One-shot| Pesadelo real

Anos antes...


Jimin on.

Eram 22:00 da noite quando apareci atrás da sua casa com uma simples rosa vermelha, pela qual gastei minha mesada inteira para poder comprar. Meu rosto não parecia ter nenhum aspecto triste depois de passar tanto tempo me divertindo com ela. As borboletas pareciam ter sido engolidas por mim, e os dias passaram em festa com elas em meu estômago, talvez comemorando minha conquista de um tão esperado primeiro beijo.

Meus colegas estavam evoluídos com apenas 12 anos, e eu gostaria de estar no mesmo nível. Queria pelo menos sentir os lábios macios de uma garota antes de ir para o ensino médio, mesmo que isso demore um tempo para acontecer. Mas queria ter uma história legal para contar e talvez me tornar popular no meio da galera.

Ser rodeado por pessoas deve ser legal.

O som das pedrinhas sendo esmagadas denuncia sua chegada, e me viro em direção à garotinha de apenas 10 anos que quero tanto conquistar. Seus olhos tão magníficos me tiram o poder da fala, e são os únicos onde posso me comunicar, algo como uma linguagem única dita por nós.

— Giulia... — digo seu nome com um sorriso, e ela me olha com tamanha delicadeza que as borboletas voltam a fazer cambalhotas em meu estômago — Pra você, uma rosa para outra.

Ela abriu um sorriso tímido e pegou a rosa dos meus dedos, levando seu pequeno nariz salpicado de sardas até a flor para sentir sua fragrância natural, se deliciando com ela.

— Obrigada, Mochi, eu amei — agradece, colocando a rosa no peito. Um passo seu foi em direção a mim — Acho que sei como agradecer seu presente.

De repente, meu coração acelerou quando ela chegou mais perto de mim e, em um piscar de olhos, estava prensada entre a parede da sua casa. Sua delicada mão segurou minha bochecha, trazendo sua respiração para perto do meu rosto enquanto ela sorria com seus olhos doces, tão lindos...

Mas algo se configurou para ser assustador; algo macabro e opaco. Seus olhos ficaram totalmente pretos e um sorriso maldosamente assustador apareceu.

— Você é patético... Idiota.

Minha respiração acelerou quando meu corpo foi para frente em busca do maldito ar. As lágrimas desceram em abundância enquanto eu engolia em seco. Queria tanto ser capaz de gritar, soluçar e descontar a tamanha dor no meu peito. Mas a única coisa que recebo é o silêncio.

Então faço do silêncio meu único modo de sofrer; abraço minhas pernas deixando que a dor se alastre por todo meu peito enquanto choro sem querer que ninguém escute. Porque se eu morrer, ninguém saberá; se eu estiver sentindo uma dor tão insuportável, ninguém saberá; e se eu sofrer... Ninguém saberá.

Porque a pessoa que poderia estar me amando agora escolheu quebrar meu coração e não deixou nem mesmo migalhas para a próxima.

Porque não haverá uma próxima.

🖕🏻

Minha manhã estava sendo fabulosa, tirando o fato de que ser Sub do morro não tem lá suas garantias divertidas. Por exemplo, eu tenho que resolver problemas do verdadeiro dono do morro, que agora está em lua de mel com a garota que insistia que odiava.

E olha que eles nem se casaram, de verdade. 

Afundo as mãos no meu moletom enquanto desço a ladeira e entro no beco para subir as escadas que me levariam ao escritório. Solto um suspiro, passando a mão pelo rosto. Tinha tantas coisas para preparar; por que sou tão fiel ao meu melhor amigo pra ele ter me colocado nessa?

Que droga.

Alcanço a porta de vidro blindado, abrindo-a para o lado e depois fechando-a ao entrar na sala, recebendo o ar gelado do ar-condicionado. No caminho pra cá, percebi que não tinha nenhum vapor protegendo a sede. Mas assim que entro, encontro Namjoon.

— "Onde todos estão? Só porque o dono não está, acham que podem deixar o quarteirão sem vigília?" — Pergunto com uma expressão nada contente e vejo o mais alto suspirar.

— "Me desculpa, senhor. Mas a maioria não concorda com sua liderança; estão com preconceito por conta da sua deficiência." — Ele explica, fazendo-me fechar os olhos.

Vou mostrar pra eles o que é preconceito.

— "Venha comigo." — O chamo, agarrando minha arma atrás da cintura e puxando o compartimento para engatilhar a mesma.

Ele me segue sem contestar e seguimos até o galpão, onde sei que todos devem estar discutindo algo ou até mesmo de bunda pra cima sem fazer absolutamente nada. Entro no galpão escuro e largo, vendo exatamente o que esperava: um bando de abutres.

