Capítulo 17
- Ai! Que dor de cabeça - digo me levantando lentamente na cama, até que olho em minha volta e me dou conta de que não estou em minha casa, o que faz surgir perguntas chegarem em meus pensamentos.
- Já acordou, adormecida! - Noah entra se aproximando em seguida, com um belo sorriso em seu rosto, se sentando em minha frente, me deixando completamente confusa.
- Onde estou? - minha pergunta, muda sua afeição - o que aconteceu? Por que não estou em minha casa?
- Ei, calma - ele se aproxima e segura minha mão - vou te explicar, tudo bem?
- Não. Não está nada bem, minha cabeça está girando! - esbravejo.
- Bela! Você se lembra o que eu te disse ontem? - ele questiona e tento forçar minha mente. E a última frase que me vem, é ele dizendo que me ama. Porém, não consigo definir se foi verdade, ou se foi um sonho de meu sono tão pesado.
- Vagamente - decido dizer.
- Eu sei que se lembra. Sei que escutou muito bem eu dizer que amo você! - seu olhar encontra o meu, e não consigo dessa vez desviar minha atenção - e é por esse motivo, que está aqui.
- Aqui a onde Noah? - pergunto - chega de mentiras, chega de perguntas não respondidas! Por que estou aqui? E se não me responder...
- Bela! Está aqui por que é o único lugar em que está segura! É para sua proteção! - ele responde, segurando firme minha mão - Não posso perder você!
- Como? Como eu vim parar aqui? - decidi questionar. Ainda estava perplexa, confusa. Estava em um lugar que não fazia ideia de onde era, não sabia nem como havia chegado, somente Noah em minha frente. Minha cabeça cada vez mais latejava.
- Depois de falar com você, dei a ideia de tomarmos um vinho. Você aceitou... - ele dizia até eu o interromper.
- Colocou sonífero? - perguntei a ponto de explodir com ele, puxando minha mão da sua imediatamente.
- E de que outra forma você aceitaria vir comigo? - ele retrucou e em seguida tocou meu rosto o qual desviei. Não queria o seu toque, não queria ele próximo de mim.
- Você não tinha esse direito! - me levantei indo em direção a janela do quarto - eu vou embora daqui!
Quando olhei pela janela, tudo o que eu podia notar, era que estávamos bem longe da cidade. Eu só podia ver árvores, montanhas em minha volta.
- Eu não vou deixar Bela. Você não irá sair daqui. Nem que eu precise te manter trancada! - escutei Noah dizer, o que me causou repulsa, raiva, e milhares de outros sentimentos ruins.
- Você ficou maluco? Está querendo me manter em cativeiro? - questionava explodindo minha raiva.
- Você não dá opções Bela! - ele respondeu calmamente.
- Tente. Ao menos tente me dizer o porquê disso! Quem sabe eu consiga entender - tentei outra vez buscar respostas. Mas, foi em vão!
- Não posso! - ele se levanta e vem até minha direção - ainda não posso. Mas, vai chegar o dia em que você vai compreender, que tudo isso, foi para te salvar!
Nenhuma palavra consegui expressar. Fiquei intacta apenas o vendo se retirar. Não acreditava que realmente seria capaz de me trancar ali. Heitor, jamais faria isso. Mas, Noah sim. Quando tentei abrir a porta, era o que eu temia, estava trancada. Minhas tentativas de arrombar, foram em vão. Tentei a janela, mas a altura não permitia, seria em vão quebra-la também. Estava presa, sem celular, sem saída, sem ideia de onde estava. Me joguei na cama, e percebo que também não estou com a roupa que estava antes de tudo isso, o que me deixou ainda mais indignada. Não entendia por que tudo estava acontecendo comigo. Não entendia por que era necessário isso. Não entendia a mente de Noah!
- Preciso que fale com Alyssa - ele entrou novamente no quarto, me tirando de meus pensamentos - diga a ela que resolveu tirar as férias que nunca tirou.
