New Enemy


Coloquei meu pé no asfalto, fazendo o barulho de "tec" do meu salto, respirando fundo e sentindo o cheiro que só esse lugar tinha, cheiro de pinheiros molhados e gelo, se é que gelo tem cheiro. Senti o ar frio do Canadá batendo em meu rosto. Fechei os meus olhos e senti o frescor da brisa. Estava frio, mas um frio suportável, agradável.

Eu estava de volta.

— Levem as coisas de Kelsey para o meu quarto. — Justin ordenou para os seus seguranças, que assentiram e pegaram nossas coisas na mala do carro. Estávamos no jardim de entrada da mansão.

— "As malas da Caitlin também" — Caitlin engrossou a voz e imitou Justin, insinuando que ele havia se esquecido dela. Dei risada.

— Não, as suas podem ficar onde estão. — Justin provocou sorrindo de lado e pegou em minha mão, indo em direção a entrada da mansão.

— Vai ter volta Bieber, vai ter volta. — Caitlin ameaçou, fazendo-nos rir, mas logo depois ela estava rindo também e nos acompanhando logo atrás.

Quando Caitlin me convenceu a voltar com Justin, Jenna não ficou muito satisfeita com essa decisão, mas o que eu mais amava em Jenna é que ela me deixava tomar minhas próprias decisões. Ela me deixou livre para me decidir o que seria melhor para mim, e aqui estou.

Não que eu tenha a total certeza que isso possa dar certo, mas uma coisa é certa: a vida não é feita de conto de fadas, se você ficar sentada esperando pelo seu príncipe encantado, você pode definhar.

Esse pensamento me fez perdoá-lo e voltar para o Canadá, à busca pela felicidade, não de uma vida perfeita.

Jenna ficou para trás para resolver algumas coisas pendentes em LA, como o nosso apartamento, nossos empregos e tudo mais.

E claro, Abby.

Com certeza naquele momento ela não sabia o que estava acontecendo, devia estar devastada em busca de respostas, mas tudo que ela precisava saber eu escrevi em uma carta.

Já que eu decidi voltar a fazer parte desse mundo, eu não posso mais tê-la em minha vida.

— Droga. — exclamei fazendo Justin me olhar. — Esqueci meu celular no carro, vão indo na frente. — Dei um rápido selinho em seus lábios e voltei em direção ao carro.

POV. Justin

Eu e Caitlin entramos na mansão e fomos para a sala principal, encontrando todos ali, ansiosos pela nossa chegada. Os sorrisos entusiasmados desapareceram ao me ver.

— Não acredito. — Christian disse.

— Tudo de novo. — Ryan se lamentou e se afundou no sofá, bufando.

— O que está acontecendo? — perguntei cruzando o cenho. Olhei para Caitlin e ela parecia mais confusa que eu.

— Você ainda pergunta? Você é ótimo em quase tudo, mas quando é ruim em algo você é péssimo. — fiz uma carranca para o comentário de Chaz.

— Qual é, Charles — ele revirou os olhos, todos sabiam que ele odiava o seu nome. — vocês estão falando do que?

— Porra cara, é sério que vai começar tudo de novo? Agir como se não se importasse? — começou Nolan se levantando do sofá e vindo em minha direção. — Kelsey se tornou minha melhor amiga e eu realmente gosto dela e me preocupo com seu bem estar, você foi pra lá para consegui consertar as coisas e volta sozinho? Isso é sério? — olhei para Caitlin, e ela arqueou sua sobrancelha para mim com divertimento. Minha boca se torceu em humor. Agora eu estava entendendo porque estavam tão zangados, eles estavam achando que Kelsey não veio junto. — Parece que você não é bom em tudo. — provocou. Escutei os barulhos do salto de Kelsey se aproximarem com ela adentrando na sala, com todos a olhando surpresos.

— Porque está brigando com meu namorado, Nolan, posso saber? — ela se aproximou e ficou ao meu lado, passando seus braços ao redor do meu ombro.

