Ternura de um colo amigo
-Ah oi Amy... ou devo dizer Julie?
Ortígia se volta a garota que está ali o olhando friamente.
-Que calma é essa? E o que aconteceu com o seu braço? Alguém forte como você não o perderia por bobagens –
A garota fala começando a se irritar sem motivos aparentes.
-Não estamos aqui para falar isso estamos? Sei o que fez muito bem e o que está em seu bolso –
Fala Ortígia se sentando em uma pedra.
-Acha mesmo que eu vou por essa droga em minha cabeça? Só pode estar brincando –
A garota começa a se aproximar mais e mais.
-Você é filha de dois primordiais, mas não uma original, então a barreira dessa dimensão segura você. como sempre faltava nas aulas de combate sei bem que é péssima nisso – Ortígia começa a falar.
A garota joga a adaga em direção a Ortígia que simplesmente a segura com um olhar calmo.
-Julie você sabe que não vou a ferir, deixa eu falar com ela por favor – Ortígia fala respirando profundamente enquanto fecha os olhos.
-Tudo bem! – Fala ela pegando uma tiara em seu bolso – mas se você a ferir saiba que eu não descanso até o achar não importa onde esteja –
Ela coloca a tiara na cabeça logo caindo ao chão e começando a chorar muito.
Ortígia se levanta e vai até ela a segurando contra o seu ombro tentando a acalmar.
-Eu o matei Tyh, eu o matei! – fala a garota com uma voz mais calma que antes em lagrimas.
-Você nutria sentimentos negativos, isso fez o ódio de Julie aumentar, mas isso não é culpa sua linda –
Após alguns minutos a consolando Ortígia pede para que Kethry e Kamai a levem para dentro, ao voltar Kamai pede para que Ortígia explique o que foi aquilo.
-Amy é filha de Khlaus, sendo assim de cara você já imagina que ela é muito forte..., porém ela era muito gentil, incapaz de machucar ninguém... dando origem a Julie –
Fala Ortígia começando a contar.
-Julie é um tipo de segunda personalidade? –
-Sim, mas ela se tornou tão ativa que só aquela Tsukyiji que ela coloca na cabeça é capaz de separar a dominância dela – Ortígia fala com um ar de quem a conhece a muito tempo.
-Por que ela veio atrás de você? Não pareceu querer te fazer mal – Kamai tenta saber mais.
-Um lapso de socorro vindo de Amy acredito, ela sabia que eu não seria pego de surpresa sabendo as linhas possíveis da história –
-Entendi, mas como surgiu a Julie? Digo não parece ser desde sempre certo? –
-Isso mesmo, a Julie surgiu em meio a uma luta que a Amy precisou causar danos, Julie pode controlar os poderes de Amy e diferente dela tem a frieza... tanto que como contei a vocês o Khlaus seria morto uma vez por ela –
-Espera então ela que era a tal garota? Ela que é a causa de todo esse treinamento nosso? – Kamai fala com um ar de susto logo olhando para a casa onde Amy estava.
-Ela viveu longe do Pai, tendo a sombra dele como um ar de ódio, a fama de herói dele e mal pai a ela causou um leve sentimento que canalizou na Julie –
-E o que faremos com ela aqui? –
-Primeiro ela deve se acalmar, além de que ela ainda deve estar com medo pós-saída da prisão – fala Ortígia com um olhar vago ao céu.
-Saída de onde? -
-Conto essa história direito depois, agora vamos entrar –
Pawa e os demais estavam voltando a se organizar de novo, o baque foi grande mas era necessário que eles se levantassem logo e começassem a ajudar todos aqueles que sofreram com a tirania de Elias, foi construído um ponto hospitalar provisório onde Pawa atendia, o dinheiro foi recuperado e a parte que roubaram de Sairento foi utilizada para fazer pagamentos a coisas necessárias ao ponto hospitalar, estava voltando a haver uma pequena economia.
Uma das primeiras pacientes de Pawa foi a advogada de Khlaus que sofreu diversas torturas inclusive psicológicas, ela agora continuaria junto aos outros sendo totalmente protegida para que nunca mais sofresse nas mãos de outras pessoas.
Wel foi de grande ajuda trazendo paz aos corações de todos ali, além de tirar o desespero e as dores sentimentais.
Com a ajuda da população em poucos meses a cidade estava renascendo, parecia que tudo aquilo havia unido todos e por um período as diferenças haviam morrido e todos eram humanos como deveriam ser, aos poucos também conseguimos comunicação com o Sairento e isso alegrou muito a Pawa... exceto quando ambos puxavam o assunto Khlaus.
-Ainda não o achou né? – Pergunta Sairento com uma voz calma.
