Boy or Girl?


POV. Justin


Mikael tinha razão.

Eu não podia ficar me remoendo, precisava encarar as coisas de frente. Manter Kelsey e essa criança protegidas seria minha prioridade número um, mais do que o normal.

— Você tem razão... eu... eu... — Minha vista escureceu e cambaleei, com Mikael me segurando para não cair.

— Droga, você está perdendo sangue, precisamos ir, e rápido. — Ele colocou meu braço direito em volta do seu pescoço para que eu me apoiasse, me conduzindo para fora do local.

— Não... precisamos vasculhar... o lugar... — Murmurei com dificuldade.

— Tenho seguranças o suficiente para isso, agora vamos. — Ele continuou a me guiar para fora, me colocando em um carro que não era o mesmo no qual estava dirigindo antes.

— Não posso... ir pra casa... Kelsey... não posso...

— Para de falar, está fazendo muita força, e não se preocupe, não irei levá-lo para casa. — Antes que eu tentasse perguntar para onde, ele fechou a porta. Observei enquanto ele falava rápido com seus seguranças e depois voltava para o carro, tomando conta do volante. — Agora vamos. — Engatou a marcha saímos em disparada para longe dali. Queria perguntar para onde, mas nem forças para abrir a boca eu tinha.

Eu estava perdendo muito sangue, eu já sabia disso.

— Justin, olhe pra mim. — Olhei para o lado e observei Mikael perder o foco, como se tivesse dois dele. — Não durma, converse comigo. Como está Kelsey? — Passei minha língua pela minha boca que estava seca, como se fosse me ajudar a dizer as palavras sem dificuldades.

— Bem... Muito bem... — Dizia as palavras soltando um suspiro, estava me sentindo exausto.

— E Jenna?

— Foi... Embora.

— Como assim "foi embora"? — Questionou, preocupado.

— Foi... cuidar... da... irmã...

— Beth está bem?

— Bem... ruim... Câncer. — Ele suspirou profundamente, apertando o guidão com força. Teve-se um envolvimento com Jenna, óbvio que conhecia sua irmã. Mas ao invés de perguntar mais alguma coisa, apenas virou o carro e estacionou. — Chegamos. — Disse tirando seu cinto. Olhei ao redor e aos poucos fui reconhecendo o lugar.

Eu e Mikael entramos em um grande duelo exatamente aqui.

— Não vou... entrar ai.

— Vai sim, o médico já está nos esperando, vamos. — Ele saiu de seu carro e veio em minha direção, abrindo a porta.

— Já disse... Não vou...

— Shhhh... — Me interrompeu. — Você não está em uma situação aconselhável para discutir, vamos logo. — Se aproximou para tentar passar meu braço ao redor do seu pescoço, mas me afastei.

— Não vou entrar... na sua mansão.

— Isso não te impediu de ter tentado entra uma vez.

— Diferente... agora...

— Olha só, Justin — Ele se debruçou sobre mim, me fazendo encará-lo. — Eu não vou deixa-lo perder sangue até morrer, está me entendendo? Ou você entre comigo do modo tradicional, ou vou murra a sua cara até ficar desacordado e te arrastar para dentro, fique a sua escolha.


POV. Kelsey


Caitlin e Pattie conversavam animadamente sobre enxoval, chá de bebê e todas as outras coisas que as pessoas inventavam para isso, mas tudo que eu queria era fugir de todo aquele papo.

Nunca fui igual a todas as outras mulheres que imaginavam e idealizavam momentos assim. Para mim nada disso importa, apenas o momento vivido já bastava para mim.

Mas é claro que Caitlin e Pattie queriam fazer todos os "chás" possíveis: Panela, lingerie, bebê, e milhares de outros que foram inventados ao decorrer dos tempos.

Mas para mim o que já bastava seriam os momentos vividos.

— Vou fazer uma ligação, já volto. — Disse paro o vento já que Pattie e Caitlin estavam empolgadas com o assunto. Afastei-me delas e fui para o quartinho que ficava em baixo das escadas. Acendi a luz e olhei ao redor, abrindo um sorriso ao me recordar das boas lembranças.

Sete minutos no paraíso com Justin naquele armário realmente foram o paraíso.

