First Time
Com minhas mãos envolvendo as de Justin, mesmo por cima do som alto, conseguia ouvir o tec-tec dos meus saltos enquanto caminhávamos em direção à entrada do Demon. Havia uma fila enorme ao lado de fora, todos esperando sua vez de entrar. Passamos por todos indo diretamente para o grandalhão na portaria que imediatamente liberou a nossa passagem quando reconheceu Justin, seu chefe.
Todos estavam aqui: Caitlin com Castiel, Christian, Chaz, até o tal de Za e Khalil que eu não tinha intimidade.
Nolan decidiu não vir, o que deixou todos nós surpresos, sempre saíamos juntos e fazia um tempo que não nos divertíamos, mas depois de Justin fazer tantas perguntas e suas bochechas ficarem vermelhas, percebi o que poderia estar acontecendo.
Nolan não estava querendo sair para uma boate sem Meg, já que desde a última vez em que nos falamos os dois estavam conversando por mensagens.
Será que estariam realmente gostando um do outro a ponto de Nolan decidir não sair para uma balada sem ela? Estava torcendo por eles, Meg merecia alguém assim, e não poderia ficar mais feliz por ela se namorasse Nolan.
Desde os últimos acontecimentos, Justin não teve a oportunidade de trabalhar e incluí-los, e eu sabia que a culpa de boa parte disso era minha. Não que eu estivesse procurado, qualquer pessoa em sã consciência não iria ficar feliz em sofrer um acidente de carro planejado especialmente para te matar, mas eu sabia o quanto esse acidente tirava o seu sono, e mesmo ele achando que não, eu sabia que estava tentando descobrir quem havia feito isso.
Não o importunava com perguntas para não estressá-lo mais do que já estava com toda essa situação. Mas hoje não queria me importar com quem estava tentando me matar ou se vingar de Justin, iriamos nos divertir como nos velhos tempos.
Nunca pensei que sentiria falta deles.
As luzes piscando, o som ensurdecedor, mulheres seminuas dançando, a multidão agitada ao som do DJ, tudo fez uma onda de adrenalina invadir meu corpo. Igual nos velhos tempos. Pensei comigo mesma.
Justin apertou minha mão chamando sua atenção para mim. Olhei para ele que fez um sinal, apontando para o outro lado do local, onde eu sabia ser a área VIP. Ele queria que eu fosse para lá e o esperasse, e assim eu fiz.
Com um beijo na bochecha, Justin se afastou com Caitlin segurando meu braço e me conduzindo para a nossa área VIP.
Todos se sentaram para se acomodar nas poltronas, com strippers se aproximando trazendo bebidas e narguilé. Essa parte VIP era a única que ficava na parte alta destacada das outras, com uma visão privilegiada da multidão.
— Tirem esse narguilé daqui, se Justin ver isso vai dar piti. — Caitlin gritou para uma das strippers por cima do som alto. Ela obedeceu tirando o objeto de uso para fumar maconha, deixando nitidamente o olhar de Christian triste. — Quem quiser fumar, saia da área VIP, depois volte. — Com esse veredito, Christian e Za saíram para fumar, os outros permaneceram com suas bebidas e putas em seu colo. Caitlin sentada no colo de Castiel me fez questionar onde Justin estaria e o que ele foi fazer de fato.
— Está sabendo de alguma coisa? — Perguntei gritando o mais alto que eu podia no ouvido de Castiel.
— Tipo?
— O que Justin veio resolver?
— Ele veio resolver alguma coisa? Pensei que tivéssemos vindo para nos divertir.
— Esquece. — Revirei os olhos. Era inútil insistir, Castiel não sabia de nada. — E você? Sabe o que Justin veio resolver? — Perguntei a Caitlin dessa vez, que parecia mais perdida que Castiel.
— Ele não tem me envolvido nos assuntos em geral faz bastante tempo, tudo que me informa sempre envolve você, eu sei, também acho uma chatice. — Brincou bebendo um gole de sua vodca, me olhando com diversão. Bufei lhe mostrando um dedo no meio que fez o sorriso de seu rosto aumentar.
— E vocês? Vocês sempre estão trabalhando com Justin. — Perguntei ao Chaz e Khalil que se entreolharam.
— Posso ser sincero, Kells? — Começou Chaz. Assenti e ele prosseguiu. — Justin anda estranho e afastado, agora que anda falando sobre carregamentos, roubos, entre outras coisas, mas esteve um bom tempo afastado. Não conversa mais como antes, nem mesmo em um momento como esse, de confraternização. É como se fossemos estranhos para ele, nos deixando afastados dos assuntos tanto de trabalho quanto da vida pessoal. Não sei o que está acontecendo, mas parte disso veio depois do seu acidente. — Deu de ombros, soltando um suspiro. — Sinto falta do meu amigo. — Esbravejou tudo com sinceridade, e eu pude perceber pela sua voz o quanto isso estava o magoando. Olhei para Castiel que se encolheu, virando sua bebida goela abaixo, evitando me olhar. Conhecia Castiel, ele estava nervoso e se estava nervoso isso significava que sabia de algo. Meus pensamentos foram interrompidos com Christian e Za voltando à área VIP, e nada de Justin.
— Christian e Za, sabem onde Justin está?
— Não faço ideia, igual a qualquer outra coisa que Justin faça ultimamente. — Christian murmurou aparentemente irritado. Ele e Justin não estavam se cheirando ultimamente, percebi isso também. O que estava acontecendo com esses meninos?
Fechei meus olhos e lembrei-me da primeira vez em que estive aqui. Era uma completa desconhecida e todos estavam juntos. Chaz e Ryan brincando de lutinha, Nolan se apresentando para mim, Christian emburrado no seu canto e Caitlin me fulminando com os olhos.
Não sabia que aquele era o início de uma longa jornada cheia de altos e baixos com todos eles, e agora estávamos aqui novamente, todos estranhos, afastados, sem brincadeiras de lutinhas ou risadas, e principalmente, sem Ryan.
Não podia deixar meu acidente ou qualquer outra coisa atrapalhar o que tínhamos.
— Você está bem? — A voz de Justin me trouxe de volta a realidade. Ele me olhava com cautela enquanto colocava uma garrafa de água e outra de Coca-Cola sobre a mesa perto das bebidas. — Porque está com essa cara estranha? — Perguntou sentando-se ao meu lado.
— Nada não. — Sorri para ele. — Onde estava?
— Resolvendo...
— Uns assuntos, eu sei. — Completei revirando os olhos. — Mas que assuntos são esses?
— Já falei...
— Pra não se meter, eu sei disso também.