-Não... e para ser sincera tenho medo de o encontrar – Responde Pawa respirando fundo pois estava em sua pausa para descanso.
-Eu estou em uma galáxia que tem tons frios muito intensos... você amaria a beleza que há aqui – Sairento tenta mudar o assunto ao ver que Pawa não estava muito afim.
-Quando você volta a terra? –
-Vamos demorar um pouquinho ainda... meio que somos procurados agora –
-Pawa chegou mais um paciente, ele está em estágio amarelo – Fala Wel
-Tenho que ir Say... depois você me explica melhor isso de procurado – Fala Pawa desligando.
Enquanto isso perto da cidade que Pawa estava um portal se abria, uma nova esperança havia de aparecer naquele momento, uma mulher que aparentava seus 30 anos cai desse portal toda atordoada e logo segue em direção a cidade.
Voltando a dimensão de Ortígia.
-Eu meio que li os livros... quanto tempo até acontecer Tyh? – Fala Amy comendo um lanche.
-Cerca de 7 meses, 7 meses é o tempo que pode ficar – Fala Ortígia colocando os óculos em seu rosto.
-Há muitas brechas tudo que eu li, e fui caçada antes de vir até aqui... conseguirão mesmo o derrotar? – Fala Amy preocupada.
-Você tem todo esse tempo para descobrir as verdades que precisa, se achar que estamos errados basta tirar sua tiara e a Julie não terá sua paciência –
-Como tem toda essa paciência? Como sabe que tudo vai seguir bem? –
-Você não teve tempo suficiente com o seu pai... não! Você nunca teve tempo com ele - Ortígia se levanta da cadeira e se agacha de frente a Amy olhando-a nos olhos – Aquele homem é a pessoa mais incrível que já existiu
-E por minha culpa ele está desse jeito... está sem os poderes e... – Amy começa a querer chorar.
-A história conta que isso ia acontecer, e saiba que a alcunha dele não veio por conta de seus poderes –
-Então como ele foi chamado de caçador bélico? – Amy enxuga suas lagrimas – Como a fama de exercito de um homem veio até ele?
-Isso é meio obvio não? Para ser um exercito de um homem só teria que derrotar exércitos sozinho –
-Então veio por habilidades próprias? Ou a outra raça dele tem um dedinho nisso? –
-Acho melhor você ver tudo por si mesma –
-Como assim? Está tão próxima assim as batalhas escritas dele? – Amy segura o queixo tentando lembrar.
-Sim, aquela história está prestes a começar, e o gatilho para o momento que ele vira o homem que você começa a odiar pela fama também –
-Entendo... A Pawa estava muito diferente do que da ultima vez que a vi, com certeza era tudo muito vago quando li –
-Não deve o culpar, muitos iam se negar a saber a real verdade, e iam buscar a arvore se descobrissem ela, Khlaus fez algo provisório e deixou assim mesmo sem colocar mais proteções além das que lá tinha –
-E tudo isso acontece pouco após a batalha contra ele? –
-Há muito mais coisas que vão ocorrer logo após, mas não posso a pedir que nos ajude, mesmo sendo mais coisa da Julie sei que também não tem muito positivo a seu pai –
Ortígia se levanta deixando todos ali na sala.
-Nesse momento ela deve ter chegado já, está quase na hora... Seja forte Khlaus –
A mulher segue lentamente até a cidade, encontra logo de cara o posto medico da forma que ele era chamativo.
-Olá senhora, busca algo? – Pergunta Wel a recebendo.
-Em que ano estamos? – fala a mulher de forma assustada.
-O quê? Como assim? –
-Onde está Nambat! ? – continua confusa a mulher olhando para os lados.
Pawa ao escutar o nome de Nambat corre até a sala de atendimento, e se surpreende ao ver a mulher.
-Quem é você? – Pergunta Pawa a olhando.
-Eu já ia tira-la daqui Pawa, ela parece estar superbem só meio desorientada – Fala Wel.
-Não, deixe ela se explicar – Fala Pawa indo até ela – Você conhece o Nambat? -
-Sim, sabe onde ele está? –
-Er... ele... – Pawa começa a explicar.
Após contar toda a história, a morte dele e o problema que após isso sucedeu a mulher senta assustada em uma das cadeiras.
-Ele devia achar que eu morri também... –
-Pode me contar agora quem és ti? – Fala Pawa.
