Capítulo XVII: Momento de hesitação
-Hum...
Khlaus acorda atordoado dentro de um quarto totalmente feito com blocos pretos e só contendo a cama nele, ele se levanta e começa a andar pelos corredores em busca de alguém, desce escadas e escuta barulho de fogo queimando algo, chegando assim a uma sala com lareira.
-Ah oi Klau – Fala Sylwia sentada em uma poltrona ao vê-lo.
-SYLWIA – Khlaus dá passos mais rápidos em direção a amiga – Você está bem?
-Sim, está tudo bem comigo..., mas, deveria pensar em si
-A ira causou grandes danos?
-Ele abriu espaço para conseguirmos sair, espantou o ganancia.
-Ele perdeu o controle – Han entra na sala.
-Han? Você está bem?
-Você que não está – Han se aproxima de Khlaus – Tem ideia de até onde estamos metidos?
-Fala dos meus amigos?
-É claro, ele controla cada um deles podendo utilizar seus poderes, ele está no limite para conseguir montar de volta o núcleo primário dele recuperando mais os poderes
-Estou falando com a Han ou a primordial?
-Larga de ser idiota! Ambas estão aqui, mas por enquanto a primordial não é necessária
-Conseguiu a controlar bem... – Khlaus observa a foice branca ao lado da lareira – Ela...
-De alguma forma ela apareceu quando a precisei, serviu muito para fazer a concentração da linha de ataque da primordial.
-Queria ter a ajudado nesse período.
-De certa forma ajudou... Firebird me ensinou aquilo que precisei e disse que era tudo por sua causa.
-O meu irmão... – Khlaus se recosta no braço da poltrona com as mãos na cabeça.
-Khlaus há coisas que precisamos te contar...
-O que seria Sylwia?
-O ira está preso novamente?
Han tenta ir ao ponto.
-Gecko pelo visto abriu a cela para ele voltar como prometeu
-Ele está descansado?
-Não sei, acho que foi poucas horas de descanso.
-Você estava a dias desacordado... – Sylwia se levanta ficando de frente a Khlaus.
Khlaus abaixa o rosto respirando fundo e logo retornando seu olhar a frente.
-O que preciso saber?
-Que seus poderes inativos não vão poder ajudar agora....
-E que os poderes do ira são capazes de neutralizar energia nuclear de até primordial
Sylwia começa a explicar e Han completa a fala.
-Dias desacordado significa o quanto de poderes que o inimigo aumentou?
-Está quase recuperando a forma principal dele
Han se recosta na lareira.
-Se o ira está escutando... Pela primeira vez a vaidade está querendo o ver, quer mais uma vez lutar com ele e sabe que aquela missão não saiu errada por culpa dele
Khlaus respira fundo fechando seus olhos.
-Ele disse que Karui está de certa forma viva – Khlaus responde sem saber o que aquelas palavras resultariam.
Han se vira rapidamente mudando a cor dos olhos com uma expressão de espanto.
-O que você disse?
-Que a Karui está presente na tumba arcana
-Você a encontrou?
-Foi um dos momentos em que fui salvo, pelo visto o Primordial ou tem minhas memorias antes de ser libertado ou ele viu tudo
-Depois que tudo isso passar quero que me diga onde fica a tumba
-Sem problemas – Khlaus se levanta indo para fora da sala.
Han volta seus olhos ao normal e segue Khlaus que está indo em direção a parte externa do castelo.
-Khlaus!
Ele continua andando saindo pelos portões.
-Quer olhar para mim!
-O que quer? – Khlaus para de andar e se vira.
-Você não entende
-O quê? Que após descobrir a verdade que escondi para a proteger me abandonou
-Primeiro, é por achar que não podia me cuidar e por mentir para mim que fui embora – Han se aproxima de Khlaus
-Então desculpa por achar que deveria a proteger
Khlaus volta a andar.
-Khlaus eu preciso salva-la
-O quê?
-A garotinha, aquela criança que era uma célula, ele a pegou
Khlaus para ainda de costas para a Han.
-Eu não controlo o meu primordial, o núcleo de deus acabou de ser reativado e não posso dar muito uso a ele após a habilidade que usei.
-Você não o controla por que dentro de si tem tanto ódio quanto ele, pode não contar nada, mas o vazio em seus olhos revela que passou por coisas que nenhum de nós suportaria.
-Irei dar uma volta, deseja vir comigo?