— Vai ficar me interrompendo? — Murmurou irritado. — Não vou meter você em nada disso, já disse, agora podemos, por favor, aproveitar a noite? — Seus olhos me fitaram em súplica, estava cansado e não queria discutir agora, muito menos eu, precisávamos mesmo aproveitar essa noite.
— Tudo bem, vem comigo. — Abri minha mão para que ele a segurasse, conduzindo-o para fora da área VIP.
— Espera, vamos aonde? Tem pessoas fumando aqui...
— Relaxa Justin, só venha comigo. — Continuo o conduzindo em direção à multidão, ainda de costas para ele, comecei a rebolar minha bunda em seu membro seguindo o ritmo da musica, passando minhas mãos pelos meus cabelos enquanto movimentava meu corpo. Pude sentir seu sorriso malicioso perto da minha orelha quando ele a mordiscou, movimentando seu corpo junto ao meu com suas mãos apoiando minha cintura.
Tocava Blame do Calvin Harris com John Newman e a multidão toda empolgada acompanhando as batidas e luzes piscando. Virei de frente para ele e envolvi meus braços em seu pescoço pulando junto com a multidão enquanto ele me acompanhava com um sorriso no rosto.
Notei Caitlin, Castiel e Chaz também vindo para a multidão, animados com a música. Logo Chaz arranjou um par para ele, uma linda morena com cabelos esvoaçantes, mas não era uma das strippers, parecia ser apenas uma frequentadora.
Olhei para Caitlin e sorri enquanto pulávamos empolgadas com nossos namorados. Gargalhei quando Justin começou a distribuir beijinhos em meu pescoço, fazendo cócegas. Caitlin chamou minha atenção para ela formando um circulo entre nós quatro. Fizemos um círculo na multidão e começamos a pular juntos. Comecei a sacudir meus cabelos para todos os lados sentindo os fios baterem em meu rosto enquanto pulávamos e gritávamos.
Quando a música chegou ao fim foi quando notei que as pessoas ao redor nos olhavam e riam ao mesmo tempo empolgados com a nossa empolgação. Caitlin e Castiel se despediram indo para o bar buscar alguma bebida e eu e Justin voltamos para a área VIP.
— Parece que se divertiram. — Christian cantarolou aparentemente irritado.
— Sim, e deveria fazer o mesmo. — Justin alfinetou. Apertei sua mão e olhei para ele, pedindo apenas com o olhar que relevasse. Christian tem todos os motivos para estar chateado com ele.
Abri minha água e dei longos goles com Justin roubando minha garrafa quando ameacei fechá-la.
— Não vai matar sua cede com algo alcóolico?
— Estou em uma casa noturna com minha noiva grávida que quase morreu em um acidente, não vou beber e dar mole para que alguém faça alguma coisa. — Sorri olhando para ele e então me curvei para beijá-lo. Justin largou sua garrafa de lado e me puxou para seu colo, acariciando minhas coxas e apertando minha bunda enquanto sua língua acariciava a minha e seus lábios entrelaçavam nos meus de forma perfeita.
Estava tudo tão bom... Até minha bexiga apertar e eu ter que me obrigar a interromper o beijo.
— Preciso fazer xixi. — Levantei do colo de Justin rapidamente, já saindo da área VIP.
— Espera, é melhor ir ao banheiro do meu escritório. — Justin gritou atrás de mim, onde eu sabia que estava me seguindo.
— Do outro lado da boate com toda essa gente no caminho, o banheiro daqui está mais perto. — Gritei por cima do som olhando pra ele. — Já volto.
— Não, vou te acompanhar. — Quando percebi Justin já estava ao meu lado me conduzindo entre a multidão até chegarmos à porta do banheiro. Assustei-me quando ele abriu a porta do mesmo e começou a entrar comigo, assustando a mulherada lá dentro.
— Justin? O que pensa que está fazendo?
— Liberem uma cabine para minha noiva, agora! — Justin ordenou no meio do banheiro, fazendo algumas mulheres se entreolharem e me encararem descaradamente. Uma cabine foi aberta e uma loira saiu lá de dentro, trabalhava na boate, reconheci pela roupa igual a todas as outras — ou quase roupas, já que a maior parte do corpo estava exposta. — Prontinho, te espero lá fora. — Justin me deu um selinho e se retirou. As cinco mulheres que estavam presentes ficaram me encarando até a pontada na minha bexiga me avisar que eu precisava urgentemente fazer xixi.
Entrei rapidamente na cabine e fechei a porta, me libertando do xixi logo depois. O banheiro ficou em silêncio, mas eu sabia no que elas estavam pensando, que eu deveria ser uma dondoca e que quero tudo na hora que eu quiser. Estava morta de vergonha por Justin ter feito isso, eu poderia ter esperado como qualquer pessoa normal.
Escutei passos saindo e outros entrando, suspirei aliviada, não queria sair daqui com essas mulheres me encarando depois do showzinho de Justin.
Quando estava prestes a sair, uma conversa me chamou atenção.
— Vocês viram? Ele a trouxe hoje. — Escutei uma das mulheres no banheiro dizer.
— Eles estão noivos, não é? Ela está até grávida. — Segunda voz, é claro que o assunto seria eu.
— Soube que ela sofreu um acidente terrível, quase morreu. — Terceira voz, quantas desocupadas estavam aqui fofocando sobre mim?
— Quase? Deveria ter morrido. — Primeira voz novamente, e a raiva estava começando a subir pelo meu corpo cheio de hormônios a flor da pele de uma grávida.
— Nossa Amanda, como você é cruel. — Quarta voz, pois era desconhecida das outras. Todas começaram a rir. Aparentemente só as quatro estavam se embelezando e fofocando no banheiro sobre minha sorte de ter escapado de um acidente terrível. Vacas.
— Falo sério, não via Justin há séculos, e faz bastante tempo que transamos, adoraria repetir a dose, foi a minha melhor transa e essa cadela não desgruda dele. — Basta! Abri a porta da cabine com força de mais, fazendo-as dar um pulinho de susto por causa da brutalidade. Elas se entreolharam apavoradas quando me viram, engolindo em seco. Fiquei olhando para elas por um tempo antes de ir até a pia onde elas estavam se maquiando para lavar minhas mãos antes de abrir minha bolsa e começar a retocar meu gloss. Elas começaram a disfarçar, também retocando suas maquiagens, mas de vez em quando com seus olhares se encontrando com os meus através do espelho. Arrumei meus cabelos depois de retocar o gloss, então peguei minha bolsa e fui em direção à porta, mas parei no meio do caminho para olhá-las novamente. Fiz questão de olhar novamente para a tal de Amanda que anunciou em alto e bom som que eu deveria ter morrido e que sentia falta de transar com Justin.
