A Reunião
Ana viu Natali chegar e foi até ela que acabava de fechar a porta.
-Senhorita Parker!
Natali pulou com o susto que levou e olhou para Ana com raiva.
-Você quase me mata do coração.
-Eita...tá devendo?
Ana perguntou divertida, mas Natali não entendeu a piada fazendo uma careta desgostosa
-Relaxa, era só uma piada. Bom, o senhor Depp espera por mim, a senhorita e os filhos no escritório. Ele pediu pra te avisar.
-Sabe do que se trata?
-Se a senhorita que é a governanta da casa não sabe, quem dirá eu que sou apenas à babá?!
Ana saiu deixando Natali com os olhos cerrados.
-Abusada.
"Ana, Ana, Ana..."
Natali ouviu as crianças gritarem e revirou os olhos imitando-as com deboche.
-Criaturinhas irritantes!
Disse antes de ir ao escritório ver àquele que realmente a interessava.
-Ei, calma aí, meus queridos, quê que tá acontecendo pra ter tanta gritaria? _Ana perguntou divertida enquanto era recebida com abraços e beijos dos pequenos
-Meu dente de leite caiu! _Lizzie falou animada
-Olha só! _Lizzie havia mostrado a janelinha e o pequeno dentinho em sua mão. _-Está ainda mais linda agora.
-Lizzie tá parecendo a bruxa da branca de neve. _Théo falou divertido e Alex, que descia a escada apoiando no corrimão, começou a rir.
-Ei! Não ria de sua irmã! E Théo...essa comparação não foi legal. Peça desculpas a Lizzie, por favor.
-Desculpa.
-Isso aí. Agora vamos ao escritório, seu pai está esperando.
Os pequenos correram chamando pelo pai e Ana ajudou Alex a terminar de descer.
-O que será de tão urgente pra ele ter essa reunião?_Alex perguntou
-Eu não sei. Mais ele me pareceu tenso... Consegue caminhar sem que ele perceba que você está mancando?
-Eu consigo. Não se preocupe. É apenas uma luxação, vai melhorar.
-Eu espero que sim. Senão teremos que leva-lo ao pronto socorro.
-Tô fora. Minha última experiência com hospital não foi legal.
Ana entendeu o que ele quis dizer. Logo entraram no escritório e Ana sorriu ao ver os pequenos no colo do pai e Natali sentada impaciente.
-Ei pai. _Alex cumprimentou e isso chamou atenção de John que o olhou surpreso.
-Oi filho. _disse o mais velho ainda encabulado. _-Bem, eu chamei vocês aqui para informa-los que estarei indo a Nova York para assinar alguns documentos e para uma reunião de emergência. Meu vôo saí hoje a noite e ficarei fora por três dias...isso se tudo correr bem.
-Vai correr super bem senhor Depp! _Ana foi logo dizendo como um papagaio_-Já deu tudo certo! O senhor vai ir e vir em segurança e tudo em relação ao seu trabalho irá se resolver. Estarei na torcida! Nós estaremos, não é verdade crianças?
Até Alex se juntou a eles ao dizer
-Sim!
John não aguentou e começou a rir enquanto olhava para os filhos e a babá.
-Obrigado. _disse ele olhando diretamente para ela que sorriu tímida. _-Bom, como eu estava dizendo: tenho que viajar, por isso vim mais cedo para ficar com vocês, e pedi à Maria que preparasse um prato diferente essa noite, mas neste momento eu gostaria de ficar com meus filhos queridos e conversar. _ele olhou inseguro para o filho mais velho _-Se você quiser ficar, Alex, deixo ao seu critério. Mas saiba que será muito bem vindo.
John viu quando Alex e Ana trocaram olhares e não entendeu muito bem o motivo.
-Hum...eu adoraria, pai.
Mais uma vez o homem surpreendeu com a atitude do filho e ficou feliz por isso, abraçando os pequenos ainda em seu colo.
-Quanto a Natali; ela ficará encarregada de cuidar da casa, por tanto já combinei com ela de se hospedar aqui neste meio tempo até o meu retorno.
Ana viu Natali sorrir presunçosa e como já havia sacado a dela, ficou em alerta.
