O Jantar

Alexander chegou em casa naquela tarde sem saber o que pensar ou fazer. Cristian havia passado dos limites, mas Alexander não poderia culpa-lo.

Depois de tratar seu ferimento, ele se lavou para ir ao jantar na casa do Conde.

[...]

Cristian estava sentado enquanto seu pai segurava lhe o nariz e puxando de forma rápida o devolveu ao lugar.

- aí! - ele esbravejou.

- bem feito. Isso é para vosmicê aprender a não sair desafiando as pessoas por aí. E deveria ter me falado o que estava acontecendo, sou sempre o último a saber! - o pai dele o repreende.

- perdão pai, só não sabia como dizer. - ele fala cabisbaixo.

- como dizer que seu casamento foi desfeito e que agora es rival de lorde Magnus! - ele anda de um lado para o outro indignado.

- eu... - Cristian tenta falar, mas as lágrimas não queriam permitir. - eu a perdi pai.

- não diga isso filho.

- mas é a verdade. A perdi para o conselho e depois do duelo a perdi para Alexander. - ele se entrega ao pranto.

- eu não acredito que estou ouvindo isso! - o pai dele esbraveja e se coloca de pé. - tu es meu filho e es um McCartney, não vais abaixar a cabeça e se render! Vai à luta!

- como farei isso pai, não tenho armas para lutar.

- quando não temos armas nós as criamos. - o pai dele fala próximo ao rosto dele fazendo o sorrir.

[...]

Angeliny estava sentada em sua cama, quando sua ama entra no quarto, e fala:

- boa noite, minha criança.

- boa noite, ama. - Angeliny responde tristonha.

- seu noivo chegou, e está lá na sala te esperando. - ela fala animada.

Angeliny respira fundo tentando puxar o ar que lhe faltava, ela se levanta arrumando a saia do seu vestido roxo.

Ele desce lentamente pela escadaria de madeira, e logo vê Alexander, que vestia um justacorp azul-escuro, calças-curta da mesma cor e sapatos pretos. Ele era lindo isso Angeliny tinha admitido para si, no entanto, ele não era seu Cristian. Ela pensou.

Alexander estava distraído conversando com o pai de Angeliny, quado ele nota a presença dela ele se vira para cumprimenta-lá.

- boa noite, milady.

Ele segura uma das mãos de Angeliny, mas antes que ele pudesse encostar seus lábios no dorso da mão dela, ela a puxa, o que deixa Alexander envergonhado.

- Isso são modos? Angeliny! - o pai dela e repreende.

- me perdoe pai, e lorde Magnus. - ela fala tentando transparecer arrependimento.

- não tem porque se desculpar, milady. - Alexander fala sorrindo.

E mãe de Angeliny entra na sala e se aproximando se de seu marido, com um lindo sorriso, ela diz:

- querido, o jantar está servido.

- então vamos.

Eles seguem para sala de jantar onde um lindo banquete, os aguardava. Os castiçais dourados sobre a mesa faziam a iluminação do ambiente. Assim como os que estavam presos nas paredes. Sobre a mesa estavam variados alimentos, saladas, pãezinhos, sopas, tortas e até mesmo um grande porco assado com a típica maçã na boca.

Ao se sentarem, os vassalos se aproximam deles segurando uma bacia de porcelana e um pano de linho. Ao terminarem de levar as mãos o jantar se inicia.

Angeliny tinha acabado de levar o talher a boca, quando seu pai falou:

- então lorde Magnus quando dará o valor da noiva?

- em breve, estou esperando o conselho organizar tudo. - ele responde, apesar de achar inconveniente a pergunta de seu futuro sogro.

- certo. Pergunto isso, pois, o casamento já está marcando para daqui a uma semana.

Falou o pai de Angeliny. O que levou ela a se engasgar e tossir freneticamente.

- vosmicê está bem filha? - a mãe dela pergunta.

- estou... - ela responde tentando recuperar o fôlego.

Alexander tenta conter um riso sem que os demais o note. Angeliny volta a atenção para seu pai, e pergunta:

- uma semana, pai. Não é pouco tempo? Por qual razão devemos ter pressa?

O Conde olha para ela com repreensão e responde:

- porque é necessário, e não queremos ter nenhuma desagradável surpresa.

- surpresa estou eu.

Angeliny fala e sua mãe a olha espantada. Já o pai dela tentando disfarçar o quanto estava irritado com a falta de educação de sua filha, ele volta sua atenção para Alexander, e fala:

- perdoe minha filha, milorde.

