O Convite
Na manhã seguinte, Ana acordou se sentindo mais forte. O luto pela morte do pai ainda é recente, mas ela decidiu não se abalar. Afinal, era como seu irmão disse: seu pai não gostaria de vê-la assim.
Ana se levantou, foi ao banheiro, fez sua higiene e vestiu uma roupa leve, pois era sábado e teria o dia livre.
Assim que deixou o quarto, foi ao quarto das crianças e estranhou que elas não estivessem por lá. Ela desceu as escadas e foi até a cozinha, mas ao chegar, teve uma grande surpresa.
-Bom dia Ana! _Os pequenos gritaram. Eles usavam toucas de cozinha e um pequeno avental infantil enquanto seguravam uma bandeja com pães e mortadela.
-Uau! Bom dia, meus amores. O que é isso?
-Seu café da manhã!_disse Lizzie colocando a bandeja no balcão. _-Papai que preparou, na verdade. Nós apenas ajudamos.
Ana elevou seus olhos ao outro lado do balcão onde viu John com uma touca de cozinheiro e um avental. Ele estava segurando uma colher enquanto sorria para Ana.
-Oi. Bom dia.
-Bom dia. _respondeu ele colocando a colher em cima do balcão e indo até ela. _-Dormiu bem?
-Muito bem. E você?
-Também. Hun...sente-se, iremos te servir.
-Não precisava fazer tudo isso, John.
-Foi um prazer. _Ana sorriu quando Johnny arredou um dos bancos do balcão para ela. _-Espero que goste. Não tenho muita prática com a cozinha. Maria me deu uma mãozinha com algumas coisas assim como as crianças.
-Tá muito gostoso, Ana. _Disse Théo fazendo-os rir.
-Eu acredito que sim, pequeno.
-Papai se dedicou muito, então espero que você aprove. _Lizzie falou retirando o avental_-Nós temos que ir para a aula adicional agora. Vamos, Théo.
-Tá. _Theo tirou o avental e a touca e foi abraçar Ana.
-Ei? Não estão esquecendo de nada? _John perguntou se abaixando e abrindo os braços para eles que abraçou o pai com carinho. _-Tenha um ótimo dia, meus filhos.
-Vocês também, papai. Cuida bem da Ana, ein. Tchau!
Eles correram para fora da cozinha e John suspirou
-Ela está crescendo tão rápido. _Ana olhou para ele
-Está mesmo...mas, então? Se juntará a mim para o café da manhã?
-Se a senhorita quiser?!_levantou os ombros lançando um pequeno sorriso de canto de boca.
-Ah! Eu adoraria. _eles sorriram e John a acompanhou.
-Meu dia será livre mais uma vez este fim de semana, então posso te convidar para dar um passeio pelo condomínio? Tem um lugar que eu queria muito te mostrar. _Disse John e Ana sorriu após limpar a boca com o guardanapo.
-Mais é claro. Será um prazer. _John sorriu ladino e acenou.
[...]
Sentindo a leve briza da manhã, John e Ana caminhavam lado a lado pelas ruas do condomínio. John contava a Ana sobre alguns vizinhos que ele conhecera e a mostrava algumas árvores que ele ajudou a cultivar. Ana ficava encantada com todas as histórias contadas por ele. Até que finalmente chegaram ao lugar que ele queria mostra-la.
-É aqui. _Ana olhou em volta do belo jardim cheio de rosas e borboletas voando de um lado ao outro _-A mulheres ficaram encarregadas de criar este jardim. E fizeram um ótimo trabalho. É lindo ver o quanto uma mulher é capaz de realizar algo tão simples com perfeição.
-Em nome delas, eu agradeço, Johnny. _eles se olharam _-E concordo com o que disse. É realmente incrível!
John olhou para ela com intensidade enquanto Ana admirava uma borboleta azul que passara a sua frente pousando em uma rosa.
-Não tanto quanto você, Ana. _Ela sentiu seu coração disparar e lentamente olhou para John. Ele se aproximou _-Você é a rosa mais linda nesse jardim.
Tímida, Ana olhou para o chão.
-Obrigado. Ninguém nunca me disse algo assim.
-É porque não sabem apreciar uma bela obra de arte.
-O senhor acordou muito galanteador hoje, ein.
Ele sorriu com charme, o que fez Ana corar._-Eu tenho algo pra você. _ tirou do bolso um envelope._-Aqui.
Ana o pegou e leu 'convite' em letras bordadas.
-Um convite?
John acenou
-Abra, por favor.
Ela o abriu e sorriu quando leu.
-É o convite vip da festa da empresa e com o meu nome.
-Pedi que fizessem um especialmente para a mulher que me ajudou nos momentos que mais precisei. E, se me permite, eu gostaria muito que fosse ao evento como meu par.
-Ham...eu?
-Você. Por favor, apenas diga sim; pois será uma honra para mim ter sua companhia, Ana.
-Eu adoraria. _ele sorriu com a resposta_-Mais o único problema é que não tenho nenhuma peça elegante para ir à festas deste nível, John.
-Deixe isso comigo.
-Johnny?...
Ele coçou os cabelos enfiando a outra mão livre no bolso enquanto sorria serelepe
-Apenas confie em mim, ok?
-E eu tenho escolha? _eles riram
-Acho que não. _negou divertido _-Tem outra coisa que eu preciso te contar.
-Ok.
Ele coçou o cantinho da boca e respirou fundo.
-É sobre a Natali.
-Aah...o que aconteceu?
-Ela foi julgada. Meu advogado estava presente e me contou que na segunda, Natali deverá ir para uma casa de detenção para mulheres com pena decretada de três a cinco anos de prisão.
-Nossa.
-Só que tem um porém, Ana. Natali pôde fazer um último pedido antes de ser levada.
-E qual foi o pedido?
-Segundo meu advogado, ela quer nos ver.
-Nos ver? Você e eu?
-Sim. Ela disse que tinha algo a nos dizer, mas eu recusei a ir. Estou falando com você porque achei que precisava saber.
-Obrigado por me contar. Mas também me recuso a ir até lá. A senhorita Parker agiu de má fé comigo, me tratou como se eu fosse uma aproveitadora e de mal caráter; ela me machucou e insultou nossos filhos..._John assentiu _-Não tenho porquê realizar um desejo dela depois de tudo que ela nos fez.
-Eu entendo. Sinceramente ainda estou um pouco chateado pelo que aconteceu. Como pude confiar por tanto tempo em uma pessoa que estava o tempo todo tramando contra mim e minha família e por uma pessoa que fingia gostar dos meus filhos em minha presença apenas para me agradar?! Penso que fui burro demais para não perceber as verdadeiras intenções daquela mulher e sinto muito por te envolver nessa situação, Ana.
-Eu já te disse que você não teve culpa, então pare de sofrer por isso, Johnny.
-Você sempre sabe o que dizer, não é? _ele sorriu para ela que retribuiu o sorriso voltando a admirar o jardim.
...
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