De luto

#Gatilho#!!

Alexander voltará para casa ou melhor foi levado para lá, por Mr. Emedor que em respeito a dor dele, nada dizia ou perguntava.

- Eu mandei meus homens levarem Cristian para a sede do Conselho. Ele não te incomodará mais. - Alexander nada respondeu. - Eu partiriei amanhã. Gostaria que levasse algum recado a alguém.

Alexander apenas balançou a cabeça em negativa.

- Se não for muita ingratidão de minha parte. Gostaria que partisse hoje.

- Eu compreendo. - Emedor falou a se levantar. - tente ficar bem.

Bem. Alexander pensou. Nunca mais ficaria bem. Ele se deitou no sofá e ali ficou mirando o teto esperado que esse caísse sobre sua cabeça. Se levantou apenas para se servir de vinho e descobrir que precisava de algo mais forte.

Seus criados apenas o observavam de longe sem nada dizer ou perguntar. Quando a noite chegou. Alexander já entorpecido pelo vinho notou que esse seria o momento mais difícil.

Subiu tropeçando pelas escadas até seu quarto. Ao abrir a porta e se jogar na cama. Sentiu o cheiro dela. Se deitou de costas para o travesseiro tentando desviar sua atenção, no entanto se deparou com o quadro dela em sua parede.

E as lágrimas novamente surgiram com mais força. Ele soluçava de tanto chorar. A dor o sufocava mais e mais como um aperto sem miséricordia em seu peito.

Com ódio ele se levantou se lançando sobre o quadro que lhe sorria, Ele cravou sua mão na tela rasgando a de alto a baixo.

- Maldita! - Ele gritou, para em seguida se arrepender do feito ao ver a parte da obra em sua mão.

Aquele verde da tinta não se comparava ao verde dos olhos dela. Nem mesmo os lábios eram iguais aos reais.

- Porque fez isso comigo? Porque! - Ele gritava com a pintura como se essa lhe pudesse responder.

Um vento invadiu o quarto. E esse parecia trazer contido o cheiro de jasmim que ela tinha.

Alexander se levantou assombrado pelas lembranças deixou o quarto e seguiu para sala onde depois de se servir de mais vinho. Desmaiou sobre o sofá.

E assim ele passou sua primeira semana, não comia apenas bebia, gritava com as paredes, chorava e peranbulava de um lado para o outro.

Todos os criados temiam que tivessem enlouquecido. Ayana era a única que ainda ousava se aproximar durante a noite para cobrir-lhe e retirar a taça de sua mão.

Era uma manhã fria de domingo. Alexander levantou zonzo e trêmulo.
Ao seguir para um dos quartos de hóspedes se olhou no espelho e nem mesmo se reconheceu.

Seus olhos estavam opacos e sem vida, seu rosto que antes era jovem e belo, Agora era uma sombra quase translúcida.

Porque continuar assim? Ele se perguntou. Porque não morria logo e acabava com a dor. E com as alucinações que o atormentavam. Sim em uma das noites a qual passou  seu inferno particular. Descobriu estar enlouquecendo.

Estava parado na frente da janela quando sentiu a mão de Angeliny tocar seu ombro. Sim estava na hora de acabar com isso.

Ele se vestiu e seguiu para o estábulo. Montou em seu cavalo e seguiu sem rumo para onde sua mente perturbada o levava.

Ao chegar no penhasco onde beijará Angeliny pela primeira vez. Pensou ser o local perfeito para sua queda.

Ao mirar o mar revolto ao seus pés sentiu como se um peso saísse de seus ombros. Teria paz a paz que só a morte dá aos que a desejam.

Mas não sabia ele que alguém o observava.

Ao sentir a brisa uma última vez em sua pele. Falou para o vento.

- Angeliny hoje me encontro contigo no inferno.

Ele se lançou para as águas escuras. A dor do impacto na pele frágil fora como agulhas. Seus ossos pareciam ter se partido. Como um estalo em sua mente ele nadou pela sua vida por puro instinto de sobrevivência. Mesmo sabendo que não desejava viver e que não sairia vivo dali.

Quando as ondas o atingiram com força  ele sentiu sua cabeça bater em algum lugar e um líquido quente sair de seu crânio. Sua cabeça doía por fora e por dentro. Quando finalmente ele soltou seu fôlego, A água entrou por suas narinas queimando seus pulmões em uma dor sufocante que durou alguns poucos segundos até a escuridão lhe levar.

Ao abrir os olhos estava em um lugar quente e claro, não havia sons ali a luz quase cegava sua visão.

- Alexander. - Ele ouviu a voz de Angeliny vindo de trás de si.

Ao se virar assustado mal pode acreditar no que via. Era ela, tão bela quanto no dia em que morreu. A única diferença era o vestido que possuía menos tecido que o normal, de cor creme com fendas dos lados das pernas e aberturas na parte do tórax, contendo um decote em V, um tanto sensual ele admitiu para si.

Ela sorriu tímida ao olha-lo. Apesar da aparência deteriorada ele ainda continuava lindo. Seus olhos demonstrava a tristeza contida.

- Vosmicê não me parece bem. - Ela falou.

Sua voz calma e serena. Chegou aos ouvidos de Alexander em um tom quase angelical. A tristeza no peito dele aumentou em grande proporção.

- É tu me parece muito bem. - A voz dele saiu rouca. - eu estou morto?

- Não.

- Mas tu está.

- É o que parece.

Alexander olhou em sua volta. O lugar parecia um cenário pintado. Havia uma luz branca por toda parte árvores estranhas com formatos contorcidos. Não havia sons de pássaros ou animais. E a temperatura era um tanto sufocante.

- Isso não me parece o inferno.

- Mas também não é o paraíso. - ela respondeu. - Alexander.

Angeliny o chamou, fazendo ele olhar em sua face.

- Eu sei que não deve estar sendo fácil para ti. O que eu fiz... - Ela abaixou o olhar e respirando fundo, concluiu. - sei que não mereço seu perdão e por essa razão não vou pedir que me perdoe. No entanto, vosmicê precisa seguir em frente.

- Seguir em frente? - Ele ri em escárnio. - só pode estar brincando. Tu me traiu, matou nosso filho. Acha mesmo que eu vou conseguir seguir em frente?

- Eu sei que o machuquei. Mas acredite guarda mágoa não vai ajuda- lo.

Alexander sentiu vontade de esgana-la ali mesmo. Como depois de tudo ela ainda tinha coragem de lhe pedir isso.

- Sabe. No dia em que eu morri. Eu só queria ter tido a oportunidade de te dizer algo.

- A é! - Ele perguntou visivelmente irritado. - pois então diga.

- Que... que... - ela gaguejou, e como um ato súbito concluiu. - que eu lhe amo. Ou melhor que também o amava. Mas que precisei fugir com Cristian. Afinal meu momento com ele havia sido interrompido.

- Pois então eu fico feliz que tenha morrido antes. - Ele falou recentido.

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