O Coração de Cristian
Lilian bateu na porta da casa de Cristian, mas foi a esposa dele quem a atendeu.
— Pois não. O que deseja? — A ruiva pergunta de mal humor.
Lilian empina o nariz erguendo levemente o queixo, assumindo uma postura altiva. E responde:
— Vim a mando do Conselho, para falar ao senhor McCartney. Senhora. — Ela menti.
A mulher então se desarma e sorrindo da passagem para ela. Ao entrarem a moça grita por Cristian.
— Querido! A alguém que deseja ver te!
Cristian aparece no topo da escada e ao ver Lilian que tentava conter o riso. Ele sorri e vai para perto dela.
— Lilian o que faz aqui? — Ele pergunta com certa dificuldade.
— Preciso lhe falar a sós.
— Venha. — Ele fala e segue para o canto posterior da sala, seguindo para um escritório.
O lugar era pequeno com apenas uma estante na parede ao lado da entrada e uma mesa ao fundo. Cristian ao fechar a porta, passa por Lilian, e se coloca na frente da mesa.
— Pode falar agora... — Ele fala com sua voz rouca.
— Te trouxe um presente. — Ela sorri para ele, e tira de dentro do bolso, o coração que estava enrolado em linho.
Ela o desenrola, e sussurra um feitiço sobre ele.
— Aguente firme. — Com uma mão ela segura no ombro dele e concluí — Isso vai doer.
Ela enterra seu punho detro do peito dele. Cristian libera um grito mudo seguido de um urro de dor. Lilian vira sua mão, encaixando o coração dele novamente. Ao retirar. Cristian cai de joelhos.
Seu corpo tremia e doia, como se cada músculo estivesse se encaixando novamente. Ele sorveu o ar com força e aos poucos a dor foi amenizando.
Ao erguer os olhos e encarar Lilian, ela percebe que lentamente a Iris dos olhos dele se tingiram de azul. Voltando a ter sua cor vívida.
— Como se sente? — Ela pergunta ao ajuda-lo a se levantar.
— Vivo. — Ela sorri — Obrigada Lilian, de verdade não sei como posso lhe retribuir.
— Me leve contigo. — Ela diz direta. E Cristian a olha confuso — Por favor. Eu serei mais útil contigo do que aqui. Sem contar que não levará muito tempo até perceberem que seu coração sumiu e que sou a responsável por isso.
— Pois bem. Eu o mínimo que posso fazer por ti.
Ele segue para trás da mesa e ao puxar uma gaveta, ele apanha uma pequena bolsa com uma contia considerável de libras.
— Se vamos parti, precisaremos de dinheiro. — Ele sorri.
— Onde conseguiu tudo isto?
— Eu sou médico. Assim que o conselho me prendeu aqui, passei a exerce a função.
— Um médico sem coração? — Ela ri, e ironizando concluí — Isso explica a pequena fortuna.
Cristian ri do comentário dela. E termina de amarrar a bolsa marron no cinto.
— Mas me diga. O que fará com sua esposa? — Lilian pergunta levando ele a ficar sério.
— Vou apagar a memória dela.
— Vais usar magia negra? — Ela pergunta atônita.
— Não será a primeira vez. No entanto, não tenho escolha. Se a deixar como está. Ela irá até o conselho e lhes dirá que fugi.
— E falará de mim também.
— Exato.
— Mas como acha que será quando perguntarem a ela, sobre o marido?
— Eu não sei, mas isso já não mais dira respeito a mim.
— Minha nossa! — Ela exclama com a mão sobre o peito.
— O que houve? — Ele pergunta confuso.
— Tens certeza que lhe devolvi o coração? — Ela ri do semblante discrente dele.
— Venha não vamos mais perde tempo.
Ele passa por ela e ao abrir a porta, fala:
— Vá na frente e me espere na estrada. Eu irei fazer o que tenho de fazer.
Lilian o obedece e sai da casa. Cristian segue para a cozinha e vê Rebecca preparando o jantar.
— Então querido. O que a criada queria?
Cristian se aproxima lentamente dela a abraça por trás. Ele poderia não admitir mais nos últimos dias desenvolveu certo carinho pela mulher a sua frente.
E a razão pela qual queria apagar lhe a memória e porque em parte sabia que Rebecca o amava. E durante aqueles dias demonstrou isso a ele. Tirar lhe as memórias evitaria que sofresse por vê-lo parti.
Seu abraço foi calmo, quente e demorado. E arrancou um sorriso dos lábios da moça.
— Está tudo bem?
Ela pergunta com sua voz mansa. E tenta se virar, porém Cristian a mantém na mesma posição, sabendo que se ela olhasse em seus olhos saberia que seu coração estava de volta no lugar.
— Está. — Ele respondeu por fim — Es uma boa esposa Rebecca.
— Eu me esforço para ser. — Ela acaricia o braço dele.
— Acredite se eu a tivesse conhecido em outra ocasião, teria tido orgulho de ser seu marido.
