O Instituto

Angeliny como de costume acordou e se arrumou vestindo um belo vestido de cetim vermelho com mangas bufantes e uma longa saia rodada.
Ela não precisava organizar seus livros, pois tudo já estava na instituição, para o caso dos comuns irem verificar.
Angeliny desceu as escadas e seguiu para a sala de refeições, onde seus pais já estavam.

— Bom dia. — Angeliny fala sorrindo.

— Bom dia — seus pais respondem em uníssono.

Ela se senta e os vassalos a servem.

— Filha quem era aquele belo moço, com quem vosmicê dançou ontem a noite? — a mãe dela pergunta com um singelo sorriso.

Angeliny abre a boca para responder, mas seu pai a interrompe e responde em seu lugar.

— Era o filho do Dr. McCartney, que chegou de viagem ontem, mais cedo.

— A entendo, e o que vosmicê acha dele filha? Pois, reparei que estavam se divertindo bastante — a mãe continuou.

— A mamãe, é difícil dizer, pois, só o vi pela primeira vez ontem, mas me pareceu um bom rapaz. — ela fala enquanto leva a xícara até seus lábios.

Seu pai come uma uva e olhando para a filha, fala:

— Filha, hoje a tarde quando vosmicê chegar, o Conde Magnus e o filho dele estarão aqui para o chá. Estou avisando para que não se surpreenda ao vê-los.

— Claro, meu pai.

[...]

Angeliny entra na carruagem e o cocheiro balançando as rédeas deu início ao percurso.
A Colônia era cercada por mata fechada, as estradas que foram criadas eram de barro, esburacada na maior parte do caminho, com o odor desagradável dos dejetos que eram jogados das casas para as estradas.

Angeliny, observa a Colônia. Aldeões em suas feiras trocando e vendendo tecidos, cereal, frutas, verduras, perfumes e jóias.

As tabernas e as casas de chás. Mercearias e uma pequena Praça no centro, era só uma pequena parte daquele belo lugar.

A carruagem para. Angeliny desce assim que o cocheiro abre a porta.
Ela se encanta com a bela mansão amarela à sua frente, com um jardim lindo na entrada, e uma placa de tamanho médio gravada na parede que dizia. Instituto de boas maneiras.

Angeliny segue até o salão principal e fala com sua mentora, uma mulher que aparenta não ter mais de quarenta anos, tinha olhos cor de mel e cabelos pretos que estavam presos em um coque de tranças com fitas lilases da mesma cor de seu belo vestido de saia rodada e mangas longas com detalhes prateados.

— Bom dia. A senhorita deve ser, Lady Angeliny, filha do Conde Mckeller. — a mulher a cumprimenta.

Angeliny sorri e confirma balançando a cabeça.

— Pois bem. Meu nome é Magdalena, como sabe serei sua mentora.

— É aqui a instituição de ma…

— Chiu… — Magdalena a interrompeu — não devemos falar disso abertamente, aqui. Pois, essa instituição de boas maneiras é só fachada, a entrada para seu verdadeiro destino e por aqui. — ela aponta para frente — me siga.

Às duas andam pelos lindos corredores de mármore negra até chegar a uma porta de cedros com batentes dourados e maçanetas da mesma cor.

Magdalena segura a maçaneta e recitando um feitiço, a porta se abre. Uma luz forte surge, Angeliny protege seus olhos com a mão:

— Aqui está. Vá depressa — Magdalena diz sorrindo.

Angeliny abaixa a mão e respirando fundo se aproxima da porta, ela olha para Magdalena que sorrindo sussurra para ela:

— Boa sorte.

Ao atravessar a passagem se depara com um lindo jardim e mais a frente um Castelo com várias torres, tantas que ela não podia inúmeras.
Ela olhou para trás e a porta pela qual havia passado já não estava lá.
Ao olhar para o lado, viu outras moças e rapazes passando cada um por suas portas, todos caminhavam de encontro com o Castelo, Angeliny seguiu com a multidão.

A escadaria de pedra bruta na entrada, seguiu para o grande portão elevadíssimo de madeira, que desceu sobre o fosso que corria em torno do lugar. 

