Prólogo

        —Me pergunto se o que fiz foi certo... – Fala Khlaus com um olhar baixo, aparentando segurar as lágrimas, apertando firme sua foice, ao mesmo tempo que começa a dar passos lentos em direção a nave como se recusasse ir, mesmo assim era aquele o seu destino —Me questiono a cada momento se eu devia tê-los trazido comigo nessa última viagem, provavelmente sem volta – A armadura range enquanto as portas se fecham atrás de nosso herói que se senta no único banco preparado para ele no oco daquela nave. Estava totalmente sozinho agora, e até mesmo aquela base de lançamento atrás dele não aparentava que semanas antes era super populosa.

-Iniciar contagem regressiva! – As palavras saem secas e no final com um suspiro pesado.

A contagem se inicia com a nave se acendendo, dando um mínimo de luz a seu interior, onde a cada numero regressivo mais Khlaus se afundava em seus pensamentos.

—Mas eu sei que após tudo isso eles terão novos dias – Uma curva leve se faz nos lábios de Khlaus por baixo do manto de sua armadura —Mesmo comigo não estando entre eles após isso tudo – Pressiona os lábios voltando a novamente ficar sério.
A Nave segue quase silenciosa rumo ao vazio, sem piloto, sem destino de retorno, e sem passageiros além de Khlaus, em uma velocidade tão rápida que quase a luz das estrelas não se mostravam presentes, tornando aquele local mais solitário ainda, dando um tom escuro a aquele momento, como se a luz estivesse longínqua, e revendo locais onde antigos planetas, planetas conhecidos, já não estavam mais presentes, quanto deixou de existir nessa jornada inteira? Se pergunta em silêncio Khlaus vendo a poeira e pequenas rochas passando muito rapidamente.

Quanto mais próximo ao destino ele estava mais as luzes da nave piscavam, ele sobe seu olhar e vê uma fotografia digital de seus companheiros, se questionando quantos daqueles não estavam mais consigo, respirando profundamente, e novamente pensando que ele não estaria mais com os demais.
—Após tantos passos juntos é assim que vai ser o final? – Khlaus continua suas palavras direcionadas à solidão, e ao olhar a marca em sua armadura um símbolo de que seus amigos sempre estariam com ele, algo que para muitos o simbolismo era a paz e a esperança, ele puxa novamente o ar com suas narinas, como um ato do último momento onde respiraria com calma, um último momento de paz —Ainda me lembro de como tudo isso se iniciou – aquele mesmo meio sorriso retorna aos lábios com um leve pressionar nos olhos, revela que aquele momento o destino estava próximo, sendo avistado facilmente pela janela no caos que lá fora refletia.
—Bom... chegou o momento.
A nave começa a se evaporar pela presença do inimigo mais poderoso que Khlaus viria a enfrentar, com os olhos fechados ele lentamente relembra tudo o que passou enquanto flutua a seu destino, os abrindo e olhando a criatura que simplesmente o aguardava. Lentamente ele pega sua foice deixando-a à frente de seu corpo, deferindo suas últimas palavras antes do confronto.
—Espero um dia ter o perdão de Pawa... Se eu soubesse que iria ser assim deveria dar mais um abraço naquele dia, o mais longo que eu pudesse dar... Bom... Hora de desestabilizar esse núcleo – A foice começa a brilhar e num único salto em pleno vazio espacial a batalha se inicia, com um grande rugido que podia ser escutado por toda a via láctea, essa seria a batalha final da maior lenda.

Mas, como tudo tem um início, devemos dar um ponto de partida nessa história, onde tudo isso começou, como culminou em eventos finais de proporções inter-universais e onde a lenda se iniciou... 

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