— Pois é, Nolan, eu realmente sou bom em tudo. — sorri sarcasticamente e beijei Kelsey intensamente.

— Ok, Justin, já entendemos que você é foda, não precisa engolir a garota. — balbuciou Christian, fazendo todos rirem. Me afastei de Kelsey dando um selinho e depois encarando Nolan, que estava com cara de tacho.

— Agora repete, "Justin é foda". — ela revirou os olhos.

— Qual é, não tenho tempo pra isso. — ele olhou para Kelsey e sorriu. — Bem vinda de volta. — ele a abraçou, girando-a no ar, fazendo ela soltar um gritinho. Qual é.

— Ok, já chega Nolan. — me intrometi no meio dos dois.

— Já chega nada, porque todo mundo aqui quer abraçá-la também. — Chaz disse, se aproximando e abraçando minha mulher, parece que essas caras não têm amor a vida.

Bufei e fui em direção ao bar que tinha a sala, pegando um copo de whisky com gelo, com bastante gelo.

— Sei que acabaram de chegar, mas temos coisas pendentes para resolver, patrão. — Christian disse me fazendo assentir. Kelsey olhou para mim igual aqueles cachorrinhos olhando um frango ser assado. Não fode.

— Pensei que pelo menos hoje iríamos passar o dia juntos. — se lamentou, sendo manhosa. Quero ela manhosa assim na minha cama.

— Prometo que vou levá-la a um jantar hoje à noite, ok? Mas agora eu preciso realmente resolver as coisas por aqui, muita coisa aconteceu na minha ausência e eu preciso estar por dentro. — ela fez biquinho, me deixando louco. Se ela não parasse, eu iria fodê-la ali na frente de todos.

— Tudo bem, acho que eu e Caitlin podemos ir fazer compras.

— Primeiro preciso de Caitlin, porque preciso repassar algumas coisas, aí sim depois ela vai estar liberada.

— Okay! — Kelsey bufou e foi em direção as escadas, provavelmente indo para o nosso quarto.

— Essa ai é osso duro de roer. — Chaz brincou, fazendo todos rirem.

— Vamos pro escritório.

O lugar que eu mais amo dessa mansão é meu escritório. Olhei ao redor, matando as saudades que eu senti desse lugar. Era bom estar em casa.

Me sentei em minha poltrona de couro e rodei nela, abrindo logo depois a primeira gaveta pegando um charuto e acendendo-o.

— Nem oferece. — implicou Nolan.

— É meu e eu ofereço a quem eu quiser, agora vamos ao que interessa. — Nolan riu e todos se organizaram, cada um sentando em algum canto. Caitlin se sentou ao lado de Christian, passando seus braços ao redor do seu ombro, provavelmente estava com saudades do irmão.

— Caitlin, o que eu tenho para tratar com você é breve, pelos motivos de que você de certa forma não fara mais parte dessa equipe.

— O que? — ela gritou espantada se sentando em postura reta na poltrona, com todos me olhando tão chocados quanto Caitlin. — Como assim "eu não faço mais parte dessa equipe"? Agora está com preconceito com mulheres? Eu já fiz trabalhos mais pesados que qualquer hom...

— Cala a porra da boca e me escuta caralho. — ela parou de tagarelar e me encarou, apesar de ainda estar irritada, ela finalmente parou de falar.

— Eu não quis dizer fora de toda a equipe, eu quis dizer dessa equipe. — abri meus braços dando ênfase a todos naquela sala. — Você vai mudar de função, só isso.

— Ôh... — ela olhou para Christian que também pareceu mais aliviado. Também não sou tão filho da puta assim, qual é. Caitlin esteve junto conosco desde o início, e ela estava certa, ela já fez funções bem piores e muito melhor que qualquer um dos meus homens. — Então qual área irá me colocar agora?

— Uma área particular. Você está certa, você já fez funções muito melhores que qualquer um dos meus homens.

