XXVII
Seu jantar com Benjamin foi extremamente perfeito, divertido e íntimo. Se perdeu tantas vezes em seu olhar terno e apaixonado, que tinha vontade de beijá-lo a cada minuto. Na verdade, ela o tinha beijado mais vezes do que seria permitido em um jantar. E, intimamente desejou que a noite tivesse durado mais, mas no final, cada um seguiu para seu quarto.
Tinha ficado preocupada em relação a George e Charlotte. Mas, como não ouviu barulho de nada sendo quebrado, nenhuma voz alterada, deduziu que tudo tinha ocorrido bem. Saberia tudo detalhadamente quando conversasse com a irmã pela manhã.
Desfez seu penteado devagar, sentou-se em frente à sua penteadeira, e começou a escovar seu cabelo. Sempre demorava penteando o cabelo quando estava pensando em alguma coisa. Deu uma pequena risada, largando a escova e desabotoando seu vestido, que por sorte tinha optado por um mais prático naquela noite.
Levantou-se e tirou o vestido. Sentiu seu corpo completamente leve, sem todo aquele peso do vestido. Jogou-se na cama, sem disposição para pegar uma camisola e aninhou seus braços em um travesseiro, imaginando que fosse uma pessoa. Parecia uma boba se apaixonando pela primeira vez, mas a sensação era tão boa, não iria se privar de bons sentimentos.
Seu coração estava em paz, mesmo que sua mente fosse traiçoeira com pensamentos ruins. Pensando em situações desnecessárias, como as palavras da Srta. Bocelli ainda não tinham saído completamente dela. Mesmo que Benjamin tivesse ido até ela, pedido desculpa, se declarado, pensava em como seria a vida dele caso se casasse com ela.
Tinha consciência que sua fama deveria ser de fato viúva-negra. Dois maridos mortos não eram para qualquer mulher da sua idade. Era um infortúnio terrível, ser olhada com pena, ou desdém por ter se casado uma segunda vez. Por mais que estivesse em Edimburgo, parecia que as fofocas sobre a filha de um duque e irmã de duas rainhas eram muito requisitadas em Londres.
Claramente Benjamin conhecia todos os riscos em querer assumir alguma coisa com ela. Ele era um duque e um conde, dois títulos completamente importantes e desejados por diversas mulheres. Quando ela debutou, aquilo era equivalente a um baú cheio de tesouro. Agora, estando mais velha, ciente de muitas coisas das quais no passado não fazia a mínima ideia, percebia o quão era inútil querer um homem por causa do título.
Frederick não tinha sido um interesse seu pelo título, mas pela pessoa que ele tinha demonstrado ser quando esteve na Escócia. Mas ninguém tinha avisado que pessoas mascaram muito bem sua verdadeira natureza. Foi muito protegida dos males do mundo por seu pai e Jasmine, gostaria de ter recebido algumas aulas de como era o mundo real e as pessoas realmente. Phoebe sempre acreditou que havia bondade em todos, quando na verdade não era bem assim que as coisas funcionavam.
No entanto, sempre mascaravam essa vida do matrimônio para as mulheres, cujo era o único destino certo. Quantos contos de fada um dia criou pensando que seria sua vida?
Suspirou.
Andava tendo aqueles pensamentos com muita frequência. Se Melanie ainda estivesse viva, mostraria todas as coisas do mundo real. Mandaria investigar a vida de qualquer homem que manifestasse interesse em sua filha. Jamais a deixaria sofrer qualquer tipo de agressão e ficar calada, como tinha feito. Absolutamente tudo seria diferente.
Seria uma conversa polêmica para ser discutida em um chá da tarde com senhoras importantes. Porém, um dia quando estivesse bastante inspirada, colocaria aquele assunto em pauta. Provavelmente seria chamada de louca ou coisa pior. Realmente não se importava, queria apenas plantar a semente da dúvida na cabeça daquelas mulheres, principalmente nas jovens.
Então, se sentiu determinada a excluir os pensamentos ruins. Realmente importava tanto o que a sociedade diria sobre seu novo relacionamento? Por que deveria deixar de ser feliz com um novo alguém por regras impostas por pessoas que se diziam tão detentoras da moral e bons costumes, quando no fundo aprontavam coisas escandalosas em sigilo?
A hipocrisia reinava nos salões nobres e definitivamente, a partir daquele momento, Phoebe não se curvaria mais para todo aquele teatro. Agiria como seu coração pedisse, e ele pedia para aproveitar cada segundo ao lado daquele homem no qual estava ficando completamente rendida.
❀❀❀❀
Tinha combinado com Benjamin em visitar a estufa antes do desjejum, gostava de ir bastante cedo por causa da sua mãe. Encontrou-se com ele no hall principal, e quando encontrou um enorme sorriso em sua direção, perdeu um pouco do fôlego. Como ele era lindo.
— Bom dia, Phoebe.
— Bom dia! — disse alegremente. — Espero que sua noite tenha sido agradável.
— Com certeza, estava muito cansado. Acho que faz muito tempo que não cavalgo por tanto tempo assim.
— Desculpa por isso. — pegou a mão estendida dele. — Jamais quis que ficasse dolorido por minha causa.
— Por você, voltaria a fazer novamente. — beijou sua bochecha. — A senhora vale tudo.
Sentiu seu rosto ficar corado.
— Fica uma gracinha desse jeito.
— Não seja bobo.
Saíram da casa de mãos dadas. O dia estava um pouco agradável, mas em algum momento choveria, tinha certeza.
— Preciso voltar para Londres amanhã. — Benjamin disse enquanto suspendia sua mão para beijar. — Preciso resolver uma pendência. Gostaria muito de permanecer mais tempo aqui com você, mas realmente tenho que ir.
— Sua mãe?
— Antes fosse minha mãe.
Phoebe ficou olhando para ele, parecia que relutava em dizer o real motivo de voltar para Londres.
— Preciso ajudar a Srta. Bocelli partir para Itália.
— Entendi. — engoliu em seco.
— Por favor, não pense algo ruim. Penso que tenho obrigação de deixá-la partir confortável. Eu a trouxe, se você não aparecesse, poderíamos ter até nos casado. O que ela fez foi terrível, mas seria muito cruel da minha parte dizer que não fomos felizes. Francesca foi uma pessoa importante em minha vida.
— Estava muito triste na Itália?
— Não sabe o quanto. — pendeu a cabeça de lado. — Não quero mais falar disso, está bem?
— Está bem. — ofereceu um sorriso.
— Muito bem, gosto desses lábios sorrindo para mim.
— Somente isso? — provocou.
— Seu cabelo, seu cheiro, seu corpo, simplesmente... Você.
— Ben...
Ele roubou um beijo dela rapidamente.
— Acho que chegamos.
— Sim, nós chegamos.
— Posso beijá-la mais lá dentro?
— Pensei que iríamos ver as flores.
— Veremos depois.
— Benjamin!
Ele sorriu e a puxou para dentro da estufa.
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