⚓ CAPÍTULO 12: Buxido


   Barnes se viu tomado por pensamentos e ideias obscurantistas a respeito do acontecimento passado. O grupo se manteve em um silêncio profundo. Guardaram suas opiniões para si. 

    No dia em que saíram do subsolo, algo tão misterioso quanto a pura existência da ilha ocorreu. O formigamento em cada um ali presente fez com que decidissem sair logo ao acordarem. O mistério passado fora deixado de lado. Vamos dar o fora daqui o mais rápido possível, disse o capitão.  Pegaram suas armas, e a primeira porção a sair foi formada por Barnes, Larsson, Nielsen, Wilson, Allen e Ieyasu. Alguns minutos depois, ao terminarem de se organizarem, saíram Sullivan, Watson, Louis, Charles, Evelyn e Petersen. Quando o segundo grupo fechou o subterrâneo - pelas mãos de Watson, virou-se para os outros cinco, que estavam de costas. Procuravam pelo grupo anterior. Ninguém estava ali. O ex-militar não resistiu, e por mais que o restante de seu grupo discordasse, ele berrou os nomes de Barnes e Larsson, mas sem sucesso. Não havia mais nada.

   Watson não pensou duas vezes. Ajeitou suas quinquilharias e reuniu seu grupo para se manter em frente. Por sorte, se encontrariam no objetivo, assim pensava, seja lá o que tenha acontecido. Deu-se a atingir o destino com sua trupe, e conduzindo a viagem, passaram o resto do dia caminhando na área verde.

   Ainda era noite. Logicamente, o pio de pássaros distantes deixava-os com um quê de curiosidade a respeito de como estariam os outros seis. Havia um medo estarrecedor nos olhos de Evelyn, que, no auge de seus vinte e oito anos e de uma fraca carreira como escritora, pensava muito sobre um término trágico para tão poucos trabalhos lançados. Por muito imaginou que escrever sobre aquele momento na ilha daria um best-seller, mas seria impossível pelo pouco material, claramente. Logo que a madrugada chegara, Louis e Charles trocavam comentários em alusão as escolas e universidades que trabalhavam, e o professor de História contou ter trabalhado em dois livros sobre as eras Paleozoica, Mesozoica e Cenozoica. Sullivan, em diálogo curto com Watson em que discutiam sobre o capitão, relatou ao ex-militar que Barnes era sim um grande sujeito, e, questionado sobre Hill, a qual ele tanto queria encontrar, ou pelo menos obter respostas, explicou ser um dos primeiros amigos quando entrou para a marinha norte-americana, e desde o desaparecimento e o ocultamento das informações a respeito da suposta tragédia marítima que lhe acometeu, foi tomado por uma raiva contra o próprio país, se dedicando pelos próximos anos de sua vida a buscar respostas e solucionar o caso, omitido pelas autoridades da nação. Petersen, por sua vez, se tornava cada vez mais isolado. O que se sabia, é que o detetive de Los Angeles queria ter passado mais tempo com o falecido Smith, que atuava na mesma área e era ligeiramente mais experiente, mas conheceu a morte por Gytrash.

   Jáera dia quando o grupo, exaurido das passadas realizadas na noite, resolveu sepor a descansar próximo a rochas de tamanhos distintos. A crença de que o maunão atuava durante o dia se manteve firme e de pé, já que nada de estranhohavia acontecido até aquele momento. Até ele. Quando as árvores de expesso caulese sacolejaram fortemente e arbustos foram pisoteados bruscamente, o chão foi levemente marcado. Watson empunhou sua arma alemã, e Sullivan se aproximou. Evelyn ePetersen os seguiram, enquanto a dupla de professores se mantiveram recostadosa uma boa pedra titânica. As pegadas entregavam que, o que quer quefosse, não era de tamanho humano. Petersen, em um breve segundo, analisou queas pegadas tinham tamanho similar a de um gorila, mas ao passar o dedo nasmarcas, acreditou ser realmente de um humano comum. Em seguida, dois gritos vieram a tona, e viraram-se de imediato para ver. Seus olhos foram em direção aos corpos de Louis e Charles, ensanguentados e com os crânios esmagados por uma mão marrom amendoada. O predador tinha quase quatro metros de altura, sendo um bíbede. Sua face era uma combinação assustadora entre um gorila e um homem, além de um cheiro desagrádavel, porém desconhecido. Sua palma da mão esmagaria rochas, derrubaria árvores e arremessaria homens e mulheres se bem quisesse.

   Ao choque de ver aquilo em plena luz do dia, Petersen ajeitou o arco e flecha que conduzira. Apontou e arremessou. Ele era ruim, de fato, e tinha menos de vinte para arriscar. Errou as quatro primeiras. A criatura desajustada e medonha deixou que os corpos de Louis e Charles fossem ao chão, e somente agora o detetive carimbou o peito peludo do inimigo, mas sequer o feriu. Maldito Pé-Grande! Ele esbravejou. Evelyn ostentava o medo em sua face, caminhou para trás, tropeçou num infeliz galho, mas manteve sua lança de pé, temendo um ataque. Sullivan guardou sua lanterna e tomou a arma da moça para si, abriu distância para o homem gorila, e Watson tomou frente, abrindo fogo. Pediu que corressem, e todos se puseram a ir embora imediatamente. A criatura grunhiu de forma estranha e desapareceu por entre as árvores.

