Epílogo.
BUTTERFLY.
Acordei com muito sono, não sentia nada e não entrei em pânico, talvez só sentia um pouco de tristeza, por que antes de sair da cirugia e ser vencida pelo sono, eu ouvi o médico dizer que sentia muito pra mim.
Aquilo foi o suficiente, eu entendi o que ele quis dizer.
Quando abri os olhos e fitei o teto branco, virei a cabeça e notei minha mãe que estava na poltrona saltar e correr pra perto de mim e William que provavelmente estava do outro lado, ele surgiu na minha visão e ficou do lado da minha mãe.
A mesma chorava e segurava minha mão, seria uma nova fase, uma difícil, mas não impossível fase.
Nunca mais direi que nada é impossível ou difícil, sempre que eu achar isso, lembrarei o que passei em Sonetta e toda adrenalina, medo e sacrifícios.
A gente conseguiu, sobrevivemos e vencemos, voltamos e isso prova que a missão foi concluída. A monarca desabrochou pro bem e isso me acalenta o peito.
Eu acho que sou uma pessoa diferente do que era antes de ir pra Sonetta, eu vejo a vida de uma forma diferente, ainda tenho a essência que usei lá, mas estou e me sinto mais forte e confiante.
__oh minha menina.__minha mãe tocou meu rosto e me encheu de beijos.
__eu te amo mãe.__sorri em lágrimas e ela secou.
__também te amo filha. Eu tenho orgulho de você, muito.
__eu achei que perderia você lá.__William colocou a mão sobre a da minha mãe que segurava a minha.
__eu peço perdão...
__não peça. Eu não te odeio, nunca irei. Eu fiz por que você merecia paz, só me diga consegui te dar a paz?
__sim, você conseguiu meu anjo.__ele deixou as lágrimas rolarem.__obrigado.
__filha, o médico...
__eu sei. Poderia dizer que é a anestesia, mas não é. Antes de adormecer eu ouvi, o médico pediu desculpas e eu sabia que ao acordar teria um novo desafio.__a interrompi e sorri leve.__é melhor do que ter morrido, eu tô bem com isso e a situação mãe. Não fique se martirizando, nenhum dos dois, não quero.
Ambos concordaram e agradeci, mas naquele momento meus olhos deixaram mais lágrimas rolarem e mais fortes, não é pela minha situação, mas pelo meu amor.
Minha mãe deitou ao meu lado na cama e William deu a volta e sentou na borda segurando minha mão.
Eu chorei como criança, eu quero o Evol, parti o deixando preocupado. Nunca o vi chorar e na última vez que vi ele, o mesmo chorava e eu não conseguia ter forças pra abraçar ele quando ele tentou me manter em Sonetta no abraço. Eu queria o apertar, mas estava anestesiada pela dor e fraqueza.
Eu o amo tanto e agora com tudo não sei como poderei ir pra Sonetta, duvido que cadeira de rodas seja puxada com o dono pra um mundo mágico.
Ainda mais se eu cair em queda livre como da vez que fui, a cena seria magnífica.
3 dias depois.
Hoje estou livre do hospital, estou livre pra começar a me adaptar a minha nova situação.
Minhas roupas, as que vim de Sonetta e foram tiradas aqui foram pro lixo, estavam uma merda, mas William guardou algo que achou interessante.
Ele disse que o broche estava dentro do meu espartilho, isso foi o que as enfermeiras disseram ao tirarem minhas roupas pra cirugia.
Ele me entregou e lembro de ter guardado isso na confusão lá no castelo, segundos antes de Garrett surgir.
Ele não tinha nada de chamativo e nem parecia valioso, era preto em dourado uma inicial que não fez sentido pra mim e nem ninguém. As iniciais eram I.N.
Porém não estava danificado, me refiro, destruído pelo tempo, o que resulta em não pertencer ao castelo, William disse que não era dele e minha mãe disse que nunca viu, do Evol não era, tava com ele desde o início.
Minha mãe ainda mandou; não é de um dos três mosqueteiros que se multiplicou em 5 pelo que contei.
