3. Aquele mais veloz
Olá pessoas maravilhosas, antes de tudo vou deixar aqui o book trailer de a Herdeira de Rubi para vocês entrarem no clima. O que acharam?
https://youtu.be/4vMPCPWyFTU
Olhei uma vez mais para Davos, em seu rosto pude ver um leve sorriso de excitação tomar o lugar de seu mal humor normal. Eu podia ver que ele adorava aquele tipo de competição. Ele deveria ser muito bom. Tentei fazer meus músculos relaxarem, e minha mente ficar mais alerta, quando fundia meu equilíbrio com o de meu dragão. Mas nós não perderíamos.
Ouvi o som de uma mini corneta, e Modesh disparou para o céu. Seu tamanho atrasando sua decolagem.
Quando senti meus cabelos, já longos demais para se espalharem sobre meu rosto por conta do vento favorável ao voo de Modesh.
Xinguei. E escutei um grunhido irritado do dragão abaixo de mim.
Se concentre, Lorilae, ou nem toda minha grandeza vai ser capaz de ganhar uma corrida com um estorvo de cavaleira.
Arranquei uma tira de minha camiseta aproveitando o voo ainda tranquilo, para amarrar de uma forma desajeitada a maior parte do meu cabelo. Como diabos Davos conseguia fazer aquilo, com todo aquele cabelo?
Modesh bateu as assas de uma forma mais pesada, o ar zumbindo alto ao meu redor, quando me inclinei para frente a fim de vencer a resistência que o vendo fazia em meu corpo, depois que uma inclinada mudou a direção do voo do dourado.
A nossa frente Aela e Davos voavam incrivelmente rápido. Mas o dourado não tinha chegado nem perto da velocidade que eu já o vira atingir.
Ele não precisava dizer nada para que eu soubesse que estava irritado, apesar de nossas equilíbrios unidos, aquilo não era o suficiente ainda, não contra eles, que provavelmente tinham anos de treinamento juntos como um, a nossa frente.
A cada batida de asas a velocidade de Modesh dobrava. A magia fluindo de mim para ele e então fazendo o caminho contrário como um rio agitado depois de uma tempestade. Não demorou para que o dourado encurtasse a distância e então as planícies abaixo de nós começaram a se tornar cada vez mas ingrimes, até que colinas cobertas de floresta densa chegou a minha visão.
Aela diminuiu a altitude consideravelmente e Modesh não demorou para fazer o mesmo, aproveitando as correntes de ar, deslizando pelos céus como um raio que anuncia uma tempestade.
Meus músculos, rígidos pela força descomunal que tinha que fazer para me manter firme em Modesh, mesmo com a ajuda das amarras, começavam a tremer, atrapalhando a minha concentração no elo entre cavaleiro e dragão. O dourado voava cada vez mais rápido, minando ainda minhas forças.
Faça melhor, Lorilae.
Eu bufei de exasperação. Eu não iria ser derrotada, não por uma falha de meu corpo.
Use a magia dracônica. O que pode um dragão pode seu cavaleiro.
A magia draconica do vento. Um dos motivos que permitia que as poderosas asas daquela raça fossem capazes de levantar tanto peso. Dragões podiam usar o vento ao seu favor, deslocando massas de ar como bem quisessem.
É assim que fazem? Perguntei. Os cavaleiros treinados?
Isso é apenas o básico do que fazem. A magia dracônica sempre é mais forte quando usada em conjunto, pelo dragão e cavaleiro, isso pode fazer, entre outras coisas, com que as manobras sejam mais eficientes, que a velocidade aumente consideravelmente.
Como faço isso?
Me lembrei em como tinha feito com que meus olhos vissem no escuro com a magia de Modesh, soltei as amarras e espalmei as mãos contra as escamas duras e quentes do dragão.
Confiando.
Fechei meus olhos e me deixei levar pela magia que pulsava ao nosso redor. Minha consciência sentiu a do dourado e então eu era tudo que ele era. E ele era tudo o que eu era.
Quando abri os olhos não era apenas Lorilae.
Foi quando eu a senti. Primeiro como um formigamento estranho na nuca, um gosto metálico em minha boca, e então com um puxão em toda magia que vinha de dentro de mim.
Já não precisávamos falar, e eu entendia completamente o que Modesh queria dizer em sua poderosa língua dos instintos.
O ar já não me puxava para trás, e o frio insuportável do vento, não tocava minha pele mais quente que o normal.
Eu sorri. Aproveitando cada segundo daquele voo.
Era verdadeiramente incrível, e eu sabia que Modesh sentia o mesmo.
Outro puxão em nosso elo e eu soube o que precisava fazer, manejado a magia da mesma maneira que Modesh agora fazia juntei nossos equilibrios para ajudar Modesh em sua manobra descendente em direção ao vale estreito entre as montanhas.
A cabeça de Modesh alcançou a cauda prateada de Aela, e uma manobra ousada e descendente do dragão de Davos anunciou que tinham conseguido ver a pedra.
Mas eles não eram os únicos que tinham conseguido. Firmei minhas pernas esperando o que viria a seguir.
O dourado impulsionou seu corpo para baixo, em uma manobra mortal em direção ao chão. Dessa vez, eu não tive uma gota de medo ou insegurança, porque fazia o ar se mover ao redor das asas de Modesh, eu o ajudava a sustentar seu voo, quando meu dragão fechou totalmente as asas e alinhou sua cabeça e pescoço a exatamente noventa graus do chão.
Tão próximo a Aela que podia jurar que se as patas enormes dos dois dragões não estivessem totalmente esticadas para atrás em uma posição aerodinâmica, teriam se tocado.
O chão estava cada vez mais próximo quando o brilho da pedra isolada na beira de um rio me chamou atenção. O sol refletia em sua superfície de uma maneira incrível.