Ao chegar no salão principal ela se encantou ainda mais, o lugar era enorme decorado com tochas no canto das paredes sendo suspensas por armaduras prateadas montadas de cavaleiros, que mesmo não tendo ninguém dentro elas por meio da magia se moviam como se olhassem para seus novos convidados.

Angeliny estava encantada até mesmo com as gravuras talhadas nas paredes que pareciam ter vida, dançando em meio a pintura de um baile nas estrelas.

A frente tinha um palanque Dourado e várias cadeiras de estofado vermelho sobre ele, os treze membros do Conselho da grande assembleia, sentaram em seus lugares, somente seu líder permaneceu de pé e se aproximando de seu púlpito prateado, apanhou alguns papéis de cima do mesmos e os lêu silenciosamente.

— Que surpresa vê-la aqui.

Angeliny ouve uma voz risonha no canto de seu ouvido, o que a fez estremecer. Ela se vira assustada para ver quem era e se depara com aquele belo par de olhos azul-índigo.

— Senhor McCartney. Vossos pais não lhe ensinaram boas maneiras? Não se deve abordar uma dama, assim. — Angeliny respondeu tentando parecer brava, quando na verdade estava feliz por vê-lo novamente.

— Sim, sem dúvidas eles me ensinaram que não devo abordar uma simples dama assim, no entanto, a senhorita não é apenas uma simples dama não é? — ele fitou nos olhos dela, fazendo-a desviar o olhar sem jeito.

— O que quer dizer com isso? — ela pergunta em um fio de voz.

 — Suponho que sabe. A final de fato foi errado para alguém como a senhorita, o comprimento correto seria uma reverência — ele sorriu encantadoramente.

As bochechas de Angeliny se tingem de vermelho com o galanteio, tímida sorriu de maneira boba.

— Aposto como diz isso para todas. — respondeu com os olhos abaixados.

— Só se todas tivessem sua beleza, o que não é o caso. Sem dúvida falaria assim. 

Ambos sorriem, e voltando suas atenções para o púlpito onde o líder do conselho começava a falar:

— Sejam todos bem vindos ao Instituto de Magia Conelwood. Aqui todos vão aprender a usar e controlar sua magia, se descobrir… — ele faz uma breve pausa, pois um dos membros se levantou e cochichou algo no ouvido dele, que logo voltou a falar — é claro que quando falei se descobrir me referi ao fato de cada um aprender do que são capazes, creio que me entenderam. E aqui nós temos apenas algumas regras que devem ser seguidas de maneira severa. O nosso caro professor Tornelly, vai agora fala-las para vós.

Ela se retira para que um homem de meia-idade, barba branca, e de estatura baixa assumisse seu posto.

— Bom dia. Como nosso honrado Mestre e líder disse, eu vou agora enumerar nossas regras. Primeiro é proibido revelar-se para os humanos e usar magia diante deles, isso é um crime que será punido com a perda total de seus poderes, Segundo é proibido sair das dependências do Castelo. Terceiro não será permitido contatos íntimos com as donzelas aqui presente, pois são damas puras e de estirpe. E por último é obrigatório que todos aqui presentes, sem exceção, assinem uma lista prometendo cumprir todas as ordens dadas pelos seus mestres dando o devido respeito a grande assembleia e seus sábios conhecidos por vós, como “O Conselho”. Suas vidas agora pertencem a nós, suas escolhas e seus desejos. 

E assim prosseguiu, cada palavra era assustadora para Angeliny, pertencer a seu povo e ter suas vontades controladas e monitoradas, não sabia ao certo o quanto isso poderia afetá-la, e tentava não pensar nisso. Estava feliz por estar ali. Depois de horas intermináveis de explicações sobre os deveres para com a assembleia, o homem desceu púlpito e o líder toma novamente sua posição.

— Bem. Creio que todos compreenderam. Seus mentores irão levá-los para suas salas. Suas refeições serão feitas no segundo salão de portas Douradas será fácil encontrar. Tenham um bom dia. E sejam bem vindos.

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