-Você acabou de se recuperar e... – Han vê Khlaus inclinar o rosto em diagonal para ela com um olhar de cansado – Claro, seria ótimo.
Eles caminham lado a lado com Khlaus agora observando bem aquele lugar, a terra vermelha em seus pés, as crateras, pequenos rastros de destruições.
-Então essa é a dimensão dos abissais que a Sylwia dominou... ainda sinto pesar de núcleo aqui
-Ela deve ter passado maus bocados, realmente aparenta ser um lugar muito selvagem.
Khlaus para se sentando abaixo de uma arvore estranha muito fina e torta com seu tronco preto e suas folhas com uma coloração roxa tendo um formato arredondado.
-Khlaus... obrigada
-Por?
-Por todo o período que esteve comigo, por me proteger quando eu ainda não sabia de meus poderes e... obrigado por ter existido em minha vida
-Sabe que tudo isso são coisas que não se deve agradecer, não é?
-Você é um idiota! – Han se vira com Khlaus segurando sua mão.
-Senta aqui – Khlaus dá um leve sorriso
-Já estou aqui né
Após um tempo com Khlaus olhando o caminho que fizeram, olhando para o castelo negro em cima do monte, observando as ruinas perto dele Khlaus finalmente volta a falar.
-Você foi a diferença em minha vida, fui sempre um guerreiro com o proposito de me vingar um dia, após isso tive amigos, tive a quem proteger e um amor especial por eles... mas aí eu simplesmente te conheci e o sentimento foi como se tudo passasse a ter mais luz, um novo rumo podia existir.
-Khlaus eu...
-Queria dizer que fez sua escolha, preferiu se afastar e isso te ajudou a evoluir é visível, sinto que não precisa mais de mim e agora é muito independente.
Han se levanta de cabeça baixa parando em frente a ele.
-Você é muito covarde
As lagrimas começam a tocar o chão.
-Queria uma única vez ser a que te protege, uma única vez não ser a protegida
-Han eu...
-Tem que entender que você é uma das únicas coisas que prestam no mundo e não pode deixar de existir.
-Mas eu não...
-Deixa eu falar – Han passa uma das mãos nos olhos – Você tem que achar alguém, merece mais que tudo ser feliz mesmo não sendo comigo, merece ser amado, merece ter paz!
Khlaus se levanta abraçando Han colocando sua mão esquerda na nuca dela a mexendo entre seus cabelos e a direita nas costas dela.
-É injusto que logo você seja o herói que tem que ajudar todo mundo.
-Por que alguém teria que fazer
-Devemos ir atrás deles? – Crane olha pela janela.
-Não, eles precisam desse momento – Fala Sylwia.
-Como anda fora daqui?
-Quase não sinto energias diferentes da que ganância emana na nossa dimensão, fui hoje cedo lá e tá um caos... porém a vegetação está fluindo, no mínimo algo bom ocorre.
-Quer um chá? – Crane dá um sorriso a filha.
-Duas colheres de açúcar por favor – Fala Sylwia indo até a janela.
-Khlaus se você fosse pai... qual nome daria a uma garotinha?
-Amy, seria um lindo nome – Khlaus sorri deitado no colo de Han.
-É... foi muito bom logo de primeira – Han para de olhar para frente e volta sua visão a Khlaus – Aquela garota que citei... ela é órfã, o governo a capturou facilmente a enganando.
-Que bom que o ira não a consumiu como os outros...
-Khlaus a culpa não é sua por ele querer recuperar seus poderes assim como o ganancia está fazendo.
-Os Primarys acabaram com muito da humanidade, Arkad com mais, células e tudo mais deixou estragos...
Han ri.
-O que foi?
-Você não tem saído muito de Plansnópolis certo?
-Espaço conta?
-Você é um bobo – Han observa uma pequena rosa de coloração purpura – junto as criaturas que agora existem na nossa realidade, muito disso são pessoas que deixaram de existir por algum motivo.
-O que está dizendo?
Khlaus se levanta ficando sentado com seus olhos nos olhos da Han.
-O universo se concerta sozinho, podem não ser as mesmas pessoas, mas cada ente perdido está de volta mesmo não sendo exatamente a mesma pessoa, e alguns sendo metade outra espécie...
-Tá me zoando
-Nem um pouquinho
Han se levanta começando a andar de volta ao castelo.
-Ei me espera!
Voltam caminhando até o castelo dessa vez de forma mais lenta e compassada.
-Você disse conhecer a minha foice, onde a viu?
