Capítulo I: Um Mal Necessário.
Após receber as informações vindas de Sairento começamos a nos mover, Sairento sabia que era necessária energia nuclear por algum motivo então precisaríamos de mais pessoas já que comigo não havia originais e o meu estava quebrado, só havia um único local que poderíamos achar pessoas assim.
"Precisaremos de muitos equipamentos, mas com ajuda dos Nosadalianos aqui é possível criar uma porta intra-dimensional e trazer pessoas que tenham o Khlaus em suas mentes, pessoas capazes de nos ajudar", as palavras de Sairento foram exatas, sem muita curva já sabia o que era preciso.
Porém não havia equipamentos tão bons o suficientes conosco, então havia três missões conosco, primeiro conseguir construir uma ponte sei lá do que para teleportar os objetos daqui até a nave que Sairento estava, coisa que precisaríamos de dois pois era necessário o envio de um para eles, já que simplesmente numa nave de provisão não havia equipamentos para construir nada.
A segunda missão era conseguir mais coisas e enviar ao Say que junto aos Nosadalianos iriam começar a construir a porta que ligaria rapidamente nossa realidade as que Khlaus conheceu alguém, trazer essas pessoas que lutaram conosco contra Arkad deve facilitar tudo.
E a terceira é bem obvio, aquela maquina teria que ser estudada e entendida, era necessário o entendimento para que nosso amigo e líder voltasse, sei o quanto é errado o que queríamos fazer mas simplesmente não podia ser assim, se eu vim do futuro significa que um futuro existiria... e eu não quero viver em um futuro sem o Khlaus.
Porém só havia um lugar que a gente poderia achar esse tipo de suporte tecnológico, a única parte do mundo que não estava em provisões básicas, não se importando com conforto tecnológico e tentando ter a comida do amanhã... novamente precisávamos invadir uma base do Elias.
Mas o que precisávamos roubar? O que era necessário para tudo aquilo seguir? Nem Sairento e os Nosadalianos sabiam bem o que teria na terra que pudesse ser de ajuda, seria a primeira vez abrindo esse tipo de coisa que para eles ainda era uma teoria mesmo sendo a raça mais inteligente.
Porém em meio aos questionamentos veio a solução, Sairento lembrou da nave que havia em mãos dos aliados, a nave Primary que havia um motor quântico forte intacto e que podia servir de energia e na teoria poderia ajudar junto a uma forte energia a abrir uma fenda, uma estrela era fácil a eles se aproximar para fazer isso mas nem tudo é luz.
-Na nossa antiga base está cheia de soldados, pegaram tudo do cofre e com certeza a oficina também deve ter sido revirada – não queria desanimar o Say, mas dei as más notícias, infelizmente em território a perda era imensa.
-Ainda há uma solução – Sairento fala após alguns segundos calado –
Eu escuto varias explosões enquanto Say fala e fico muito preocupada.
-Say o que está acontecendo aí?
-Não tenho tempo de explicar, preciso que reative o sistema da oficina, aquele que eu vivia reclamando com o Khlaus quando entrava na oficina e tropeçava – Dava para ouvir as pausas de Sairento na fala, obviamente estava muito atento mostrando que algo estava ocorrendo.
-Isso vai nos ajudar?
-Sim, após ativado uma dispersão de insetos robóticos vão sair, eles reconhecem você como um não alvo então eles não vão atrás de ti, mas el... – A ligação cortou com uma última explosão mais estrondosa, e nem mesmo ouvi como poderia ativar o sistema.
Passamos alguns dias rondando a área tentando achar brechas na segurança, cada dia ligava para o Say, mas estava sem respostas, era cada vez mais constante o crescimento da quantidade de soldados indo para aquelas torres, era visível que a qualquer hora elas seriam ligadas significando que o projeto havia começado.
Para piorar tudo a comida estava cada vez mais escassa, estavam todos com medo, Khlaus eu não conseguia ser líder como você... vi alguns dos células tentarem invadir o castelo querendo restos, vi soldados atacando sem dó... eu não pude ajudar eles, e nem os culpava.
Os androides de Say estavam começando a fraquejar, eles precisavam de reparos isso era obvio mas era como se eles também fossem capazes de sentir esse nosso drama, como se sentissem a fome e a dor interna pelas pessoas, como se carregassem os traços que davam o nome aos humanos, o sentimento de empatia.
Porém algo estranho aconteceu lá para o quinto dia sem noticias do Sairento, não sei explicar como ou por que uma densa chuva cobriu a cidade, pode parecer pouca coisa mas fazia anos que aquilo era um fenômeno raro pela poluição que foi feita, com a chuva raios caíram em uma das torres, buracos de batalhas passadas foram preenchidos com agua, florestas mortas começavam a ser novamente regadas.