Era inacreditável pensar que já haviam se passado dois anos desde que cheguei na mansão pela primeira vez e vivi todos aqueles momentos. Momentos que mudaram minha vida para sempre.

Sentei em uma caixa e peguei meu celular e comecei a procurar na lista telefônica o nome "Mãe". Jenna atendeu no quarto toque.

— Filha? Que bom que ligou, já estou com saudades.

— Oi mãe, também estou, todas chegaram bem?

— Sim, chegamos. Desculpe por não ter ligado, mas a casa precisava de cuidados.

— Não se preocupe, o importante é que chegaram bem.

— E como você está? E o bebê? — Olhei para os meus dedos enquanto brincava com o anel extravagante.

— Estou bem, o bebê também está bem, nada de novo... Não em relação a isso.

— Como assim? — Suspirei fundo antes de contar a notícia.

— Justin me pediu em casamento noite passada.

— Oh meu Deus, isso é sério? — Pude perceber pelo seu tom de voz um completo espanto, mas ao mesmo tempo empolgação.

— O que houve? — Ouvi uma voz ao fundo falando com Jenna, reconheci ser Meg.

— Kelsey disse que Justin a pediu em casamento. Em casamento, acredita? — Disse entusiasmada. Dei risadas. — E você já aceitou?

— Ou eu aceitava ou Justin não sairia de lá até eu dizer o "sim".

— De lá aonde?

— O pedido foi em um restaurante, ele o fechou para que tivéssemos uma noite só nossa de privacidade, e foi tão lindo mãe, nossa, teve até violinistas.

— Estou feliz por você, Kelsey, foi mais esperta que eu na sua época. — Ela deu uma risada triste, eu sabia do que estava se referindo. Estava se referindo ao Mikael.

— Mãe? — Tomei coragem para dizer o que pretendia.

— Oi? — Engoli em seco.

— Acho que deveria conversar com Mikael.

— O que? — Seu tom de voz estava visivelmente surpresa pela inesperada resposta.

— Acho que deveriam conversar, você já sabe que não foi nada por culpa dele.

— O que você quer dizer com isso?

— Que mesmo sendo estranho para mim, deveria dar uma chance a ele, você sabe, uma chance de recomeçar.

— Perdeu o juízo, Kelsey? Justin não o suporta, você ainda está o conhecendo, não posso fazer isso...

— Quando vai parar de pensar nos outros e começar a pensar em si mesma? — Ela ficou quieta, então prossegui. — Desde que eu nasci tudo que tem feito foi pensando no meu bem estar, mesmo eu compreendendo isso tarde, mas compreendi. Mikael não tem culpa do que aconteceu, e agora você já sabe, então não pense no que Justin irá pensar ou no que eu irei pensar, apenas busque sua felicidade. Eu iria suportar continuar perdendo anos da minha vida sem estar ao lado de Justin. — Ela continuou em silêncio, talvez a verdade tenha caído em peso sobre ela. — Poderia passar para Meg? — Tentei amenizar a situação, já que eu sabia que iria levar um tempo até que ela conseguisse falar de novo. Escutei o celular sendo passado de uma pessoa para outra, até que ouvi voz da minha linda Megan.

— Oi Kells, o que você disse para a tia? Ela paralisou. — Ela deu uma risadinha e mesmo não estando pessoalmente para ver, podia imaginar ela passando sua mão várias vezes na frente de seus olhos para ver se a reanimava.

— Algumas verdades inesperadas podem deixar as pessoas assim, acho que ela só não esperava. — Dei de ombros, como se Meg pudesse me ver. — Como você está? E minha tia?

— Nós duas estamos bem, tudo está indo bem melhor com sua mãe aqui, além de ter conseguido um tempo para mim, a casa ficou mais animada. — Sorri ao ouvir isso vindo dela, era importante para mim saber que fiz a coisa certa.

— Fico muito feliz em saber disso, Meg. Aproveite para sair mais e aproveitar sua juventude.

— Bom... Quanto a isso, eu e Nolan estamos trocando mensagens desde que fui embora. — Podia sentir suas bochechas corarem. Dei risada.

— Nolan é incrível e um bom garoto. Fico feliz por você, vou torcer para dar certo.

