Elen- As minhas últimas forças

Descobri a poucos dias que estou com uma doença muito grave, câncer de mamas e isso foi simplesmente um choque para mim, pois tenho apenas 15 anos e imaginem como é difícil para uma adolescente encarar uma situação como essa.

Estou me arrumando, ou ao menos tentando né, porque hoje se inicia a minha primeira quimioterapia. Meus pais estão também em choque e muito tristes com essa triste notícia, essa noite mesmo eles passaram em claro chorando por todos os cantos.

As dores pelo meu corpo não me deixam dormir nem por um segundo, são muito intensas e dolorosas, mas vou tentar encarar isso como uma oportunidade de aprender algo, que não sei o que será ainda.

Mãe: Filha, você já se arrumou precisamos ir para o hospital.

Elen: Sim mãe.

Falei enquanto enxugava as lágrimas que insistiam a escorrer sobre meu rosto.

Pai: Vai ficar tudo bem filha.

Ele veio em minha direção me dando um abraço, minhas lágrimas ainda caiam sobre sua blusa preta.

Espero que ele esteja mesmo certo e que tudo isso passe logo, mas já estou conformada com a minha morte.

Elen: Tomare que sim pai.

Pai: Sempre vou estar ao seu lado filha.

Nesse momento é muito bom saber que tenho um pai e uma mãe presentes em minha vida, em quem posso contar nesse momento tão difícil da minha vida.

Elen: Sou tão nova por que isso tinha de acontecer justo comigo em?.

Pai: Não sabemos também Elen, mas isso vai passar logo.

Estamos indo em direção à cozinha para tomarmos o nosso café da manhã. Como eu estou muito fraca pelas dores, meu pai serviu meu café e preparou um pão com manteiga para mim, comecei a comer me tremendo toda principalmente nas mãos.

Terminamos o café e estamos indo em direção a porta de saída, vamos ir no carro do meu pai que como sempre está na garagem.

Entramos no carro e não demorou muito para chegarmos em frente ao hospital, não sei o por que mas sempre odiei hospitais.

Mãe: Vamos Elen, isso vai te ajudar a melhorar dessa doença.

Ela fala como se isso fosse uma gripe passageira, mas não é.

Elen: Você fala como se isso fosse um resfriado, mas mãe não é.

Mãe: Devemos sempre pensar positivo.

Ela sempre fala isso e todas as vezes que pensamos postivo, tudo dá errado então eu não acredito muito nisso.

Elen: Não tem jeito eu vou mesmo morrer, é melhor aceitar.

Pai: Elen, desça logo desse carro menina.

Suspirei profundamente e sai do carro. Ao entrar no hospital já consigo avistar várias pessoas doentes, ah claro o que eu queria ver afinal?. Pessoas sorrindo que não iriam ser.

Sentamos para aguardarmos o atendimento que pelo visto é muito demorado, já estou exausta de tanto esperar. Depois de muita demora finalmente me chamaram: Elen Abreu a moças falou umas duas vezes.

Elen: Mãe, você está surda não está ouvindo a moça me chamando?.

Pai: Eu fico aqui esperando vocês.

Entrei junto com a minha mãe ela se sentou em uma cadeira e eu na outra.

Médico: Então hoje vai ser a sua primeira quimioterapia Elen?.

Não eu vim aqui só para ficar olhando nessa sua cara.

Elen: Sim, vamos logo com isso por favor.

Mãe: Calma filha.

Médico: Precisamos primeiro fazer alguns exames.

Ah mais essa exames de novo, toda vez tenho que fazer essa merda de exames.

Elen: Exames novamente?. Já fiz da outra vez.

Médico: Precisamos ter certeza de que seu caso ainda tem solução.

Essa não, o que ele quis dizer com isso porque na minha cabeça só entendi
" Você vai morrer se conforme logo".

Mãe: O que o senhor quis dizer com isso minha filha vai ficar bem né.

Médico: Só fazendo os exames para sabermos.

Minha mãe no mesmo momento começou a passar um mal estar e desmaiou.

Elen: Mãe, acorda.

Médico: Ela está apenas desmaiada logo vai acordar.

Passou-se alguns minutos e minha mãe acordou um pouco agitada.

Mãe: Aonde estou?. O que houve.

Elen: Você está no hospital mãe não se lembra?.

Mãe: O que eu vim fazer no hospital estou doente?.

Ela parece ter perdido a memória completamente do nada.

Elen: Não mãe, eu estou com câncer se lembra agora?.

Mãe: Quem é você?.

Ah não agora ela está de brincadeira com a minha cara né.

Elen: Sou sua filha, a Elen mãe.

Mãe: Mas eu não tenho filhos.

Claro que ela tem, só pode estar ficando doida, até parece que bateu a cabeça em uma pedra.

Elen: Claro que tem, preciso fazer a quimioterapia.

Médico: Depois a gente ver o caso da sua mãe, eu não tenho o dia todo precisamos fazer a quimioterapia.

Mas isso foi o que eu tinha dito ué. Entrei na máquina e a quimioterapia se iniciou, confesso que não estou com muitas esperanças nesse tratamento, para mim está sendo totalmente em vão, eles não querem aceitar que vou morrer.