Vejo alguém se mover em uma mesa e vir até mim; sua expressão parecia debochada e um sorriso maldoso apareceu em seus lábios.

Eu sei bem quem é esse cara.

Sorriu ladino, entendendo rapidamente qual é sua intenção: ele quer provar ser melhor do que eu no meu trabalho e quer ser o Sub do morro. Mas será que ele consegue?

Viro meu corpo em direção ao Namjoon.

— "Proponha a ele nosso desafio de poder." — Mandei, lançando uma piscadela ousada e vendo um vislumbre de um sorriso maldoso nos lábios de Namjoon.

Observo o mais alto fazer exatamente o que mandei e vejo o cara sorrir, achando que é o maioral. Mas como ele é covarde, chama seus quatro amiguinhos para apoiá-lo.

Na verdade, ninguém ali questionava minha capacidade porque sabiam do que eu sou capaz. Mas os cinco são tão idiotas que não aceitam isso e eu vou fazer com que eles entendam.

— "Tentem tirar a arma da minha mão e quem conseguir será Sub ou nomeará alguém. Mas se eu der um tiro perto do seu pé, está fora." — Digo em língua de sinais após colocar minha arma na mesa de madeira ao meu lado e tirar minha jaqueta, ficando apenas com uma regata preta.

Assim que a proposta do desafio ecoa pelo galpão, uma tensão palpável toma conta do ambiente. Os cinco idiotas trocam olhares cúmplices, confiantes de que a vantagem está com eles.

Com um movimento rápido, dou um passo à frente e me posiciono. O primeiro deles, um gordinho de cabelo desgrenhado, avança como um touro. Sem perder tempo, desvio para o lado e dou um soco direto no seu rosto. O impacto é satisfatório; ele cambaleia para trás enquanto os outros observam em choque.

— "Um já foi," penso, enquanto faço uma rápida análise dos próximos alvos.

O segundo, um cara alto e esquelético, tenta me pegar pelas costas. Em um movimento ágil, me agacho e deixo que ele passe por cima de mim. Levanto-me rapidamente e dou um chute na parte de trás dos joelhos dele. O barulho do osso se quebrando ecoa pelo galpão, e ele cai gritando.

Os outros três começam a se mover em direção a mim, mas não vou deixar que se organizem. Com um giro rápido, desvio do ataque de um deles e o empurro contra a parede. Ele bate com a cabeça e desmaia instantaneamente.

Agora restam dois: o babaca que começou tudo e seu amigo corpulento. Eles trocam olhares nervosos, mas não recuam. O corpulento avança com um soco brutal, mas sou mais rápido. Desvio e contra-ataco com uma joelhada em seu estômago. Ele se curva para frente, sem fôlego.

O último que resta é o babaca — aquele que quer meu lugar. Com um sorriso arrogante no rosto, ele levanta uma arma.

— "Achou que poderia me vencer assim tão fácil?" — ele ri, mas não tenho tempo para palavras.

Com precisão cirúrgica, atiro ao chão perto do pé dele. A bala explode em estilhaços de madeira da mesa ao lado; o som ecoa como um trovão na sala silenciosa.

— "Agora você vai ver," digo em pensamentos enquanto me aproximo.

Ele hesita por um momento, mas logo avança em minha direção com a arma levantada. Faço um movimento rápido e desvio novamente, pegando sua mão com força e fazendo-o soltar a arma. Ela cai no chão com um baque surdo.

O confronto agora é corpo a corpo. Troco golpes rápidos com ele — socos e chutes — enquanto os outros caídos assistem impotentes. Ele tenta se recuperar, mas eu sou implacável; uma sequência de socos rápidos termina com uma joelhada no rosto dele.

Ele cai no chão, ofegante e derrotado.

— "Por favor! Me desculpa!" — ele implora de joelhos, lágrimas nos olhos.

Mas não respondo. A adrenalina ainda corre nas minhas veias enquanto olho ao redor do galpão cheio de corpos caídos e olhares assustados.

E então meus olhos se encontram com os dela — a garota que magoou meu coração. Ela está parada na porta, assustada mas fascinada pela cena que acabou de presenciar.

O mundo parece parar por um instante enquanto nossos olhares se conectam. A luta é esquecida momentaneamente; tudo o que sinto é o peso daquela conexão perdida entre nós.

Movendo meu corpo para trás, desviei meus olhos dos seus dando-lhe as costas e andei até Namjoon, no percurso vejo o alvoroço dos outros e pego minhas coisas saindo do galpão.

"A fanfic só terá continuação quando a primeira da duologia, 'Favela Jeikei', estiver concluída. Recomendo ler a primeira antes de começar esta."

Até breve.

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