Gotas de Sangue

Lilian adentrou a caverna onde estava acampando com Cristian. E se assusta ao vê-lo no canto escuro com uma bacia de porcelana aos seus pés. E sangue escorrendo por seu pulso onde o laço rosa de Angeliny se encontrava envolto.

— O que tu estás fazendo? — Ela corre até ele assustada.

— Deixe-me! — Ele fala com dificuldade.

— Por uma acaso está tentando se matar? ficou louco? — Ela se ajoelhou ao lado dele tentado segurar no pulso cortado.

— Apenas estava tentando falar com ela. — Uma lágrima escorre pela face pálida.

— A quanto tempo vem fazendo isso? — Ela pergunta. Enquanto examinava o pulso.

— Não tempo suficiente. Mas ela não me escuta mais. Nem sei se um dia escutou.

— O que aconteceu para que ficasse assim?

Ela pergunta, e ele aponta para o lado posterio da caverna onde uma esfera azul ermegida de um líquido azul, brilhava, com a imagem de Angeliny sorrindo para Alexander.

— Eu não entendi? — Lilian voltou a fitar-lhe.

— Eu vi... — Ele faz uma pausa sentindo um nó se formar em sua garganta. — Ele, ela... eu não posso culpa-lá. — Ele chora silenciosamente — Culpa-la por se entregar a ele e fazer... A Lilian...

Ela o abraça. Tentando conforta-lo. — Tu não desistiu dela? Desistiu?

— Não. — Ele se afasta do abraço se colocando de pé. Pressionando o ferimento aberto. — Mas preciso arrumar um jeito de falar com ela. De explicar tudo o que me aconteceu.

— Certo. Eu estava observado a casa deles. Que não é tão distante daqui. Talvez nós possamos esperar até o momento mais propício.

— Acontece que só o que faço é esperar. — Ele se escora na parede gelada. — Eu sinto que enquanto mais o tempo passa, mais distante ela fica. E o que eu vi hoje... se ela não me quiser mais, toda a minha luta até aqui fui em vão. — Ele sente seu coração doer. E seu corpo tremer.

O ferimento ardia e doía, no entanto não lhe incomodava tanto quanto a lembrança de Angeliny com Alexander em momentos tão íntimos que só amantes apaixonados se permitiriam. Como explicar o sentimento que agora o dominava, nomear era quase impossível. Raiva, ciúme, inveja, tristeza e decepção.

Uma mistura horrível e perigosa. Um nó preso na garganta que não lhe deixava respirar, o coração que parecia ter diminuído em seu peito. Uma dor que fazia seu corpo tremer enquanto arrepiava. Desejando a morte de Alexander.

Ele escorregou até o chão, afundando o rosto entre os joelhos abraçando as pernas.

— Eu ficarei de vigia. E a qualquer chance de aproximação eu lhe avisarei. — Ela se vira para sair, mas antes olha por cima do próprio ombro, e concluí — Apenas me faça um favor. Cure seu ferimento antes que piore, e pare de usar magia negra. Pois, daqui a pouco não tera mais alma para queimar por sua Angeliny.

— Talvez assim fosse melhor. Eu não sentiria mais a dor que estou a sentir agora.

Lilian saiu. Enquanto ele se pos de pé, caminhando até o reflexo de sua amada.

— Pense  em mim anjo. — Ele implorou para a imagem sorridente como se ela pudesse ouvi lo — Por favor. Me deixe falar contigo — As lágrimas agora convertidas em pequenas gotas vermelhas escorriam pela face pálida — Não sabe como parte meu coração, saber que não pensa mais em mim.

[...]

O dia passou de pressa. Angeliny estava na biblioteca lendo deitada em um d'van, com uma das pernas estendidas quando Alexander entrou e sentou-se no chão aos seus pés.

— O que está lendo, minha rainha?

— Um livro. — Ela responde sorrindo sem olha-lo.

— Disto eu sei. — Ele da um leve tapa em seu tornoselo.

Ela sorri, e fechando o livro. Senta para encara-lo. Alexander estava distraído girando sua aliança no dedo.

Angeliny a cada dia que se passava o admirava mais, não só por sua beleza com por sua força e bondade. Ela descobriu nele, qualidades que nunca imaginou que possuísse.  Ele era verdadeiro, amável, cavalheiro e amigo. Provou ser o melhor dos amantes. E que a amava de verdade.

Ela sentia uma felicidade genuína estando perto dele. Dizer que era divino rebaixaria os deuses. No entanto. Ele era perfeito aos seus olhos, e mesmo que não confessasse em voz alta, pois, sabia que no dia que assim fizesse estaria perdida. Ela de alguma maneira o amava.

Não sabia como ou quando começou a ama-lo. Mas não conseguia mais se imaginar sem ele ao seu lado. Reconhecendo de uma vez que se descobriu o que era amor, foi ele quem lhe mostrou o caminho.

— É falta de educação encarar, sabia? — Ele falou sorrindo.

— Eu... — Ela por um minuto quiz dizer que o amava, mas por alguma razão temeu.

— Tu. — Ele a encorajou ainda distraído.

— Eu estou feliz por tê-lo ao meu lado.

Alexander parou de brincar com sua aliança. E a olhou sorrindo.

— Também estou feliz por tê-la ao meu lado.

Angeliny se levantou e guardou o livro na estante colada na parede. Seu corpo arrepiou ao sentir os dedos dele deslizando por seu braço esquerdo, ela o olhou de canto de olho e se virou para encara-lo. Seus lábios ficaram sentimentos de distância dos dele, podendo sentir a respiração dos lábios finos entre abertos.

Ela o beijou. E diferente dos outros beijos, esse fez Alexander arrepiar, seu coração bateu mais rápido, seu corpo ficou mais leve. Ao sentir o movimento suave dos lábios dela. Já para Angeliny, era um sentimento sem explicação. Ela estava em paz, feliz, completa. O coração em seu peito batia devagar com a alegria sublime. Quando Alexander a enlaçou pela cintura. Isso lhe deu conforto e calor. Não era como o fogo que sempre a consumia com os toques dele. E sim amor em sua forma mais pura.

Ela abriu os olhos lentamente e sorriu para ele. No entanto, sua olhar foi para o canto da sala onde ela o viu.

Cristian estava parado a encarando com o senho franzido e olhar triste.

— O que foi meu amor? — Alexander perguntou para ela, ao ver a cor de sua pele desaparecer.

Angeliny olhou para ele e depois para o local onde havia avistado o espectro de Cristian, mas o mesmo não estava lá.

Ela forçou um sorriso, e olhando para ele, respondeu:

— Não foi nada. — Ela o abraçou com força. Desejando esquecer o que viu, pois, mesmo uma visão fez seu peito doer trazendo uma dolorosa lembrança de momentos bons e ruins que viveu com Cristian. E uma certa ponta de saudades.

Uma lágrima solitária escorreu pelo canto de seu olho, o que ela logo tratou de secar sem que Alexander a visse. Pois, afinal. Estava feliz com ele. Não estava?

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