— Magoou. — brincou Chaz, fazendo Caitlin olhar para ele com divertimento e assoprar um beijo em sua direção.

— E é por isso que se tornou perfeita para essa função.

— Qual função? — insistiu apressadamente.

— Segurança particular de Kelsey. — ela cruzou o cenho e olhou para o irmão e depois para todos na sala, voltando a olhar para mim.

— E porque não contrata um segurança mesmo, totalmente formado na área para isso? Mesmo eu sendo bem preparada, sei lá, porque não um dos nossos seguranças? — me remexi desconfortável na poltrona, sem responder a sua pergunta, apenas encarando os seus olhos e isso foi o suficiente para ela entender.

Eu tinha medo que acontecesse a mesma coisa que aconteceu com Castiel.

— Ok, eu já entendi. Será uma honra ser a segurança particular de Kelsey.

— Mas isso não quer dizer que vá ficar fora de tudo, vai ter algumas missões que vou precisar de você, nesses dias Kelsey será mantida em casa.

— Sem problemas. — ela sorriu gentilmente e eu retribui. — Então pode ir lá e dar a grande notícia a ela, sei que vai ficar animada, depois podem ir no shopping e fazer essas coisas fúteis que vocês adoram.

— E ir em uma boate de stripper não é coisa fútil também? — rebateu.

— O que? Do que está falando, mulher? — Nolan disse indignado. — Mulheres peladas é arte. — todos começamos a rir. Caitlin quase morreu de tanto rir, se levantando do sofá e saindo do escritório.

— Ok, já chega, quando voltar ao que interessa. — todos foram voltando ao normal aos poucos, e Christian me trouxe uma pasta cheia de folhas. — O que é isso?

— Tudo sobre o carregamento, chegou na hora certa, amanhã é o último dia do prazo que Vicent deu para pegarmos logo.

— Ótimo, marque tudo para amanhã mesmo, não vejo a hora de pôr as mãos nessas belezinhas, iremos faturar. — Christian sorriu e assentiu, pegando seu notebook e começando a digitar.

— Chaz, vá ordenar tudo ao Kenny, preciso de seguranças preparados para a missão amanhã. — como chefe da segurança, Chaz foi repassar tudo ao seu subchefe.

— Ryan e Nolan, enquanto Christian está resolvendo sobre o carregamento, vamos começar a elaborar o plano, onde, como iremos pegar esse carregamento vindo direto de NY. Qual a melhor maneira? — perguntei para ninguém exatamente, apenas disse olhando para o mapa, vendo exatamente onde estávamos, vendo a rota de trajeto de Nova Iorque para o Canadá.

POV. Kelsey

— Isso é sério? Você não vai se importar?

— Porque em importaria? Vou ter ainda mais tempo com a minha melhor amiga, isso significa que você vai poder me roubar sempre quando quiser sair, Justin não terá como me proibir. — ela disse sorrindo com humor, me fazendo pular em cima dela, que estava sentada na cama, com nós duas caindo sobre o colchão macio.

— Isso vai ser super divertido.

— Assim espero, a não ser que algo lhe aconteça, ai vai sobrar pra mim.

— Vou conversar isso com Justin, realmente não quero que ele lhe culpe se algo sair do controle.

— Eu já preciso te avisar que se eu ficar meio paranoica e não ser exatamente sua melhor amiga quando saímos, não estranhe, ok? Preciso ter cem por cento de atenção, realmente incorporar um segurança.

— Contanto que não fique grossa ou completamente fria, por mim tudo bem. — nós duas rimos e então Caitlin se levantou da cama.

— Vamos então fazer compras, antes que Justin volte e me veja no seu precioso quarto. — exclamou com ironia, me fazendo rir.

Caitlin era sonhadora como qualquer outra pessoa. Seu maior sonho era ser modelo e ter seu rosto estampado em revistas de moda ao redor do mundo, desfilar nas passarelas com as maiores modelos do mundo e poder chamá-las de amigas. Não vou incluir viajar pelo mundo, porque isso é mais do que óbvio que ela tem ótimas condições financeiras para viajar até pro Egito.