-Em uma batalha o Ira decidiu ajudar junto com o Gecko, houve uma fusão hibrida, porém foi criada uma arma invés de que eu me tornasse uma junção deles.
-Nossa, então aquela foice é bem especial... só não entendo como veio parar comigo
-Você a merece, melhor explicação
-Talvez não precisaremos do ira
Han para.
-Pensou em algo?
-Se poder utilizar a aura da vaidade em você estará capacitado de lutar, e aí seus poderes negros servem, daí só finalizaria utilizando o que o ira quisesse fazer
-Então devo ao mínimo me preparar
-é a ideia
-Preciso salvar rapidamente meus amigos
Eles voltam a andar e se encontram na frente do castelo com Sylwia.
-Iremos treinar atrás do castelo
-Já tem alguma ideia de como libertar o pessoal? – crane se adianta
-Penso em conseguir o derrotar e após verificar o que é possível.
Crane olha para Sylwia como se estivesse a obrigando a falar.
-Tem que lutar com eles, tentar cortar a conexão dele com eles, meu poder de controle exigia que o adversário estivesse em dúvida, com sentimentos negativos e coisas do tipo.
-Ou seja provavelmente os controla pela ganância em cada um.
-Sim, mas no caso da Pawa quando a encontrei da primeira vez... ela teve medo de mim por não saber o quão perigosa eu era, e mesmo assim fui obrigada a derrota-la, desligar os pensamentos para poder a controlar.
-Então o esperado é que se eu trazer o sentimento de ódio, a ira dentro deles o ira possa os dominar e traze-los ao normal?
-Sim, porém caso não dê certo terá que os derrotar Khlaus.
-Que o primeiro caso seja o certo –
Khlaus volta a andar com Han passando dentro do castelo para pegar suas foices e indo em direção ao fundo dele para treinarem, Sylwia adentra logo após pensativa junto a sua mãe.
-Ele já começou a buscar nas dimensões...
-Khlaus está se preparando, há várias dimensões até chegara até essa, pode ser tempo o suficiente.
-Há poucas com o rastro de Khlaus
Sylwia caminha para o outro lado do salão.
-O que fará enquanto eles treinam filha?
-O que é certo
-Não pode lutar sozinha, não sabe o quanto o manto que a Han colocou em você pode segurar.
-Devo ganhar tempo no mínimo
-Não se o ganhar tempo for estar contida do lado dele.
-Colocarei um selo meu em mim, darei-me um tempo e após ele se eu já estiver pega meus poderes vão ser contidos na dimensão criada por você mamãe, um local onde somente eu posso acessar.
-Isso não garante que em sua mente ele não possa achar como abrir o selo.
-Por isso deixarei a chave rúnica contigo.
Crane tenta refutar, mas Sylwia nem deixa uma palavra sequer sair antes de cortar.
-Sei que é uma má escolha, mas se Khlaus for derrotado dessa vez será o fim, o inimigo está em toda a potencia e isso é fato.
-Toma cuidado filha...
Sylwia volta seus passos e abraça sua mãe.
-Você tem sido uma melhor amiga para mim, a amo muito.
-Vai deixar uma ponte aberta para Khlaus?
-Sim, após ele passar ela vai se fechar, espero que dê tempo – Sylwia começa a energizar as mãos – Vamos começar.
Khlaus e Han após um período de treino retornam ao castelo, Khlaus não estava muito recuperado então Han queria o dar mais tempo de descanso do que tempo se forçando mais, eles encontram Crane, mas não veem Sylwia.
-Onde está a Syh?
-Ah... ela saiu para cuidar de algumas coisas
-Ah, o peso de ter uma dimensão e cuidar dela
-Sim, ela tem muito a cuidar
-O que faremos agora Khlaus?
-Ah ela disse que tinha um poço aquecido que era similar a uma jacuzzi, e que seria bom vocês relaxarem nela.
-Ah que ótimo – Han dá um leve sorriso.
-Ela disse que fica poucos metros ao sul do castelo
-Pode ir na frente Khlaus, vou ver com a Crane se tem alguma roupa que caiba em mim já que a minha está um trapo
-Te espero lá
Khlaus deixa sua foice ao lado e sai do castelo indo para onde foi falo que ficaria a banheira aquecida naturalmente.
-O que aconteceu?
Han adianta-se após ver que Khlaus já havia saído.
-O ganância já está buscando nas dimensões o Khlaus, pelo visto não está as capturando por que já é pouca energia para se saciar nelas.
