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POV. Kelsey
Flashback on
— Não acredito, eu não lembro de o pneu do carro ter furado.
— Nem eu. — Me aproximei e analisei, vendo algo estranho, me aproximei e passei o dedo pela espessura. — Não estourou por acidente, olha só, foi um corte perfeito. — Caitlin se aproximou para olhar e logo sua expressão ficou fria.
— Porque iriam rasgar o pneu do meu carro? É o meu bebê.
— Precisam de ajuda? — Eu e Caitlin olhamos para cima ao mesmo tempo vendo um rapaz baixinho com cara de ratinho sorrindo em nossa direção. — O pneu furou?
— Sim, por favor, tenho pneu reserva, mas realmente não sou boa em trocar pneus. — Exclamou Caitlin se levantando. Levantei logo depois e ajeitei as sacolas em meu braço.
— Tudo bem, é só me mostrar onde está que eu ajudo. — Caitlin abriu o porta malas do carro onde havia o pneu reserva. O jovem rapaz o pegou e foi em direção ao pneu furado para realizar a troca. — Que estranho, esse corte está perfeito. — Balbuciou ao analisar o pneu danificado.
— Foi o que eu disse, como se alguém tivesse feito de propósito. — Falei abrindo o carro de Caitlin e colocando as sacolas no banco de trás.
— Pode ter sido inveja, duas gatinhas e jovens chegando em um carrão desses... — eu e Caitlin rimos e ficamos paradas em pé atrás dele enquanto ele realizava a troca. Minutos depois o pneu danificado estava fora da jogada com o novo substituindo o seu lugar.
— Prontinho senhoritas. — Ele colocou de volta no lugar as ferramentas e o pneu danificado e fechou o porta malas.
— Muito obrigada... Droga, não perguntei o seu nome. — Murmurou Caitlin.
— Phillip. — Sorriu gentilmente.
Flashback off
Conseguia me lembrar perfeitamente do dia no shopping em que ele ajudou a trocar o pneu do carro de Caitlin. Era ele, eu tinha certeza.
— Cara do shopping? — Justin tinha sua testa franzida e a expressão dos seus olhos era de estar confuso e levemente enciumado.
— Sim. Logo quando chegamos do Canadá eu e Caitlin fomos ao shopping, lembra? O pneu de Caitlin estranhamente furou e esse cara — Aponte para a tela — Ajudou a trocá-los. — Justin levantou seu olhar para encontrar os olhos de Christian e depois os voltou para mim.
— Tudo bem, não se preocupe, ok? Vou resolver tudo isso. Amanhã de manhã vamos voltar para Stratford. — Ele se levantou e fechou o notebook o entrando para Christian, então os dois se afastaram, saindo da suíte e me deixando sozinha.
POV. Justin
Eu estava preocupado, estava começando e sentir que as coisas iriam fugir do meu controle em breve. E isso não era um bom sinal. Toda vez que eu pressinto alguma coisa, ela realmente acontece.
Não sabia quem era o chefe principal desse Phillip, mas eu já sabia quem ele era e eu iria o encontrar, fazer ele falar e então depois o matar.
— E então? O que vai ser? — Christian perguntou. Sai dos meus devaneios e o encarei.
— Procure o paradeiro dele, agora. — Ele assentiu e pegou seu notebook de minha mão, indo para o seu quarto. Voltei para minha suíte vendo Kelsey no mesmo lugar que ela estava, sentada no sofá, mas agora ela estava pensativa. — Está bem? — Me aproximei e me sentei ao seu lado. Puxei ela para perto, com ela deitando sua cabeça em meu peito enquanto eu acariciava seu ombro nu.
— Estou. Só estou pensando na vida. — Ri pelo nariz.
— Pensando na vida?
— Sim. — Ela levantou sua cabeça para encarar os meus olhos e eu sabia que não viria coisa boa. — Se pudesse voltar atrás no dia em que me fez assinar o nosso divórcio, o que você faria? — Eu não disse, isso não é uma coisa boa.
— Acho que não teria feito, teria resolvido as coisas de outra forma.
— Você acha.... Tipo, você acha que... — Ela esfregou suas mãos nervosa.
— O que? Você quer saber se tem possibilidades de casarmos de novo? — Ela levantou seu olhar para encontrar os meus e então assentiu cautelosamente.
— Eu me arrependo todos os dias por ter feito você assinar aquilo, então óbvio que temos chances de nos casarmos de novo, só não faço isso agora porque estamos reconstruindo as nossas vidas juntos e porque preciso eliminar uns inimigos.
— Não estou pedindo para me pedir em casamento, até porque, somos jovens e eu nunca teria me casado no ano passado se não fosse pelo meu pai, e eu sei que você também. — Ela me olhou de relance e depois voltou a olhar para o nada — Eu só queria saber se mudaria de ideia a respeito.
— Sim, eu mudaria, sem pensar duas vezes. — Ela sorriu fraco e depois se remexeu inquieta. — O que foi?
