BUTTERFLY.

As vezes me pego pensando que merda passa na minha cabeça, mas nunca tenho resposta e por isso não me ajuda em nada.
Por que tô dizendo isso? Nada demais, é só pelo plano mais retardado que tive e o melhor foi o Evol me apoiando nesse plano doido.
Mas agora não dá nem pra recuar, o plano já tá rolando e eu tô me cagando de medo, mas não tenho outra escolha.

Estava literalmente na porta da cabana e dei um toque leve, tentei não mostrar a mão trêmula.

__oh de casa?__abri a porta com cuidado e olhei o meu choque.

Mas torno a dizer, Sonetta tudo pode!

Por que tô falando isso? A cabana por fora parece pequena, mas por dentro parece um castelo mal assombrado.

Entrei rezando mentalmente e limpei a garganta.

__oi? Eu só quero conversar, de verdade não dá um ataque surpresa. Tô em paz!__avisava alto enquanto dei um giro olhando tudo ao meu redor.

Poeira tá bem viva aqui, o chão de madeira tá sujo de terra e sangue. Eba, tudo que eu gosto, sangue! Sentiram a ironia né?

__tem alguém aí?__nada mas a porta bateu com tamanha força que dei um sobressalto e um grito.

__está perdida criança?__e de um canto escuro notei um par de olhos carmesim com um brilho intenso.

Dei um passo pra longe daquela reta e forcei um sorriso após limpar a garganta.

__não, eu vim falar exatamente com o senhor, isso se você for o dono desse lugar magnífico.__avisei tentando não vacilar na voz.

Se ele não for o dono seria quem? O mordomo do capeta?!

O ser sai das sombras e me senti um nada. POR QUE EVOL NÃO DISSE QUE OS CRY PUROS SÃO LINDOS!

Estava frente a frente com um lindo ser, olhos carmesim intensos que pareciam cintilar.
Cabelos longos e algumas mechas caiam pra frente.

Ele era a definição do lindo, mas Evol ainda ganha.

Ele sorria revelando um lindo sorriso com dentes de porcelana, notei eles meio pontudos, lembrava de tubarão. Usava uma túnica preta suja com algo escuro que só notava pela clarabóia no teto onde a lua batia revelando o ser pra mim.

Ele sorri de forma sedenta e pisquei focando no presente momento. Da pena matar um ser desses. Será realmente que ele é um Cry?

__é você o dono daqui?__perguntar pode me matar, mas eu preciso saber, não quero matar um inocente.

__sim, você veio me ver?__porra esse Cry puro é só a beleza. Como que MATO AGORA?!

__sim.__limpei a garganta.__eu sou Lady Fly, é um prazer conhecer você. Como se chama?

__lua cheia, você tem cheiro de membro do castelo Butterfly.__e como é o cheiro do povo de lá, medo? Por que é isso que tô exalando.

Lua cheia é nome onde caralho?!

__sim. Eu sou um membro agregado, sabe. Mas...

__você parece suculenta.__ele deu um passo e recuei dois.

__não sou não, eu nem carne tenho, sou pele e osso.__ele sorri sádico.__TEMOS ALGO EM COMUM!

E como piscar os olhos ele sumiu e gelei.

__e o que seria?

__PUTA QUE PARIU!__me joguei pra frente notando ele atrás de mim.

Me virei sacando a espada lunar e engoli seco.

__para com isso!

__você é corajosa.__ele zombava de mim.

__sou, muito!__mentira deslavada.__para já com esse jeito predador. Eu tô aqui na paz, de boa querendo bater um papo saudável com você.

__eu quero arrancar seu coração.__ele rebate sedento.

Mais branca que a branca de neve essa sou eu, muito prazer.

Porra, eu tô muito lascada.

__não quer não.__tentei.__eu sei que ai dentro de você, tem alguma coisa boa, você não quer isso.

__quero, quero provar cada pedaço do seu coração.__engoli seco sentindo todo meu corpo gritar; plano de merda!

__Olha, você quer a monarca pra matar, eu quero ela também, mas pra trazer o bem. Viu, isso já é uma coisa em comum.__sorri com os lábios trêmulos.__todos nós queremos a monarca.

__eu vou matar você.__eu não duvido.

__eu tô falando grego? Tô dizendo que tô na paz e você tá nessa de vou matar você e comer seu coração. Olha, que isso não é saudável pra você, tá!__eu zerei total minha vida aqui.

__como será retalhar seu corpo, pedaço por pedaço?__Evol pelo amor de todos os santos, adianta seu lado.

Bati o pé e estralando o dedo, achando que tô em posição aqui, Butterfly você não é normal.

__você precisa urgentemente de uma clínica de reabilitação Cry.__só abro a boca pra falar merda, nunca vi.__Você pegou 5 crianças que não fizeram nada, por que você não mostra que é um Cry bonzinho e devolve as crianças e eu não preciso partir pra parte onde eu mato você.__ele riu.