— Mas sou de LA e ele do Canadá, tenho essa responsabilidade com minha mãe, não acho que dará certo.

— Justin me pediu em casamento, acredito em qualquer coisa de agora em diante. — Nós duas rimos e conversamos mais sobre o pedido de casamento e ainda falei sobre a minha primeira vez depois do acidente, logo depois do pedido de casamento.

Eu e Megan rimos bastante com os detalhes, e fiquei feliz por ter pela primeira vez uma prima para dividir segredos.

Quando desliguei o telefone, tentei ligar para Justin, chamava e chamava, mas ninguém atendia. Desisti, ele deveria estar ocupado com o trabalho. Saí do quartinho e voltei para a sala onde Caitlin e Pattie ainda estavam conversando entusiasmadas.

Acabei me rendendo e entrei no assunto de chá de bebê e tudo que gostaria de ganhar. Afinal de contas, tudo conta como um momento, e todos os momentos seriam vividos.


POV. Justin


Olhei para o meu celular tocando em cima da mesa. A foto de Kelsey maravilhosa e o nome "Amor" brilhou na tela.

— Seu amor está ligando. — Mikael zoou, entregando o celular para mim.

— Não vou atender, ele vai achar que estou ocupado trabalhando. — Olhei para o celular até ele parar de tocar e sua linda foto desaparecer. Olhei para meu braço onde uma agulha estava alojada para que o sangue do meu tipo sanguíneo pudesse entrar para o meu corpo.

Depois do doutor do Mikael ter tirado a bala alojada em meu peito e colocado pontos, precisei repor sangue, pois havia perdido muito.

Olhei para o redor, estava em uma sala especializada para isso: atendimentos rápidos ou cirúrgicos, e isso tudo bem na sua mansão.

— Você tem praticamente um hospital dentro de casa. — Murmurei olhando ao redor. Estava deitado em um leito sem roupas com apenas um roupão típico de pacientes.

— Toda precaução é pouco. Está se sentindo melhor? O médico disse que se sentiria logo depois de repor o sangue.

— Estou bem melhor que antes, com certeza.

— Porque não quis atender? Não tem como esconder pontos no peito da sua esposa.

— Não vou esconder, só não queria assustá-la. Quero chegar em casa bem para não preocupa-la, e minha mãe também está lá...

— Já entendi. — Ele riu e se levantou da poltrona em que estava. — Como já está bem e não foi nada grave, tenho que concordar com você. Contar tudo por telefone iria deixa-la nervosa, não faz bem para o bebê. — Ele parou em pé ao meu lado, com seus braços cruzados, como sempre fazia. Isso sempre me irritou muito nele, porque o deixava charmoso, e eu tinha inveja do charme que ele tinha. Aquele típico homem mais velho charmoso pra caralho, que conseguia pegar qualquer mulher.

— Eu sempre tive inveja do seu charme, tirando — é claro — o fato de ser o mafioso número um, sempre em primeiro lugar em tudo. — Mikael continuou parado ao meu lado de braços cruzados, até um sorrisinho se formar no canto do seu rosto.

— Eu também sempre senti inveja de você. — Revelou, me deixando surpreso. Não esperava por isso, não mesmo. Ele é o número um, porque teria inveja de mim? — Com pouca idade você conseguiu conquistar mais do que eu na sua idade, fora toda a inteligência, sempre me perguntava como um fedelho poderia quase me superar, sendo que tinha anos de experiências. Você só tem vinte e dois anos e está apenas atrás de mim. Passou todos os outros, superou todos os outros, e se tornou minha grande dor de cabeça.

— Nunca pensei por esse lado.

— Você é inteligente, mas é lerdo, talvez isso o prejudicasse.

— Qual é?! — Resmunguei, fazendo-o rir. — Mas fico feliz por esse momento de revelação.

— Acho que precisávamos disso para seguirmos em frente, porque quero que saiba que não irei desistir de ser um pai para Kelsey, e eu estou ao máximo tentando te aceitar, então espero que tente me aceitar também, não por mim, mas por ela. — Mikael estendeu sua mão para mim. — Uma trégua? — Suspirei fundo e apertei sua mão.