   O cheiro que se punha entre os narizes do grupo era terrível. Larsson ainda estava preocupado com os outros, que misteriosamente haviam desaparecidos, mas Barnes parecia não se importar. O capitão conduziu a jornada empunhando sua espingarda com os outros cinco e pouco se importou. O tempo corria de forma dissemelhante. Ainda era fim de madrugada quando, bocejando, Wilson demonstrou cansaço pela primeira vez, mas o bom velhinho se atentou a sua fé poderosa e permaneceu de pé para os aliados e continuou a viagem, cortejando um trajeto sinuoso de árvores enegrecidas. Nielsen, no entanto, servia como um bom ombro amigo para o senhor. Um demonologista e um padre. Curioso, oras. Também era notável como Allen não se perdia do grupo, já que de minuto em minuto, erguia sua cabeça para ficar atento as estrelas e a condição noturna. O japonês, todavia, andava sempre com a espada a postas para assassinar o inimigo, e suas mãos entrelaçadas pacientemente enquanto caminhava.

   O estalo das árvores e o pisotear de folhas secas em combinação ao quebrar de galhos foi de fato curioso. Engraçado também, como o som, misterioso, se fazia repetitivo e em círculos. Barnes ordenou que não parassem para conferir. Wilson nitidamente desconfortável, se agarrou a seu crucifixo, e Allen colocou suas mãos nos ombros do homem de batina, caminhando a centímetros dele.

   Quando um fino grito foi feito, os pássaros bateram suas asas e foram embora imediatamente. O grupo parou, e Ieyasu sacou sua espada sagrada. Estava de frente para algo que fugia do padrão estabelecido pela raça humana e compreensão. Seu corpo lânguido, esbranquiçado e manchado por sangue em todas as partes era de fato um show de horror para qualquer vista do homem. Sua cabeça raspada era como uma luminária, e seus olhos e boca avermelhadas representavam uma animalesca fome. O trapo que cobria sua parte íntima - caso realmente possuisse, lhe dava um aspecto tão podre quanto uma criatura que foge das revistas em quadrinhos ou de um bom livro de terror. Seus dois braços eram enormes, e passavam do joelho. Magro, detinha longas unhas. Imundas. Além, logicamente, de um odor pútrido.

   Barnes, Larsson, Nielsen e Allen fizeram uma barreira para o velho padre, e Ieyasu caminhou para a frente. Como se quisesse olhar nos olhos do inimigo cujo rosto refletia maldade e morte. A boca mole da criatura escorria sangue sem parar, e era absolutamente enorme. Encaixaria de modo muito fácil a cabeça de uma pessoa. Ieyasu, com sua espada a posta, posicionou suas pernas e em momento algum parou de olhar para aquela figura grotesca. O capitão, voltara a temer, sussurrou para que o nipônico retornasse. Acredito eu que, pela primeira vez, Barnes percebeu que não era o homem mais destemido do mundo. O experiente ex-militar japonês, que jamais largara sua arma branca, ficou a bons centímetros do demônio branco, a qual ele encarou sem medo algum. Seria sua alma de samurai falando mais alto? Aquela coisa era rápida, de fato. Em menos de cinco passos, e seus longos braços já abraçavam o asiático, que permaneceu estático. O sangue da boca podre pingou em sua cabeça calva. Ele permaneceu imóvel, até que a criatura arreganhasse sua bocarra e encaixasse seus dentes afiados no homem. E assim foi feito. Sangue jorrou para ambos os lados, mas não só de Musashi Ieyasu. A espada, posicionada ao centro, tocou o peitoral flácido do outro, e surgiu do outro lado. Para Ieyasu, essa morte era banhada por glória, honra e dignidade. Ele havia competido e deixado nosso plano como um verdadeiro espadachim.

   Ao último grito desesperador do monstrengo acinzentado, o manto branco do japonês se tornou vermelho, e seu kanji coberto. Barnes, Larsson, Nielsen, Allen e Wilson suspiraram ao ver o debater da besta, e em segundos deram as costas e dispararam.

Ao último grito desesperador do monstrengo acinzentado, o manto branco do japonês se tornou vermelho, e seu kanji coberto. Barnes, Larsson, Nielsen, Allen e Wilson suspiraram ao ver o debater da besta, e em segundos deram as costas e dispararam.

Ao último grito desesperador do monstrengo acinzentado, o manto branco do japonês se tornou vermelho, e seu kanji coberto. Barnes, Larsson, Nielsen, Allen e Wilson suspiraram ao ver o debater da besta, e em segundos deram as costas e dispararam.

📊 1612 palavras.

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