Parte do Seu Destino & Vidas Cruzadas
Lilian se esgueirou por entre as estantes no canto da sala. E seguiu para perto de um enorme quadro. Ela o removeu e teve acesso ao cofre. Sem muitas dificuldades e com o uso da magia, ela o abriu.
Dentro do mesmo, havia várias libras e uma caixa preta de tamanho médio, com escritas mágicas em torno.
Ao recitar um pequeno e preciso feitiço, ela abre a caixa que em seu interior era preenchido por um veludo vermelho. E no centro dela, descansava o coração pulsante e brilhante de Cristian.
Lilian o pegou com cuidado e o enrolou em um pano de linho que trouxe com sigo no bolso de seu avental. Ela o guardou cuidadosamente em seu bolso. E colocou a caixa fechada novamente dentro do cofre o fechando em seguida.
Quando ela terminou de colocar o quadro sobre a parede. Ela ouviu passos do lado de fora e alguém abrindo a porta.
Ela se afastou de detras da mesa onde estava e se escondeu atrás da estante de livros. E viu um homem alto e mal encarado entrar na sala.
Ela o conhecia, pois Caius trabalhava para o seu pai Pierres. Lilian deu cuidadosamente um passo para trás tentado alcançar a saída. Quando sem querer esbarrou em um banco. O ranger do movel em atrito com o chão, chamou a atenção de Lilian que encarou o banco e fez uma pequena careta. Mas ao olhar para frente ela tampa a boca para não gritar ao dar de cara com Caius que a olhava sério.
— O que faz aqui? — ele pergunta nada amigável.
— Apenas limpando. — ele fala rapidamente, tentado transmitir tranquilidade. Mas o espanto estava nítido em seus olhos.
— A é? Pois não creio. — ele chuta o banco para o lado e a olha com malícia. — aqui não é lugar para uma criada estar a essa hora da noite. — ele se aproxima dela que se afasta.
— Tem razão senhor, por isso já estou de saída.
Ela dá as costas para ele e corre para saída. Mas Caius sendo mais rápido que ela, se põe a sua frente.
— Porque a pressa? — ele segura em uma mecha de seu cabelo — Já que está aqui podemos nos conhecer melhor.
Lilian reparou no tom da voz dele e a maneira que ele a olhava. Ela já não estava com medo e sim com raiva.
Ela afastou bruscamente a mão dele e respondeu:
— Sei bem a que tipo de conhecimento queres chegar. E lhe garanto que jamais terá isso de mim.
Ela segura na maçaneta da porta, porém Caius segura no braço dela e a vira para si colando seus corpos, Lilian vira a face quando ele toca a ponta do naris dele em sua bochecha.
— Ninguém a ensinou como respeitar seus mestres? — ele sussurra.
— Afaste se! — ela fala entre dentes.
Ele ri e segurando no queixo dela tenta beijar-lhe, Lilian então chuta entre as pernas dele que se curva de dor.
Ela tenta abrir a porta, mas Caius a impedi segurando a mesma pelo braço. Lilian se virá enfurecida, e recitando um feitiço ela o lança para trás. Caius bate com as costas sobre a mesa derrubado um jarro. Lilian abre a porta rapidamente e corre e sem olhar para onde ia ela esbarra em Alexander, e cai.
— Está tudo bem senhorita? — ele pergunta e lhe estende a mão.
Lilian aceita, e ao se por de pé, Caius aparece furioso.
— Aí está vosmicê. — ele fala para Lilian, ignorando a presença de Alexander.
Lilian se esconde atrás de Alexander que olha de esguelha para ela, já intendendo o que se passava.
— Algum problema senhor Caius? — ele pergunta com seu ar imponente.
— Nada que diga respeito ao senhor. Eu apenas desejo falar com essa criada. — ele olha para ela com desdém.
— Mas eu receio que ela não queira falar-lhe. — Alexander olha para Lilian e em seguida para Caius — ou deseja?
— De forma alguma. — Lilian responde.