-Ou seja só pessoas muito poderosas vão o saciar por enquanto?
-Isso mesmo.
-E aí você permite que Sylwia vá de encontro a ele?
-Não havia outra forma, simplesmente Khlaus tinha que estar pronto quando o encontrasse... e Sylwia está com um selo que veda os poderes dela após uma hora para caso fosse pega.
-Quanto tempo tem que ela foi enfrentar o inimigo?
-Uns 50 minutos.
-Então logo ele pode chegar aqui de qualquer forma.
-Ela deixou um plano de fuga para Khlaus, caso não tenha dado tempo.
-Ela sabia que não daria certo... só foi ganhar tempo mesmo
Han se dirige a sala e se senta na poltrona.
-Eu tenho um vestido branco caso queira.
-Achei que ti e Sylwia só curtiam preto e roxo
-E gostamos, mas não nos impede de ter outras cores
Han solta um risinho e se volta novamente a Crane.
-Desculpa não ser muito compreensiva
-Tudo bem, sempre as decisões mais difíceis tendem a ser as que levam a finais mais diferentes, ou seja, pode trazer uma boa solução.
-Ele já chegou
-O quê? O ganância?
-Sim, sinto a energia dele bem forte aqui.
-Precisamos mandar o Khlaus pela ponte de volta ao mundo normal
-O que tem eu? – Khlaus entra na sala – Han demorou demais.
-5 minutinhos e tu já reclama! Meu deus Khlaus
-O que houve?
Khlaus para ainda calmo sem ter escutado direito sobre o que elas falavam.
-Preciso que atravesse a ponte para o mundo normal, fora dessa dimensão
Han se aproxima de Khlaus.
-O que está acontecendo Han?
-O momento em que seu egoísmo deixa de existir e se deixa ser salvo.
Khlaus respira fundo como se fosse reclamar, mas se segurando para não o fazer.
-Não nega, só entra naquele portal e tenta aguentar até que possa usar seu núcleo de deus e que possa lutar seja com que poder tiver.
Khlaus pega sua foice se inclinando e levando novamente seu rosto junto ao de Han a olhando nos olhos.
-Espero que ele a tenha feito feliz.
Ele começa a seguir Crane.
-O que quer dizer?
Han começa a seguir Khlaus.
-Aquele papo todo que teve sobre eu encontrar alguém, ser feliz mesmo que não seja contigo...
-Não disse que tive outra pessoa!
-Mas é obvio que já não sou eu o dono de seu coração.
Khlaus para a frente do portal pronto para entrar.
-VOCÊ É UM IDIOTA.
Khlaus abaixa a cabeça e entra, saindo com os olhos em lágrimas do outro lado.
-Você conseguiu?
-Sim Khlaus, conseguiu deixar ela com ódio suficiente para que eu pudesse colocar o manto... um dia vai contar a ela que mentiu em suas palavras?
-Nunca...
Khlaus sai andando rumo ao centro da cidade com peso no olhar, ver aqueles prédios no chão já não seria algo que iria o assustar tendo visto já vários desastres tão parecidos, e agora sabia que mesmo dominados todos estavam bem, até quem de certa forma já morreu.
-Senhorita?
-Está tudo bem Crane, vamos receber o hospede – Fala Han limpando as lágrimas e pegando sua foice das costas enquanto o portal se fecha.
Ao saírem em frente ao castelo veem o Ganancia em sua real forma de modo humanoide, longos cabelos pretos, a pele branca, seus olhos em tom rosado e de estatura média.
-Vejo que conseguiu o que queria Ganância
-Sim, estou lindo não estou?
-É um ridículo
-Que isso, eu estava pensando em te dar uma chance gatinha
O Ganancia pega sua arma da cintura pronto para lutar.
-Desculpa, mas de amores eu estou farta
Han aperta sua foice começando a energiza-la com seus olhos mudando de cor. O ganãncia nota as duas auras protegendo-a e a aura da vaidade protegendo a Crane, não poderia as controlar.
-Acho que terei que as derrotar para saber onde o ira está.
-O faro do cachorrinho falhou?
A vaidade faz chacota com uma fúria em seu olhar, e de repente parte do castelo é dividido ao meio sem nem demonstrar que o ganancia o fez.
-Não faz ideia de quem está zoando, não é?
-Ai ira, espero que esteja pronto quando ele te achar - Um fio de sangue desce da lateral do rosto de Han -E espero que ela não se importe de ter mais alguns ferimentos em seu corpo.
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