— Não a culpo por sentir falta da transa dele, ele continua maravilhosamente bem no que faz, e a cada dia melhora ainda mais, então realmente é lamentável para você, para todas vocês. — Passei meu olhar por todas que me fitavam apreensivas — Mas é justamente isso, lamentável só para vocês, porque eu irei continuar desfrutando disso todos os dias até o final de nossas vidas. — Sorri cinicamente antes de sair batendo o pé. Justin estava apoiado na parede mexendo em seu celular, quando notou minha presença, o desligou e guardou no bolso.
— Foi produzir o vaso pra urinar? — Zombou pela minha demora segurando minha mão e voltando comigo para a área VIP, mas não me importei, ignorei sua alfinetada e puxei sua mão, fazendo-o olhar para mim. — O que foi?
— Com quantas já transou? — Soltei a pergunta. Eu nunca havia me incomodado com isso antes, sabia da vida que Justin levara, mas naquele momento ouvindo aquela conversa, realmente me incomodou.
— Como assim? — Franziu o cenho, então olhou ao redor para a multidão e depois voltou a olhar para mim. — Vamos ao meu escritório. — Assenti e o acompanhei, quando Justin fechou a porta, voltei a olhar para ele. — Que pergunta é essa agora?
— Só me veio essa curiosidade, será que posso? — Ele me observou por um tempo, estudando minhas feições que o encarava seriamente.
— Sei lá com quantas já transei, perdi a conta nos cem.
— Cem? — Gritei, espantada.
— Kelsey, estou nessa vida desde muito tempo, você sabe muito bem como era minha rotina antes, não é surpresa pra ninguém, também não deveria ser pra você.
— Transei só com cinco homens minha vida toda e você já até perdeu as contas. — Cruzei meus braços, emburrada.
— Cinco? — Ele arqueou uma sobrancelha, incomodado.
— Você já sabe disso, três quando estávamos separados, Castiel e você. Cinco homens.
— Poderia ter pulado o Castiel. — Revirou os olhos.
— Não comece, isso já passou e você sabe disso.
— Foi você que começou com esse interrogatório idiota. — Suspirei exausta, me rendendo. O que estava acontecendo comigo? Justin tinha razão, isso era idiota.
— Me desculpe, não sei o que me deu, meu humor fica mudando toda hora e eu amo tanto você que chega a doer. — Ele abriu um sorriso e veio em minha direção, me puxando para seus braços. Pousei minha cabeça em seu peito e aspirei seu perfume maravilhoso.
— Acho que são seus hormônios de grávida entrando em ação. — Pude sentir sua risada com seu peito tremendo.
— Vai piorar daqui pra frente, se prepare. — Levantei minha cabeça para encarar seus olhos.
— Já nasci pronto. — Sorriu se gabando. Revirei os olhos, mas também ri me inclinando para beijá-lo. Não importava com quantas pessoas já transamos, é passado, o importante é o presente e futuro que teremos de transas maravilhosas.
Nossos beijos calmos se tornaram uma súplica, súplica por muito mais. Justin me jogou sobre a mesa deixando as papeladas, canetas e luminária cair sobre o tapete, colocando seu corpo entre minhas pernas conduzindo seus beijos pelo meu pescoço. Joguei minha cabeça para trás e gemi, sentindo minha intimidade latejar de desejo.
Justin segurou a barra do meu vestido e com um movimento simples, o puxou para cima, tirando-o sobre minha cabeça e o jogando no chão. Já estava sem sutiã por causa do vestido que não pedia, apenas com uma calcinha minúscula fio dental preta de rendinha.
— Amo você de fio dental, preciso morder sua bunda. — Ele me virou em um rápido movimento me deitando de barriga sobre a mesa, empinando minha bunda. Senti suas mãos passearem por elas e então um tapa forte ecoar pelo cômodo, com meu grito de prazer impregnando o ambiente. Então outro tapa na outra nádega me fez gritar novamente, sentindo minha intimidade latejar, desejando por mais.
Outro tapa prazeroso me fez unir minhas coxas, apertando-as, tentando algum consolo para amenizar o prazer, mas então Justin parou, com suas mãos apenas acariciando minhas nádegas com força, como se estivesse saboreando-as com suas mãos.
Então senti seus dentes mordendo calmamente minhas nádegas, com seus lábios macios explorando minha pele sensível. Outro gemido, não conseguia me controlar, muito menos as reações do meu corpo.
Inesperadamente ele introduziu dois dedos na minha entrada enquanto ainda acariciava e mordiscava minha bunda. O prazer incontrolável me dominou com tudo, com gemidos altos e prazerosos saindo de minha garganta.
— Molhada e pronta. — Murmurou sobre meu sexo. Agarrei a mesa com força e joguei minha cabeça para trás, sentindo meu clímax próximo, mas então tudo foi sessado com Justin se afastando. Olhei para ele irritada.
— Fala sério, Justin, eu estava quase lá.
— Eu sei, mas não quero que você chegue lá assim, quero que você chegue lá assim. — Assisti enquanto ele ia em direção à janela que dava para dentro da boate, com ele abrindo a cortina.
— Justin! — Gritei assustada, saindo da mesa e me agachando para que ninguém do outro lado me visse. Ele era louco? Dava para ver tudo que acontecia na boate por essa janela — que era enorme.
— Relaxa, ninguém de fora está te vendo, mandei mudarem os vidros depois daquela invasão ao Demon. Agora venha. — Ergueu sua mão para mim. Olhei pela janela vendo toda a multidão dançar, então voltei meu olhar para ele.
— Tem certeza que não podem nos ver?
— Absoluta, venha! — Com sua mão ainda esticada, me levantei e segurei a sua.
— Mas o que iremos fazer? — Perguntei já tendo minha pergunta respondida quando ele me fez subir sobre o sofá que ficava logo abaixo da janela, então me prensando contra janela, me fazendo ficar de cara com o vidro olhando toda a multidão agitada.
— Agora eu vou fode-la loucamente com você olhando para todos eles, com seu rosto grudado nessa janela sentindo-a tremer por causa do som alto, com o barulho da multidão gritando e seus corpos se mexendo com a música, e você aqui olhando para todos eles enquanto é deliciosamente fodida. — Sussurrou roucamente em meu ouvido. Minha respiração ficou ofegante e entrecortada. Sim, eu queria isso. Antes que eu pudesse processar tudo isso, ele me invadiu por completo fazendo-me apoiar minhas mãos e testa sobre o vidro, sentindo-o tremer com as batidas da música enquanto suas estocadas seguiam pelo mesmo ritmo.
