A Companhia De Um Olhar
Em seguida, observei o sensei treinando um grupo específico de alunos. Eles eram: Richard Dragon, o espírito do dragão, um talento nato em artes marciais; o Tigre de Bronze, conhecido por ser arrogante, imaturo e impulsivo; e Lady Shiva, uma espadachim altamente habilidosa.
Alguns dias depois, um novo homem chegou à academia. Era visível que ele estava de luto, assim como eu, e sua vestimenta indicava que pertencia a uma alta sociedade. Ele era notavelmente bonito, com olhos azuis no tom mais claro de uma lagoa cristalina, mas seu olhar era forte, sombrio, firme e profundamente triste. Era alto, com cabelos pretos. Nunca havia testemunhado tamanha beleza, mas, apesar de tudo isso, não me aproximei.

Soube que ele se chamava Bruce Thomas Wayne, um órfão cujos pais foram assassinados quando ele tinha apenas 8 anos, bem à sua frente. Senti profunda tristeza por ele, o que justificava seu olhar melancólico. Minha raiva aumentava sempre que o Tigre dizia maldade sobre a família de Bruce, mesmo quando ele tentava ser gentil, humilde e bondoso.
Certo um dia em que acabamos nos encontrando. Ele me fez derrubar todas as roupas do cesto que eu estava carregando.
Bruce:
—Ai, me desculpe .—disse com a voz sem graça.
Universo:
—Não se preocupe.
Bruce:
—Olhe, pelo acidente, deixe-me ajudá-la.
—Pelas estrelas, como recusar o auxílio de alguém com esses olhos?—pensei.
Universo:
—Claro, eu adoraria. —confirmei.
Enquanto caminhávamos para a sala onde as roupas seriam depositadas, eu me perguntava por que ele não me olhava como um objeto. Eu não me surpreenderia se o fizesse, afinal, já estava acostumada com o modo como os outros deuses me encaravam. Mas ele me tratou com absoluto respeito. Eu me sentia estranha com minha aparência; havia cortado o cabelo curto em sinal de luto.
Ao terminarmos, senti que seria bom tê-lo por perto e iniciei a seguinte conversa:
Universo:
—Olha, eu sei que não é da minha conta, mas eu vi como o Tigre o tratou no almoço.
Bruce:
—Ah, até você viu aquilo, é? — respondeu, com a cabeça baixa.
Universo:
—Sei que não parece, mas sou ótima em artes marciais —afirma com entusiasmo. Você não gostaria que eu o treinasse?
Bruce:
— Claro, uma ajuda a mais sempre será bem-vinda.
Universo:
—O quê? Você aceitou mesmo? Nossa! —Fiquei surpresa.
Bruce:
—O que houve? Eu não deveria ter aceitado?
Universo:
—Ah, não, não é isso, deixe para lá — disse com a voz trêmula.
—Pelo visto, ele não julga o livro pela capa. Eu sabia que ele era diferente, mas não pensei que seria tanto .Que bom.—pensa.
Após ele aceitar minha ajuda, expliquei meu método de treinamento e deixei claro que não seria complacente. Informei que o que ele havia perdido não importava no campo de batalha, e que seus adversários não demonstrariam compaixão. Percebendo a dureza de minhas palavras, revelei que também havia sofrido uma perda e pedi desculpas pela grosseria. Ele afirmou compreender.
Propus que nossos treinos fossem noturnos, o pior horário para qualquer prática. Expliquei que, ao dominar o treinamento na escuridão, ele se sairia melhor à luz do dia. Argumentei que os verdadeiros perigos e "monstros" não atacam durante o dia, mas sim à noite. Se ele dominasse o território noturno, teria uma vantagem significativa e aprenderia a superar o medo. Durante os treinos, desenvolvemos uma amizade, confortando-nos mutuamente no luto e na dor, e transformando isso em mútua companhia.
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