-Pawa tem gente a esperando – Fala Wel
-Estão todos cuidados, isso parece ser importante –
-Desculpa não me explicar... Sou Crane uma velha amiga de Nambat, Gecko e os demais das guerras antigas –
-Você conheceu o Gecko e a mãe de Khlaus? –
-Não só conheci como meu sacrifício tornou possível o neto de Nambat estar vivo –
-Como assim? –
-Vou do início... – Fala crane começando -
A alguns anos Atrás a missão de Nambat como Deus dos poderes estava se aproximando, passamos meses buscando os primordiais mais infelizmente sem encontrar o líder deles não foi possível localizar nenhum, tendo assim que Nambat lutar sozinho. Obviamente não deixamos indo junto a ele para a fronte de combate, na noite antes do combate se aproximar, com as dimensões já em colapso por conta dessa aproximação, uma conversa mudou todo o rumo disso...
-Não pode ir lutar, você está gravida – Falou o Nambat em direção a sua filha.
-E não posso deixar você ir só junto aos outros, a preocupação me mataria também –
Gecko ouviu a história e me chamou de lado, não poderíamos deixar as coisas assim, uma gravida correndo perigo em meio ao combate seria perigoso demais então ali fizemos um pacto de na hora certa tirar ela daquela fronte de combate, Gecko deve me odiar até hoje por não cumprir totalmente o combinado.... Voltando a linha da história nenhum golpe nosso surtia efeito algum, era uma equipe contra um só inimigo e nada funcionava, pelo contrario estamos nós perdendo cada vez mais ali, eu vi o desespero nos olhos de Nambat, era visível que em certo ponto poderia ele se sacrificar então fiz o que achei certo envolvendo meu manto no inimigo, e dando um adeus aos meus amigos.
Antes da minha súbita partida pedi a Nambat que cuidasse da minha filha, expliquei onde a encontrar e que ela um dia iria herdar toda a dimensão enérgica que sem querer criei em meus experimentos mágicos, minha ideia era conseguir absorver o tipo de energia massiva daquele monstro e usar contra ele como uma bomba mas ele era esperto, conseguindo aumentar o fluxo e me derrubando, tive que teleporta os outros e usando a dimensão de energia fazer uma troca conseguindo enfraquecer uma pequena parte do corpo do inimigo onde pude por um segundo causar um dano.
O inimigo se afastou e inexplicavelmente sumiu me jogando para um lugar desconhecido, levei tempos a notar que agora a dimensão que eu criara havia aquela energia estranha que eu não conseguia controlar, além de que tive que aprender a me guiar por aquele novo mundo até o dia que consegui fazer um mapa temporal e me enviar para o próximo confronto com aquele inimigo, para uma data pouco antes a batalha e imaginava que encontraria Nambat por esse caminho.
-E assim cheguei aqui – Finaliza Crane.
-Espera você criou uma dimensão só de energia? –
-Bem... não foi intencional, mas sim – Fala Crane.
-Essa história é bem confusa, mas esse inimigo está próximo a atacar novamente? Quem pode o derrotar? –
-DE tempos essas criaturas vêm ao nosso universo, os primordiais e o deus dos poderes tem a missão de as conter, uma delas chegou antes do previsto, nós não achamos os primordiais e somente uma das criaturas nos derrotou... sabíamos que na última vez que todas vieram primordiais morreram –
-Gecko era o primordial... –
-O quê disse? – Fala Crane assustada.
-Provavelmente ele demorou a saber, mas nele estava selado o primordial da ira, que agora é de Khlaus –
-Como assim é de Khlaus? –
-Khlaus nasceu sem núcleo... Para o salvar Gecko lhe deu o dele -
-Esse tal Khlaus é tão importante assim? –
-Para mim ele foi... quer dizer... ele é a pessoa mais importante do mundo, teve que passar por muita coisa sem recompensas e ele merece muito –
-Entendo – finaliza Crane.
-A hora está chegando... – Fala Ortígia chegando novamente na casa.
-Já o localizou? – Pergunta Amy se levantando.
-Sim... o momento chegou e bom... pode ficar aqui, voltaremos assim que possível – Fala Ortígia saindo junto ao restante da equipe.
Eles abrem um portal até Crane e Pawa, Crane logo entra em guarda querendo usar magia mas Pawa a segura explicando logo que era um conhecido, Ortígia começa a explicar tudo e após alguns momentos conversando, explicando e combinando um plano todos saem em direção ao local do combate, Khlaus está seguindo rumo ao Leste e em poucos momentos ele percebe a aproximação de seus antigos amigos
Khlaus estava com mais alguém e a presença daquelas duas pessoas seguindo pelos campos agora cobertos pela vegetação que se espalhou pela falta de passos humanos por ali, o confronto estava próximo e mais um inicio de uma nova história com o fim de outra.
-Khlaus.... – Fala Pawa com o tom baixo ao vê-lo.
Com um sorriso estranho em seu rosto e um olhar profundo Khlaus pega a Foice em suas costas trazendo a ela um brilho roxo enquanto a pessoa que estava com ele se afasta.
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