Natali era uma das funcionárias que não se hospedava na casa. Ela tinha seu próprio apartamento e seu horário de trabalho era de sete às oito da noite, indo embora após seu turno e em seu próprio carro.
-E Srt. Ana!_John chamou e Ana olhou para ele_-Quero que continue fazendo seu trabalho perfeito com as crianças e me ligue sempre que houver algum problema.
-Eu posso ligar caso aja algum problema, senhor._Disse Natali.
-Não, Natali, seu trabalho é manter a casa em ordem; e o da babá é cuidar das crianças. Então é Ana quem tem que me informar sobre qualquer coisa que estiver acontecendo com eles.
-Certo. Desculpe senhor.
-Bom, era isso que eu tinha pra dizer. E...Ana! obrigado pelo café.
Ana olhou para ele chocada. Pois não fora ela quem preparou.
-Mas senhor, não foi eu quem fez.
-Mais foi quem o trouxe pra mim. Então obrigado..._ele sorriu ladino _- Podem ir.
Ana acenou com a cabeça, pediu licença, e junto com Natali, deixou o escritório.
Quando elas sairam, John interagiu com os filhos. Há meses que ele não tinha um momento assim com eles.
Algumas horas entretendo os menores com jogos no computador...John se levantou e foi se sentar com Alex.
-Filho.
-Pai.
Ficaram por um segundo em silêncio, até que John tomou a frente
-Eu sinto muito, Alex.
Alex olhou para o pai que já olhava para ele e o abraçou. John não esperava, mais gostou imensamente do abraço.
-Senti sua falta. _disse Alex já começando a chorar.
-E eu a sua meu filho. Muita.
-Me perdoa. _pedia Alex ao soluçar _-Por favor, me perdoa, pai.
-Eu que preciso do seu perdão, meu filho. Fui negligente com vocês...eu devia ter sido mais presente...sinto muito.
-Você tentou. Mais foi eu que não dei espaço...eu devia ter sido mais compreensivo com a sua dor e a dos meus irmãos, mas só pensei em mim mesmo e acabei te machucando.
-Não. _John olhou para o filho após o abraço e limpou as lágrimas dele_-Você não me machucou, rapaz. Muito pelo contrário. Você me ensinou a ser forte, Alex. Desde o dia em que nasceu, você tem me ensinado a ser homem. Às vezes eu caio, mas quando olho pra você e para os seus irmãos, sinto-me revigorado e disposto a seguir em frente. Se não fosse por vocês eu já teria desistido. De verdade.
-Você não faz idéia do quanto senti sua falta...e quando pensei na possibilidade de nunca mais voltarmos a ser o que éramos, me desesperei; porquê nunca tive a intenção de perder sua amizade, pai.
-Você nunca perdeu minha amizade, filho. Mas devia ter me contado o que estava sentindo, assim podíamos ajudar um ao outro.
-Foi exatamente o que a Ana me disse.
-Ana?...o que a babá tem a ver com isso?
-Ela foi quem conversou comigo e me aconselhou a vir falar com você, pai. Eu contei a ela minhas inseguranças e Ana me deu um empurrãozinho do bem. Acho que se não fosse por ela, eu ainda estaria agindo como um idiota.
John balançou a cabeça desacreditado
-Quem diria que em tão pouco tempo aquela jovem tornaria essa casa mais feliz com gestos tão simples. Eu tenho visto seus irmãos mais agitados do que de costume, e agora você finalmente veio falar comigo...a srta. Ana está se tornando um anjo para nossa família, filho. Acho que minha gratidão não é o suficiente.
-Não acho que ela espera algo mais, pai. Pelo que me disse, Ana se sente grata por você ter a contratado e quer retribuir isso da melhor forma possível.
-Bom, ela tem feito um excelente trabalho. Devo admitir.
Alex assentiu e olhou para os pequenos começando a sorrir quando os viu quase destruir o computador.
-Melhor ir lá, antes que eles causam uma explosão.
John começou a rir e concordou. Ele se levantou, mas antes de ir até os pequenos, deu um beijo no topo da cabeça de Alex, que sorriu para ele.
-Te amo, filho.
-Também te amo, pai.
E assim foi o resto da tarde. Pai e filhos se divertindo, enquanto Ana ajudava de bom grando no jantar da família. Já Natali, permaneceu emburrada em algum canto da casa.
...
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top