- Como sabe que nunca tirei férias? - minha curiosidade se atiça.
- Só diga! - ele diz ríspido e me entrega o celular.
- Sabe que ela não irá acreditar! - rebato pegando o celular de suas mãos.
- Então, diga que está doente. - ele tenta mais uma vez.
- Aly sabe que não falto trabalho por nada, ela não vai acreditar - digo me levantando, se aproximando o mais perto que posso e o encarando.
- Não imaginei que viraria uma obcecada pela profissão, que irá ficar pra titia ainda - ele zomba de mim.
- Não Noah. Apenas quero colocar pessoas como você atrás das grades! - digo por fim e em seguida, na tentativa de surpreende-lo, transfiro um golpe para acertar sua virilha, mas sua mão me segura antes, seus reflexos são mais rápidos do que eu podia esperar.
- Bela, Bela! - ele solta minha perna e em seguida segura meu rosto, me fazendo o encarar frente a frente - Não adianta tentar. Teimosa! - ele se diverte com a situação.
Depois que me solta, me sento na cama, segurando o celular pensando no que podia dizer a Aly. Minha esperança é que ela realmente não acreditasse e conseguisse me encontrar. Eu precisava me agarrar a isso, ou enlouqueceria.
- Jamais vou conseguir mentir para Aly! - digo a ele, que se aproxima e se senta ao meu lado.
- Você precisa tentar! - ele responde.
Ao notar que minha mão começa a tremer, ele a segura firme e olha fixamente para meus olhos.
- Depois que ligar, vamos descer para que você possa comer algo, e tentar se acalmar. Tudo bem? - ele me fita esperando uma resposta. Porém, tudo que faço é ligar para Aly.
- Bela! Onde você está? - ela pergunta desesperada do outro lado da linha ao atender - estava com tanto medo!
- Eu estou bem! - digo tentando disfarçar minha voz que começa a querer falhar.
- Mas, você conseguiu fugir? Como foi que aconteceu? - ela questiona, o que me faz olhar para Noah que escuta o que Aly diz e sua afeição transmite que também está confuso. Ele toma o celular de minhas mãos e coloca no viva voz.
- Como assim Alyssa? - ele pergunta.
- Que bom que está com ela Noah. Isso significa que não estavam aqui quando reviraram o seu apartamento, quebraram tudo e deixaram milhares de mensagens nas paredes? - ela pergunta ansiosa.
- Que mensagens? - pergunto aflita.
- Escreveram coisas como, "ela está morta", "ela é uma péssima detetive", "ela não tem saída", "ela não tem como fugir", "vamos encontrar ela". E acho que era isso. Mas, escutar sua voz Bela, me fez respirar novamente, estava tão apavorada! - ela respondeu e Noah me encara por alguns segundos, expressando preocupação, e logo se levanta e se retira rapidamente.
- Aly. Eu estou bem, ok? E agora, preciso ver algo. Mas nos falamos depois! - digo a Alyssa e depois que ela se despede, desligo o telefone e vou a procura de Noah.
Antes de passar pela porta já consigo escutar sua voz. Ele estava alterado. E eu não conseguia ainda ver, com quem estava falando.
- CHEGA! Entenda de uma vez por todas! Seu plano não está dando certo. Se não contarmos a ela, não vamos conseguir salvá-la! - escutava ele dizer.
- Noah! Se ela souber, será pior! - uma voz feminina respondeu.
- Ela precisa! Não vou deixar o pior acontecer com Bela! Não vou perde-la! - ele expressou enquanto eu descia as escadas, tentando não fazer nenhum barulho se quer.
Quando chego na cozinha, o que vejo me deixa impactada. Não consigo entender, o que estava sentindo. Era uma explosão de perguntas, com felicidade, com dúvidas, com surpresa. Eu queria acreditar que era verdade, mesmo com minha mente me questionando se não se passava de apenas um sonho!
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