Mas seus sonhos começaram a ser destruídos assim que nasceu, quando garantiu pela genética familiar uma altura considerada baixa para modelos. A outra parte do sonho se destruiu quando ela tinha quinze anos e Justin entrou em sua vida.

Eu não gostava muito de ouvir essa parte da história, mas eu gostei de saber e gostei principalmente de saber que ela confiava em mim o suficiente para me contar algo tão íntimo.

Ela se apaixonou por Justin de uma forma avassaladora, apresentando seu irmão para Justin, apenas para o ajudar em algumas coisas, que logo foi se tornando rotina, até começarem a construir uma equipe.

Ela realmente tinha em mente que eles eram o típico casal 20, mas ela não sabia que Justin não pensava da mesma forma.

Logo Caitlin teve que aceitar Justin com outras mulheres, o que a devastou, mas ela mesma tem a consciência de que ele sempre dizia "Eu sou de todas e todas são minhas".

Estávamos em seu conversível preto com detalhes rosa, nem preciso dizer que a placa do carro havia o seu nome gravado cheio de diamantes em volta.

Caitlin estacionou o carro com todos os olhares vindo para nós. Caitlin adorava chamar atenção com seus grandes fios de cabelos, os jogando de lado ao passar sua bolsa pelo ombro.

Era hora das compras.

Chanel, Versace, Victor Hugo, Victoria's Secret... Entrávamos e saíamos de várias lojas com várias sacolas, era incrível ter um cartão sem limites e o que era mais incrível ainda era ter uma conta bancária recheada de dólares.

Quando voltamos para o conversível de Caitlin, ela simplesmente deu um gritinho irritante ao ver o pneu do seu carro murcho.

— Não acredito, eu não lembro de o pneu do carro ter furado.

— Nem eu. — me aproximei e analisei, vendo algo estranho, me aproximei e passei o dedo pela espessura. — Não estourou por acidente, olha só, foi um corte perfeito. — Caitlin se aproximou para olhar e logo sua expressão ficou fria.

— Porque iriam rasgar o pneu do meu carro? É o meu bebê.

— Precisam de ajuda? — eu e Caitlin olhamos para cima ao mesmo tempo vendo um rapaz baixinho com cara de ratinho sorrindo em nossa direção. — O pneu furou?

— Sim, por favor, tenho pneu reserva mas realmente não sou boa em trocar pneus. — exclamou Caitlin, se levantando. Levantei logo depois e ajeitei as sacolas em meu braço.

— Tudo bem, é só me mostrar onde está que eu ajudo. — Caitlin abriu o porta malas do carro onde havia o pneu reserva. O jovem rapaz o pegou e foi em direção ao pneu furado para realizar a troca. — Que estranho, esse corte está perfeito. — balbuciou ao analisar o pneu danificado.

— Foi o que eu disse, como se alguém tivesse feito de propósito. — falei abrindo o carro de Caitlin e colocando as sacolas no banco de trás.

— Pode ter sido inveja, duas gatinhas e jovens chegando em um carrão desses... — eu e Caitlin rimos e ficamos paradas em pé atrás dele enquanto ele realizava a troca. Minutos depois o pneu danificado estava fora da jogada com o novo substituindo o seu lugar.

— Prontinho, senhoritas. — ele colocou de volta no lugar as ferramentas e o pneu danificado e fechou o porta malas.

— Muito obrigada... Droga, não perguntei o seu nome. — murmurou Caitlin.

Phillip. — ele sorriu gentilmente.

— Obrigada, Phillip, não teria conseguido sozinha. — Caitlin sorriu gentilmente, gentil até demais.

Revirei os olhos e olhei para Phillip.

— Obrigada, foi uma grande ajuda.

— Não tem de que, tenham um bom dia.