Vários gemidos altos me escapavam, aquilo estava tão excitante e maravilhoso, eu iria gozar logo.
Mas então mais uma vez Justin parou e se afastou me deixando revoltada dessa vez.
— Você está tirando uma com a minha cara? — Quando virei para ele, Justin estava voltando com algo em sua mão. Mas o que era aquil... Oh, não. Olhei para ele possivelmente com meus olhos arregalados, pois rapidamente ele tentou me confortar.
— Confia em mim? — Perguntou subindo de volta no sofá, me encarando com seu lubrificante em mãos.
— Sabe que confio, mas isso... Eu não sei se estou pronta.
— Ninguém de fato está pronto para alguma coisa, apenas confie em mim, irá gostar e você está completamente excitada, vai ser prazeroso. — Olhei para ele com minha bunda prensada no vidro. Ainda bem que ninguém podia ver isso.
— Se doer muito e eu não quiser, você irá parar?
— Isso com toda certeza, é só pedir. — Continuei olhando para ele ainda indecisa. Suspirei e me virei, voltando a mesma posição em que estava antes: bunda empinada, mãos e testa sobre a janela e olhando para a multidão.
Senti algo gelado ser passado pelo meu ânus e o membro de Justin entrando novamente em minha vagina.
— Vou me lubrificar com você e seu ânus com o lubrificante, assim vou te acostumando com a sensação. — Apenas assenti com a cabeça. Depois do lubrificante no ânus, Justin começou a forçar um dedo enquanto ao mesmo tempo introduzia seu pênis em um vai e vem maravilhoso em minha intimidade. Um dedo foi substituído para dois quando meu ânus começou a ceder sobre seu dedo e meus gemidos aumentarem.
Estava extremamente prazeroso e excitante.
Quando Justin saiu de dentro de mim, eu sabia que era agora. Mantive minha concentração na multidão dançando loucamente quando senti a cabecinha do seu membro no meu ânus.
Fechei os olhos e respirei fundo ao senti-lo introduzir aos poucos. Até aonde ele havia introduzido o seu dedo estava tranquilo, dificultou um pouco depois. Senti um dor horrível como se estivesse sendo rasgada por dentro, e tecnicamente estava, mas então ele parou.
Respirei fundo novamente dando graças a Deus.
— Está bem? — Perguntou bem ao pé do meu ouvido, com sua voz entre cortada, cheia de prazer. Ele estava se controlando muito, era nítido todo o prazer que estava sentindo. Meu ânus completamente apertado estava proporcionando estrelinhas de satisfação para ele.
Apenas assenti com a cabeça, não queria que minha voz me entregasse. Eu realmente queria ir até o final, já havia chegado até aqui. Justin ainda ficou um tempo deixando meu corpo se adaptar a ele nessa nova penetração, então tirou um pouco seu membro e voltou com força. Para minha surpresa, gemi alto, um gemido repleto de prazer. Outra penetração, mais outro gemido. E outra, outra, outra, até Justin estar em um vai e vem maravilhoso com meus gemidos invadindo o cômodo.
Com seus dedos ele acariciava meu clitóris enquanto continuava a se esfregar em mim, apoiando sua cabeça em meu ombro para cheirar meus cabelos e morder minha orelha.
Com minhas mãos contra o vidro, olhando para a multidão, estava naquele momento me sentindo por ser eu aqui, não qualquer outra. Eu estava sendo maravilhosamente fodida olhando para uma multidão que não fazia ideia do que estava acontecendo.
Então comecei a gemer incontrolavelmente sentindo meu clímax explodir com tudo, de forma violenta. Minhas pernas cederam, ameaçando me deixar cair com meu corpo todo em convulsão. Justin me envolveu com seus braços pra que eu não caísse me prensando com mais força contra o vidro, segurando minha cintura com força enquanto dava suas ultimas investidas antes de gozar em meu ânus com seus jatos me preenchendo freneticamente.
Seu gemido forte foi prazeroso, com meu corpo ainda tremendo sobre seus braços, tentando se recuperar desse maravilhoso clímax. Nunca em nenhuma das nossas outras transas eu havia ficado com meu corpo tremendo por tanto tempo como agora.
Justin saiu de dentro de mim lentamente antes de me virar para ele e me abraçar, com meu corpo ainda convulsionando.
— Foi o melhor orgasmo da sua vida? — Apenas assenti com minha cabeça apoiada em seu peito. Meu corpo todo mostrava o quanto havia sido o melhor. — O meu também. — Disse conduzindo suas mãos para minha bunda, onde seu maravilhoso orgasmo escorria pelas minhas pernas. Nunca o tinha sentido gozar tanto como desta vez, foi maravilhosa toda essa experiência sexual que melhorava a cada dia na qual me fazia entender perfeitamente porque essas mulheres queriam tanto um momento desses com Justin novamente.
Mas todos esses momentos seriam apenas meus.
POV. Justin
Suspirei e bocejei tentando me mexer antes de sentir algo me impedir. Abri meus olhos e olhei para o lado notando seus cabelos loiros espalhados sobre o meu peito com sua cabeça apoiada em meu braço que servia de travesseiro.
Aproximei meu nariz e aspirei o cheiro do seu cabelo que eu tanto adorava, era um cheiro que lembrava um lindo campo florido. Olhei ao redor me recordando da noite anterior, repetimos quatro vezes o round e acabamos adormecendo aqui mesmo no escritório.
Tentei me levantar sem acordá-la, o que não resolveu, seu olhos azuis me fitaram sonolentos antes de virar seu corpo pro outro lado e cair de cara no chão.
— Ai! — Gritou. Olhei rapidamente para baixo vendo-a se sentar sobre o tapete.
— Você está bem? Porque virou seu corpo desse jeito, esqueceu que dormimos no sofá?
— Parece que sim. — Ela bocejou e voltou para o sofá, juntando seu corpo ao meu.
— Preciso fazer xixi. — Murmurei vendo-a cobrir seu corpo sobre o meu, buscando por aconchego.
— Só mais um pouquinho. — Pediu manhosa. Envolvi meus braços ao redor dela afundando meus dedos no seu cabelo para fazer um cafuné. Ficamos assim por um tempo até eu começar a sentir que minha bexiga iria explodir a qualquer momento.
— Eu realmente preciso ir ao banheiro agora ou irei mijar em você. — Ela me olhou com nojo e rapidamente saiu de cima de mim. — Boa escolha. — Levantei-me correndo e fui para o banheiro, deixando a porta aberta. Depois de urinar e lavar as mãos, voltei para o escritório onde a encontrei sentada sobre o sofá, agarrada a uma almofada.
— Estou morta de fome.