Ela se referia aos guardiões mágicos e só pode ser e tenho quase certeza que era do que estava perto da minha espada quando agradeci e depois entrei no castelo.
Mas não muda em nada, porém algo dizia que devia guardar e eu vou como recordação, além das lembranças na minha mente.
William contou sobre eles, eles são enviados quando reinos ou mundos estão com problemas, as vezes por súplicas ou avisos espirituais, ele perguntou como consegui e só disse que provavelmente foi Liliana, por que depois que ela sumiu eles surgiram.
Eles são em 9, mas a nona guardiã morreu se sacrificando, restando 8 até o momento.
Ele explicou que a transformação de animal pra humano é por que são os animais espirituais deles, o lobo ao qual vim montada é o líder, o mais velho.
Eles são o suporte e ajuda, residem no mundo de Witica.
Que assim como Sonetta é um mundo mágico também.
Ninguém sabe seus nomes, bom, ninguém de fora. Provavelmente os de Witica sabem, aos de fora são os guardiões mágicos.
Sejam quem for, serei eternamente grata, nos ajudaram muito. Afinal se eles não tivessem assumido a briga no jardim com os impuro e os puros que surgiram, a essa altura seríamos refeição de Cry.
William também contou sobre Evol, ele disse que o mesmo vem de uma família de chacais, mas passando de geração em geração, Evol tem no sangue não por fora, e só ativa em caso de ódio extremo ou quando decide ele mesmo libertar, porém como William avisou, ele não tem racionalidade e por isso Evol não deixa esse lado ativo, ele abdicou. Mas ao ver Garrett seu ódio foi maior e ele perdeu o controle.
Até que faz sentido, já que Evol me contou que não tem humanos em Sonetta e eu com tudo não parei pra perguntar o que ele era, já que na minha visão só era um homem muito gato. Ok, o ciano dos olhos era diferente, mas olhando de fora Evol era humano, agora descobri que não é e sim é metade chacal.
Meu marido é metade chacal.
Ele ainda é meu marido, mesmo que nunca mais o veja, eu não falei com carpa alguma e não vou achar ninguém como o meu Evol, então que se dane, eu vou ser uma solteirona e não ligo.
Meu progenitor? Então, ele ligou pra minha mãe, o motivo dele finalmente ligar foi por que um advogado entrou em contato com ele avisando sobre certas coisas que ele fez. Afinal deixar uma filha menor de idade sem pensão e tirar tudo de uma filha e dar pra outro é errado aos olhos da lei.
Com tudo o advogado avisou que terei direito a minha parte e que não parte do que meu pai pegou deixando eu e minha mãe sem nada, vai voltar pra gente.
Na moral me senti vingada e sei que minha mãe também. Eu disse que se voltasse, meu progenitor não escaparia das obrigações dele e que eu buscaria meu direito.
Já havia me arrumado e minha alta havia chegado, agora só quero minha casa e mais nada.
William empurrava minha cadeira, enquanto minha mãe estava do meu lado falando com ele, eu estava de fone ouvindo música.
Meus olhos estavam divagando perdidos, isso até aquele momento diante do hospital, o sol varria tudo com seu calor, pessoas entravam e saia do hospital, não em grande escala.
Mas meu foco foi no segurança que passou do lado esquerdo, algo aqueceu e arregalei os olhos.
__para!__retirei os fones quando William parou a cadeira.
Virei o tronco pra esquerda e tentando ver o segurança, William virou a cadeira ainda sem entender e lá eu vi o segurança mesmo, ele passou pra entrar pro hospital e lá o vi de costas.
Ele andava calmamente e meu coração bateu forte, temia estar errada.
__MOÇO!__gritei e ele parou, meus olhos já se enchiam de lágrimas e quando ele virou as lágrimas rolavam e eu segurei a vontade de gritar.
Notei o espanto da minha mãe e a surpresa do William pelas vozes.
Seria possível ser ele? Não tinha dúvidas que o segurança era idêntico ao Evol.
