Observando
O domingo chegou. Angeliny foi para a pequena igreja da colônia, para não levantar suspeitas. Ela estava acompanhada de seus pais e Cristian.
Alexander já se encontrava lá. Ao ver ela entrando, seu coração bateu mais rápido do que o normal e um sorriso preencheu seus lábios. Ele desvia sua atenção para a missa que estava acontecendo. E se repreendeu por se sentir tão feliz por vê-la.
Ao término da missa todos se retiram. Alexander estava parado ao lado de sua carruagem, apenas observando Angeliny que se despedia de Cristian.
— Vamos filho. — o pai dele chama.
Alexander olha para ele e responde:
— Vá indo na frente meu pai. Tenho que resolver algumas coisas aqui na cidade.
— Está bem como desejar. Mas não se demore, pois, parece que vai chover.
— Não se preocupe. — ele sorri.
Alexander se distância da carruagem, e entra em um beco estreito. Já escondido dos olhos humanos. Ela gira em torno de si, e conjugando um feitiço ele une suas vestes a sua matéria formando um escudo negro para em seguida assumir a forma de um pombo de plumas negras. Ele levanta voou e acompanha a carruagem de Angeliny sem que ela o note.
[…]
Angeliny entra em seu quarto e se assusta ao ver um pombo-negro no batente de sua janela, ela sorri e suspira aliviada.
— Olá amiguinho, o que está fazendo aqui? — ela pergunta sorrindo e se aproxima da ave.
Ela estranha o fato do pássaro não se assustar com sua aproximação. E sorri ao notar que os olhos da ave eram cinzas.
— Onde será que eu vi olhos dessa cor antes? — ela pergunta, acariciando a pequena cabeça emplumada. — que besteira Angeliny.
Ela fala rindo de si mesma e se afasta da janela e se virando de costas para sair do quarto, ela fala:
— Espere aqui amiguinho, vou trazer algo para tu comeres. — ela sai fechado a porta por trás de si.
Alexander aproveita a chance e voando pousa no meio do quarto, ele desfaz o encanto voltando ao normal.
Ele sorri com o fato de Angeliny ter reconhecido seus olhos. Poderia ser tolice de sua parte, mas seu coração se aqueceu por imaginar que ela poderia pensar nele.
Ele anda pelo quarto e se aproxima da penteadeira dela e apanha sua escova de cabelo, em seguida retira um fio da mesma para guardar dentro de um pequeno pote redondo e prateado. Ao colocar o objeto em seu bolso, ele ouve os passos de Angeliny. E se transmuta novamente e voando pousa no batente da janela.
— Voltei amiguinho. — Angeliny fala e deposita um pequeno pedaço de bolo perto das patinhas da ave. — espero que goste.
Ela se afasta e começa a tirar suas joias. E desamarrar seu espartilho.
O coração de Alexander erra uma batida, ele sabia que para manter sua forma animal tinha que se concentrar e vê-la se despir estava fora de questão. Ele então alça voo.
[…]
Alexander entra em casa e cumprimentando seu pai, ele tenta seguir para seu quarto, quando o mesmo fala:
— Eu sei o que vosmicê esta fazendo.
Alexander se vira para encará-lo e responde:
— Perdão, mas não sei o que o senhor esta falando. — ele se faz de desentendido.
— Vosmicê tem muitos talentos meu filho, mas mentir não é um deles. Eu o vi seguindo lady McKeller.
— Como soube que eu estava fazendo isso? — ele pergunta envergonhado.
— Da mesma maneira que pretende seguir os passos dela. — o pai dele apanha um espelho de mão prateado e mostra para ele. — no entanto, não entendo, vosmicê abriu mão dela, por que razão a segue?
— Para ser sincero eu não sei. Eu a deixei livre para ser feliz, mas eu a quero também, não consigo ficar longe dela.
— Então vá em busca de sua felicidade.
— Não posso. Eu simplesmente não posso condená-la a viver comigo, me contentar em ter somente seu corpo e não seu coração. — ele fala triste.
— Vosmicê de fato a ama.
— Eu preferia não amar, é doloroso vê-la ao lado de outro se nem ao menos saber que existo. Ao menos irei contentar-me em ver seu rosto todos os dias.
— Mesmo sabendo que isso é errado?
— Errado séria eu a tomar de meu melhor amigo, guarda esse segredo para mim não é errado, pois, não machuco ninguém.
— Só a si mesmo.
— Mas essa é a minha escolha — ele responde exasperado e se vira para sair.
— Filho só mais uma pergunta. — o pai dele fala e Alexander olha para ele por cima do ombro.
— Faça.
— Porque um pombo? — ele pergunta confuso.
— Acredito que na nossa sociedade um gato preto não seria bem quisto e uma cobra não seria bem recebida por Angeliny. — ele responde sorrido e subindo as escadas, segue para seu quarto.
Ao entrar ele se encaminha até sua comoda ao canto esquerdo da porta e abrindo a gaveta, retira dela um espelho semelhante ao que seu pai segurava, a única diferença era que esse era dourado e no cabo havia filigranas de ouro.
Ele joga o fio de cabelo sobre a superfície espelhada e conjura um feitiço com a mente, o fio de cabelo se funde ao vidro, Alexander sorri satisfeito e por último ordena:
— Mostre-me Angeliny.
E assim acontece. A imagem dela é refletida no espelho.
— Feito, para o bem de todos. — ele sussurra ao ver a imagem dela.
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Um capítulo curto espero que estejam gostando.
Votem, comentem e compartilhe.
Bjs de luz.
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