— Vou pedir para trazerem algo. — Peguei meu telefone e liguei para a recepção do bar que tinha contatos com restaurantes da cidade. — Tina? Encomende duas comidas pra mim, por favor. — Ouvi suas recomendações de restaurantes, então olhei para Kelsey. — Quer que tipo de comida? Chinesa? Italiana?
— Está me dando vontade de comer macarrão com camarão.
— Primeiro desejo? — Perguntei sorrindo.
— Acho que sim. — Ela sorriu de volta.
— Então acho que é italiana. Tina, encomende comida italiana, de preferencia macarrão com camarão. — E desliguei a chamada. — Essas meninas já estão exigindo camarão? — Disse indo até ela e me sentando ao seu lado, puxando seu corpo para meu e pousando minhas mãos em sua barriga, acariciando.
— De quem será que elas puxaram essas exigências? — Ela disse se afastando para me olhar, deixando claro que era de mim.
— Então isso significa que terão bom gosto pra tudo. — Kelsey me deu uma cotovelada antes de rir.
— Já pensou em nomes? —Perguntou se afastando e sentando de frente para mim.
— Não pensei exatamente, mas tenho um nome em especial que eu gosto.
— Tipo? — Quis saber.
— Adoro seu nome do meio, Blake, gostaria de por ele em uma das nossas filhas.
— Também gosto de Blake, mas também gosto de Ivy, ou Brithany, Lively, Charlotte...
— Temos só duas meninas, ok? —Tive que lembra-la antes da lista infinita de nomes que viria a seguir. Ela riu e se inclinou para me beijar
— O lado bom é que temos tempo para decidir. — Depois de discutirmos mais sobre variados nomes, trocamos de roupa quando Tina avisou sobre a chegada da comida. Assisti Kelsey devorar sozinha um prato de macarrão com camarão como nunca havia visto antes. Ela fechava os olhos em prazer e soltava suspiros de satisfação... Meia hora depois correu para o banheiro e jogou para fora tudo que havia ingerido. — Essas mudanças da gravidez ainda vão me matar. — Murmurou com uma aparência péssima ao voltar para o escritório.
— Pegue suas coisas e vamos embora, vou pedir para Dorota fazer algo leve. — E assim ela o fez, me acompanhando com uma cara péssima de quem ainda estava enjoada. Já havia alguns frequentadores no Demon nesse horário. Tina sorriu para mim quando apareci, mas como apenas assenti para ela, percebeu que eu não iria parar e puxar papo. Coloquei Kelsey confortável no banco de carona e segui para mansão.
POV. Kelsey
As voltas que o carro dava estavam ajudando a piorar o enjoo. Tudo que eu precisava era de um bom banho relaxante na manheira de hidromassagem. Nem percebi que havíamos chegado se não fosse por Justin ter me pegado no colo. Quando adentramos na mansão, pude escutar a voz de Caitlin perguntando onde estávamos e se eu estava bem. Justin a tranquilizou sobre o que estava acontecendo e subiu comigo para o nosso quarto.
— Quer tomar um banho? — Perguntou me colocando sentada sobre a cama.
— De banheira com bastantes sais.
— Quem é a exigente agora? — Provocou recebendo em troca um olhar feio. Estava grávida de dois bebês e extremamente enjoada, isso era o mínimo. Justin seguiu rindo para o banheiro, indo preparar o meu banho. Quando voltou avisando que já estava pronto, comecei a tirar minha roupa, parando ao notar que Justin também tirava a dele.
— Vai fazer o que?
— Entrar com você.
— Nada disso, banho exclusivamente meu, sai. — O afastei e passei por ele rapidamente fechando a porta. Queria relaxar toda esparramada na banheira, nada de Justin nesse momento precioso que é um banho de hidromassagem.
— Quero ver se essa banheira irá te proporcionar quatro melhores orgasmos da sua vida. — Gritou do outro lado da porta, me fazendo rir. Depois de ficar de molho por uma hora, saí do banho enrolada em meu roupão, toda enrugada.
Abri a porta e Justin estava deitado na cama mexendo em seu celular, levantando seu olhar quando me viu entrar no quarto. Ele seguiu para o seu banho enquanto eu me trocava no closet, colocando uma roupinha confortável.
Depois que Justin saiu do banheiro e trocou de roupa, veio se certificar se eu estava bem, e realmente estava. O banho relaxante ajudou a aliviar os enjoos. Ele me deixou descansar enquanto foi pedir para que Dorota fizesse algo leve para mim. Depois de ter colocado tudo para fora, precisava repor com alguma coisa.
POV. Justin
Peguei uma garrafa de Whisky e taquei contra parede vendo o vidro se quebrar em mil pedaços, espalhando todo o conteúdo pela parede e chão. Passei minhas mãos pelo cabelo, completamente nervoso. Agora eu tinha certeza, agora eu tinha total certeza.
Passava das quatro da tarde e não fazia ideia para quem ligar, não fazia ideia para quem contar o que realmente estava acontecendo.
Apertei minha cabeça com as mãos, fechando meus olhos com força. Droga, Ryan, que péssima hora para se estar morto. Abri meus olhos quando a porta do escritório foi aberta, com Chaz entrando. Ele parou imediatamente ao ver meu estado, depois para garrafa quebrada no canto.
— O que aconteceu?
— Nada. — Respondi ríspido, abrindo a gaveta da minha mesa e pegando um cigarro.
— Está indo fumar? Ou fuma por diversão ou por stress, e tenho certeza que não está fumando por diversão.
— Já disse que não é nada, porra, agora saia daqui. — Esbravejei o encarando. Ele achava mesmo que iria falar algo depois do que descobri?
Foi só eu contar para eles sobre um carregamento na cidade que ele foi recebido por outra pessoa se passando por mim nessa madrugada, justo a madrugada em que eu estaria fora, era visível que essa pessoa sabia dos meus passos. Esse carregamento era meu, apenas eu sabia sobre ele, bom, Christian, Chaz, Nolan, Za e Khalil também sabiam sobre ele e o que eu já tinha em mente se comprovou mais uma vez.
Alguém da minha equipe próxima realmente estava me traindo, não queria enxergar de fato, não queria aceitar essa possibilidade, mas agora era impossível.
Voltei minha atenção para Chaz que ainda me encarava preocupado.
— Chame Za e Khalil, preciso falar com eles.
— Justin, o que está aconte...
— Anda porra, faça o que eu mandei. — Com um suspiro, Chaz saiu fechando a porta. Minutos depois Za e Khalil adentraram.
— Fala ai, Bieber, chamou? — Disse Khalil assim que entrou com Za logo atrás.