Caius a olha com irá e Alexander com um meio sorriso, fala:
— Certo. O senhor ouviu.
Caius abriu a boca para falar, mas se calou ao notar que Heitor se colocou ao lado de Alexander.
— O que está havendo aqui? — Ele pergunta olhando para os três — Não está perseguindo a Lilian outra vez? Está Caius? — ele volta a atenção para o mesmo.
— De maneira nenhuma senhor. Com sua licença. — ele passa por eles e olha de canto de olho para Alexander que mantia seu meio sorriso debochado.
Assim que Caius saiu da vista deles, Alexander repara que Lilian suspira aliviada, Heitor se coloca na frente de ambos.
— Então vejo que já conheceu nossa bruxa? — ele aponta para Lilian. Fazendo com que Alexander a olha-se atônito.
— Então a senhorita é a bruxa Erasmus?
Lilian olha para Heitor que balança a cabeça em afirmação.
— Sim senhor. — ela se curva em reverência.
E ao se endireitar ela não esconde a admiração que sentiu ao ver o belo homem a sua frente. Sorrindo com sutileza para ele e recebendo um sorriso em troca.
— Pois bem. Venham comigo. — Heitor interrompe os olhares.
Ambos seguem Heitor até uma grade sala de portas duplas de cedros. Ao entrar o interior do lugar era aconchegante. Com um Stilo rústico. Um tapete de pele no chão a frente de uma mesa grande e lustrosa, sobre a qual havia uma pilha de livros de vários tamanhos. Os castiçais com suas velas enfeitavam as paredes. E as cadeiras de braço revestida em veludo dourado.
— Vou deixa-los avontade. — Heitor fala e olhando para Lilian concluí — faça o que o lorde ordena.
Ela abaixa a cabeça em afirmação. Heitor volta a olhar para Alexander.
— Enquanto ao senhor, depois acertaremos o preço.
— Como desejar.
Heitor se retirá. Alexander se senta na cadeira atrás da mesa e Lilian acende um insenso colocando o ao canto Leste da mesa.
Ao se sentar na frente de Alexander. Ela pergunta:
— Então o que o senhor deseja de mim?
— Eu preciso ver meu futuro. — ele engole o nó que se formou na garganta.
Lilian o olhou nos olhos pela primeira vez.
— O senhor sabe que não sou uma bruxa do tempo. Eu posso ver o futuro, mas não com precisão como elas.
— Mas tu podes, isso é o que me importa.
— O senhor está ciente que o futuro pode mudar dependendo de nossas escolhas? Mas no entanto a coisas que estão fadadas a acontecer e isso nós chamamos de destino.
— Sim eu estou ciente. — ele fala decidido.
— Também sabe que essa magia vem acompanhada de um preço. Ao qual não é material. Está disposto a pagar.
— Estou.
— Estenda suas mãos. — ela fala e ele obedece.
Ela toca nas mãos dele, colocado as palmas para cima, ela estende as dela e coloca em cima das dele. Lilian respira fundo e começa a recitar o encanto.
— ut videatur supra, quae videantur quae de occultatum est, quod futurum est mihi, ut intra velum cadit. ut ostensum est fatum tua.
Ela abre os olhos que agora brilhavam em dourado fogo. Se ressaltando em meio a pouca luminosidade da sala. Alexander se admirava, pois, nunca tinha visto olhos reluzentes como aqueles.
Ele sentiu as mãos dela tremerem e uma onde eletrica passou das mãos de Lilian para as dele. Que lutou para se manter firme.
A alma de Lilian estava em meio ao um vórtice escuro e frio. Ela caminhou devagar e olhou pelas fendas vendo partes dos futuros de Alexander, ao entrar em um que emitia uma luz vermelha. Ela vê quatro linhas douradas entrelaçadas.
Lilian se aproxima e ao tocar nas mesmas, imagens começam a passar diante de seus olhos.
Ela via Cristian junto de uma mulher muito bela, ela viu Alexander chorando e entrando em um ímpeto de fúria e dor. Havia um curto espaço em branco entre as imagens.