E o mais importante, a distração necessária para a nossa visão ficar limpa ao que era necessário fazer, a agua tirou a poeira dos cabos sob a superfície revelando um único cabo desconectado do sistema central de Sairento, imaginava que era o certo então num ato de bravura criei rapidamente algumas flechas junto a um arco.
Estava sozinha ali, não podia forçar mais ainda dos poucos soldados que tinha comigo, estava somente em monitoramento, muitas pessoas iam chamar muita atenção acabar com o sigilo junto com a camuflagem que ali morreria.
Estava fraca mas consegui atirar furtivamente em uma direção os fazendo achar que havia alguém por ali e se dividindo, pelo meu treinamento com Dusk sabia onde podia atirar sem matar, pontos em que o indivíduo iria cair sem fazer som, e o arco era silencioso o bastante para isso dar certo.
Só não contava com aquela súbita ligação das torres em meio a tempestade, tive que correr quando eles olharam exatamente para o lado que eu estava, tomei muito dano confesso, mas no fim liguei o sistema fazendo exatamente o que Sairento disse, pequenos robozinhos estavam atacando cada soldado que não reconheciam como próximos ao Say.
Alguns começaram a me analisar, vários lasers em mim ao mesmo tempo e logo após voaram começando a se explodir, devia ser isso que Say iria me dizer, talvez fossem experimentais, ou isso um segundo sistema para caso chegassem ao fundo da base com vários papeis importantes não levassem nada.
Porém não fui rápida o bastante na criação do escudo tomando parte do dano enquanto escutava passos vindo até mim, e após isso não me recordo muito bem o que aconteceu, só senti ser arrastada e após carregada, simplesmente estava no puro sentido.
Acordei em uma casa simples presa de tal forma que as únicas coisas que mexia era a boca e os olhos, a minha frente havia um homem velho e um jovem que não parava quieto indo de um lado a outro me olhando.
-Não deveríamos fazer isso! – Fala o jovem indo até o velho e o olhando nos olhos de perto.
-A recompensa dela vai nos ajudar, olha a nossa situação – A voz do velho era de preocupação, mal conseguia entender as palavras deles.
-Tá ganhamos esse dinheiro, e depois? Acha que haverá paz? Acha que eles são bonzinhos e vão cumprir com o que prometeram! – pelo que entendi o jovem estava do meu lado
-Se tivermos a salvado, se ela sair daqui tranquilamente pode não haver um amanhã para nós – Minha visão nesse momento começou a voltar ao normal, e notei o quanto eles estavam também feridos.
-Se deixarem essas bandagens de qualquer jeito nesses ferimentos como estão... também não terão muitos amanhãs – Fui sagaz em minha fala, não havia muito que eu pudesse barganhar.
-E o que garante que você não vai nos matar quando a soltarmos? Pelo que sabemos é tão perigosa quanto seu amigo, namorado sei lá – era obvio que aquele senhor estava muito assustado, eu não podia agir de forma bruta pois eram pessoas que estavam sofrendo também com tudo isso.
-Como me acharam? Havia muitos soldados por ali e simplesmente não era para civis estar por lá – Sentia que havia mais naquilo ali e quis ir a fundo.
-Tuneis subterrâneos antigos, só uma pequena parcela da população os conhece pois eram usados para fuga em pequena escala, como há muita concentração de metal é comum não serem encontrados –
-Chega! Não conte mais nada a ela – corta o homem me olhando firmemente.
-Que tal uma troca? Há coisas que quero muito daquele local, se pegarem elas terão algo para me manter cuidando de vocês até estarem 100%, só que precisarei que pelo menos libertem um dos meus braços – tentei falar sem aparentar ameaçadora, mas no fim acabei sendo forçada pedindo que um dos meus braços fosse liberto.
O homem se aproximou e pegou o colar, minha fonte de poder agora estava com eles e eu não podia demonstrar que aquilo tinha a importância que tem a mim.
-Quem sabe se vendermos isso? – Fala o homem olhando o Tsukyiji.
-É velho, não vai achar um tostão nele – falo enquanto noto que Tsukyijis não ativam nas mãos de quem não tem núcleo.
-Podemos mesmo confiar em você? Digo... entende mesmo como nos ajudar com esses ferimentos? – Fala o jovem se aproximando.
-Olha eu sinto que são importantes um para o outro, e olha a situação que estamos, quem criou isso manda nos soldados que eu lutei contra quem fez isso tudo é inimigo de vocês também nos tornando meio que aliados não? – confesso que eu já estava me irritando com isso tudo, mas ele deve ter visto a sinceridade no meu olhar pois após minhas palavras ele começou a retorcer o metal que me prendia me soltando.
