Um Mal-Entendido

Como havia prometido, Ana Sofia passou os próximos dias buscando de porta em porta em cada estabelecimento, uma oportunidade de emprego. Mais sem nenhuma resposta positiva. Contudo, ela continuava firme e confiante.

Em um dia como qualquer outro, e cansada de percorrer ruas e comércios debaixo de um sol escaldante, Ana decidiu que precisava de um descanso e de uma boa refeição. Olhando a sua volta ela entrou na primeira cafeteria que avistou. Fez um pedido básico, aquele que seu dinheiro poderia pagar, então fora se sentar em uma das mesas enquanto aguardava o pedido.

Distraída com as pessoas que entravam e saiam do lugar, Ana não vira que um homem havia passado bem ao lado de sua mesa acompanhando de outro homem com um cape nas mãos. Ambos pareciam apressados, então assim que passaram, sem perceber, um deles acabou deixando cair a carteira. O lugar estava cheio então não se deram conta do que havia perdido.

Por fim, eles deixaram a cafeteira para trás e Ana finalmente recebera seu pedido. Enquanto degustava pacientemente do seu lanche, um dos funcionários do lugar avistara a carteira no chão e pensando ser de Ana, ele se abaixou e a entregou.

-Com licença senhorita, acho que deixou cair sua carteira. _Ana olhou para ele e para o objeto que estava em sua mão.

-Uh. Obrigada?...mais não é minha carteira.

-Mesmo? Estava bem aqui no chão. _ele deixou o objeto em cima da mesa.

Sem pensar exatamente no que estava fazendo e sendo muito curiosa, Ana pegou a carteira agradeceu o rapaz e a abriu assim que o funcionário se afastou. Havia dois cartões black e um dourado. Alguns dólares, uma foto de uma mulher muito bonita e os documentos, os quais Ana poderia identificar o dono.

-John Christopher Depp II.

Ela leu a identificação, mais não era o suficiente. Então Ana encontrou outro pequeno cartão de uma consultora que também levava o nome do homem. Através deste cartão, Ana soube onde o encontrar.

Ela deixou o dinheiro para o balconista e uns trocados para o funcionário e saiu da cafeteria para chamar um taxi. Este que veio rápido.
Ana passou o endereço e meia hora depois estava de frete para o enorme prédio administrativo sem sequer ter noção de que assim que deixara a cafeteria, o dono da cafeteria havia retornado para busca-la. Porém, como pode imaginar, o funcionário disse que a mulher para quem ele havia entregue, saira sem dizer nada e levara a carteira.

Depp não gostou nenhum pouco disso. E interpretara tudo errado, adicionando a polícia na história, mal sabendo ele que a mulher se encontrava naquele momento no prédio que ele gerenciava.

O funcionário não saiu ileso disso também. Seu chefe o repreendeu na frente dos homens e o mandou para a cozinha como castigo por não ter ido até ele antes de decidir por si mesmo o que fazer com uma carteira encontrada.

John retornou ao trabalho trazendo dois agentes com ele a quem ele dava instruções sobre como era sua carteira e o que havia dentro. Enquanto entrava no prédio e se dirigia ao elevador ainda acompanhando, sua funcionária da recepção o parou.

-Senhor Depp. _ele olhou para ela enquanto abotoava o último botão de seu blazer. _-Há uma jovem aqui na recepção que deseja falar com o senhor. Ela disse que é importante.

-Eu não tenho tempo agora, Andreza. Por favor, peça que volte uma outra hora.

Disse ele. Ela assentiu e o viu entrar com os polícias no elevador.

-Desculpe, senhorita. Mais ele não pode atender agora. Pediu que volte uma outra hora.

Disse a recepcionista e Ana suspirou

-Mais isso é muito importante! É algo que não pode deixar para depois.

-Bem, eu lamento, mas foi isso que meu chefe disse. Se me der licença.

A mulher voltou a seu lugar de origem e Ana persistindo, foi até o balcão de atendimento.

-Olha, me desculpa incomodar, mais eu realmente não posso sair daqui sem falar com ele.

Impaciente, Andreza olhou para ela.

-A senhorita é persistente, não é? Ele disse que não está com tempo. Não sei quando ficará disponível, então não posso dizer que conseguirá falar com ele hoje. Eu realmente lhe aconselho a voltar outro dia.

-Vocês ricos, só dificultam as coisas. Diz à ele que estou com algo que o pertence. Algo que ele perdeu na cafeteria.

-Não posso incomoda-lo quando o senhor Depp está ocupado.

-Qual é o andar?

-Porquê quer saber?

-Fala logo, mulher! Se ele não pode vir até mim, eu irei até ele.

-A senhorita definitivamente não teria coragem de fazer isso.

Ana olhou desafiadoramente para a mulher e depois para o elevador. E logo, sem dar tempo da mulher pensar no que estava acontecendo, Ana Sofia correu, apertou o botão e entrou. Enquanto via a recepcionista correr atrás de si para tentar impedi-la, a porta da cabine de aço se fechou e Sofia apertou um dos botões aleatoriamente, torcendo para que fosse o lugar certo. 
Mais na recepção, Andreza adicionou os seguranças que começara a entrar em ação.

Plin

A porta do elevador se abriu em um corredor completamente vazio. Não havia nada além de salas vazias e fechadas, foi assim que ela se deu conta de que estava no andar errado.

-Era só o que faltava. _Ela voltou para o elevador, apertou os andares abaixo e o elevador começou a descer, mas parou em um andar específico. Não era aquele que ela havia apertado. Assim que a porta se abriu totalmente, um homem entrou. Ele parecia sério, mas seus traços eram perfeitos. Seu cabelo estava penteado de forma que algumas pontas caiam sobre a testa. Ele estava vestido com roupas sociais, incluindo um colete azul marinho por cima da camisa social. Sapatos também sociais e havia um relógio de pulso. Ele parecia tão alheio que não se dera conta da presença de Ana no elevador, apenas entrou e escolheu um andar. Pelo espelho do aço, ela o reparou minimamente enquanto prendia a respiração. Até que segundos depois, o homem se assustou ao olhar para o espelho e ver a mulher atrás de si. Porém, quando fora se virar para ela, a mesma reagiu espontaneamente acertando-o sem querer na bochecha, o que acabou deixando um pequeno corte feito a unha.

-Ai meu Deus! _Ana tapou a boca com as mãos, mas acabara deixando cair a carteira que estava segurando. O objeto caiu aberto no chão e quando o homem se deu conta do que era, olhou ainda mais nervoso para a mulher que o acertera.

-Então não basta ter roubado minha carteira, teve que me seguir até aqui e me socar?

-Eu não...espera aí, o quê?

Mal sabia Ana que estava encrencada.

...

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