— Eu não sei, só estava pensando...
— Então fale. — Perguntei olhando para ela, mas ela não tinha coragem de me encarar de volta.
— E sobre o nosso futuro juntos, você sabe, construir uma família.
— Sim, eu já disse, vamos nos casar de novo, não que não já sejamos uma família agora...
— Não é isso, estou falando de construir uma família. — Deu ênfase maior, foi aí que percebi onde queria chegar.
— Está falando de filhos? — Ela me olhou com cautela e assentiu vagarosamente.
— Olha Kelsey... — Me remexi e a fiz ficar de frente para mim, para que ela olhasse em meus olhos. — Você sabia como era o meu mundo assim que decidiu fazer parte dele, e fazer parte dele gera sacrifícios como não ter paz, ser sempre desconfiado, ter minha privacidade muitas vezes invadida por precisar de câmeras me vigiando e seguranças o tempo todo, colocar em perigo as pessoas que amo e me importo. Agora ter filhos? Porque iria querer multiplicar meus problemas? — Ela não respondeu, apenas ficou me fitando com seus olhos azuis, quieta, então prossegui. — Ter filhos é uma grande responsabilidade e o mundo em que vivo me priva disso. Não posso ter filhos e ter preocupações maiores o tempo todo. Ter filhos no mundo da máfia pode te destruir por completo, não me arriscaria. Eu nunca vou ter filhos, entendeu? Nunca.
— Já deu para entender. — Ela se remexeu e se afastou, arrumando seus cabelos.
— Kelsey, é que...
— Está tudo bem Justin, é sério. — Ela olhou para mim e forçou um sorriso. — Preciso de um banho e dormir. — Se levantou e seguiu em direção ao banheiro fechando a porta logo atrás de si.
POV. Kelsey
Não é como se eu estivesse feliz em ter descoberto que o homem que eu amo não pretende ter filhos comigo, ou construir uma família. Mas eu também não o podia o culpar, ele estava certo. Eu sabia do mundo em que ele vivia assim que aceitei a fazer parte dele. O mundo da máfia pode te beneficiar em muitas coisas, mas também te priva de outras.
E o topo da lista incluía em não ter filhos.
Quando saí do banho enrolada no roupão, Justin me aguardava na sala com duas taças com champanhe.
— Não quero que fique mal comigo ou que você tenha receio de ficar comigo. — Disse caminhando em minha direção e me entregando uma taça. Eu a segurei e analisei o líquido borbulhante antes de olhar em seus olhos.
— Eu compreendo você. — Me aproximei e beijei os seus lábios. Justin suspirou aliviado quando eu me afastei. Demos um longo gole em nossas bebidas e fomos para o quarto da suíte onde descansaríamos durante a noite já que pela manhã cedo estaríamos indo de volta para Stratford.
Com o jatinho rapidamente chegamos. A lambo de Justin estava estacionada com seus seguranças e suas SUV's ao redor. Caminhei de mãos dadas com Justin até seu carro e logo depois já estávamos saindo do aeroporto com seguranças ao nosso redor em seus carros e os amigos de Justin vindo logo depois, também sendo escoltados.
Quando chegamos na grande mansão, Jenna já estava nos aguardando.
— Jenna! — Sorri ao vê-la e a abracei.
— Bem-vindos de volta, estão com fome? — Perguntou sorrindo gentilmente. Olhei para baixo vendo suas roupas de empregada, não, não iria aceitar Jenna me servindo.
— O que está fazendo? Porque está usando essa roupa? — Ela olhou para suas roupas de empegada e depois voltou a olhar para mim de cenho franzido.
— Mas eu não sou a empregada?
— Não, agora temos Dorota.
— Kelsey, querida... — Olhei para Justin de cara feia, mas ele não se incomodou e continuou, se aproximando e colocando suas mãos em meus ombros. — Vamos até o meu escritório, precisamos conversar.
Justin praticamente me arrastou até seu escritório, e quando entramos e eu fechei a porta, ele começou a falar.
— Acha mesmo que Jenna vai viver aqui comendo e bebendo sem prestar serviços? Ela foi contratada aqui como empregada. — Disse me encarando e então logo depois se sentando em sua grande poltrona de couro e foleando algumas papeladas.
— Mas ela me ajudou muito nesses últimos meses, é injusto eu fazer isso com ela. — Falei enquanto em aproximava de sua mesa e parava em sua frente, cruzando os braços.
— Não é você que está fazendo, sou eu, ou se esqueceu que essa casa é minha? — Respondeu tirando sua atenção da papelada para encarar os meus olhos. Fiz uma carranca para ele.
— O que? Está jogando na minha cara que vivo aqui de favor? Não se esqueça que foi você que foi atrás de mim. — Não esperei que respondesse, comecei a ir em direção a porta, mas senti suas mãos segurarem firme meu braço, me impedindo de sair.