Mãe: Já acabou doutor?.

Médico: Está quase acabando.

Minha mãe não está falando muito bem, há algo de estranho com ela, parece mesmo que ela perdeu a memória do nada.

Mãe: Você é minha filha?.

Acho que eu já disse que sou, tô dizendo que ela tá louca.

Elen: Mãe, sim eu sou tua filha mulher.

Mãe: Ah estou me lembrando, você é a Elen minha filha mais nova.

Finalmente ela está caindo na real demorou em.

Elen: Claro que sou mãe, agora vamos já acabou a quimioterapia.

Mãe: Nossa estou com uma dor de cabeça horrível.

Elen: Deve ser pelo desmaio.

Saímos do hospital e entramos novamente no carro. Seguimos até que chegou em casa, mas não trocamos nenhuma palavra no caminho e nem contei ao meu pai sobre o desmaio da minha mãe, porque ele sempre se preocupa muito com essas coisas.

Elen: Não sei se vou continuar com esse tratamento.

Pai: Claro que você vai Elen, é a nossa única esperança de você melhorar.

Elen: Pai, você tem que aceitar eu vou morrer não há o que fazer.

Ele começou a chorar e entrou em seu quarto.

Mãe: Elen, não perca a fé até parece que não acredita em Deus.

De fato eu não acredito em Deus, minha mãe é muito religiosa e coloca isso em tudo, mas eu não acredito em nada.

Elen: Você sabe que não acredito mesmo.

Mãe: Um dia você vai se arrepender disso Elen.

Elen: Acabei de sair da quimioterapia e nada mudou continuo com mais dores do que antes.

Mãe: Esse é seu primeiro dia, as coisas levam tempo.

Elen: Milagres não levam tanto tempo assim, temos que aceitar a realidade.

Mãe: Tudo nessa vida leva tempo Elen.

Minha mãe sempre acha que tem razão por ser mais velha do que eu, e talvez ela tenha mesmo razão em algumas coisas, mesmo assim prefiro morrer mesmo pelomenos assim não serei mais um problema para eles e nem incômodo mais ninguém.

Elen: Mãe, estou mal acho que não vou suportar de tanta dor dessa vez.

Mãe: Aguente firme Elen, vou buscar seu remédio.

Não suporto mais tomar esses remédios, vontade de me livrar de uma vez deles.

Elen: Não dá mãe estão muito fortes.

Acho que é o meu fim, não estou mais aguentando essas dores.

Pai: Por favor filha, aguente firme.

Minha mãe chegou perto de mim com o remédio peguei o comprimido em minha mão e enguli com um pouco de água.

Elen: Espero que agora melhore.

Achava mesmo que com aquele remédio iria melhorar a dor, mas só fez piorar mais ainda, até parece que meu estômago vai sair pela boca não sei se isso existe, mas é a sensação que eu tenho nesse momento.

Elen: A deus mãe, chegou minha hora não tem mais jeito.

Não acredito que vou morrer com apenas 15 anos de idade, isso não é justo o que eu fiz para merecer isso mas se for para ser um peso na vida dos meus pais é melhor partir de uma vez por todas.

Mãe: Não filha, você não pode morrer.

Pai: Filha, não deixe a gente, nois te amamos.

Parece até que por um instante estou dormindo. Mas estava completamente enganada, acordei em um lugar horrível eu nunca acreditei em inferno mas isso parece muito com um.

Talvez Deus: Elen Abreu, seria a senhorita?.

Elen: Sim sou eu mesma, mas quem é você e aonde estou?.

Talvez Deus: Eu sou aquele que por tantas vezes você mesma disse que não existia, se lembra Elen?.

Elen: Você é Deus?.

Não posso acreditar será que ele é mesmo esse tal de Deus que todo mundo tanto fala.

Talvez Deus: Sim Elen, lamento você não ter acreditado em mim mas eu existo mesmo e agora você está vendo isso.

Será que a doença foi um castigo dele por eu não ter acreditado nele, eu juro que tentei mas nunca consegui parecia mais um conto infantil na minha cabeça.

Elen: Então o câncer foi um castigo seu ou algo do tipo?.

Talvez Deus: Na verdade não Elen, tudo no universo tem suas leis você só pagou por algo que fez anteriormente.

Elen: Mas então eu vou para o inferno?.

Talvez Deus: Ainda não, você vai ficar de recuperação quase igual na escola.

Elen: Terei deveres para fazer?.

Talvez Deus: Não exatamente, mas terá uma missão.

Ele me mostrou a foto do irmão da minha melhor amiga a Bianca Castros.

Elen: Mas esse é o Daniel, irmão da minha melhor amiga.

Talvez Deus: Sim é ele mesmo, sua missão vai ser fazer ele se apaixonar por você no caso uma morta, e se apresse porque você tem somente uma semana.

Elen: Ninguém se apaixona em uma semana, e além disso ele tem namorada e não faz o meu tipo.

Talvez Deus: Isso ou o inferno você escolhe Elen.

Completamente do nada ele sumiu da minha frente. Ainda não consigo acreditar que estou morta, meus pais devem estar muito tristes, eu tentei segurar as dores mas aquilo foi muito maior do que as minhas forças.

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