Preocupado Com Ela

Quando chegaram em casa, Ana pegou Théo no colo e John pegou Lizzie e juntos levaram as crianças para seus respectivos quartos e os preparou para dormir.

Logo que sairam, se despediram de Alex, o desejando boa noite e John ficou sozinho com a babá no corredor.

-Obrigado pela tarde, senhor. _disse Ana sem o encarar por vergonha.

-Ana..._ela olhou para ele_-Amanhã levarei meus filhos a escola.

Ana assentiu

-Ok. Irei prepara-los a tempo para não se atrasar para o trabalho, senhor.

-Não irei a empresa, pois tirei um dia de folga.

-Entendi. Mais alguma coisa que o senhor deseja que eu faça?

-Quero que nos acompanhe, e que você aceite ir almoçar comigo.

-Almoçar?...o-o senhor tem certeza?

John assentiu

-Ok. Hum...senhor, queria lhe pedir desculpas pelo meu pai. Eu não sabia que ele estaria lá e me senti mal por tomar o seu tempo.

-Você não tomou o meu tempo, Ana, então não precisa se desculpar.

-Obrigado.

John acenou

-Posso te fazer uma pergunta?

-Sim, senhor.

-Algum problema com o seu pai?

Ana abaixou a cabeça envergonhada.

-Não estamos bem desde que minha madrasta me expulsou de casa.

-Te expulsou? _Ana não olhou para cima_-Ana..._Com coragem, John levou uma mão até o rosto da jovem e levantou a cabeça dela para encontrar seus olhos _-Como foi isso?

-Eu...podemos falar sobre isso amanhã, senhor?Estou um pouco cansada e minha cabeça está doendo.

-Uh...claro. Ok. Me desculpe se estou sendo invasivo, Ana. Mas é que percebi que não gosto de te ver triste. Gosto mais daquela Ana sorridente e cheio de vida. _ele sorriu fazendo sorrir pequeno

-Vou ficar bem. Obrigado por se preocupar, senhor. _desviou o olhar para o chão novamente.

-John.

-Hã? O que?_Ana o encarou confusa

-Me chame de John, quando estivermos sozinhos. Não me importo.

-Acho que não conseguirei me acostumar com isso.

-Não é tão difícil. Você se acostuma._Sorriu e ainda segurando o rosto de Ana elevou seus lábios deixando um pequeno beijo na testa dela_-Descansa, está bem? Você precisa. Amanhã conversamos.

-Ok. Obrigado. Boa noite senhor...digo: John.

Mais uma vez, ele sorriu e abriu a porta do quarto dela para que ela pudesse entrar, logo se despediu e fechou a porta indo para seu próprio quarto no final do corredor. Ana ainda abatida, caminhou até a cama onde se sentou e deixou suas lágrimas rolar.

Ela se sentia mal por tratar seu pai daquela maneira, mas era o único jeito para faze-lo perceber seus sentimentos e magoas a respeito de Marta. Seu pai insistia em defende-la, quando ela era que causava a discórdia na família. Marta nunca gostou de Ana, sentia inveja por nunca ter tido um filho sanguíneo com Edgar e culpava Ana, dizendo que ela recebia mais atenção do pai do que James, que nem era filho legítimo.
Mas de toda essa história, Ana nunca culpou James e ele nunca se sentiu desprezado por ela ou por Edgar, tanto que sendo o mais velho, sempre tentou fazer de tudo para proteger sua irmã de consideração. Ana sempre pode contar com James e era grata por isso.

A noite estava passando, Ana não tinha conseguido pregar os olhos ainda se sentindo mal pela conversa com o pai. John também se encontrava acordado e preocupado com ela. Ana havia dito que estava com dor de cabeça, então ao tomar a decisão de ajuda-la com isso, mesmo sabendo que ela poderia estar dormindo naquele horário, John pegou uma cartela de remédios e foi a cozinha para pegar um copo d'água, mas assim que ele desceu viu Ana sentada em frente ao balcão tomando um copo d'água. Ele pensou em sair sem que ela desse conta de sua presença, mas ao vê-la tocar a cabeça e suspirar, John entrou na cozinha e deixou a cartela de remédios ao lado de Ana que se assustou com a presença repentina, mas ao ver a aspirina, ela agradeceu.

-Obrigado. _John acenou e foi até a geladeira, pegou uma das garrafas d'água e voltou ao balcão, abriu a garrafa e preencheu o copo dela.

-Beba. Vai ajudar com a dor.

Ana pegou um dos remédios e o tomou. John se sentou do outro lado.

-Não conseguiu dormir?

Ana balançou a cabeça

-Odeio discutir com meu pai. Me sinto mal por deixa-lo mal.

-Eu sinto muito. _John no automático, deslizou sua mão pelo balcão e encostou delicadamente na mão da jovem. _-Imagino o quanto é ruim essa situação, mas acredito que tudo irá se resolver, Ana. Não se preocupe.

Ana olhou para ele e sorriu enquanto assentia.

-O senhor não consegue dormir?

-Não. Eu estava dormindo, mas acordei e desci para pegar um pouco d'água._ele mentiu

-Com uma cartela de remédios? Se sente mal?

John sorriu sabendo que não poderia mentir para ela.

-Bom, a verdade é que fiquei preocupado quando me disse que estava com dor de cabeça. Eu pensei em levar isso ao seu quarto, arriscando caso você estivesse dormindo.

-O senhor é tão gentil.

-Lembra do que disse sobre usar meu nome quando estivéssemos sozinho._Ana assentiu_- Esse é o momento...Não precisamos de formalidades quando não há ninguém por perto além de nós dois.

Ana olhou para ele com os olhos brilhando enquanto sentia seu coração bater acelerado. John estava olhando pra ela e definitivamente, Ana não estava conseguindo calar a voz em seu coração que dizia que ela estava a cada dia mais apaixonada por ele. Para quem tentou muitas vezes esconder, estava se tornando impossível.

Por outro lado, John ainda não sabia se estava se apaixonando pela babá de seus filhos, ou se era apenas gratidão, no entanto, ele sabia que se tornara cada vez mais difícil ficar tanto tempo longe dela e daquela áurea leve que o acalmava.

Naquele momento, nenhum deles puxou assunto além do necessário, apenas aproveitaram de bom grando a companhia um do outro. Pois isso já bastava.

Exatamente às duas da manhã, Ana começou a bocejar e John a acompanhou até o quarto, onde despediu-se e foi para o seu satisfeito porque agora Ana dormiria tranquilamente e sem dor além daquela em seu coração.

...

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