Alexander apenas sorri complacente. Ao terminarem a refeição eles seguem para sala onde o pai de Angeliny, serve um licor para todos exceto ela que estava carrancuda.

O Conde continua a conversa com Alexander sobre o casamento e como era importante que tudo saísse conforme o planejado. Mas foi quando ele começou a falar sobre a probabilidade de ter netos, que Angeliny se levanta da cadeira de descanso, e fala:

- com vossas licenças, mas vou me retirar. - ela se vira para sair.

Alexander vê nesse momento uma oportunidade, e fala:

- espere.

Angeliny para no mesmo instante, pois, sabia que se o ignorasse, o vestido que iria usar não seria no casamento e sim em seu próprio velório. Alexander olha para o pai de Angeliny, e pergunta:

- Conde McKellen o senhor permite, que eu leve sua filha para passear no Jardim.

- claro. Podem ir. - o pai dela, sorri entendendo que Alexander queria se entender com Angeliny.

Angeliny se vira insatisfeita para encarar Alexander que educadamente sorriu e lhe estendeu a mão. Só que Angeliny o ignora e passa apressada por ele, sem considerar os olhares controversos atrás de si.

Alexander a alcança quando ela entra no Jardim, e caminhando lado a lado com ela, ele fala:

- lady Angeliny, sei que não te agrada à ideia de se casar forçada com a minha pessoa. Acredite em mim quando digo que também não queria que isso fosse feito assim. Mas ambos sabemos que não temos escolha. - Alexander fala sincero.

- pois bem! Se o senhor também não quer, porque não manda o conselho nos deixar em paz! - ela fala irritada.

- não disse que não quero me casar com a senhorita, apenas disse que não queria que fosse forçada a isso. Me agradaria muito se fosse por sua livre e espontânea vontade. - ele sorri.

Alexander estava tentando ser agradável, mesmo sabendo que o conselho poderia estar observando os dois.

- mas saiba lorde Magnus, que não é de meu interesse casar-me com senhor. E se fosse de minha escolha eu iria me casar com o homem que amo! - ela fala irritada.

Alexander finge não ligar para o que acabou de ouvir e forçando um sorriso, responde:

- eu sei. Se fosse pela senhorita, estarias se casando com Cristian McCartney, não é? - ele dissimulou, pois, ainda doía mencionar o nome de seu antigo e agora não mais amigo.

- como sabe o nome dele? - Angeliny pergunta espantada.

Não era surpresa Cristian não ter falado da amizade que ambos tinham para Angeliny, pois, Alexander também não fez questão de mencionar, e mesmo parecendo tolice, parecia evidente que se Angeliny soubesse que ele um dia fora amigo de Cristian, isso atrapalharia sua aproximação. E mesmo não sendo de seu feitio ele omitiria a verdade.

- vejo como se olhavam, quando estão no Instituto da magia, vós não disfarçáveis nem um pouco, era até constrangedor. - ele responde, e finge um sorriso.

Angeliny não tinha palavras para responder-lhe. O medo estava estampado em seu rosto, ela temia por Cristian.
Alexander não queria assustar ela ao contrário, queria conquistar-lhe a confiança.
Então por fim respondeu:

- não se preocupe, não disse nada a ninguém, mas devo pedir que se afaste dele, odiaria ter que lo denuncia para o conselho. - em parte ele disse a verdade.

Ele olha com curiosidade para Angeliny, e passando um pouco em sua frente, ele para e encarando ela, diz:

- eu sei que não gosta de mim como um companheiro, mas poderíamos tentar ser amigos, acredito que isso ajudará um pouco.

Angeliny olha para ele com surpresa, Alexander então se lembra que não poderia dizer que facilitaria para ela, então mesmo sendo contra sua vontade conclui.

- no entanto, depois do casamento, não renunciarei aos seus deveres matrimoniais.

Ela apenas confirma com a cabeça, pois, sentia que se abrisse sua boca, mandaria Alexander ir ao sheol.

- bem. Está ficando tarde e melhor eu ir embora. Tenha uma boa noite, milady.

Ele segura a mão esquerda de Angeliny e depositando um beijo em seu dorso, ele se retirá.

Angeliny caminha um pouco mais, e se senta no banco de madeira que estava em baixo do grande carvalho. O bosque escuro em nada a incomodava, pois, pelo menos ali ela poderia chorar. As lágrimas que ela estava a todo custo tentando conter logo vieram em seus olhos, ela tentava a todo custo seca-las, mas as mesmas insistiam em cair. Foi quando ela ouviu um barulho vindo de trás da árvore onde estava:

- psiu!