— Por que diz isso?
Ela se vira de maneira abrupta para encara-lo.
— Seus olhos... — Ela sussurra com espanto.
Mas antes que ela pudesse reagir, Cristian segurou sua cabeça com as duas mãos, e começou a recitar o feitiço.
— Pare! — Ela gritou se sentindo zonza, mas antes que desmaiasse ela revida — Contre nebulo.
Ela desmaia nos braços dele. Cristian a pega no colo e a leva para sala. Ele a coloca deitada sobre o divã.
— Eu lamento — ele fala, enquanto acaricia os cachos ruivos. — Espero que encontre a felicidade algum dia. — Ele beija o topo da cabeça dela,e se retirá.
[...]
Cristian e Lilian estavam em um pequeno acampamento improvisado no meio da mata, a alguns quilómetros da cidade.
O lugar onde estavam. Tinha um pequeno lago de água doce. As árvores de copas robustas e suntuosas. Cobria parcialmente a luz do luar. Mesmo a lua estando em seu ápice. O som das corujas e o tilintar dos grilos trazia serenidade a noite.
Ambos estavam sentados envolta da fogueira, saboreando alguns curiangos.
— Como fará para descobrir onde Angeliny está? — Lilian pergunta ao morde outro pedaço da ave.
— Eu apanhei um mapa em minha casa. Vou fazer um feitiço localizador ou bom vou tentar. Pois, para isso precisaria de um objeto pessoal dela, o que no momento não possuo.
— Poderia pedir para seu animal familiar ir buscar. — Ela segue para o lago e lava as mãos.
— Caillat desapareceu quando o conselho me capturou. Não sei como invoca-lo. — Ele cutuca o fogo com a ponta do galho fino, que estava em sua mão.
— Vos estão ligados mentalmente. Só deve chamar por ele na sua mente e ele virá. — Ela senta na frente dele.
Cristian se coloca de pé. E começa a chamar por Caillat seu familiar. Que envolto em uma espessa fumaça negra, se materializou em sua frente.
— Estou feliz em ver te novamente. Preciso de sua ajuda. — A águia grasna e balança a cabeça em afirmação.
— Preciso que vá até a antiga residência de Angeliny, e pegue de lá algum objeto pessoal.
Caillat voa entorno de Cristian, sumindo em uma nuvem negra.
[...]
Rebecca acordou furiosa. Sua mente estava confusa as lembranças bagunçadas. Sem contar a dor incômoda em sua fronte.
Ele se levantou e sem se importa com sua aparência. Ela correu até o estábulo e selou sua égua malhada.
O vento noturno e frio pouco a incomodava. Pois, Cristian iria pagar caro, por ter brincado com sua memória; ela chegaria no Conselho, pela manhã. E então contaria a eles tudo o que lhe aconteceu. Se Cristian não fosse ficar com ela, também não ficaria com mais ninguém.
[...]
Quando o sol nasceu no horizonte. Cristian já se encontrava de pé. Ele estava guardando as coisa e se preparando para partir. Quando Caillat se materializou em sua frente. A ave carregava na ponta de seu bico. Uma fita rosa de cetim.
— Bem vindo de volta. Amigo. — Cristian apanhou a fita.
Ele abriu o mapa sobre o chão e desenhou alguns símbolos mágicos em torno dele. Ele sabia que se Lilian visse o tipo de magia que estava para praticar, sem dúvidas iria impedir-lhe. E por essa razão, Cristian optou por deixa-lá dormi deitada sobre sua manta, embaixo do velho Pinheiro Silvestre.
Ele com a ponta de sua adaga, furou a palma da mão, deixando que a gota escarlate descansasse sobre o papel. Ao recitar o feitiço; ele nota o brilho vermelho nos olhos de seu familiar. Que estava emprestado energia assim como a natureza ao seu redor.
Um vento bateu nas copas das árvores, e varreu as folhas que estavam sobre a relva baixa. Cristian enrolou a fita em sua mão boa. E observou quando o sangue correu pelo papel. Traçando um caminho até uma cidade chamada de Essex.
Ele sorriu com o feito. O vento se acalmou, e Caillat levantou voo. Cristian se levantou do chão, satisfeito com o que tinha acabado de fazer.
— Muito bem! — Ele ouviu a voz feminina irritada. — Sabe quanto custa usar magia de expressão? Por um acaso pretende perde a alma?
Ele se virou lentamente para encara-lá. — Lilian. Eu...
— Eu não quero ouvir! — Ele esbraveja. — Sabe que usar esse tipo de magia pode colocar em risco não só a ti, como a mim também!
— Deixe-me explicar. Acontece que... eu não posso pedir ajuda aos ancestrais. — Ele fala rapidamente.
— Como não pode?
— O conselho me baniu. Se eu usar magia branca eles poderam me encontrar com mais facilidade. Mas graças a esse magia, agora sei onde está Angeliny. E devemos parti imediatamente. Pois, ela está perto daqui e em movimento.
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