— Então fora, podem ir. — Ambos pararam onde estavam se entreolhando e voltando a me olhar sem saber o que estava acontecendo.
— Do que está falando? — Perguntou Za.
— Tem umas coisas acontecendo que estão me incomodando, preciso de vocês fora da equipe até conseguir resolver isso.
— Mas como assim, Bieber, precisamos disso, demos para trás em muitas coisas para aceitar a sua proposta. — Indagou Khalil. Eles perderam vários trabalhos para estarem aqui, mas entre Christian, Chaz e Nolan, eu teria que me livrar deles, eles que vieram muito depois.
— Eu sinto muito, realmente não posso continuar com vocês, não nesse momento. — Eles continuaram a olhar para mim, indignados. Poderia estar cometendo um grande erro, ou não.
Isso eu iria descobrir.
— Vamos, Khalil. — Za se afastou sem me dizer mais nada, se sentindo ofendido, com Khalil o acompanhando logo depois.
Que eu não me arrependa disso.
POV. Kelsey
Três dias depois.
Abri meus olhos em um sobressalto. Olhei ao redor e dei um pulo de susto ao perceber que já estava anoitecendo. Por quanto tempo eu dormi? Deitei apenas para descansar o almoço. Escutei de novo a falação no andar de baixo. As vozes estavam sobressaltadas demais para ser uma simples conversa.
Afastei o edredom e sai do quarto com as vozes ficando mais nítidas conforme eu me aproximava, reconhecendo ser Justin e Mikael.
— Mikael? — Disse animada ao avistá-lo. Ele olhou para mim e sorriu. Senti uma felicidade enorme dentro de mim e quando me dei conta já estava atirada em seus braços, o abraçando forte. — Quando foi que voltou?
— Hoje pela manhã, espera ai, sabia que eu estava fora? — Ele me olhou curioso, com um sorrisinho no rosto. Isso era uma boa coisa, ele sabia disso, significava que Jenna falou dele para mim, e foi o que aconteceu.
— Sim, minha mãe me contou quando conversamos pela última vez. Como você está?
— Estou bem melhor. — Percebi suas bochechas corarem me fazendo perceber que eu precisava urgentemente ligar para Jenna. — E como você está? E esse bebê? — Ele acariciou minha barriga.
— Tenho novidades, são dois bebês, duas meninas, para ser mais exata. — Seus olhos se arregalaram e só então me lembrei da presença de Justin quando Mikael intercalou seu olhar entre ele e mim, espantado com a notícia. — Meu Deus, Kelsey, isso é incrível, meus parabéns. — Ele me abraçou forte, empolgado. Mas a expressão de Justin estava me deixando preocupada, eles estavam discutindo?
— Aconteceu alguma coisa? — Olhei para eles que se entreolharam, Justin estava nitidamente irritado, mas Mikael parecia relaxado.
— Nada demais, apenas vim aqui perguntar se gostaria de dormir em minha casa essa noite. — Mikael me deixou surpresa com o convite.
— Eu já disse que ela não vai, não tem necessidade nenhuma disso. — Justin esbravejou irritado, com seus braços cruzados.
— Não responda por mim. — Revidei olhando feio para ele, depois voltando a olhar para Mikael. — Mas porque isso agora?
— Só andei pensando que você nunca teve a oportunidade de conhecer minha casa, ou dormir lá. Gostaria que de ter pelo menos uma vez minha filha dormindo em casa. — Desviei meu olhar de Mikael e pensei a respeito. Isso era importante para ele, ter um momento com a filha que não sabia que existia, da mesma forma que era importante para mim. Eu conseguia sentir a paternidade de Mikael, coisa que nunca senti em Parker.
Levantei minha cabeça e olhei para ele, sorrindo.
— Tudo bem, eu aceito.
— Mesmo? — Ficou completamente surpreso, mas um sorriso largo se formou em seu rosto.
— Kelsey, eu já disse que não, dormir é demais...
— Justin, relaxa. — Olhei para ele passando meus braços ao redor do seu pescoço. — Eu quero ter esse momento com Mikael, conhecer sua casa, é importante para mim.
— Eu não gosto de nada disso. — Balançou sua cabeça em descontentamento. — Gosto de você em casa, na minha cama, dormindo ao meu lado.
— Eu também. — Dei risada. Esse era meu obsessivo pretensioso. — Mas uma noite não vai matar ninguém, não acha?
— Acho sim. — Fez birra como um garotinho de dez anos. Ri do seu comportamento e me inclinei para beijar sua bochecha.
— Amanhã eu estarei de volta, assim que acordar.
— Você promete? — Perguntou olhando em meus olhos, com seus lábios tão perto dos meus que eu podia sentir sua respiração. Agora eu havia entendido. Mesmo Justin e Mikael estarem em uma trégua, o pior pesadelo dele seria me perder para ele. Eu estava noiva e grávida de suas filhas, ele mais do que ninguém deveria saber que eu já pertencia a ele há muito tempo.
— É claro que eu prometo. — Revirei os olhos e o beijei. — Vou pegar minhas coisas, já volto. — Disse olhando para Mikael, saindo correndo logo depois para o meu quarto.
— Porque estava correndo? — Caitlin adentrou no quarto logo depois de mim. Voltei do Closet com uma bolsa grande e algumas roupas em mãos.
— Mikael veio me buscar, irei passar a noite na casa dele.
— Programa de pai e filha? — Perguntou se jogando em minha cama enquanto me olhava arrumar a bolsa.
— Tipo isso, estou empolgada. — Dobrei algumas roupas que poderia usar caso tivesse alguma emergência, alguns baby-dolls, meus acessórios de maquiagem e cabelo e minhas coisas de higiene. — Nunca tive uma figura paterna que se importasse. — Dei de ombros fechando minha bolsa e indo buscar alguma roupa para me trocar. Isso me fez perceber que Caitlin nunca falou sobre seus pais, até me disse uma vez que se afastou por eles não apoiarem a decisão que ela e Christian tomaram, mas nunca entrou em detalhes. — E seus pais? Nunca pensou em ir atrás deles?
— Não venha com esse papo. — Tentou dar o braço a torcer, se levantando da cama.
— Nada disso mocinha, pode voltando. — Ela parou no meio do caminho, virando-se para mim. — O que custa conversar sobre isso? Sei nada sobre sua vida antiga.
— E não precisa saber, é passado.
— Mas você sabe tudo sobre minha vida.
— Nunca pedi para saber. — Revidou me deixando profundamente irada.
— Tudo bem, Caitlin, saia daqui. — Ela bufou e saiu batendo a porta.
