ATO 4 - CENA 1
Cenário: Casa do seu Jurandir
Juliana e Leonardo estão conversando na sala.
JULIANA - Mas você é louco? Tem ideia do que o seu Jurandir vai fazer, menino?
LEONARDO - Me mandar embora, no mínimo.
JULIANA - Poisé. Cê num tem medo de ficar sem emprego não? Do jeito os trem tão andando e você querendo ficar desempregado?
LEONARDO - Ficar sem emprego, eu fico. Mas, num fico sem minha Maria do Rosário. De jeito nenhum. Eu amo ela demais.
JULIANA - E se não conseguir outro emprego? A Maria do Rosário ajuda a mãe viúva. Se ela for embora com você, o que vai ser da Dona Luciana? Ela se virou por toda a infância da Maria da Rosário para criar a filha sozinha. Nem mesmo a Dona Teresa quis ajudar a Nora a criar a neta.
LEONARDO - Bem... ela pode vir com a gente se quiser. E se ela conseguiu criar uma criança, ela consegue sustentar ela mesma. E outra, eu sou o melhó vaquero dessas banda. Claro que vão me contratá, uai!
Entra Patrício.
PATRÍCIO - Não pude deixar de ouvir que você se acha o melhor vaqueiro daqui. Pois saiba que perdeu seu posto. Meu nome é Patrício, e eu sou o melhor boiadeiro que você vai ver na sua vida.
LEONARDO - Então ocê é tal Patrício que o Seu Jurandir tanto fala? Que veio de São Paulo? (Analisa Patrício o olhando de cima a baixo) Juliana, chama o Seu Jurandir lá.
Juliana sai para chamar Seu Jurandir.
PATRÍCIO - Você é o capataz da fazenda? Não me admira que não tenham domado o cavalo. Não é para qualquer um domar um bicho daqueles.
LEONARDO - Eu bem que quiria, mas o Seu Jurandir disse que não, que quem ia domar o bicho era um tal de Patrício que ele conheceu em São Paulo.
PATRÍCIO - Ele fez bem em me chamar. Tem que ser muito homem pra poder domar um Mustang. Não é qualquer um que dá conta.
Jurandir, Juliana e Gabriel entram em cena.
JURANDIR - Patrício, como vai? Por favor, venha comigo pro curral. Vou te mostrar o cavalo. (Se vira para Juliana) Juliana vai arrumar o quarto de visitas pro Patrício. Ele vai ficar até depois do casamento do Gabriel.
Juliana sai de cena apressada.
JURANDIR - Podemos ir?
PATRÍCIO - Pois é pra já. Se bobear, ainda hoje, eu dou um jeito no bicho.
Os dois saem de cena.
GABRIEL - Parece que você não é tão bom afinal de contas. Se fosse bom como falam, meu pai não ia ter que chamar o Patrício. E ele bem que podia ficar e pegar o seu lugar.
LEONARDO - É claro que sou bom. Ele nunca tomaria o meu posto de capataz.
GABRIEL - Até parece. Se você domasse um bicho daqueles, eu daria qualquer coisa que você quisesse. Hahahaha.
Gabriel sai de cena rindo como uma hiena.
LEONARDO - Qualquer coisa? Acho que o patrãozinho me deu uma idéia. Mas antes eu quero ver se o tal Boiadeiro é bom mesmo.
Leonardo sai rumo ao curral.
Fim de cena.
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