Aprendendo Alguns Truques
O céu estava nublado, a brisa fria do inverno que se aproximava entrava pela sacada, mas não incomodava tanto quanto a solidão dos lençóis.
Angeliny se mexeu despertando, para constatar que Alexander não estava ao seu lado. O que ela estranhou já que o costume dele sempre fora esperar por ela.
Angeliny tocou o sino e logo suas criadas entraram em seu quarto. Ao terminar de se lavar e se vestir.
Ela seguiu para sala onde Alexander não estava. O que poderia ter acontecido? Ela pensou seguindo para biblioteca, com o coração aos saltos por imaginar que ele tivesse descoberto sobre sua carta.
Ao entrar no escritório dele também não o encontrou. Ela seguiu para a cozinha onde finalmente o achou, dando ordem em alguns de seus criados para que preparasse uma cesta.
Ao notar a presença de sua amada, Alexander se virou para ela e sorriu. O medo dela passou ao vê-lo sorrir.
— Estava te procurando, milorde. — Ela sorri brincalhona.
— Pois aqui estou eu, milady. — Ele a reverência.
Angeliny se aproximou dele. — Vai viajar? — Ela aponta para a cesta.
— Não. Quero leva-la até a praia, se assim desejar, acredito eu que passa muito tempo presa aqui.
— Se pensas assim. Adorarei ir contigo. — Ela toca na gola da camisa dele, aproximando seus lábios em um curto beijo.
Alexander fechou os olhos e mesmo depois dela ter se afastado ele sussurrou.
— Obrigado.
— Pelo quê? — Ela pergunta sorrindo.
Ele abre os olhos e fitando os dela, responde:
— Por existir e fazer parte da minha vida.
[...]
Cristian estava sentado na beira do rio, preparando o coelho que havia caçado. Quando Lilian se aproximou sentando ao seu lado.
— Bom dia. — Ela o saldou.
— Oi Lílian.
— Ainda esta zangado? — Ela pergunta enquanto mordia uma maçã.
Cristian espalma as mãos nas águas e olha para ela.
— O que acha?
— Eu já expliquei Cristian, eu não tinha poder suficiente para te manter lá.
— Eu sei. — Ele se levanta para mexer nas brasas da fogueira. — Não estou bravo só por isso.
— Observou eles essa manhã?
— Sim. Parece que não sei fazer outra coisa.
— E o que viu?
— Prefiro não comentar. — Ele coloca a carne em um espeto improvisado.
— Tu pensa em desistir dela.
— Eu só desistiria se ela me dissese para fazer. No entanto, não tenho como falar com ela.
Lilian se põe de pé e sorrindo, fala.
— Bom, a respeito disso eu tenho uma notícia.
Cristian olhou esperançoso para ela — Diga.
— Eu ouvi alguns criados deles conversando. Parece que daqui a alguns dias, Alexander receberá o Conselho e a família dele e de Angeliny em sua casa, para um jantar.
— E no que isso me ajuda? — Ele pergunta mal-humorado.
— Não entende. Escreva uma carta para ela e explique tudo o que te aconteceu. Eu darei um jeito de entregar. Não marque encontro no caso de alguém pegar a carta no lugar dela.
— Acha que vai funcionar? — Ele pergunta esperançoso.
— Tenho certeza que vai. — Ela responde convicta, pois, havia visto o futuro.
[...]
Alexander estendia um lençol florido sobre a areia branca. Enquanto Angeliny admirava a vista. As ondas que se formavam ao longe e quebravam batendo nas rochas trazendo o cheiro de maresia. E as gaivotas que voavam sobre o céu nublado.
A floresta cercava o lugar o tornando privado para os outros, deixando os em uma área reservada.
Angeliny se sentou no lençol ao lado de Alexander que colocava patê sobre o pão.
— Então o que achou do lugar? — Ele pergunta enquanto comia.
— E lindo. — Ela responde admirando o homem a sua frente.
— Falas da paisagem ou de mim? — Ele ergue uma das sobrancelhas brincalhão.