O Homem foi para trás com medo que eu fizesse algo pelo olhar que dei a ele, pedi meu colar de volta insinuando que tinha importância a mim e o jovem tomou das mãos do senhor logo me entregando, após pegar nele criei uma espada o assustando e fazendo o homem achar por um instante que estava certo sobre mim.
Porem coloquei a espada nas mãos do jovem e falei logo após:
-se eu fosse ruim nesse momento teria cortado vocês, porém como eu falei eu não sou inimiga de vocês –
Com a mão na espada a transformei em um balde e pedi ao jovem para buscar água em um dos lagos que haviam agora lá fora logo após sentando ao lado do homem e analisando seus ferimentos sem nem pensar nos meus, isso que deve realmente amar cuidar de pessoas, a medicina é algo lindo.
Logo após o jovem voltar com a agua a esquentei e comecei a escutar deles sua história, eram pai e filho, esses ferimentos vieram quando a três dias atrás tentaram saquear uma expedição dos soldados vindo do norte, conseguiram pegar umas frutas, nada comparada a toda a comida que tinha ali, mas os soldados mesmo assim atacaram sem nem pensar quando eles estavam saindo de lá.
O projeto já havia sido iniciado como eu sabia, vi as torres ligando porém estava tudo quieto e na verdade tinham cada vez menos soldados nas ruas, com isso começamos a pegar as coisas necessárias, sem a comunicação com Say seria inútil mas fui firme no que era necessário, com o tempo tínhamos quase tudo porém estávamos sem rumo... o que me fez fazer algo que teoricamente foi errado.
Indo a alguns distritos ofereci armas como pagamento pela busca de qualquer pessoa daquele clã que no passado tentou trazer os Pantas de volta, por sorte ou algum milagre acharam justamente o líder deles, o que mais entendia daquilo, entregaram a Pawa que o prendeu em uma cadeira.
-Você sabe o que preciso, me fale como aquilo funciona – falei em um total tom de ódio.
Ele riu olhando em meus olhos, era obvio que aquilo não seria assim tão fácil, criei rápido uma adaga e enfiei na coxa dele.
-Você não está entendendo sua situação, não está vendo quem manda aqui – Falei abrindo a tenda e demonstrando todos os homens lá fora como se fossem soldados meus.
-Como dominou esses gananciosos? Você tem ideia de quantos meus morreram nesses últimos tempos após a batalha com vocês! Eu perdi tudo –
Era visível nos olhos daquele homem que simplesmente não havia mais nada de importante a ele, que perdeu tudo até mesmo a fé.
-Então é momento de mudar isso! Ajude a trazer alguém que fará a diferença de volta, ajude a paz retornar –
Ele abaixou a visão, não havia mais palavras que eu pudesse dar a mais então comecei a cuidar do ferimento que eu mesmo criei em sua perna, eram meus últimos suprimentos médicos, porém aquilo era urgente.
-Minha esposa despertou poderes também... – Assim que eu comecei a cuidar da sua perna ele abriu o bico – após caçar alguém com poderes, após anos odiando vocês por ser derrotado... quem amo tinha habilidades sobre-humanas
-Aposto que isso te trouxe um mínimo de entendimento – falei enquanto limpava o local.
-Eu a perdi para aqueles homens no poder... simplesmente por que ela era diferente teve que morrer – senti o desespero na fala dele.
Eu simplesmente terminei aquilo em silencio, e logo me levantei dando a entender que iria embora.
-Não vai mesmo insistir? – Ele falou levantando a visão.
-Não posso esperar que um homem tão quebrado possa concertar essa situação, se esse é o caminho certo irei sozinha – falei respirando fundo.
-Eu ajudo! Porém precisaremos de muita energia se realmente o quer trazer – Ele falou levantando bastante a voz.
Dei um sorriso escondido, logo voltando ao normal o rosto e me voltando a ele.
-Amanhã pela manhã sairemos daqui, espero que realmente vá ajudar –
Logo depois de sair com ele de lá notei que a maquina era complexa e nem ele entendia muito, com isso demoramos trabalhando nela e fomos descobertos, por sorte na primeira vez foi fácil de sair pois aquilo tudo era muito pesado, como andarilhos soubemos de um meteoro que havia caído nas proximidades há alguns dias.
A gente conseguiu atravessar as defesas e realmente era algo vindo do Say, havia uma carta e um maquinário a mais para lidarmos, na carta ele falava sobre um ataque de uma outra raça, a queda em um planeta, assaltaram algumas naves e as presas fizeram aquela porta dimensional.
