Jessica decidiu esquecer o pensamento de contar seu segredo.

Passaram algumas semanas e Jessica tentava esquecer que tudo estava acontecendo precisava concentrar nos seus estudos. Precisava de notas acima de sete por conta de seu pai. Seis parecia ser cinco para seu pai.

As aulas continuaram normais, Lígia não chegou mais a perguntar sobre o tal cantor além do mais nem sequer era fã dele. Os assuntos aleatórios que escutava era o Carlos falando sobre a Bruna Marquezine, sabia tudo sobre ela. 

Enquanto isso, a tarde na creche, Thomas estava conversando com Clarissa.

- Thomas, estou precisando de dinheiro para pagar a creche porque está fraco.

- Já pensou em fazer algum evento?

- Eu e meu marido pensamos nisso, mas nunca deu certo porque não temos apoio de certas pessoas.

- Entendo.

Clarissa suspirou, estava exausta.

André foi chamado para ir embora. Thomas escutou e foi atrás do garoto.

- Vai embora sem se despedir de mim? - agachou

- Não.

O pequeno garoto bateu na mão de Thomas.

- E sua prima quando vai voltar te buscar?

- Não sei. Talvez nas ferias.

- Serio? Ela não atende minhas ligações. - pensou em voz alta

André olhou para ele, estranho.

- Você está gostando da minha prima?! Que nojo! - André fez uma cara feia

- Não. - Thomas respondeu rápido - Lembra daquele favor você me deve?

André balançou a cabeça apressadamente.

- Olha que vai pedir para o menino. - disse um homem

- Passa o nome do colégio da sua prima.

- Clarissa, olha esse adolescente. Disse que não gosta da garota, mas quer o nome do colégio.

- É a Jessica. Ela está ajudando com um compromisso bem secreto. - disse Clarissa rindo

André cochichou no ouvido o nome do lugar.

- Valeu, amigão.

André foi embora e com o homem para encontrar o pai na recepção.

No outro dia, Thomas foi até a escola de Jessica, disfarçado. Ele esperou o sinal tocar. Várias meninas foram até ele.

- Ei, você? - disse uma garota - Quem é você?

- Ninguem. - ele apenas respondeu seco e ficou encostado na parede

- Sei. - ela olhou de cima a baixo - Mesmo com esses óculos escuros eu sei que está olhando para aquela garota de óculos.

- Algum problema?

- Não adianta nem fazer amizade com ela, ela é fria. - disse ela - Até Lígia tentou, mas parece que ela que é do tipo que prefere viver sozinha.

A garota foi embora. Thomas olhou mais uma vez para Jessica, ela não era rejeitada mas ela que preferia ficar sozinha. Ela estava lendo algum livro e usando fones de ouvido. Ele resolveu ir embora.

- Ei, você! - disse uma voz conhecida

Thomas pensou que não era pra ele e continuou andando.

- Rockstar, idiota. - ela puxou ele pelo ombro - Sabia que era você.

Ele apenas sorriu. Jessica bateu no ombro dele com livro.

- Idiota. Faço de tudo para ficar de baixo do radar e você parece.

Ela o puxou pelo pulso até debaixo de uma escadaria do colégio do lado da sala de limpeza.

- Ainda bem que a Marli não nos viu.

- Quem é essa?

- É uma garota que trabalha no jornal da escola. Me diz o que faz aqui?

- Você não responde minhas chamadas.

- Estou estudando.

- Sim. Estou vendo. Não sabia que no ensino médio caía "A culpa é das estrelas" como conteúdo. - ele segurou o pulso dela que estava o livro

- Tá. Eu preciso de folga. Meu pai não sabe que leio esses livros de romances escondida.

- Parece que seu pai é bem chato.

- Ele não é.

- Mas você passa essa imagem para as pessoas não se aproximarem de você. Por isso, não contou para Lígia sobre nós.

- Isso é mentira. - ela quase gritou

- Mas é o que você passa para ela. Sua colega me comentou. Você mente pra você mesma.

- Como pode ter tanta certeza?

- Eu li seu caderno.

- Então, descobriu que não pode fazer acordo comigo porque eu invento uma vida sofrida.

- Não muda de assunto, Jessica. Isso não é importante, eu ainda preciso fazer uma musica.

- Eu mando mensagem.

- Certo. - ele começou mas deu meia volta - Não faça de sofrida para os outros. Isso só faz com que pessoas pensam que você é uma vilã. - ele beijou a bochecha dela e saiu

Jessica sentou na escada.

- Idiota. Quem disse que eu invento uma vida sofrida?

Lembrou de Malu dizendo: " Você passa tanto tempo nos livros, que quer a vida igual deles criando uma versão de uma menina sofrida nesse caderno."