— Falo dos dois. — Ela sorri o levando a rir.
Ela ainda olhava para a natureza quando uma pergunta, que parecia ter cido soprado ao seu ouvido dominou sua mente.
— Alexander.
— Hum. — Ele murmurou, enquanto comia uma uva.
— Tu tens algum segredo comigo?
A pergunta o pegou de surpresa o fazendo engasgar.
— Já percebo que tem — Ela fala rindo — Pode me contar?
Alexander sorrio em nervosismo — Eu... ha...
— É algo sério?
— Depende de como vai ver.
— Fale mais. — Por um momento ela temeu que fosse a respeito de Cristian.
— Tu sabes que is conjuradores tem o poder de se transforma em um animal? Não sabe?
— Já ouvi falar, porem, nunca vi um pessoalmente. — Ela suspira aliviada, ao constatar que o segredo não se referia a o outro.
— Acredito que já tenha visto, só não sabia.
— Como assim? — A pupila dos olhos dela dilata em espanto.
— O pombo... — Ele passa as mãos nos cabelos.
— O pombo. — Ela olha assustada para ele — Espera... O pombo na minha janela. Vosmicê esta me dizendo que...
— Era eu. — Ele a encara a espera de ofensas ou um possivel ataque.
Porem, Angeliny o olhava abismada. E sem que ele esperasse. Ela libera uma gargalhada sonora.
— Eu pensei que fosse ficar irritada.
Angeliny se recuperando do riso, fala:
— Não se engane, estou furiosa — Ela continua rindo — Mas ao te imaginar como um pombo... — Ela tenta conter o riso insistente — Por que um pombo?
— Eu não queria assusta-la. — Ele acompanha o riso dela.
Angeliny respirando fundo, concluí — Eu não sei como responder a isso. Tu me espionavas, é assustador. Durante quanto tempo fez isso?
— Uns dois ou três dias. — Ele responde serio.
— E pode me ensinar?
Alexander surpreso a encara, e triste, fala:
— Não sei. Não quero que voe para longe de mim.
— Por que iria. Se tudo que preciso encontrei em ti.
Ele sorriu é abaixou o olhar — Não diga uma coisa dessas.
— Por que razão não devo dizer?
— Porque vou começar a acreditar que me ama.
Angeliny apenas sorriu — Então vais me ensinar?
Alexander se levanta e estende a mão para ela. Angeliny aceita e se coloca de pé.
— Como sempre fazemos. Basta desejar. — Ele fala se pondo a suas costas, sussurrando ao canto do ouvido dela.
— Se continuar assim, não conseguirei me concentrar. — Ela fala, sentindo seu coração aos saltos.
— Pois bem. — Ele se afasta — Imagine o que deseja em sua forma animal.
Angeliny fechou os olhos, se concentrando na voz dele. E visualizando como queria.
— Queres força? Leveza? Velocidade? — Ele sorri ao vê-la tão concentrada — Ser grande, ou pequena. E sinta cada musculo do seu corpo se convertendo no que imaginou, a cor. E a razão por escolher. E lembre que só pode ter um então escolha com calma.
Ele se afastou. Angeliny foi envolta por uma névoa dourada que a cercava como um redemoinho. Subindo de baixo para cima se dissipando no ar.
Diante de Alexander estava uma onça de pelos dourados como ouro, com olhos verdes.
Ela deu um paço em direção a ele que a olhava com grande admiração. A beleza dela tanto se destacou em sua forma humana como na animal.
— Es linda. — Ele sussurou boquiaberto.
Angeliny o fitou nos olhos e com um rugido se lançou com as duas patas erguidas sobre ele.
Alexander caiu de costas no chão temendo um ataque. No entanto, a forma animal se desfez e ela caiu rindo sobre o corpo dele.
— Mas que ousadia. — Ele falou brincalhão tendo passando o susto.
— Pensou que iria atacar-te.
— Por um momento. — Ele a gira se colocando sobre ela — Aprendeu rápido.
— Tenho um excelente professor.
Ambos se beijão de forma intensa.
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