilidade, ela queria praticar e aprender, mas tudo que seu mentor fazia era olhá-la de vez em outra e lhe sorria.

— Coloque seus instrumentos mágicos no meio da banca. Acenda a vela ao sul do altar. Respire profundamente algumas vezes e veja um círculo de luz se fazendo ao seu redor. Peça a presença dos espíritos dos elementos para estarem com você. Então comece a sacralização do instrumento escolhido. — o mentor os observava — e para concluir passe o na terra e apresente este elemento com palavras como as que seguem:

“Emundare sum vobis, ut benedicat tibi implendum manus eorum, ad hanc fortitudinem, elementum ut possis luminis facta instrumentum est et plena potestate. Et sic fiat ita fiat”.

Todos repetiram uma palavra após a outra em uníssono.

— Agora passe seu instrumento na fumaça do incenso e repita as mesmas palavras. Em seguida proceda da mesma maneira passando o, na chama da vela e logo depois respingando algumas gotas da água salgada sobre ele. Agora apresente-o novamente. 

Foram horas intermináveis de explicações, Angeliny apenas os observava intediada e sem poder se retirar. Ao término da aula, o professor dispensou os.

Angeliny saiu da sala e esperou por Cristian ao lado da porta. Todos os alunos saíram e por último Cristian que estava tão aéreo que nem sequer notou a presença dela que discretamente tocou em seu ombro.
Ao olha para o lado e com desinteresse, falou:

— A é vosmicê, o que deseja?

— Está tudo bem? — Angeliny pergunta preocupada.

— Estou. Afinal, nosso mentor disse que é natural se sentir meio zonzo. — falou com amargura — deve ser um alívio para a senhorita, não ter que fazer isso não é? Ter que canalizar magia?

— Na verdade, eu me senti um pouco inútil sem ter o que fazer além de observar. — ele fala com sinceridade enquanto os dois caminham pelo largo corredor.

— A claro quanto sofrimento, pobre bruxa rica em magia. — seu incômodo era notável.

— Como assim? — Angeliny pergunta confusa.

Cristian força um sorriso e irritado responde:

— E que vosmicê é especial, quantos de nós queríamos ter a sorte de ser como tu. E ainda reclama!

— Não estou reclamando só estou…

— Olha, Lady McKellen — ele a interrompe — eu estou cansado, depois nós falamos.

Ele caminha às pressas, deixando uma Angeliny confusa para trás.

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