— Você me ajudou a sobreviver, achei que isso já contasse como trégua. — Ele riu me fazendo rir também. — E Mikael, você mais uma vez provou realmente se importar com ela. — Olhei sério para ele por um tempo, que também me olhava e esperava pelo o que eu iria dizer. — Eu não queria enxergar isso e muito menos aceitar, mas está certo, temos que pensar no bem estar dela, e ela sempre quis ter a experiência de ter um pai, um pai de verdade. — Molhei os meus lábios como um incentivo para prosseguir. Nunca imaginei que poderia estar fazendo isso, mas iria fazer. — Pode convidá-la para sair com você, quando quiser, ela vai gostar. — Mikael ficou paralisado por um momento, apenas me olhando. Quando sua fixa caiu sobre minhas palavras, ele apenas veio em minha direção e me abraçou. Estranhei essa proximidade, mas dei batidinhas em suas costas, em resposta.

Ele se afastou e me olhou, emocionado.

— Obrigado! — Apertou meu ombro com sua mão, e então se afastou. — Vou pegar umas roupas novas, não pode ir embora com as que chegou. — Disse virado de costas enquanto se afastava. Sua voz saiu entrecortada, e só naquele momento conseguir perceber o quanto isso realmente significava para ele.

Kelsey realmente significava para ele.


POV. Kelsey


Bloqueei a tela do celular depois da terceira tentativa, e nada.

— Querida, fique tranquila — Pattie colocou sua mão em meu ombro. — Se algo tivesse acontecido já teríamos sabido, ele só deve estar ocupado. — Sorriu para me reconfortar, depois voltou a falar com Caitlin. Peguei minha xícara de chá que estávamos tomando antes do almoço, mesmo não gostando, mas como Pattie disse: "faz muito bem ao bebê coisas naturais".

A cada gole era uma cara feia diferente, odiava qualquer tipo de chá. Como alguém pode ter pensado em colocar folhas dentro da água fervente? Era nojento.

— Kelsey? — Olhei para a entrada da sala, avistando Christian. — Preciso falar com você. — Senti meu estomago contorcer. Algo tinha acontecido, eu sabia.

Levantei-me rapidamente e fui até ele, que me guiou para longe dos ouvidos de Pattie e Caitlin, para o hall de entrada.

— Aconteceu alguma coisa? — Perguntei apreensiva.

— Não que eu sabia, Justin te ligou?

— Não, estou tentando falar com ele desde que saiu, mas ele nunca atende.

— Comigo está acontecendo à mesma coisa, então que bom. — Franzi o cenho.

— Que bom? Como assim? Ele não está nos atendendo, e se alguma coisa aconteceu?

— Eu quis dizer no sentido que ele não está nos ignorando, como eu achei que estivesse. Pensei que não estava atendendo as ligações por estar mais afastado, mas como você também não consegue falar com ele, o problema não é esse.

— Acha então que algo aconteceu? — Antes de Chris responder, a porta de entrada foi aberta. Olhei rapidamente e suspirei aliviada ao ver Justin entrando com... Mikael?

Olhei para Christian com a testa franzida, que me olhou da mesma forma. Ambos não estávamos entendendo o porquê de Justin ter voltado justo com Mikael.

— Justin, onde esteve? Estava preocupada — Abracei-o forte, mas ele resmungou de dor e me afastou. Olhei para ele e depois para Mikael, tentando entender. Ele não estava o mesmo que horas atrás. — O que aconteceu? — Perguntei olhando para ele, mas assim que meus olhos voltaram para Mikael, fiquei irritada. — Foi você? Fez algo pra ele? — Perguntei irritada, quase gritando.

— O que? Eu... Não! — Mikael ficou confuso. — Conte a ela, Justin. — Voltei meus olhos para Justin que soltou um suspiro profundo.

— Contar o que? — Perguntei, mas por dentro estava morrendo de medo de saber o que era tão importante para saber.

— Só levei um tiro, estou bem. — Arqueei minha sobrancelha.

— "Só" levou um tiro? Isso é sério? Você ainda fala "só"? — Cruzei meus braços, estava ficando irritada, mais que o normal. — Como você me leva um tiro e nem avisa, hein? Posso saber?

— Porque Mikael estava junto, ele me ajudou e ficou tudo bem. Eu estou bem. — Abriu um sorriso, o que me deu vontade de dar um soco e quebrar seus dentes.

