III
Caminhamos até os chalés, onde formavam um perfeito "U".
- Sente alguma atração por algum chalé? Talvez um deus?
- Nenhuma - falo - Vamos procurar sua namorada.
Vamos até os campos de morango, onde uma garota loira de olhos cinzentos come um dos morangos escondida. Ela nos vê, primeiro Percy, depois eu.
Ela corre quase tropeçando mas nos alcança.
- Percy! - ela o abraça - Senti saudades.
- Eu também. - Acho incrível como os olhos dele se iluminaram - Essa é a Lydia. Nova campista/estranha/sei lá o que.
- Oi - digo - Foi meio que assidentalmente, mas sim.
Ela me olha da cabeça aos pés, com os olhos frios, praticamente me encarando.
- Você é filha de quem? - pergunta.
- Eu ainda não sei.
- Pode dormir no chalé de Hermes. Uma hora seu pai ou mãe vai ter que te reclamar.
- É pai, eu acho... - franzi o cenho, mesmo se eu tentar lembrar do meu pai, não consigo.
***
Depois de um dia bem corrido, uma tarde de tédio e uma noite cansativa, durmo no chalé de Hermes.
É bem barulhento e bagunçado, quem diria que Hermes teria tantos filhos.
Durmo e acabou sonhando um pesadelo...
" - Filha - diz uma voz no meio do nada - essa é a sua chance.
- Que chance?
- Vingue-me! E mate Percy Jackson, uma nova era começa! Você será a minha nova herdeira!
- Herdeira? Pai?
- Isso mesmo! Eu sou Cronos, sru pai, Lydia. Não posso fazer isso, estou muito fraco... Atraia o filho de Poseidon e na primeira chance, mate-o! Uma nova batalha está por vir, e você será minha herdeira!
- A Herdeira de Cronos - repito".
- Herdeira de Cronos! - digo sussurrando quando acordo, apenas com os olhos abertos.
***
Desde que tive aquele sonho, me sinto diferente, com medo de qualquer coisa. Medo de Cronos, de Percy, de mim!
Antes de todos acordarem, saio do chalé e vou até o refeitório sozinha e rápido. Não quero a companhia de ninguém.
As mesas estão vazias, ninguém por perto, só falta a comida.
- Onde tem comida nesse lugar? - pergunto a mim mesma.
- Fale o que deseja comer, e vai aparecer no prato - diz uma voz, parecendo que vem de vários cantos.
- Ham... - torço o nariz e penso em alguma comida, quero algo fora do meu cardápio diário - Ó, senhor prato! Dei-me um sanduíche, de preferência E... Um suco de morango?
No prato aparecem um delicioso sanduíche de pasta de amendoim e um suco de morango perfeito.
- Não esqueça de dar a oferenda - diz a voz quase rindo, era um garoto.
- Que oferenda?
- Aos deuses. Seu pai ou mãe.
- Mas... Eu não sei quem é meu pai - menti.
- Então coma a vontade - ele parecia entediado.
Comecei a comer o sanduíche, melhor que qualquer um que já tinha provado. O suco, melhor ainda.
- Pode deixar um pouco para mim? - perguntou a voz.
- Mas... - digo engolindo o sanduíche - Você não pode pedir? Sabe, para o senhor prato?
- Olha... Digamos que não sou tão bem vindo, nem mesa do meu chalé tenho ainda.
- O.k. mas não tem como eu dar comida para uma voz. Ela não vai flutuar - digo balançando as mãos.
- Você pode ir embora e depois deixar o sanduíche aí. Não precisa me ver.
- Ninguém manda em mim - digo rápido. - Vou sair daqui quando quiser. Apareça ou vou comer o último pedaço.
Aquela pessoa já estava me deixando nervosa.
- Tudo bem. Eu saio!
Um garoto sai de trás de uma das lareiras. Cabelos pretos meio bagunçados, pele bem pálida e um pouco magrinho.
O observo por um tempo, até que nossos olhos se encontram.
Acabo lembrando o porque dele aparecer.
- Ah... - digo balançando a cabeça - Seu sanduíche - aponto para o prato.
- Obrigado - ele continua parado.
- Qual é o seu nome, estranho?
- Qual o seu nome? - ele pergunta.
- Meu nome é Lydia.
- Meu nome é Nico Di Angelo. Filho de Hades.
O observo mais, ele é tão misterioso, eu queria contar tudo para ele.
- Posso confiar em você? - pergunto.
- Para que?
- Eu tive um sonho. Estou desesperada para falar com alguém meio estranho. Penso que não vai me julgar.
O seus olhos ficam agitados.
- Não precisa - ele diz. - Foi sobre seu pai olimpiano, Lydia? Ou sobre Percy Jackson? - diz sombrio. - Eu vi vocês chegando ontem.
Quase caio para trás.
- Quase isso. Como você sabe?
- Eu sou a morte, Lydia, sei até nos sonhos.
Vejo um beija-flor pousar na mesa.
- Sabe quem é meu pai? - pergunto nervosa.
- Me mostre - diz chegando mais perto.
Suspiro, apenas estico o braço e balanço as mãos. O beija-flor que agora voaria rápido, ficou em câmera lenta.
Apenas eu e Nico ficamos parados.
Ele observa ao redor.
- Você é uma filha de Cronos - diz sério. - É impossível.
- Sim, acha que eu não sei? - digo mais rápido. - Não quero que ninguém saiba.
- Pois isso não vai durar muito tempo, Lydia. Alguma hora você será reclamada, e vai aparecer provavelmente uma foice acima da sua cabeça.
Começo a suar, minha testa fica molhada e o suor gelado.
- Se alguém descobrir... - não completo a frase.
- Se alguém descobrir vão querer te matar! - diz Nico.
- E o que você vai fazer? - pergunto. - Não sei se consigo matar Percy Jackson, e você também não vai me ajudar.
- Espera, seu pai disse para matar ele? Você não sabe nada sobre mim! - disse aumentando a voz. - Percy já me magoou muitas vezes e nunca vou perdoa-lo!
- Mas eu não consigo matar alguém! Posso até ser chata mas matar é demais para mim!
Faço uma pausa, quem ele pensa que é? Não sabe nada e ainda grita comigo!
Ao menos se meu pai fizesse alguma coisa...
Percebi que o tempo ainda estava parado, agitei a mão e tudo voltou ao normal.
- Nico... O que você vai fazer?
- Vou te ajudar.
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