Gostaria de saber por que esse assunto era delicado para ela, não custava nada dizer, já nos conhecíamos há três anos, ela era minha melhor amiga, ela podia desabafar comigo sobre sua família.
Afastei esses pensamentos e terminei de me arrumar, pegando minha bolsa e voltando para o hall de entrada. Justin e Mikael continuavam no mesmo lugar onde os deixei, em silêncio, apenas com algumas trocas de olhares. Justin obviamente deveria ainda estar irritado.
— Estou pronta.
— Pra que isso tudo? Só vai passar uma noite. — Justin indagou olhando para minha bolsa lotada.
— Uma mulher prevenida é tudo. — Sorri para ele e o beijei intensamente. — Não se preocupe, ligo assim que chegar e amanhã assim que acordar. — Ele pareceu levemente aliviado, só levemente.
— Vamos? — Mikael perguntou e eu assenti, indo até ele. Justin nos acompanhou ate o carro e me beijou demoradamente antes de fechar a porta para mim. Sorri para ele e acenei, tentando mostrar que estava bem e que tudo ficaria bem, mas eu sabia que no fundo ele já estava ciente disso.
Mikael ligou o rádio com Into You da Ariana Grande começando a tocar deixando o clima descontraído já que fiquei cantarolando durante o caminho. Com a música já no final, Mikael virou a rua que dava entrada para sua bela mansão.
Havia estado ali uma única vez há muito tempo e não foi da melhor forma possível. Justin e Mikael quase haviam se matado da ultima vez em que pisei naquele lugar, eu esperava que as lembranças não me assombrassem.
Olhei para tudo ao redor maravilhada, percebendo que não era nada daquilo que eu esperava. Estava esperando flashbacks de horror sobre a última vez em que pisara ali, mas tudo parecia tão diferente.
Talvez eu realmente não tivesse prestado atenção na beleza do lugar.
Mikael estacionou em frente a sua bela mansão, então olhou para mim.
— Está tão pensativa e observadora, gostaria de falar sobre?
— Não é nada, só estou surpresa por achar tudo diferente do que da última vez em que estive aqui. Estava tão preocupada com outras coisas que não havia notado na beleza desse lugar. — Respondi admirando ao redor todo o jardim com belos arbustos sendo iluminados por luzes diversas, deixando o ambiente luxuoso e atrativo. A enorme mansão também estava iluminada de fora a fora, deixando-a incrivelmente linda — mais do que já era. — Estou feliz por estar tendo outros pensamentos nesse momento, não os ruins.
— Dei algumas modificadas no local, não queria que se recordasse de algo que já passou e que não precisava ser recordado. Quero que se sinta em casa aqui também, e desde o início fiz o possível para isso. — Olhei para ele espantada. Por isso não estava reconhecendo, ele havia mudado muitas coisas na faixada da casa e jardim, tudo para que eu não me recordasse dos momentos ruins.
— Fiz isso tudo por mim? — Perguntei admirada.
— Não imaginas tudo que eu faria por você. — Um sorriso longo se formou em meu rosto, me atirando sobre ele, passando meus braços ao redor do seu pescoço e o abraçando forte. Senti meus olhos lacrimejarem, mas contive as lágrimas.
Tudo que eu sempre sonhei estava se realizando, um pai que se importasse e que me amasse.
Pelo menos até o momento Mikael não provou o contrário disso.
— Agora chega de enrolação, vamos entrar, mal posso esperar para ver sua reação com o que quero te mostrar. — Mikael pegou minha bolsa e me conduziu para dentro. As enormes portas de vidro e madeira se abriram com uma senhora adorável nos recebendo com um sorriso cativante.
— Boa noite Judith, essa é minha filha, Kelsey Jenner. — A senhora que aparentava já estar nos cinquenta e poucos anos, sorriu docemente para mim.
— É um prazer em conhecê-la, senhorita. — Estendeu sua mão para me cumprimentar.
— O prazer é meu, Judith. — Aceitei seu cumprimento, sorrindo para ela.
— Pode se retirar e descansar Judith, ficarei encarregado de mostrar a casa para Kelsey.
— Se precisarem de mim, é só chamar. — E assim ela se despediu e foi para o seu aposento.
— Venha, vou lhe mostrar a cozinha, caso queira alguma coisa durante a noite, saberá onde procurar. — O acompanhei até a cozinha que seguia pela mesma estrutura da faixada da casa, uma decoração rústica com pisos em pedras amarronzados, armários em madeira finíssimos, bancadas com pedras mármores caríssima, um belo lustre cristalizados no meio da cozinha sobre a mesa redonda de vidro e aparelhos domésticos em inox.
Era magnífica.
— Uau! — Esplandeci admirando tudo ao redor.
— Gostou?
— É uma bela cozinha, está de parabéns.
— Obrigado! Agora irei mostrar a sala onde iremos jantar esta noite, aposto que adora pizza.
— Óbvio, não confio em quem não gosta de pizza. — Dei risada, mas sua reação séria me fez encolher.
— É mesmo? Porque eu não gosto de pizza, iria fazer apenas para você já que não sou muito chegado. — Fiquei igual uma completa retardada o encarando enquanto eu implorava para que abrisse uma cratera em baixo de mim e me engolisse. — Calma, Kelsey, é só brincadeira. — Disse colocando sua mão em meu ombro, tentando me tranquilizar. Ele começou a rir me fazendo rir só para descontrair, tudo que eu menos queria era estragar tudo.
Voltamos ao nosso tour, achava que era sala de jantar, mas era de estar, seguindo a mesma decoração rústica: madeira, marrom, sofás beges e enormes, completamente confortáveis, um lindo lustre representando flores e galhos com uma bela lareira em pedra.
Era de tirar o fôlego.
— Uau! — Acho que era a única coisa que iria conseguir dizer em tudo que me mostrasse.
— Espera para ver a surpresa que preparei para você. Venha! — Mikael me conduziu pelas escadas que nos levava para o segundo andar. Passamos por algumas portas antes de ele parar em frente de uma em específico. — Espero que goste. — Então abriu a porta com meus olhos se arregalando com o que vi. Adentrei calmamente pelo chão em madeira, observando tudo com atenção. Todas as paredes eram de tonalidade bege com madeira, seguindo a sequencia do rústico. Uma cama King Size com travesseiros e um enorme edredom branquíssimo dando o destaque com um retrato meu enorme feito por peças de quebra-cabeça acima. Ao lado havia uma porta dupla dando acesso a um closet duas vezes maior que o quarto, todo feito em madeira com um lustre central enorme, Caitlin morreria se visse. E por último — e longe de ser menos importante —, ao lado dois lindos bercinhos com laços meigos na frente com um grande véu cobrindo-os.