— Eu liguei mil vezes, seus amigos também — Apontei para Christian ao meu lado — Custava ter me atendido? Já estava preocupada, e com razão pelo visto. Você levou um tiro. Um tiro!

— Não liguei justamente por isso, iria se preocupar atoa. Estou bem, a bala foi retirada, levei pontos, estou muito bem.

— Você precisa repousar, vou leva-lo pro quarto. — Passei seu braço ao redor do meu ombro, para que se apoiasse em mim.

— Kelsey, eu posso andar, estou bem.

— Fica quieto. — Ele bufou e não reclamou mais, deixou que eu o levasse pelas escadas. — E Mikael... — Parei no meio da escada e olhei para ele. — Obrigada por ter ajudado. — Então voltei a guiar Justin até o nosso quarto.


POV. Justin


Depois do banho de banheira — no qual Kelsey que me deu banho —, estava deitado e confortável em minha cama, com Kelsey fazendo curativo sobre os pontos em meu peito.

— Eu estou bem. — Disse carinhosamente, para tranquiliza-la.

— Foi um tiro, Justin. Se tivesse sido do outro lado, poderia ter pegado seu coração.

— Mas não foi, então está tudo bem. — Ela suspirou exausta em continuar com essa discussão.

— Vou buscar nosso almoço, hoje passará o dia deitado, mocinho. — Beijou a ponta do meu nariz antes de se afastar da cama.

— É um tipo de castigo? Porque acho que eu vou gostar. — Sorri maliciosamente para ela, que revirou os olhos.

— Você ficará o dia deitado, não eu amor. — Piscou para mim colocando o kit de primeiro socorros em cima de uma mesinha próxima e se afastando, saindo do quarto.

Bufei e peguei o controle para ligar a TV. Coloquei em qualquer jogo de basquete aleatório, até ouvir três batidas na porta.

— Sou eu. — Era a voz de Christian.

— Entra! — Diminui o volume da TV quando Christian entrou. — Me salva dessa, cara, odeio ficar o dia inteiro parado e Kelsey quer...

— O que está acontecendo? — Perguntou sério, cruzando os braços.

— Como assim? — Franzi o cenho.

— O que está acontecendo? Porque levou um tiro, mas quero a história real, o que Mikael me contou não desceu. Foram conversar sobre a Kelsey e de repente uma pessoa atirou e começaram uma troca de tiros em um restaurante? Qual é, Justin, até parece que eu iria acreditar nessa.

— Mas foi o que aconteceu.

— Não, não foi. Tem algo acontecendo, já há muito tempo, e você está escondendo de mim, de todos nós. — Christian sempre foi tão esperto quanto eu, isso era uma das coisas que mais amava e odiava. Mas com as circunstancias, eu simplesmente não poderia arriscar nada.

— Já falei, foi isso que aconteceu, você acreditado ou não. Somos amigos, mas também sou muito mais que isso. Sou seu chefe, nem deveria estar aqui me contradizendo. — Disse ríspido. Christian trincou seu maxilar, os músculos de seu braço se exaltaram, estava irritado. — Agora saia! — Ele me encarou de cara amarrada por mais um tempo, até dar as costas e sair do quarto batendo a porta com força. Soltei um suspiro e passei minhas mãos pelo meu rosto, exausto.

Não podia continuar escondendo isso por muito tempo. Mas se eu contasse algo sobre minhas suspeita, deixaria esse invasor um passo a frente.

E isso eu não posso permitir.


POV. Kelsey


Algumas semanas depois

Esfreguei minhas mãos em minha calça, estava nervosa e ansiosa, tudo ao mesmo tempo. Estávamos de novo aqui para a consulta de rotina que eu teria que continuar fazendo até o final da gestação.

Apenas Justin estava comigo dessa vez, como Caitlin sabia que não teria como ver o sexo do bebê agora, não se importou de não.

Isso porque ele não sabia que eu havia me informado na internet que teria como eu descobrir o sexo antes das dezessete primeiras semanas.

— Kelsey Jenner? — A recepcionista chamou. Eu e Justin nos levantamos e seguimos para a sala da médica. Como era mesmo o seu nome?

— Bom dia. — A doutora sorriu. Retribui o sorriso e o "bom dia" de volta, olhando para sua placa de identificação.

