Meu herói invisível
Tic-Tac Tic-Tac Tic-Tac
O som do relógio invade o quarto do Thomas, folhas amassadas estão transbordando do cesto. Thomas começou ficar girando da cadeira.
- Eu não consigo. - ele quebrou o lápis
-Toc-Toc-Toc - disse sua mãe atrás da porta - Seu pai tá arrumando o carro, vai lá ajudar.
- Tá, mãe. - ele se levantou reclamando
Ele abriu a porta e ela estava parada com as mãos na cintura.
- Eu não entendo você e seu pai ficarei desse jeito. Precisam criar laço de pai e filho.
- Como se ele quisesse voltar falar comigo depois de tudo.
Mãe dele coçou a cabeça.
- Eu acho que deveria ir atras de seu pai, porque quem cometeu o erro foi você. Você quem deve pedir desculpas. - ela colocou dedo indicador no peitoral - E não vou me intrometer nisso. Já tá grandinho demais para eu fazer isso por você. - depois ela saiu
Thomas revirou os olhos e olhou para quarto. Na mesa estava o caderno e o lápis quebrado. Depois olhou para porta-retrato pendurado na parede do corredor, era ele, criança, jogando bola com o pai.
- Por que é tão difícil? - Thomas encostou a mão no porta-retrato - Você sempre me apoiou e eu tive vergonha de você.
A campainha da casa toca.
O pai de Thomas vai atender a porta. O senhor estava com o rosto sujo e a camisa enrolada até o cotovelo.
- O senhor deve ser o pai do Thomas?
- Uma garota de dezessete anos com meu filho de dezoito anos? Ele mal voltou da cidade.
- Não é isso... - ela balançou as mãos - Seu filho cuida do meu primo na creche.
- Onde ele está trabalhando. Sei. - ele abriu mais porta - Entra.
- Obrigada.
Jessica estava sem-graça.
- Mas por que está aqui?
- É... Você ficaria bravo com Thomas se quisesse voltar com musica?
- Apesar das palavras duras dele... Não impediria ele de fazer o que ele gosta. - ele sorriu pra ele mesmo
Jessica colocou a mão no ombro dele.
- Thomas tem muito que aprender com o senhor.
- Mas, minha esposa não pode saber. Ela acha que é melhor ele ter um trabalho normal e entrar numa faculdade. Sonho de cantor acabou.
- Sim. Eu ajudo ele com os estudos. - ela tirou os livros da bolsa sorrindo
- É isso ai. Garota esperta.
Thomas desceu as escadas e parou quando viu seu pai e Jessica rindo.
- Jessica o que faz aqui?
- Seu pai me deixou e eu vim te ajudar com os estudos. - ela deu uma piscada
- Vou para garagem.
Thomas se aproximou dela.
- Parece que não ajudou muito. - disse Thomas
- Que tal um pedido de desculpas?
- Vamos.
Os dois subiram.
Jessica se espantou com a bagunça e as folhas no chão.
- Parece está bem ocupado. - ela pegou uma folha amassada do chão - Meu herói invisível. Belo começo.
- Como se eu não percebesse seu tom ironia. - ele se jogou na cama
Jessica foi até a mesa e folheou até ultima folha do caderno.
- ' Com você, não tenho medo desse mundo...
Thomas tirou caderno:
- Isso é pessoal.
- Você leu meu caderno. - ela colocou as mãos na cintura dela
- Tanto faz não está completo mesmo.
Ele entregou o caderno para ela.
- Você escreveu na época da carreira. Por que não está completo? Poderia ter resolvido seu problema com a musica.
- Porque não é real. Eu namorava uma atriz e comecei a compor essa musica, mas terminamos e a musica se tornou algo inútil.
- Isso não é inútil.
- É inútil quando o amor não existi. - ele virou para ela - Eu namorava ela para ter inspiração pela musica e ela por sucesso, mas acabei gostando dela e tivemos que terminar... Sentimentos não podem envolver no sucesso dela.
- Entendi.
Jessica mexe no cabelo.
- Vamos ver sua musica.
Thomas pega violão encostado na parede e senta na beira cama. Começa dedilhar as cordas se transformando uma melodia triste e doce ao mesmo tempo:
- Eu estou acordado até tarde no telefone E eu estou sozinho com o tom de discagem Por favor alguém chame meu herói invisível Estou esperando nesse mundo escuro e cheio de holofotes... - Thomas olhava apenas para violão e Jessica ficou olhando pra ele - Desculpe por ter te esquecido Desculpe meu herói invisível
Thomas parou de tocar e olhou para ela.
- O que você achou?
- Então... - ela respirou fundo - Devo retirar sobre o que eu disse sobre você.
Thomas abriu um sorriso de canto.
- Mas...
- Mas? - ele levantou a sombracelha
- Ainda precisa melhorar o refrão.
Ela sentou ao lado dele.
- Posso? - ela apontou para o violão e ele a entregou - Que tal assim, invés de você se lamentar você trocar para algo mais animador.
- Acho que não. Talvez uma batida mais acelerada seria melhor. - Thomas pegou o violão e tocou de novo o refrão - Desculpe por ter te esquecido - deu batida no chão com pé - Desculpe meu herói invisível, eu nunca mais vou fazer mais isso Por favor volte para mim.
- Vamos fazer o seguinte no terceiro toque da introdução, você começa a cantar quando chegar o refrão começamos com batidas. Vamos tentar?
- Sim.
Thomas tocou de novo. No terceiro toque terminado, ele começou a cantar:
- Eu estou acordado até tarde no telefone E eu estou sozinho com o tom de discagem Por favor alguém chame meu herói invisível Estou esperando nesse mundo escuro e cheio de holofotes
- Desculpe por ter te esquecido Desculpe meu herói invisível, eu nunca mais vou fazer mais isso Por favor volte para mim. - os dois cantaram juntos
- Acho que ficou bom - disse Jessica - Eu tenho que ir depois nós continuamos.
Jessica se levantou.
- Jessica mas e depois?
- Depois o que? - ela olhou confusa
- Depois que a musica tiver pronta como vamos divulgar?
- Paciencia, gafanhoto. Tudo vem no seu tempo. Primeiro musica.
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top