— Igualmente. — Caitlin respondeu, com Phillip se afastando. — Não é isso tudo mas...

— Da para pegar no escuro. — acrescentei com nós duas caindo na gargalhada logo depois.

— Vamos pra casa. — ela disse entrando em seu carro. Entrei depois dela e logo estávamos na avenida principal, traçando o caminho de volta para casa.

Havíamos passado a tarde inteira no shopping, quando chegamos à mansão estava no fim da tarde, e meu jantar com Justin estava mais perto de acontecer.

Caitlin foi para o seu quarto e eu para o meu, que também é o de Bieber. Nem sinal dele, tudo estava exatamente como eu deixei ao sair, isso significava que até agora Justin estava resolvendo as coisas no escritório.

Sabia que ele tinha muito trabalho atrasado e o motivo era bem simples: Eu.

Ele se enrolou todo ao ficar alguns dias em LA tentando me ter de volta, agora ele tinha muitas coisas para resolver, não poderia o culpar, mas ficaria irritada se ele não cumprisse com suas promessas.

Fui ao banheiro e tomei um banho relaxante de espuma, tomando cuidado para não molhar o cabelo, fazendo um coque frouxo no alto para evitar. Quando terminei, me enrolei na toalha e voltei para o quarto, sem sinal de Justin ainda.

Bufei e fui ao closet onde todas as minhas roupas já estavam arrumadas perfeitamente, peças por peças, blusas em um lado, shorts em outro, tudo separadamente em perfeita ordem. A nova empregada não era nada mal, mas ninguém superaria Jenna.

Por falar nisso, lembrei que preciso ligar para ela.

Não iria usar nenhuma das roupas que eu já tinha, iria usar o vestido novo que comprei. Ele era curto e super decotado nos seios, com uma tela branca na frente, mostrando com certa discrição a vulgaridade dos seios.

Justin iria ficar louco quando me visse usando isso.

Comecei a arrumar o meu cabelo e a maquiagem, quando Justin adentrou apressado no quarto.

— Eu sei, já estou indo pro banho. — ele disse ao ver meu olhar de desaprovação através do espelho. Justin foi tirando suas roupas no meio do caminho e entrando no banheiro, batendo a porta logo atrás de si.

Voltei a terminar minha maquiagem e caprichei no perfume e joias, indo colocar meu vestido logo depois. Por fim coloquei meus saltos novos e dei uma voltinha no espelho, com Justin abrindo a porta e parando assustado logo depois.

Olhei para ele e sorri, dando uma outra voltinha bem caprichada, empinando minha bunda para ele.

— O que achou?

— Voc...Você está linda. — gaguejou, me olhando de cima até em baixo.

— Obrigada, agora vá se arrumar.

— Deixando claro que eu só estou indo porque eu quero, não porque mandou. — disse com sua boca se torcendo em humor entrando no closet.

Dei risada, me olhei no espelho e dei alguns retoques finais.

Justin não estava nada mal naquela noite, estava com uma calça jeans, blusa branca de gola V com um blazer preto por cima. Ela estava uma tentação.

Entramos em sua Lambo e seguimos rumo ao restaurante. Era a primeira vez que iríamos a um jantar romântico de verdade, sem fingir para ninguém que somos um casal, porque agora realmente somos um casal.

Justin fez questão de abrir a porta para mim, achei graça do seu comportamento de um verdadeiro cavalheiro, sendo que todos sabíamos que era algo muito ao contrário.

Mas isso me deixava feliz porque eu sabia que ele estava caindo de cabeça nessa relação, sem medo.

Adentramos no estabelecimento refinado e fomos em direção a nossa mesa reservada. Abrimos o cardápio e começamos a olhar pelos pratos. Haviam pratos que custavam uma fortuna.

— Essa é a coisa mais normal de casais que eu já fiz na vida. — murmurou tirando minha atenção do cardápio ao olhar para ele.

— Isso porque ainda não fomos ao cinema. — ele levantou seu olhar para mim me fazendo rir.

