Certo e Errado

Alexander se levanta do chão e segue para frente do espelho, ao ver seu rosto cortado e o pequeno filete de sangue que descia por ele, seu corpo tremeu em ódio ferrenho.

Ele entendia a raiva que ela estava sentindo, mas nada justificava feri-lo. Duas batidas em sua porta foram ouvidas. Tirando-o do transe.

— Filho, sou eu. Estás ai?

— Pai... — Alexander sussurra, e com um movimento de mãos abre a porta.

— Filho. O que houve? — O conde pergunta ao ver Alexander com o rosto baixo.

Alexander ergue o rosto e olha para o pai.

— Quem lhe fez isso? — O conde corre até ele, segurando em sua face com ternura.

— Minha amada esposa. — Ele desdenha com amargura.

— E porque ela fez isso?

Alexander se levanta se afastando do toque de seu pai.

— Por causa dele.

— Dele? Fala de McCartney?

— Sim. Ela recebeu uma carta dele. E por conta dessa maldita carta me confrontou. — Ele fala tentando conter as lágrimas.

— Filho. Não pode deixar que ela continue a agir assim. Tem que dar um geito nessa situação.

Por mais que Alexander quisesse dizer que não. Em seu interior sabia que o pai estava com a razão.

— Está certo pai. E por esse motivo tomei uma decisão. — Ele fala sombrio.

— Que decisão?

— Angeliny desde que nos casamos pede sua liberdade. Pois, bem. Irei falar com Mr. Emedor. Irei propor a ele um acordo.

— Que acordo? Alexander. — O conde pergunta preocupado.

— Se tudo que eles necessitam e que eu e ela tenhamos um filho. Então assim que Angeliny gerar e que der a luz. Eu darei o desquite a ela. Ela será livre como deseja. No entanto, só farei isso se o conselho me garantir que meu filho me será devolvido são e salvo.

— E tu tens certeza disso? Acredita que ficará bem se abrir mão dela?

— Pai. Angeliny é metade de mim. Perde-la será como perde-me, mas não posso ser feliz, sabendo que ela não é. — As lágrimas rolam por seu rosto. — E se eu realmente a amo devo deixa-la ser livre.

— E se caso ela escolher ir com o amante, mas na metade do caminho se arrependa e decida voltar para ti. Vais perdoa-la?

— Não entendo o porque dessa sua pergunta. Mas não, se ela escolher me deixar, eu espero realmente que não se arrependa, pois, para mim não terá volta. Eu tento ser bom para ela. Mas a certas coisas que não devem ser aceitas. E depois que ela... se contaminar com ele, terá meu ódio eterno.

— Se realmente acha que é uma boa decisão. — O conte dá de ombros. — Quem serei eu para dizer o contrário. Mas agora me deixe cuidar desse ferimento. E me prometa uma coisa.

— O que? — Alexander pergunta ao se aproximar.

— Não deixe mais essa mulher te ferir.

— Pode deixar.

O conde toca no rosto ferido dele, uma luz dourada sai de suas mãos e em questão de segundos o rosto de Alexander estava intacto.

— Pai. Peça para Mr. Emedor ir ao meu escritório, para que eu possa lhe falar a sós.

— Como desejar filho.

O pai dele se retirá. Alexander ainda toca na porta do quarto de Angeliny, mas sem ter o que dizer ou fazer lá. Desiste e segue para seu escritório.

[...]

Cristian ria da cena que passava na esfera a sua frente.

— Está feliz com o que ve? — Lilian pergunta incomodada.

— O que acha? — Ele pergunta olhando para ela. — Eu consegui Lílian, derrubei o castelo de cartas dele sobre sua própria cabeça.

— Não se importa que sua amada esteja sofrendo? — Ela tenta conter sua irritação.

Cristian dá de ombros. — As lágrimas são necessárias,  e óbvio, não estou feliz por vê-la chorar. Mas me acalma saber que chorar por mim, e que agora posso aparecer para ela.

Lilian ri em escárnio — Vós não se importam com ela.

— Como assim? Claro que me importo.

— Não! Tu e Alexander só se importam com vós mesmos. Ela estava bem contigo. Até ser forçada a se afastar. Agora estava bem com ele, até tu voltares e atormenta-la! — Ela responde ríspida.

— Achas que é isso que estou fazendo? Atormentando ela? Não sabe o que diz! — Ele responde com raiva.

— Eu estive com ela, vi como estava feliz...

— Feliz não! Conformada! — Ele a interrompe.

— Pode negar o quanto quiser, mas no que eu vi. Ela estava feliz. Esse é o mal de vós. Não podem viver sem ela. E por essa razão a atormentam. O amor verdadeiro deixa ser livre. Vós a aprisionam!

— Calice! Para mim chega! — Ele lhe da as costas.

— Otimo, de as costas para mim. Ignore se quiser. Mas Angeliny acabará morrendo e a culpa será sua e de Alexander. Que os deuses tenham piedade de vós e de mim que te ajudei.  — Lilian esbraveja.

Ela não queria contar para ele, que podia prever o futuro. E que quando esteve com Angeliny, viu o que o futuro reservava para ela. Algo nada agradável.

Talvez ela devesse contar, mas o medo de que ele assim como os outros tentasse tirar proveito disso, escolheu se calar.

— Pois, se está tão incomodada não precisa me ajudar mais. — Ele diz sem olha-la nos olhos.

— Certo. Sendo assim, me vou hoje mesmo. — Lilian lhe dá as costas.

— Pensei que queria sua liberdade. — Ele sussurra.

— Eu quero. Mas abro mão dela se o preço for a vida de alguém.

Cristian se vira para encara-la e confronta-la a respeito do que falava. No entanto, Lílian não estava mais lá. Em um piscar de olhos, ela havia sumido.

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