XVI

  
- Ouviu isso? - diz Peter.

Não respondo, ouço um som crocante de folhas sendo pisadas, eu e Peter nos viramos para trás

Nada! Só isso, é como se um vulto tivesse passado mais rápido que o normal.

- Vamos procurar mais - eu disse.

-  Tudo bem, mas ainda não confio nesse lugar.

Chego mais perto de Peter, com um sentimento de medo. Andamos mais, até chegar em uma pequena construção de estilo grego. As colunas e paredes se alongam até o início de uma montanha.

- Você se lembra de ter visto essa montanha?

- Não. Deve ser aqui... Vamos resgatar Nico logo de uma vez.

Corro até a construção, parece vazia, só pode ser algum tipo de armadilha.

- Ei ei ei! - diz Peter me puxando pelo braço - não sabemos o que pode ter ali dentro.

- Pode ser uma armadilha.

- Podemos nos machucar.

- Deixa que eu sigo meu instinto. - dei ombros e volto a correr.

- Argh... Lydia! - ele vem atrás de mim.

Encosto em uma coluna, olho para dentro e é como um corredor escuro e vazio.

- Não pode ser tão fácil assim. - Peter estica a cabeça.

- Pois é... Não pode ser tão fácil.

- Só espero que não tenha mais Unicórnios - ele diz irônico.

- Pode ter Unicórnios, lagostas falantes ou qualquer coisa. Só quero salvar meu amigo - eu disse e entro no corredor, deixando Peter pensando.

- Espere, existem lagostas falantes? - ele diz e me segue.

O corredor é escuro, e frio, o que me faz colocar as mãos nos  braços.

   Será que ele sente tanto frio quanto eu?

- Ta pensando nele, não é? - Peter cochicha enquanto caminhamos devagar.

- ... É. Mas, vamos tomar cuidado, pode acontecer alguma coisa.

Dobramos e de novo um corredor, com quatro monstros estranhos, acho que ciclopes. Tinham mais de dois metros de altura.

Volto rápido tomando susto.

- Quantos tem? - Peter pergunta.

- Quatro - ponho a mão no peito por causa do susto.

- Eu fico com três, você com o outro.

- Mas por que eu só fico com um? - sussurro. - Só porque sou menina? Isso é machismo, sabia?

- Sei, não foi intenção.

- Eu tenho um relógio que pode se transformar em qualquer arma. Qualquer uma. Se eu quiser pego uma bazuca e atiro na sua cabeça.

- Tá, mas...

- Eu sou filha de um titã que pode controlar o tempo. Cara, você tem demência?

- Tudo bem, se você quer mais difícil - ele da uma piscadela e vai até o corredor dos ciclopes.

- Aí! - Peter grita - grandões! Vocês pagam metade do preço nas óticas? Entendeu? Metade!

A piada mais idiota que eu já ouvi, que merda. Isso pareceu provocar os ciclopes, que avançaram nele. Na mesma hora pegou a espada e atacou o primeiro.

Peguei o relógio e apertei o botão. Várias armas apareceram. Peguei o arco dourado e atirei flechas sem parar em um deles. Depois a adaga dourada surgiu na minha mão. Atirei e ele virou pó.

Peter cravou a espada na barriga de um deles virando pó. Até que foi fácil, o que foi meio estranho.

Só faltam dois.

Peguei o arco de novo, três flechas na minha mão e atirei repetidas vezes. Peter se virava com a sua adaga e espada. Fazer um desses caras morrer não é fácil.

Avancei e peguei a espada.

- Oi! - chamei a atenção do monstro. Ele me olhou e tentou me pegar, mas eu passei por baixo de suas pernas fedorentas e cravei a espada em suas costas.

O pó me cobriu toda, fazendo cuspir. Peter ainda estava lutando com o outro, em muita dificuldade.

- Peter! - gritei e entregei minha espada, deixando-o com duas.

- Obrigado, mas... Você podia tentar atacar ao envés disso?

O arco fica na minha mão junto com as flechas, atiro cinco vezes seguidas até conseguirmos acabar com ele.

Peter olha para mim e sorri. Ele desaba no chão exausto e eu também.

- Cansado?

- Não - ele tira um bolinho parecido com brownie do bolso e come - Só levei muitos socos, e ossos doendo.

- Depois você queria ficar com os três, não é? - provoco.

- Calada, ruiva - ele deita a cabeça na coluna - E esses seus olhos me assustam. Por que suas armas são douradas?

- Não sei - dou ombros. - Acho que sou especial.

- E bota fé nisso. - ele se levanta - Vem, vamos achar seu amigo.

Saímos de lá e continuei a andar com uma espada na mão. A cada corredor que eu dobrava, ficava mais frio e escuro. Até que  paramos em um cinza, com várias portas de metal.

- Acha que ele está aí? - disse Peter atrás de mim.

- Sim - avancei e passei meus olhos pelas grades. Como não podia ter ninguém vigiando esse lugar?

Na terceira sela, vi um pontinho preto no chão. Parecia estar dormindo, era Nico!

- Nico! - eu disse quase gritando e me arrependendo depois por isso.

Ele abriu os olhos com dificuldade, depois os mesmos brilharam.

Peguei a espada e cortei a tranca, Peter empurrou a porta, fazendo-a abrir.

- Ai, meus deuses! - eu disse e fui até ele. Peguei em seu rosto, estava frio e ele mais magro que o normal.

- Eu... Estou bem.

- Só que não. Peter, me da ambrosia e néctar - eu disse e ele jogou uma garrafa e um pedaço de "bolo".

Dei para Nico beber e comer, aos poucos ele foi melhorando. Enquanto isso Peter ficava na porta.

- Eu estou bem, Lydia. - disse Nico. - Quem é ele?

- Ele é o Peter, um grande amigo - me virei para ele - Obrigada.

- Obrigada? - os dois disseram surpresos.

- É - dei de ombros - O que foi?

- Lydia dizendo obrigada. Isso é novidade - Peter diz rindo - Vou ficar lá na porta de tocaia.

- O.K.

Me sentei ao lado de Nico e fiquei olhando ele se recuperar.

- Lydia... Você não devia estar aqui! - disse Nico - Vai embora, agora!

- Não! Eu não vou embora até...

- AAAAHH!! - Peter gritou do nada, parecendo uma garotinha. Sua cabeça bateu na porta com força. Ou pior, alguém.

Ele foi arrastado para fora, deixando eu e Nico lá dentro assustados.

Apareceu um ciclope maior que os outros na porta, ele sorriu mostrando os dentes amarelos e fechou a porta com força.

- Podemos começar o plano.

Uma fumaça preta invadiu a sela, me deixando incapaz de respirar. Eu tossia o tempo todo, até meus olhos se fecharem e desmaiar de vez.


Oi gente! Como vcs tão? Feliz ano novo! \(^-^)/
Essa Lydia só sabe desmaiar 😂

Votem e comentem!

Bjs;

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