Não pude controlar dessa vez, uma lágrima escorreu sobre minha bochecha. Ele havia mandado fazer um quarto só para mim, em sua casa, ainda incluindo dois bercinhos para minhas filhas.
Voltei a olhar para ele ainda com lágrimas em meu rosto.
— Quando fez isso tudo?
— Desde depois que saímos pela primeira vez, me senti tão bem naquele momento, tão vivo, soube imediatamente que eu queria dividir mais momentos assim com você, então mandei providenciarem seu quarto, ficou recentemente pronto, só esperando por você. — Voltei a olhar ao redor, parecia um quarto da família real, tudo tão elegante.
— Não sei como agradecer por isso, muito obrigada. — Disse ainda emocionada com meus olhos marejados. Isso é muito mais do que eu poderia imaginar de uma figura paterna fazendo por mim.
— Poderia me dar um abraço, que tal? — Sorri enxugando minhas lágrimas e fui até ele, abraçando-o bem forte, com toda a força que podia. Ficamos assim durante um tempo antes de nos afastarmos e Mikael acomodar minha bolsa sobre a cama.
— Vou deixa-la sozinha para tomar um banho e colocar seu pijama, estou esperando na cozinha. — Assenti e logo fui deixada sozinha naquele quarto incrível. Olhei tudo ao redor ainda chocada por saber que tudo isso pertencia a mim. Liguei para Justin como havia prometido dizendo que estava tudo bem e que ligaria pela manhã, depois peguei meu baby-doll em minha bolsa e fui para o banheiro não tendo uma reação diferente da que tive sobre o meu quarto. Tudo era em mármore em tom marrom, um enorme espelho com duas pias magníficas em ouro. Ouro. Perdi o ar.
A banheira era toda branca com detalhes em ouro, o Box do banheiro tinha um chuveiro que era a coisa de outro mundo — também em ouro. Achava que a mansão de Justin era perfeita até estar cara a cara com tudo isso.
Tomei um banho de ducha, queria ser rápida para não deixa-lo esperando por muito tempo. Coloquei meu baby-doll rosa bebê com detalhes em renda preta e amarrei um rabo de cavalo no alto da cabeça, saindo do quarto logo depois para encontrá-lo.
Mikael estava cantarolando na cozinha ao som de Heroes do David Bowie enquanto recheava uma pizza. Quando notou minha presença, ele sorriu.
— Venha, dance comigo. — Fui pega de surpresa quando ele me puxou pelo braço e me rodopiou pela cozinha. Ele estava animado e com um lindo sorriso no rosto me fazendo rir com sua empolgação.
Rodopiamos pela cozinha e fizemos alguns passinhos seguindo o ritmo da música cantando alto várias e várias vezes no final os "Oh-oh-oh-oh".
Quando a música finalizou, rimos um do outro e demos um abraço antes de voltarmos para o que Mikael estava fazendo, nossa maravilhosa pizza.
— Não sabia que cozinhava. — Me apoiei na bancada ao seu lado e o observei.
— Não sou nenhum Masterchef, mas tenho meus dotes culinários. — Piscou para mim e eu ri. Mikael preparou uma maravilhosa pizza Margherita que devoramos na sala assistindo ao jogo de basquete que ele tanto adorava, e por incrível que pareça, eu também.
Ajudei-o com a louça enquanto conversávamos sobre meus tempos de escola e ex-namorados. Mikael brincou dizendo que se tivesse conhecido Jered, teria o matado — mesmo no fundo essa brincadeira tendo um pingo de verdade.
Também conversamos sobre minha mãe que até então eu achava que era minha mãe biológica, também conversamos sobre Parker, como entrei na vida de Justin, como nos apaixonamos e como tudo várias e várias vezes deram errado.
Fiquei tentada em perguntar sobre seu passado com minha mãe, mas eu sabia que era um assunto delicado e que esse momento era para ele me conhecer melhor, então preferi deixar essa parte para algum outro dia.
Quando tudo estava limpo e no seu devido lugar, voltamos a subir as escadas com Mikael me deixaria em meu quarto. Antes que eu girasse a maçaneta da porta, ele segurou meu braço, fazendo-me olhar para ele.
— Posso fazer uma coisa que foi tirada de mim? Que sempre sonhei em fazer e nunca tive a oportunidade? — Fiquei confusa e curiosa com o que poderia ser então simplesmente assenti com a cabeça. — Gostaria de coloca-la para dormir, cobrir você e beijar o alto da sua cabeça, como um pai deveria fazer. — Sorri para ele e apertei sua mão, abrindo a porta e o conduzindo junto comigo para dentro.
Soltei sua mão e puxei o edredom pesado com Mikael me ajudando. Deitei-me no maravilhoso colchão e apoiei minha cabeça sobre o travesseiro com suas mãos deslizando sobre o edredom para me cobrir.
Depois de coberta, quentinha e confortável, ele se aproximou e beijou o alto da minha cabeça, acariciando meus cabelos.
— Boa noite. Qualquer coisa estou no quarto ao lado. — Ele sorriu e se afastou apagando a luz antes de ir em direção à porta. Fiquei tentada em dizer "Boa noite, Pai", mas as palavras simplesmente não saiam.
— Boa noite. — Disse simplesmente, abrindo um grande sorriso para ele. Ele retribuiu o sorriso e parou por um instante na porta para me observar, como se não estivesse acreditando que eu estava ali, e de certa forma nem eu mesma acreditava.
A porta foi fechada e fui invadida por sonhos e uma bela noite de sono.
Notas da Autora: Pela primeira vez na VIDA escrevi um capítulo de 8 mil palavras (e olha que tirei várias cenas desse capítulo, se eu tivesse escrito tudo que eu imaginava, iria passar de 15 mil), como odeio capítulos gigantes, no máximo 6 mil palavras, dessa vez eu realmente me superei HAHA.
Desculpem a demora mas espero ter compensado, realmente espero que tenham gostado, mesmo o capítulo não tendo tudo que eu imaginei para ele, mas irei encaixar as outras cenas no próximo capítulo. Provavelmente o próximo será 100% ação.
E AFG tem uma página no facebook que estava inativa por muito tempo mas agora irá voltar com TUDO. Irei vou ficar mais presente na página então peço para vcs curtirem a page e TAMBÉM ativar as NOTIFICAÇÕES, assim vcs irão receber com facilidade todas as postagens sobre AFG. Também irei abrir vagas para CDC, se vc quer ajudar na página, olha lá o post fixado e descubra como participar. A Página se chama "A Filha do Gangster" (não consegui postar o link aqui). Curtem e ativem as notificações. Beijinhos da Ka <3
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