— Precisa do lance do cinema?

— Todo casal de namorados vai.

— Nem todos.

— Mas vamos fazer parte dos que vai.

— Eu até gostaria, de verdade. — disse irônico. — Mas cinemas e praias "públicas" são lugares que mais evitamos, por ter um risco maior e chances mínimas de fugas por se estar distraído.

— E como vamos ao cinema então?

— Simples, posso fechar um dos quartos de sobra e mandar construir um cinema.

— Um cinema em casa? — perguntei chocada. Justin apenas olhou para mim como se fosse a coisa mais simples do mundo, e para ele com certeza era.

— Em muitas mansões isso é super comum, mas preferi a sala de jogos do que o cinema, não sou muito chegado, mas se você quer, eu mando construir um.

— Uau. — balbuciei voltando a olhar meu cardápio ainda chocada. O céu definitivamente não era o limite para ele.

Quando terminamos de fazer o nosso pedido, Justin olhou para mim e sorriu.

— O que foi?

— Nunca fiz isso antes, então eu não sei qual o melhor momento para isso, então vai ser agora. — ele pegou uma caixa média preta de veludo do bolso do blazer, me fazendo cruzar o cenho. — Abra! — ele direcionou a caixa em minha direção.

Virei a caixa em minha direção e a abri, vendo uma linda pulseira de diamantes.

— Justin, uau, é magnífica. É para mim? — olhei rapidamente para ele e voltei meus olhos para a linda pulseira, era a coisa mais linda que eu já tinha visto.

— Toda pra você. Perguntei a Caitlin qual o tipo de joias que mais gostava de usar e ela disse que você amava pulseiras.

— E acertou, ela é perfeita, obrigada. — ele sorriu todo bobo por eu ter adorado o presente. Peguei a pulseira em minhas mãos e entreguei para ele colocá-la em mim. — Ainda bem que não era um cordão, eu detesto ter que usar cordões.

— Caitlin me avisou disso também. — revirei os olhos e dei risada, tinha que ser Caitlin.

Logo nossos pedidos foram entregues, tudo estava normal, nosso jantar, as pessoas ao redor conversando, a nossa conversa estava agradável, quando no meio do jantar eu comecei a sentir algo perto do meu pé. Quando prestei atenção no que era, senti minhas bochechas ficarem vermelhas.

Justin começou a passear seu pé pela minha perna, subindo até onde ele podia. Abaixei a cabeça e ri baixinho, com ele abrindo aquele típico sorriso cafajeste.

— Justin, estamos em público. — tentei disfarçar bebendo um gole do vinho, mas a bebida só estava ajudando a piorar a situação, deixando meu corpo igual brasa.

— E assim é mais gostoso. — olhei para ele que tinha um sorriso malicioso nos lábios e quase enfartei quando o garçom se aproximou. Justin se endireitou rapidamente batendo seu joelho na mesa. — Caralho! — gritou de dor chamando a atenção de pessoas próximas ao redor. Sorri envergonhada e disfarcei bebendo mais do vinho.

— Desculpe senhor, tudo bem?

— Sim, tudo ótimo, o que está fazendo aqui? Não lembro de ter chamado você. — Justin estava visivelmente irritado por ele ter atrapalhado o nosso momento e principalmente por ter seu joelho "danificado" por isso.

— Desculpe o incômodo, só vim lhe trazer essa bebida que me pediram para entregar ao senhor. — o garçom colocou perto de Justin, sobre a mesa, um copo com whisky e bastante gelo, do jeito que Justin adora.

— Como assim? Eu não pedi Whisky.

— Não foi o senhor que pediu, foi aquele rapaz que me pediu para entregar ao senhor. — o garçom apontou na direção do bar. Vi o corpo de Justin se enrijecer de longe.

Não era Mikael, esse eu conhecia muito bem, como também não era Bruce, o braço direito de Mikael, então quem poderia ser?

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