A Revelação

— É lady Magnus. — Angeliny responde, medindo a moça de alto a baixo.

— Perdão. Eu pensei que fosse gostar de ser chamada pelo seu nome.

— Esse é meu nome. — Ela responde altiva. — Sabes quem sou. Mas não sei que tu es.

— Quem sou não importa. O que importa e quem me enviou aqui.

— E quem seria?

— Receio que deva ler essa carta. — Lilian estende a carta para ela.

Angeliny cruza os braços e a encara. Lilian notando que ela não pegaria colocou sobre a pequena mesa no canto da lareira.

— Quem mandou a carta? — Perguntou taciturna.

— Acredito que em seu interior saiba quem a enviou. Mas para esclarecer. Foi Cristian McCartney.

Angeliny sentiu como se seu coração tivesse congelado ao ouvir o nome dele. Raiva, mágoa era os sentimentos que a envadia.

— Pois, leve embora! Não me enteresa o conteúdo seja ele qual for! — Ela se vira para continuar subindo as escadas.

— Nunca se perguntou se tudo aquilo que viu e ouviu era verdade! — Lílian pergunta em voz alta, fazendo a parar. — Se algum dia suspeitou, eu recomendo que leia a carta, nela tudo será esclarecido.

Angeliny se virou para encarar Lílian, mas ela como um passe de magica não estava mais lá.

Sim. Um dia ela acreditou que tudo o que viu e ouviu de Cristian poderia ter sido armado pelo conselho. Mas depois de tanto tempo e tantas provas. Como contesta?

Em seu coração ela não acreditava que ainda sentia algo por Cristian. No entanto sua curiosidade sobre o conteúdo da carta a instigava a ler.

Ela seguiu para perto do movel e apanhou o papel amarelo. Ela pensou em abri-lo ali. Mas ao se lembrar que Alexander logo se juntaria a ela. Resolveu subir para o quarto.

Mesmo não admitindo, ela estava curiosa para saber a desculpa que ele lhe daria.

Sem demoras ela encostou a porta do quarto e abriu a carta.

Querida Angeliny, eu rogo que se um dia tu me amou de verdade, leia essa carta até o fim. Sei que não tenho o direito de te exigir qualquer coisa que seja.
Mas saiba que nunca deixei de te amar e se no dia que me encontrou eu disse que não a queria, quero que saiba que fomos manipulados pelo conselho e por lorde Magnus.
Eles arquitetaram nossa separação. Passei parte dos meus dias preso em uma cela na sede do conselho.
Meu coração foi arrancado de meu peito em um feitiço de fantoche.
Para que dissesse a ti todas as coisas horríveis que ouviu.
Para fugir deles obtive ajuda.
Por favor eu lhe imploro minha amada. Que se um dia realmente me amou, acredite em mim. Pois saiba que nunca deixei de ama-la e jamais desisti de te encontrar. Pois te fiz uma promessa e uma promessa nunca pode ser quebrada.
Minha eterna Angeliny peço seu perdão por te sido fraco, espero o momento certo de poder olhar em seus olhos e dizer o quanto te amo.
Espero do fundo do meu coração que creia em mim.

Com amor seu para sempre Cristian.

Angeliny não sabia no que acreditar. Ele acusava o conselho e Alexander. Que o conselho fosse capaz de algo assim, isso ela sabia que era. No entanto acusar Alexander. Nisso ela não conseguia crer. Ela arranca a máscara lançando para cima da cama.

— Não. Alexander jamais mentiria para mim.

Ela falou para si ao arremessar a carta para junto da máscara. Por mais que não quisesse a dúvida estava em seu coração.

Séria possivel que tudo não passasse de um plano? Alexander foi bom com ela, permitiu que escrevesse cartas, que fosse visitar Cristian. Ela nunca em tempo algum ouviu relatos de algum que tenha permitido uma mulher fazer isso.

Talvez Cristian tivesse razão. Alexander mentiu. Angeliny constatou, as lágrimas vertentes escorreram por sua face.

Constatar não era o mesmo que aceitar. E isso seu coração não aceitava.

— Não... — Ela sussurrava para si. Enquanto andava pelo quarto. — Ele não pode ter mentido. Não pode.

As lágrimas escorriam incessantemente. O ar lhe faltava. E seu coração batia rápido lhe causando tonturas. Angeliny ouvi a porta sendo aberta, e se virou de costas para ela. Pois, sabia que se olhasse nos olhos de Alexander, perderia a coragem de perguntar.

— Angeliny. — Ele a chamou enquanto encostava a porta.

Respirando fundo ela se obrigou a falar:

— Me diz a verdade.

Alexander reparou que a voz dela estava um trêmula e ela evitava olha-lo.

— Dizer a verdade sobre o que? — Ele pergunta se aproximando lentamente.

— Tu mentiu para mim? Foi tudo um plano para me separar dele?