Aela e Modesh permaneciam no mergulho, e eu prendi a respiração.
Nenhum dos dois dragões iria abandonar a manobra antes do outro, quando mais próximos do chão conseguissem chegar antes de abrirem as asas para desacelerar a velocidade para o pouso, mais vantagem seus cavaleiros teriam na corrida pela pedra.
Tudo aconteceu muito rápido para que minha mente formasse pensamentos mais complexos.
Aela cedeu primeiro, minhas mãos trabalharam rapidamente quando Modesh entendeu minha intenção e posicionou seu corpo para se aproximar ainda mais da pedra antes de abrir suas enormes asas.
Agora livre das amarras. Eu saltei.
A magia draconica compartilhada com Modesh, ao mesmo tempo desacelerando a queda do dragão e a minha própria.
A magia do vento não duraria muito depois que me separasse do dourado.
A dor explodiu em meus músculos quando tentei amortecer a queda com um rolamento.
Modesh pousou com um estrondo, de uma forma muito mais desajeitada como nunca tinha o visto fazer, mas recuperando seu equilíbrio rapidamente, como se nunca tivesse falhado em sua aterrissagem.
Aela pousou logo em seguida. E Davos correu em minha direção. Seu rosto estava lívido, e seus olhos percorreram meu corpo em busca de algum ferimento.
— Está louca? — Ele perguntou quando percebeu que eu estava viva.
Eu estendi minha palma. A pedra transparente que refletia a luz do sol brilhou em minha mão direita. Vi a feição assustada de Davos retornar a sua carranca habitual.
— Ganhei. — Proferi.
Você foi incrível, Modesh.
O dragão se agitou atrás de mim.
Davos acariciou a cabeça de Aela, que mesmo depois da corrida ficava orgulhosamente posta ao lado de seu cavaleiro.
— Aela é veloz. — Elogiei.
Davos assentiu.
— Ela é. — Falou. — Achei que nunca veria um dragão como o do reitor da Academia de Rubi, herdado da própria Rainha antiga Alintanie, forte em todos os quesitos, nobre e intenso. Parece que estava errado.
O dourado bateu as asas e balançou a cabeça.
Você não foi tão mal assim, Lorilae.
Eu não sei dizer o que foi mais engraçado, a cara de Alexis quando percebeu que tinha sido eu a ganhar a corrida, ou se foi a expressão assustada que vi nos rostos das pessoas que agora lotavam o patio do castelo em suas atividades diárias, quando Modesh pousou orgulhoso na grama.
— Bom. — Comecei. — Agora que Davos concordou em participar dos jogos em nossa competição de dragões, vamos aos demais. Kiram? Alexis?
— Meu único talento é militar. — Alexis cuspiu as palavras, e eu mantive minha expressão entediada. Meu olhar foi para as duas adagas que mantinha firmemente atadas a sua cintura.
— Destreza então. Kiram, você pode... sei lá... cantar? — Tentei.
O príncipe jogou a cabeça para traz em uma gargalhada.
— Sou completamente surdo para tons. — admitiu.
— Dançar então? — Foi Jadeone que sugeriu, para minha surpresa.
— Malabarismo? — Ouvi a voz de Davos por entre seu sorriso irônico.
Kiram levantou uma sobrancelha, e seu olhar disparou para o homem de olhos diferentes. Eu limpei a garganta e o rastreador voltou a me encarar.
— Posso declamar.
— Faz poemas? — Perguntei, genuinamente surpresa.
— Sabe que vai competir contra pessoas que treinaram suas vocações artísticas por toda a vida, não é? — Jadeone interferiu. — "O amor é lindo, lindo é o amor" não vai te ajudar em nada nessa fase dos jogos.
Kiram abriu um sorriso, e logo vi a sua expressão diplomática entrar em ação.
— Acho que vale a tentativa.
Assenti.
— Talento então. — Decidi.
Mesmo com a cura acelerada que Modesh compartilhou comigo assim que nos tocamos novamente, eu ainda sentia dores quando andei pelo pátio em direção ao castelo. Minha corte já tinha voltado para seus aposentos quando Helgan me acompanhou para meu novo quarto. Na minha primeira noite no lugar tinham me acomodado em um aposento de hospedes, que segundo eles seria apenas até que pudessem arrumar onde iriam me instalar definitivamente.
Não esperavam uma sexta herdeira, os encarregados do castelo tinham feito questão de repetir inúmeras vezes para mim desde que tinha chegado.
— Preciso de preencher sua inscrição de cidadania. — Helgan falou. — Deve escolher suas vocações. Devo presumir que sua principal será militar correto?
Assenti. Não me interessava o que ela escolhesse para mim, meu objetivo ali era simples. Encontrar o assassino. Pegar o livro. Matar o campeão.
— É de bom tom que escolha pelo menos duas vocações laterais para começar.
Assenti, minha cabeça ainda relembrando os momentos do voo que tinha acabado de sair.
— Senhora, está prestando atenção?
— Pode fazer como quiser.
— Preciso entender o que prefere... Posso colocar seu status de cavaleira de dragões como um, mas e o outro? Artes? Música? Não tem um hobbie?
Eu parei de andar para encarar Helgan. Aquilo era mesmo sério? Eu tinha que escolher hobbies?
— Matar conta? — Tentei.
Mas a assistente rolou os olhos. Ela não tinha levado a sério.
E então um barulho familiar fez meus sentimentos se tornarem imediatamente nebulosos. Meu olhar imediatamente procurou a origem daquele som e meus pés se mexeram antes que eu pudesse pensar em alguma coisa.
— Ferraria, então. — Ouvi Helgan falar, quando entrei no galpão aberto e senti o cheiro da forja.
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