Mas a sensação de tristeza, agonia e morte, estavam presentes ali. E tudo devido a um segredo uma escolha.
Lilian estava prestes a voltar quando uma outra imagem a pega de surpresa. Sem querer ela toca na quarta linha e se assusta ao se ver.
Já fora dali seu corpo reagia ao que ela via, pois, mesmo em um estado de inconsciência. Ela apertou as mãos de Alexander que sentiu um arrepio percorrer por seu corpo.
Lilian estava confusa com que estava vendo, ela usava um vestido vermelho e dançava para Alexander que sorria de forma contida para ela. Lilian não sabia o que pensar. Ela sentiu felicidade e confusão. Pois, ela de alguma forma fazia parte do futuro dele.
No entanto, ela também sentiu que uma escolha a levou a isso. Ela se deixou levar pelas imagens e foi mais além. Vendo em seguida. Que ela e Alexander se entregavam a uma paixão.
Ver seus corpos nús e entrelaçados em que parecia ser um futuro distante. Mas ela sentia que o amor que via era real.
Ela não pode conter o sorriso que dominou seus lábios. Ele seria a liberdade dela, seu salvador e seu amante.
Ela soltou as linhas e voltou pelo mesmo caminho que havia chegado ali.
Seus olhos vontaram a cor normal. Ela soltou as mãos de Alexander que se endireitou e perguntou:
— Então o que viu?
Lilian olhou nos olhos dele, ela não poderia dizer que se viu, ou o que o futuro reservava para ambos. Pois, Alexander não sabia, mas era parte do destino dela.
— Eu vi muita coisa. — ela falou com sua voz suave — o seu futuro está entrelaçado a mais dois — ela omitiu.
— E quem faz parte do meu futuro? — Alexander pergunta preocupado.
— Eu vi que uma escolha que o senhor tomou vai mudar muita coisa. Um segredo trará dor. Eu vi tristeza, agonia e morte. — ele fala cuidadosamente.
— Morte? De quem? — Alexander sentiu um frio repentino percorrer seu corpo.
— Eu não sei de quem, mas sei que lhe causará dor, muita dor. E tudo tem haver com uma mulher e um outro homem.
Alexander se recostou na cadeira, pois, já sabia de quem se tratava.
— Vou perde-la para ele? — ele fala para si mesmo, se controlando para não gritar de ódio.
— Eu não sei. — Lilian responde — Mas sei que terás um futuro bem longo. Havia muitos espaços em branco.
— A algo que eu posso fazer para mudar isso? — ela nota a tristeza nos olhos dele.
— Revele o segredo e se entregue.
— Me entregar? Mas do que já me entrego? — ele sorri em escárnio.
— Uma entrega total e desinteressada. Algo puro e sincero. Talvez assim consiga corrigir o erro cometido. O amor não sobrevive a mentira.
— Por que diz isso? Eu nunca menti para ela. — ele engole um nó que se forma em sua garganta.
— Esconder a verdade também é uma forma de mentir.
Alexander ficou sem palavras. Pois, o que dizer? Ele sabia que havia errado com Angeliny. Mas se falasse a verdade ai sim, iria perde-la.
— Obrigada por sua ajuda. —ele fala se colocando de pé.
Lilian também se levanta e ao estender a mão para ele, fala:
— Se precisar de mim, não hesite e me chamar.
Alexander segura a mão dela e deposita um leve beijo em seu dorso, o que a fez estremecer.
Ele passou por ela, deixando a sala sem olhar para trás.
E Lilian agora sabia que estava no caminho certo. Ela deixou a sala e correu pelos corredores até sair do Castelo e ter acesso aos estábulos.
Ao selar um cavalo, ela montou e seguiu em meio a noite, pois, tinha que devolver o coração de Cristian. E traçar seu destino, cruzando suas vidas para sempre.
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Imagem de como eu imagino a Lilian, na mídia. E música tema dela.
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