Até eu iria ri, quem eu coloco medo? Nem naquele gnomo.

__e onde eu ganho com isso criança?__ele caminha até mim e me mantive parada com a espada empunhada.__que tipo de conversa é essa que precisa de armas?__a conversa que eu posso ser o jantar.

Eu o examinava dos pés a cabeça e nada, não achei um sinal do núcleo.

__eu abaixo se ficar parado onde está.__ele sorri negando com a cabeça e avançou e me joguei pro lado correndo pra um corredor daquele lugar.

__EU SÓ QUERO UM ACORDO!__gritei desesperada.__NÃO ME MATA, QUE EU NÃO ODEIO VOCÊ!

Travei quando ele parou na minha frente, um chute e fui arremessada longe.

Ao cair no chão tossi sem ar e me virei pra levantar, mas ele puxou meu pé e me jogou pra outro canto.

Ele arrasaria jogando peteca!

Quando atravessei uma parede meu corpo doeu todo. A visão embaçou e a espada estava provavelmente onde estava anteriormente, ele vinha em alta velocidade e acho que a hora de conversar acabou e lá vai a coragem que nunca tive.

Me levantei ignorando tudo e corri ao seu encontro e quando ele arrancaria minha cabeça, derrapei passando no meio das pernas dele e da túnica fedorenta.

Me levantei como deu e só pra ir pro chão com ele encima de mim.

Levei as mão no rosto dele e consegui agarrar o cabelo do mesmo e a força dele era bem maior e eu puxava seu cabelo pra cima enquanto suas mãos estavam ao lado do meu rosto, uma de cada lado e ele a cada milésimo se aproximando do meu pescoço.

Um som de vidro se quebrado ao meu lado esquerdo uma flecha flamejante ficou cravada no piso vindo de trás dele.

O cheiro de querosene surgiu e o fogo se alastrou e consegui chutar sua barriga me afastando na proporção que o fogo tomava aquele corredor.

Avistei a espada na minha frente e peguei e um resmungo enfurecido e olhei rapidamente só pra vê uma flecha flamejante na cabeça do Cry.

Aquele corredor sumiu em chamas e abri a porta saindo ao momento que as chamas cresceram tomando toda cabana.

__Lady Fly!__avistei Evol surgir correndo da parte de trás, foi ele que jogou as flechas.

Ele parou ao meu lado e notei o meu pavor, a cabana em chamas e o Cry filho da puta saindo em chamas dela!

__filho puta! MORRE LOGO DESGRAÇADO!__esbravejei e ele avançou.

Segurei o pulso do Evol correndo pro lado esquerdo as pressas, tá rolando um jogo de pega pega aqui. Daqueles que se a gente for pego, NÓS MORRE!

__Você precisa mata-lo.__Evol avisando na corrida comigo.

__EU JÁ SEI!__gritei irritada.

Após uma volta, eu não consigo correr mais, parei notando que a corrida dele diminuiu um pouco.

__dá sua espada!__Avisei voltando a correr e segurei a espada do Evol.

Em uma mão a espada dele e na outra a espada lunar.

__se agacha aí e quando eu pisar nas suas costas e saltar você da uma rasteira nele.__avisei e ele parou e dei mais alguns passos.

É agora ou nunca!

Notei Evol agachado como no jogo de pular carniça.

Corri no momento que o Cry estava quase perto do Evol.

Ao pisar nas costas do Evol pra pegar Impulso, pulei e notei ele dando uma rasteira e o Cry caiu e antes de levantar, cai fincando a espada do Evol no meio do peito com força.

O fogo dele sumiu e ele tá só o chamuscado torrado, Evol pisou na cabeça do Cry com força, comecei a fincar a espada lunar em todo seu peito e nada. Evol arrancou a cabeça dele com sua outra espada e agora ela parecia um espeto.

E lá eu achei, o carmesim dos olhos.

Recuei de perto do Cry e Evol me olhou confuso e atento.

__a cabeça!__ele arrancou da espada e andou até mim.

Notei o Cry mesmo sem cabeça arrancando com as duas mãos a espada de seu peito.

Ele está em ódio e isso confirmou minha teoria.

Evol soltou a cabeça no chão e lá estava ele lutando com um Cry decapitado e o filho da puta do Cry luta bem.

Olhei a cabeça e os olhos brilhando, a cabeça me xingava com palavrões que nunca ouvi e nem entendia, só compreendi pelo tom de voz.

Finquei a espada no olho esquerdo e nada, Evol caiu na minha direção e fui pro chão com ele.

Me levantei pegando rapidamente a espada e finquei no outro olho no momento que a espada que ele usava se ergueu pra me acertar.

Nada! Não fui atingida, a cabeça virou pó olhei o cry e ele sumiu.

__Evol.__eu travei.

__pois não?

__eu não tô bem.__meu corpo caiu pro lado e a última coisa que vi foi os olhos do Evol aflitos.