O cabelo um pouco maior e amarrado num rabo de cavalo baixo e frouxo. Ele deixou caído no ombro pra frente e quando ele virou as pontas e algumas mechas eram na cor ciano, os olhos eram um esverdeado, eu acho, era algo semelhante ao ciano que Evol tinha nos olhos.
O terno preto e ele tava tão gato.
Ele andou na minha direção com um sorri leve e parou diante de mim, ergui a cabeça, porém ele se agachou e me olhava suave.
__como se chama?__tentava não gaguejar.
__Loverian.__arregalei os olhos.__eu sei que o nome é estranho, mas na certidão está assim.__tentou se explicar e segurei uma risada e as lágrimas ainda rolavam.
__você acredita em destino?__foi positivo quando seu sorriso se alargou lindamente do jeito do Evol.
__como nunca antes Lady Fly.__quando aquilo saiu de seus lábios, não liguei pra nada, o abracei e fomos pro chão.
__eu senti sua falta.__chorei ainda com os braços em seu pescoço.__eu te amo, te amo, te amo muito.
__eu também te amo minha Butterfly.__senti um beijo casto na minha bochecha e ele se sentou ainda me abraçando e logo me pegou nos braços me ajeitando na cadeira.
__eu sou metade da Lady Fly que conheceu.__apontei pra cadeira e ele negou secando minhas lágrimas e logo as dele.
__ainda é a minha Lady Fly.__ele sorri.
__oi, então como isso é possível?__Minha mãe se curvou um pouco nos olhando.
__dessa eu não tenho resposta, isso é impossível.__William parecia perdido.
__eu só sei que quando partiram tudo voltou a ser como era antes, com vida e força, mas nada daquilo importava. Eu estava destruído, eu fiquei ali em lágrimas, foi quando senti uma calmaria dentro de mim e fui puxado pra cá. Não me esqueci de nada de Sonetta, mas tinha memórias de uma vida que nunca vivi aqui. Tive família, uma criação. Eu simplesmente estava naquele banco.__apontou pra um banco no canto perto das portas do hospital.__quando alguém me chamou de Loverian e disse que estava na hora de voltar, antes que eu falasse algo memórias nomes e rostos de pessoas daqui surgiram e eu estava sendo movido.
__você teve uma vida na terra, trabalha no hospital e seu corpo reagia, mas sua mente tentava ajeitar tudo.__minha mãe parecia explicar e ela mesmo entender também.
__mas ainda não faz sentido.__William tentava achar resposta.
__eu sei que sou meio Sonetta e meio terra, entendo melhor os jeitos de vocês e ainda tenho lembranças de toda minha vida lá em Sonetta.
Quando Evol falou isso um estalo veio em cheio na minha mente.
__não pode ser.__o olhei e William e minha mãe ficaram ao lado dele, ambos os três confusos.__enquanto estava no tornado, aquele que nos trouxe, eu ouvi uma voz calma, mas era indefinida, ela disse nada mais que; o que tanto deseja.__a surpresa.__eu lembrei rapidamente do sonho que revelou seu passado.__apontei pro Evol.__e que você morava sozinho e não fazia parte do castelo, lembro de dizer em um sussurro fraco; queria que Evol fosse um membro do castelo Butterfly.
__por quê?__ele segurou minhas mãos.
__eu sentia que você queria só ter uma família e da boca pra fora não era certo. Eu só não imaginei isso.__dei de ombros e ele beijou minha mão.
__se tornando um membro do castelo Butterfly, deu a ele a chance de ir e vir como minha família.__William explicou e sorri.
__agora você tá aqui e não tem como fugir mais, a passagem e na mansão onde eu moro.__brinquei.
__não quero fugir, quero viver cada dia, cada segundo ao seu lado. Não tem mais distância nos impedindo.__ele sorri e encostando sua testa na minha eu cortei nossa distância e senti seus lábios novamente.
Agora tenho minha família toda comigo, não quero mais nada. Eu sou a garota mais feliz e completa de todo esse mundo.
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