"Dr. Amélia", claro.

— Estou tão ansiosa. — Disse empolgada, mas até Justin estava estranhando tanta agitação já que não teria nada de tão importante hoje.

Pelo menos era o que ele achava.

— Pela ultima vez que veio, só tem quase sete semanas, ainda não podemos ver o sexo...

— Podemos sim, pesquisei na internet por algum tipo de exame rápido para isso, e descobri sobre o Sexagem Fetal. Não é normalmente feito como o procedimento padrão por ser muito caro, mas dinheiro não é o problema. Podemos fazê-lo hoje? — A médica me olhou surpresa, da mesma forma como Justin também me olhava.

— Sério que tem como fazer com apenas sete semanas um exame assim? Porque não nos informou? — Justin perguntou a doutora.

— Como ela disse, não é um procedimento tão padrão, por isso acabamos deixando de lado, mas se realmente quiserem fazê-lo, sem nenhum problema.

— Mas espera, isso pode comprometer em algo negativo para o bebê ou para ela? — Justin quis saber, preocupado, antes de seguirmos com os procedimentos. Eu já estava informada sobre o assunto, era algo completamente seguro.

— Não mesmo, é um procedimento simples, seguro e cem por cento com sucesso. O teste é realizado através da análise do DNA fetal presente no sangue da mãe revelando o sexo fetal por um procedimento não-invasivo e sem riscos, pois requer apenas a coleta de uma amostra de no máximo 20ml de sangue da mãe. A presença do cromossomo "Y" indica que é um menino e a ausência dele, uma menina. — Ela sorriu de forma tranquilizadora ao finalizar sua explicação simples, para que Justin pudesse compreender. — Então podemos prosseguir? — Justin olhou para mim. Assenti para ele, dizendo de forma silenciosa que tudo estava bem e que realmente queria fazer isso.

— Claro! — Respondeu me fazendo sorri, beijando minha testa logo depois.

Depois do sangue coletado, seguimos para a sequencia dos exames tradicionais do meu primeiro pré-natal: Hemograma, Glicemia, sistema ABO e fator Rh, sorologia para HIV e VDRL, exame de urina, entre outros.

No final, minha saúde estava ótima junto com a do bebê.

— E o sexo do bebê? Quando ficará pronto? — Perguntei no final da consulta.

— São cinco dias para o resultado ficar pronto, como estamos na quarta, então só na próxima semana. — O desanimo bateu forte com meus ombros se arriando, toda a empolgação se esvaindo. — Fique tranquila, na outra semana você já saberá o sexo do bebê. Pense dessa forma, antes você iria ter que esperar 17 semanas, talvez até mais devida à posição do bebê, agora você saberá em cinco dias. — Sorriu de forma reconfortante, e de certa forma estava certa. Sorri em solidariedade e Justin beijou o alto da minha cabeça, tentando me dizer em gestos que estava tudo bem.

— Vai passar rápido, você vai ver. — Justin reconfortou enquanto estávamos andando no estacionamento, indo para o carro. Beijou minha mão depois de abrir a porta do carro para mim, fechando-a logo depois.

Só mais cinco dias... Só mais cinco.


Notas Finais

Demorei para atualizar por causa das minhas provas finais do período na faculdade, mas agora estou de volta, não revisei o capítulo, então ignorem os erros. Espero que tenham gostado, muitos acharam que nesse já descobririam o sexo... mas ainda não foi dessa vez HAHAHA. 


Quero também divulgar um LIVRO (não é uma fanfic), de uma amiga que está sendo postado aqui no Wattpad, se chama "Confie em Mim" da autora Jess Gomes. Ainda está no início da história mas promete MUITA coisa, além de ela ter uma escrita e talento incrível. É uma boa amiga e merece reconhecimento, vão conferir o livro dela. E graças a ela tenho todas as informações e planos prontos para um possível livro de AFG no futuro, então obrigada pelos conselhos Jess <3 

Link do livro: https://www.wattpad.com/story/66451849-confie-em-mim 


Até a próxima, como estou mais livre agora, devo sim atualizar sábado que vem (se não ocorrer algum imprevisto, é claro).

Beijo na bunda, TCHAU <3

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