Capítulo 1

O primeiro dia de verão. Época onde os dias são mais grandes que a noites e perfeitos para praticar esportes e fazer viagens. Época na qual os estúdios de cinema estratégicamente lançam animações para aproveitar as férias das crianças. Aumenta-se a venda de aparelhos de ar-condicionado e ventiladores na tentativa de deixar a temperatura adequada ou no mínimo suportável dentro das casas. Mas, mesmo com esses aparelhos, o que a maioria da população prefere mesmo é ir à praia. Nos finais de semana elas ficam literalmente lotadas, como se fosse um pedaço de doce e as pessoas fossem formigas. Elas se ajeitam umas do lado das outras disputando o espaço na areia que fica cada vez menor quando se conta o tamanho das sombrinhas usadas para se proteger do sol.
Cercado por essa agitação de pessoas e confusão de cores e sons, tudo que qualquer pessoa poderia querer seria um lugar para ela própria. Uma praia só para ela caso fosse necessário para sair daquela bagunça. E Marcos conseguiu isso. Mas não da forma desejada.

O dia quente era seguido pela calmaria do mar, a areia da praia parecia ser a mais branca já vista. A temperatura estava na casa dos trinta e cinco graus mas a sensação térmica chegava com tranquilidade aos quarenta.

Marcos estava deitado de bruços naquela areia fina e quente. Seu rosto começou a formigar e sentiu seu pé sendo molhado por algo frio. Marcos acordou. Pressionando suas mãos contra o chão, levantou seu corpo e se sentou com um pouco de dificuldade. Sua cabeça doía como se tivesse levado uma pancada. Sua visão estava levemente embaçada e sua audição confusa devido aos sons diferentes que estava ouvindo. Levou sua mão a parte esquerda do seu rosto e se limpou da areia que o cobria.

Desnorteado e um pouco tonto, ele movimentou a cabeça na intenção de olhar à sua volta mas tudo parecia estranho e embaçado. Ele se ajoelhou e lavou o rosto na água do mar, em seguida se levantou observando-o.

Sentiu que várias partes do seu corpo doíam e percebeu que havia folhas secas grudas na sua roupa e que estava sujo de barro. Limpou as folhas que ainda estavam garradas nele e esfregou os olhos na tentativa de clarear sua vista. Agora, um pouco menos confuso, olhou com mais atenção á sua volta mas não reconheceu nada que o parecesse habitual. Marcos observava várias árvores, pedras e o mar que de tão calmo e tão azul a todo instante se confundia com o azul do céu no horizonte.

Ao ver um pássaro passar voando na sua frente ele levantou o braço para tampar a luz do sol e enxergá-lo melhor, mas não conseguiu observar a ave pois a presença de um estranho símbolo marcado em seu pulso esquerdo acabou roubando toda sua atenção.

Ele abaixou o braço e examinou com mais calma mas apesar de não se recordar, de alguma forma, aquele símbolo lhe passava uma sensação de familiaridade.

Ao perceber que não conseguiria se lembrar de onde já havia visto aquilo, Marcos abaixou o braço e se virou encarando a floresta à sua frente. Nas extremidades da praia não havia continuidade de terra, então presumiu que poderia estar em uma ilha qualquer. Suas emoções variavam pois, ao mesmo tempo em que estava surpreso, começava a ficar com medo do desconhecido e confuso com aquela situação. As perguntas surgiram com força quando ele finalmente constatou sua atual realidade: Perdido em uma ilha, sozinho, sem a menor ideia de como chegou e muito menos, de como conseguir sair dali.

A areia estava começando a esquentar seus pés e deixá-lo desconfortável quando na beirada do morro ele avistou um par de sandália jogadas. Deixou a areia quente e pegou as sandálias para proteger seus pés e não ter que pisar nos galhos podres e folhas secas do chão da floresta.

Sua cabeça fervilhava de perguntas. Mas não encontraria as resposta para elas parado ali.

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