Confusos II
— Ama! — Alexander chamou pela velha senhora que correndo se colocou a sua frente.
— Sim. Milorde.
— Quero que cuide pessoalmente de minha nova criada.
— Sim. Milor...
— Espere! — Angeliny a interrompe, visivelmente irritada. E se dirigindo a Alexander, concluí. — Ama é minha dama de companhia, Magnus. E se eu precisar dela e...
Ele estende a mão para que ela se cala-se. — Não está precisado dela agora, está?
O jeito frio e furioso que ela notou no olhar dele, a fez querer chorar. Angeliny não entendia o que estava acontecendo. Porem se obrigou a ficar firme.
— Pois bem. Faça como desejar, lorde Magnus. Afinal estou em sua casa.
Ela destila seu veneno. E ao passar rapidamente por ele, Alexander segura em seu braço e olha nos olhos dela.
Ambos se encaram olho no olho, sem dizer uma unica palavra. Angeliny puxa seu braço e sobe as escadas.
Alexander travava uma batalha interna. Ele a amava, mas estava magoado. E jamais daria o braço a torce. Pois estava na hora de faze-la entender como ele se sentia.
O dia passou rápido, na hora do jantar, mesmo a contra gosto. Angeliny desceu as escadas e se deparou com Alexander e sua nova aquisição.
A criada estava sentada no carpete aos pés dele, enquanto ele lia um livro para ela.
O sangue de Angeliny ferveu em suas veias. Ao ver a forma como ele sorria para a jovem, a maneira atenciosa com que a olhava.
Ela se quer percebeu que estava parada no meio da escada, observando os dois.
A criada que outrora estava em farrapos. Agora usava um belo vestido de cetim dourado com babados e fitas entorno da cintura. Seu cabelo longo e cacheado, formavam tranças ao redor da cabeça da jovem bela.
Sem dúvidas ela seria uma rival em potencial. Se agora ela estava ao seus pés, quanto tempo levaria para estar em sua cama? Angeliny pensou, já se recriminando por isso.
Ela estava confusa, pois, acreditava que depois da noite maravilhosa que tiveram as coisas seriam diferentes entre eles.
Bom, talvez não tivesse sido tão maravilhosa para ele.
Ela se forçou a continuar, seguiu para sala onde o jantar estava servido. E sentou-se para comer.
A comida por mais apetitosa que estivesse. Descia como cacos de vidro em sua garganta. A vontade de chorar a sufocava.
Mal sabia ela que as coisas iriam piorar. Alexander seguiu para sala de jantar, com sua nova acompanhante. Ele puxou a cadeira para que a moça se sentasse.
O coração de Angeliny errou uma batida ao ver a cena. Alexander começou a ensinar a moça a comer com talheres. A voz doce que ele fazia para lhe explicar, e os sorrisos maliciosos. Angeliny se levantou abrupta, e seguiu para seu quarto.
Ao se jogar na cama, ela se lembrou de Cristian, as palavras duras que disse para ela. Mas uma vez ela se sentiu usada. Talvez Alexander assim como ele, só quisesse usá-la. E então descarta-la.
Mesmo querendo chorar, ela não chorou, pois, já estava cansada de derramar suas lágrimas por quem não as merecia. Ela se deitou e logo adormeceu.
Os dias passavam de pressa. Ao mesmo tempo que pareciam se arrastar. Todas as manhãs eram uma tortura para Angeliny.
Quando descia as escadas ou via Alexander ensinando musica para criada, que Angeliny descobriu se chamar Ayana. Ou lhe ensinava a dançar.
Certa manhã quando olhava pela janela viu os dois seguindo para o jardim. Os sorrisos em seus rostos a enfurecia. Se contar a falta que ela sentia dele, da companhia do corpo dos beijos.
Ele e Ayana corriam em torno da fonte no meio do jardim, como duas crianças loucas. Mas foi quando Alexander agarrou a cintura dela, que Angeliny ficou cega de ódio, e desejou que a cabeça de Ayana explodisse em milhões de pedaços. No entanto quando ela conjurou o feitiço, Alexander abraçou a moça e olhando para Angeliny com sorriso cínico. Ele a protegeu lançando o encanto na estatua da fonte, que explodiu em pedaços.
Ayana olhou assustada para a escultura em ruinas. Alexander sussurrou algo em seu ouvido. E ambos sairam do campo de visão de Angeliny que mais do que nunca estava furiosa.
Ela mesma não entendia que tipo de sentimento era esse que a incomodava tanto. Vê-lo com outra não deveria afetar-lhe. Como estava afetando.
Quando ela se deu conta, uma semana já havia se passado. Ela abriu os olhos lentamente em uma bela manhã de domingo.
Ela viu os raios do sol entrarem pela sacada e refletir no piso de madeira de seu quarto. As cortinas de sua cama balançavam com a brisa suave e quente que invadia o quarto.
Ela girou na enorme cama para o lado onde Alexander costumava dormi. Um nó se formou em sua garganta, ela se sentia sufocada por sentimentos que não compreendia. Ela deslizou a mão sobre o travesseiro dele, e o puxou levando até o nariz para sentir o perfume de Alexander.
Ela abraçou o objeto sentindo falta dos abraços dele.
Sua Ama entrou no quarto. — Bom dia, senhora.
Angeliny nada respondeu, as palavras simplesmente não queriam sair de seus lábios. E apesar de ter prometido a si mesma não chorar. As lágrimas escorriam por sua face.
— Senhora está tudo bem? — Ama pergunta ao se aproximar evidentemente preocupada.
Angeliny se sentou sobre os lençóis e se forçou a responder:
— Estou...
Ela não completa a frase. Ama senta ao seu lado e a abraça.
— O que tem senhora, porque choras?
— Ama... — ela soluça com as lágrimas. — Eu... não sei o que fazer.
— Como assim senhora? Está sentindo alguma dor? Ou...
— Estou. — Angeliny a interrompe. — Uma dor que me tira o fôlego e me machuca por dentro, me fazendo desejar coisas que desconheço. Eu quero mata-lo e estar com ele ao mesmo tempo.... — Ela fala em meio as lágrimas.
— Senhora eu não entendo. — Ama a solta de seu abraço. — quem quer matar?
— O grande lorde Magnus! — Ela fala com desdém.
— Vosso marido? Porque razão quer isso?
— Por ele estar desfilando por ai com a criada, por demonstra mais afeto por ela do que por mim, por eu sentir tanta falta dele e ele nem perceber... — Ela cobre o rosto com as mãos, escondendo as lágrimas.
Seu coração se apertava cada vez mais, e seus dedos tremiam, era como estar morrendo por dentro, com uma dor que só poderia ser curada pelo seu causador.
— A senhora já falou com o lorde? O fez entender? — Ama tenta ajudar-lhe.
— Eu nada direi. Se eu não tenho mais seu afeto a culpa disto é apenas minha. Se ele está feliz com a criada... — Ela da de ombros — Que continue com ela.
Ela se lança novamente nos lençóis abraçando o travesseiro.
Ama saiu do quarto e desceu as escadas. Alexander se despedia da criada, dando lhe um beijo no dorso da mão. Assim que ele saiu. Ama puxou a jovem pelo braço.
— Me solte! — Ayana protestou evidentemente irritada.
Mas Ama tendo mais força que ela, a levou para dentro do escritório de Alexander. E ao empurrar-lhe para dentro, Ama entra e fecha a porta por trás de si.
— Nós precisamos conversa! — Ela fala olhando para Ayana que a olhava confusa.
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