— Angeliny, eu não estou entendendo.

Ela apontou para a carta sobre a cama. Alexander ficou apreensivo. Se aproximou e apanhou a carta, lendo em seguida seu conteúdo.

O ódio inundou seu coração. Como aquela maldita carta havia chegado ali.

— Quem te deu isso? — Ele perguntou irritado.

— A pergunta certa é. O conteúdo é verdadeiro?

— Angeliny. — Ele tenta tocar o ombro dela, mas ela se afasta do toque.

— Por favor, se sente alguma coisa por mim não minta. Estou cansada de mentiras! — Ela fala em meio a lágrimas. — Por favor me diz. Vosmicê teve alguma coisa a ver com o que aconteceu com Cristian?

Alexander não sabia o que fazer. Mentir parecia uma saida muito facil. Mas até quando mentiria para ela?

Seu coração estava tão acelerando quanto o dela.

— Angeliny. Achas que eu seria capaz disso?

— Por favor não me venha com retóricas. — Ela se força a olhar para ele. Pois, sabia que só se olhasse em seus olhos saberia se dizia a verdade. — Me diga olhando nos meus olhos. Vosmicê sabia que tudo aquilo era falso? Que tudo era um cenário para me enganar?

O coração doeu. Mesmo que quissesse não conseguiria mentir. Não olhando para ela.

— Não sabia. — Ele lhe respondeu em um fio de voz.

— Mas suspeitava?

— Sim.

Ela deu as costas para ele novamente.

— E mesmo suspeitamos escolheu não me dizer nada? — Ela fala irritada.

— O que queria que eu dissesse. — Ele ergue a voz. — Não chore Angeliny, pois desconfio que tudo é uma farsa?

— Sim. — Ela o encara novamente com lágrimas nos olhos.

— Por favor. — Ele diz exasperante — Só depois que ele saiu de sua vida. Foi que se permitiu olhar para mim. E não negue até mesmo se apaixonou por mim. — Ele tentava conter suas próprias lágrimas.

— Não entende não é. Tu me manipulou ao seu bell prazer. Que ama não manipula. Eu confiei em ti. Viu como sofri e escolheu esconder a verdade. — Ela chora ainda mais comprimido o ventre com a mão, para amenizar uma dor incomoda que surgiu ali.

— Eu temi. Queria que me olhasse que me amasse. Eu sinto muito. — Ele chorando tentou toca-la que mais uma vez se afastou.

— Como posso te amar agora? Sabendo que o homem por quem me apaixonei não existi!

— Eu existo, e estou aqui.

— Não!  Tu es uma mentira. E amor nenhum sobrevive a mentiras. Es uma decepção para mim.

— Por favor não diga isso. Não parta meu coração. — Ele pede em meio as lágrimas.

— Eu acreditei e confie em ti. Eu me arrependo tanto de ter deixando tocar em mim! — Ela fala histérica com ódio.

— Angeliny... minha rainha... Não diga isso. Sabe o quanto é importante para mim. Tudo que fiz. Fiz porque te amo. — Ele mais uma vez tenta toca-la.

— Não me toque! — Ela se afasta. Sentindo seu corpo tremer de raiva. — Saia daqui e me deixe em paz. Nunca mais ira tocar em mim!

— Angeliny... por favor.. — Ele segura no ombro dela.

Um arrepio subiu pela coluna dela. A raiva a decepção era forte. Ela sentia se enganada. Perdida em seus pensamentos e sem auto controle ela se vira mirando a mão de encontro com a face dele, disparando um raio de luz branca.

— Aaaa... — Ele gruniu cobrindo o rosto dolorido com as mãos.

Angeliny em choque cobriu a boca com as mãos, apesar de toda a raiva que estava sentindo. Não era sua intenção machucar-lhe. Vê-lo grunir de dor afligiu seu coração e a fez querer chorar ainda mais, no entanto se conteve. Ficando paralisada.

Alexander descobriu o rosto olhando a palma de sua mão ensanguentada. O terror tomou conta do seu ser. Ele tocou com as pontas dos dedos no lado esquerdo do seu rosto, sentindo o liquido viscoso escorrendo.

— Me feriu... — Ele sussurou. A dor em seu rosto não era maior da que atormentava seu coração.

— Eu... — Ela tenta falar, mas se cala não sabendo o que dizer.

— Não precisa se preocupar. Não irei mais incomoda-la com minha presença.

Ele rapidamente passa pela porta que dava acesso ao quarto dele, fechando a porta por trás de si. Deslizou de costas sobre a mesma. E escondendo o rosto entre o joelhos chorou baixo.

Angeliny se odiava por tê-lo ferido, se odiava por ama-lo mesmo sabendo de sua mentira. Ela se jogou sobre os lençóis abraçando o travesseiro chorou como nunca antes havia chorado.

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