— Não, me desculpe, não era isso que eu queria dizer.
— Sei o que quis dizer. — Puxei meu braço de volta e continuei a ir em direção a porta.
— Não! — Ele me segurou de novo. Encarei seus olhos com raiva, odiava esses joguinhos. — É sério, não falei nesse sentido, eu só falei no sentido de que a autoridade maior aqui é minha, apenas isso. Eu que estou mandando Jenna trabalhar, não você, não tem o porquê de se sentir culpada.
— Continuo me sentindo. — Puxei meu braço de novo. — Jenna me ajudou muito, Justin, mas do que imagina, não quero ela me servindo, é idiota e tosco da minha parte se deixar isso acontecer.
— O que você quer, porra? Que ela vive aqui de graça?
— Não, mas sei lá, ela não precisa ser exatamente a empregada. — Justin bufou e passou a mão nos cabelos. Eu já sabia que ele estava com pouca paciência.
— Então... sei lá, governanta? — Ele olhou para mim esperando por alguma resposta, mas permaneci quieta, não por não querer responde-los, só estava pensando na ideia. — Ela que daria as ordens para Dorota, iria mais supervisionar tudo, não iria precisar pegar pesado...
— Eu sei o que é ser governanta, Justin. — Revirei os olhos. — Só estava pensando na ideia e gostei, vou avisar a ela. — Me virei para sair do escritório e ele me segurou (de novo). — Porra, Justin, eu... — E então seus lábios estavam nos meus. Tentei o afastar, mas ele segurou firme meus braços prensando meu corpo contra o dele. Seus lábios estavam macios e quentes como sempre, foi fácil me deixar levar. Logo já estávamos deitados no sofá no maior amasso. Mãos para lá, mãos para cá e beijos de tirar o fôlego.
— Opa, querem ajuda? — Ryan disse ao entrar no escritório. Eu e Justin nos afastamos e sentamos no sofá. — Não para não, adoro um pornô, pessoalmente então é melhor ainda. — E começou a rir. Revirei os olhos e beijei a bochecha de Justin saindo do escritório. Antes de fechar a porta pude ouvir Justin murmurar um "estraga prazeres" para Ryan.
Encontrei Jenna na cozinha preparando o almoço junto com Dorota.
— Pode parar o que está fazendo. — Jenna e Dorota pararam no mesmo instante, mas quando Dorota viu que eu me referia a Jenna, ela continuou.
— O que foi, Kells?
— A partir de hoje você será nossa governanta, não empregada. Venha. — Peguei em sua mão e a tirei da cozinha.
— Como assim? Do que está falando? — Ela murmurava atrás de mim enquanto tentava acompanhar meus passos.
POV. Justin
Por causa da intromissão de Ryan, mandei ele ir chamar o restante da equipe. Mesmo soltando alguns palavrões porque eu sabia que ele odiava ter que chamar os outros, ele foi e logo todos da equipe principal já estavam reunidos. Ryan, Chaz, Christian, Caitlin e Nolan.
— Nem todos sabem, mas eu e Christian já descobrimos quem mandou aquele homem ontem à noite atacar Kelsey.
— Quem? — Nolan foi o primeiro a perguntar.
— Um tal de Phillip, e você o conhece, Caitlin. — Ela cruzou o cenho enquanto me olhava. Óbvio que também não lembrava do cara. — Você e Kelsey foram no shopping assim que voltamos para o Canadá, ele ajudou a trocar o pneu do seu carro no estacionamento.
— Ah sim. Eu me lembro dele. É sério que ele é envolvido?
— Parece que sim, conseguimos achar uma fotografia dele e Kelsey o reconheceu. — Passei a fotografia para ela que analisou.
— É ele mesmo, me lembro perfeitamente.
— E tenho uma boa notícia, consegui encontrá-lo. — Sorri satisfeito e me levantei, indo em sua direção. Ele estava com o notebook aberto em seu colo e quando me aproximei vi uma imagem de um ponto vermelho piscando e se locomovendo.
— GPS. — Christian assentiu. — Para onde ele está indo agora?
— Deixe eu ver. — Ele analisou a direção do mapa em que ele estava indo, então ele entrou em um restaurante. — Acho que já sabemos.
— O que vamos fazer? Simplesmente ir atrás dele? — Perguntou Caitlin.
— Não podemos ter essa chance de novo, fica só a alguns quarteirões, podemos chegar a tempo.
— Mas precisamos de um plano, e se o cara for foda? — Perguntou Chaz e dessa eu tive que rir.
— O cara que ele infiltrou aqui na mansão e o de ontem à noite para atacar Kelsey estão mortos, acha mesmo que esse imprestável é foda? Foda sou eu. — Me afastei e fui em direção a minha mesa, sentando em minha poltrona. — Vou elaborar um esquema rápido e logo iremos colocá-lo em prática. Mas lembrem-se, nada de matá-lo, quero ele vivo e o entreguem para mim.
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