Teríamos que correr pois aparentemente Elias já sabia de tudo, tivemos que nos virar rapidamente e subir a montanha da pedra do juramento para preparar tudo.
A porta dimensional trouxe somente três pessoas, Haruna aquela vice general que Khlaus conhecia, e dois homens que não sabia o nome, nem havia muito tempo para apresentações naquele momento, a abertura dos portais chamou a atenção da capital e logo tinham uma dezena de soldados ali, teríamos que correr... sinceramente se Sairento estivesse aqui no meu lugar tudo seria mais fácil.
Enquanto caminhávamos em direção a algum local provisório soube que um dos homens se chamava Wel, seu núcleo era um especial com capacidades básicas em controle sentimental... segundo ele não muito fortes para uso em combate, o outro era mais novo aparentemente e seu poder consistia em eletrostática, usamos isso em algumas torres.
Em resumo, pulando vários dias de estudo e entendimento estava tudo pronto e estávamos entrando todos na pedra do juramento com os equipamentos, Khlaus e vários ali para dar tudo de si, descobrimos que podíamos dar energia vital, nuclear e a fonte de alguns androides, assim todos ali iam ajudar... porém na entrada um exército se aglomerava, não pude negar a ida de Haruna e 5 androides para segurar aquela pelo menos meia centena de soldados.
Sabia muito bem que eram 6 formigas contra leões então simplesmente tínhamos que correr, montamos tudo e começamos a transferência de energia enquanto escutávamos as explosões firmes dos ataques, vários a minha volta começaram a cair, estava custando cada vez mais porém estava dando certo.
De repente uma energia negra cobriu o lugar e o dragão negro saiu rugindo bem alto, dava para sentir aquela fúria er Khlaus estava começando a despertar, rapidamente olhei para Wel fazendo que sim para ele tentar acalmar aquilo, no momento que ele ia se concentrar as paredes romperam, e estávamos todos no chão com soldados entrando.
Khlaus se levantou, vestiu uma regata que estava ali ao lado e pegou a foice... deu para sentir a tensão no ar enquanto Khlaus dava um sorriso sínico andando até aqueles soldados olhando-os firmemente, eles não se abalaram com essa expressão e se prepararam para atacar, Elias ao fundo contava com "preparar", "apontar " e após uns segundos anunciou para começarem o ataque.
Khlaus saltou em meio a eles girando bem rápido a foice cortando cada um ali, um por um sendo feridos e ele desviando dos golpes enérgicos sendo enviados a ele, em dado momento Elias junto a outros soldados juntaram um raio enérgico juntos partindo o chão pelo caminho que se seguia, quando ia atingir Khlaus ele simplesmente girou a foice contendo cada segundo do raio.
Não durou muito tempo aquela batalha, simplesmente vários ali mal tiveram a mínima chance de reação, e no fim só havia Khlaus e Elias, o dragão negro apareceu atrás de Khlaus o seguindo enquanto ambos andavam em direção a Elias, só nesse momento notei as partículas negras em cada um dos dois, ao se aproximar de Elias ele tentou usar várias habilidades em Khlaus que as ricocheteava com sua foice uma por uma.
Com uma enorme sincronia Khlaus cortou o braço esquerdo de Elias enquanto o dragão mordia o direito, mesmo de longe deu para ouvir muito alto os gritos de desespero de Elias, várias partículas enérgicas estavam voando e Elias começou a sumir no ar, de longe eu não estava entendendo nada que ali estava acontecendo, estava feliz pois Khlaus estava de Volta mas com um medo que eu não estava entendendo.
Após tudo isso o dragão negro voou alto com Khlaus ali parado em pé, e do céu choveu raios cuspidos do dragão liberando mais partículas de cada um dos soldados que ali haviam, tudo ali brilhou com as partículas saindo dos homens atingidos, e numa velocidade enorme o dragão desceu pegando cada uma daquelas partículas e logo após entrando em Khlaus que saiu andando.
Khlaus matou todos ali, já estavam totalmente vencidos e ele não teve misericórdia, queria ter ido atrás dele, mas simplesmente eu estava sem forças, e o vi saindo sem ao menos dar explicações ou um adeus, a minha volta todos estavam na mesma situação que eu, e alguns até feridos... me pergunto se cometemos um erro nas nossas escolhas.
Nesse mesmo momento enquanto Khlaus saia dali Ortígia estava recebendo uma visita que esperava já a algum tempo, uma pessoa que simplesmente estava partida de todas as formas, alguém que não tinha mais lugar para ir senão ali... a filha de Khlaus foi ver Ortígia.
-Olha só se não encontrei o favoritozinho de meu pai, quantos anos a mais você tem agora? O QUE ANDOU FAZENDO FORA DA ORGANIZAÇÃO? –
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