Angeliny se pôs de pé e olhando para trás assustada, perguntou:

- quem está aí?

- quem vosmicê, quer que esteja?

A voz risonha perguntou. Angeliny reconheceria aquela voz em qualquer lugar. Era Cristian, as lágrimas sumiam gradualmente de seus olhos e a tristeza dava lugar a uma grande alegria.

- senhor McCartney, não deveria invadir a residência dos outros assim. - ela fala sorrindo.

Cristian sai do meio da escuridão, e se aproxima dela.

- vais dizer que não gostou de me ver?

Ele fala convencido e a puxa pela cintura, fazendo seu corpo se chocar com o dela.

- esta, louco? Alguém pode nos ver, eles vão nos matar se te pegarem aqui. - ela fala rindo.

- isso não é problema.

Ele responde e a leva para trás da árvore onde antes ele estava. Cristian encosta as costas de Angeliny ao encontro do tronco e cola o corpo dele no dela. Em seguida com as pontas dos dedos ele lhe acaricia a face, e o corpo de Angeliny estremece.

Cristian a beija e para ela era como se todos os problemas desaparecem e só existissem eles dois ali. O beijo estava se tornando intenso quando ambos se afastam para tomar fôlego.

- vosmicê não deveria estar aqui, se te pegam, não posso nem imaginar o que faram.

Ela fala e olha para trás, tentando ver se vinha alguém. Cristian sorrindo coloca a ponta do dedo no queixo dela, fazendo-a se virar para ele.

- não se preocupe comigo - ele fala apaziguador - soube que marcaram a data de seu casamento.

- é fiquei sabendo hoje. Lorde Magnus sabe de nós - ela fala preocupada - ele mandou que eu me afastasse de ti, se não iria nos denunciar para o conselho.

- eu sei. Ele também veio falar comigo, hoje mais cedo, e também me mandou se afastar.

- o que vamos fazer? - Angeliny pergunta já sentindo o desespero.

- eu não sei, mas vamos dar um jeito.

Ele tenta acalmar ela, e se aproximando a beija outra vez, ele se afasta e começa a beijar o pescoço de Angeliny.

- Cristian... - ela fala ofegante.

- sim. - ele sussurra.

- possua-me.

Ele para de beijar o pescoço dela e a encara, o pedido lhe pegou de surpresa, e seu corpo já reagia em resposta. Ele sorri e toca no rosto dela.

- aqui e agora?

- sim, eu quero ser tua antes de qualquer coisa, pelo menos está decisão esta sendo tomada por mim.

Ele sorri, e apesar de estar feliz por ser escolhido, ele não cederia ao desejo que já estava consumindo seu ser. Seu membro pulsava em suas calças em resposta ao pedido de sua amada. No entanto, a razão gritava na mente dele, pois, sabia que isso seria errado e se Alexander descobrisse Angeliny poderia sofrer terríveis punições.

- fico grato por me escolher, amor. Mas não posso fazer isso. - ele com muito custo se afasta dela.

- por que não? - Angeliny pergunta envergonhada sem conseguir encarar-lhe.

" Ou céus!". Cristian pensou. Angeliny não tinha ideia de como o pedido dela o havia afetado. Ele tinha de confessar que por muitas noites fantasiou com sua amada. Mas vê-la disposta a se entregar, isso não se comparava. Era uma tortura ter que se recusar.

"É para o bem dela". Ele dizia para si mesmo.

- seu noivo e talvez futuro marido, iria perceber, e isso poderia colocar sua vida em risco.

- como ele iria perceber algo assim? - ela pergunta inocente.

- vais entender em breve. - ele fala enquanto pensa, "e espero ser eu a faze-la entender". - só saiba que eu te amo, e por essa razão não irei toca-la.

- então me diga o que faremos? Ou pretende desistir de mim? - seus olhos se enche de lagrimas.

- o quê? Desistir de ti? - ele segura nas mãos dela e concluí - isso nunca.

- então o que faremos? - ele abaixa a cabeça.

- eu não sei ainda. - ele segura delicadamente seu queixo e a faz olhar em seus olhos, e concluí - mas vou dar um jeito nisso. Ninguém vai nos separar, eu te prometo.

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Obs:. Sheol significa inferno ou lugar onde os mortos habitam.

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